Vengeance escrita por Taynara Freitas


Capítulo 9
First Kiss


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoal, meu Deus, vocês são demais, muito obrigada lindos e lindas, vocês estão me fazendo muito feliz, obrigada pelos acompanhamentos, comentários e favoritos. Fiz o capítulo com muito carinho. Então, espero que gostem!



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O tempo parou, assim como qualquer barulho possível no lugar, muitos não compreendiam o que estava acontecendo, diferente de outros que assistiam a cena com os olhos esbugalhados. Vengeance tomou uma respiração profunda e largando o macho quase sem vida no chão, se aproximou de sua fêmea. Ela falou meu nome.

Amberly estava confusa e com a garganta seca em expectativa, durante tantos meses não havia feito mais que ruídos baixos e agora ela havia falado finalmente, e justamente o nome do macho que predominava todos os seus pensamentos noite e dia. No momento de desespero só conseguia pensar em salvar o homem que recebia golpes fortes sem parar, e evitar que Vengeance se machucasse, mas agora, observando os olhos grandes e azuis de Vengeance, só queria repetir uma e duas, e mil vezes esse nome se fosse possível.

– Amberly... – Vengeance buscou sua face com as mãos e lhe acariciou as bochechas com os polegares, um sorriso fechado começou a se formar no canto de seus lábios. Os polegares abaixaram até a boca macia e lhe esfregaram os lábios com doçura. – Repita. – O suave pedido fez Amberly tremer ligeiramente e abrindo a boca ela se permitiu tentar fazê-lo novamente.

– Ven... – Interrompida pela secura de sua garganta, a limpou numa suave tosse e se aventurou novamente. –Vengeance. – Um sorriso estrondoso ameaçou os lábios de Vengeance e com carisma e atenção pediu novamente com firmeza.

– Novamente. – Incontrolável Amberly sorriu e dessa vez sem alguma hesitação disse em alto e bom tom.

– Vengeance. – Moveu suas mãos até as de Vengeance e as segurou com força. – Vengeance e Amberly.

Vengeance abraçou-a sem lhe dar tempo para dizer mais alguma coisa, envolveu os braços em torno das panturrilhas dela, e a retirou daquele lugar num piscar de olhos.

...

Olhos curiosos sondavam o casal que percorriam desenfreados o corredor. Vengeance mal podia se conter, ouvir Amberly dizendo os nomes dos dois juntos foi tudo o que ele queria ouvir, era toda a confirmação que precisava para toma-la, desejo era visível em seus olhos faiscante e principalmente em sua calça.

Borboletas não voavam no estômago de Amberly desde que tinha 18 anos, onde tudo que era proibido era melhor, e momentos de espera eram bem apreciados antes de alguma ação, mas com Vengeance era tudo diferente ele era imprevisível, incorrigível, seguia suas próprias leis e como uma garotinha ela apreciava suas características marcantes.

Não sabia pra onde Vengeance a levava, ela estava realmente próxima ao seu pescoço e podia sentir um cheiro almiscarado e dominante exalando dele, então nesse momento ela não se importava para onde iria. Por esse homem ela havia voltado a falar, por ele, ela tinha saboreado de uma felicidade jamais sentida, e por ele estava disposta a arriscar tudo o que tinha no momento, mesmo que fosse demasiado pouco para muitos.

Chegando a um jardim repleto de arvores coloridas pelas flores que desabrochavam Vengeance a colocou no chão, mais precisamente com as costas contra uma árvore forte e provavelmente velha. Os olhos de Vengeance se alternavam entre os lábios de Amberly e os lindos olhos reluzentes, apoiando-se com uma das mãos próxima à orelha esquerda dela, tomou sua decisão. Esqueça toda a enrolação, a paciência, tudo sobre a espera se dissipou de sua mente, ele a queria e a teria de qualquer modo, não podia mais esperar. Que se dane.

O cheiro de baunilha era bom, a pele alva e clara era linda, mas nada podia ser comparado com os lábios macios e generosos de Amberly. O primeiro toque foi leve, um simples roçar de lábios, o segundo toque foi um pouco mais exigente, e logo a língua de Vengeance pedia passagem por entre os lábios suculentos, não havia sol ou lua, céu ou mar, apenas os dois, apenas o sentimento revigorante de pertencer a alguém e aceitar isso com carinho e dedicação. A primeira exploração foi lenta, buscando o gosto de cada extremidade da boca de sua parceira, em seguida, tocar os dentes com a língua fez a carícia um tanto íntima, o gosto fresco e o hálito quente incentivaram Vengeance a segurá-la pela cintura.

Ela não mostrava sinais de que iria fugir, mas um pouco receoso por ser seu primeiro beijo, Vengeance não daria oportunidades de ela escapulir do momento, a língua movia-se devagar sobre a dela, que aceitava cada carinho de um modo único, jamais um beijo foi tão avassalador na vida Amberly, alguns caras a havia beijado, mas nada comparado a isso, nada comparado a Vengeance, a boca forte e precisa, ao mesmo tempo era terna e macia, receptiva e amorosa.

Aos poucos se sentia derreter, seu corpo ansiava mais, respondia ao toque com um calor selvagem, lábios eram esmagados e mãos frenéticas buscavam conhecer o corpo um do outro com suaves afagos. Separando-se suavemente para dar-lhe algum ar, Vengeance finalizou o carinho com um toque de lábios, mais uma vez Justice tinha lhe ensinado alguns truques, estranhamente todos davam sua pequena contribuição para fazer dar certo e Vengeance apreciava isso, sempre se lembraria desses gestos.

Olhando a boca rosada de sua companheira, Vengeance declarou que ela tinha gostado, sua respiração ofegante e rasa era um sinal disso, olhos aturdidos o encaravam e Vengeance sorriu internamente com essa satisfação. Esse foi seu primeiro beijo, e tinha que admitir que foi a coisa mais maravilhosa que já provou em sua vida. Era doce, e tenro. Com sua antiga companheira não havia esse tipo de coisa, nunca houvera, nem mesmo o carinho, somente a proteção inquietante, agora Vengeance percebia o quão próximos de animais eles eram. Não tinham família, amigos e nem mesmo uma vida, tudo era privado e eles apenas eram usados tantas vezes possíveis.

– O que foi? – Amberly tocou o rosto de Ven com preocupação. – Arrependido?

– Nunca. Você falou. – Vengeance sorriu e beijou-lhe os dedos.

– Sim.

– Por quê?

– Eu estava com medo.

– De mim?

–De se machucar, de machucar aquele homem.

– Ele a queria. Eu tinha que mostra-lo que eu posso manter você, eu sou mais forte! – Vengeance exclamou indignado. – Devia ter o matado, pra dar de exemplo aos outros, é minha, só minha. – Então nesse momento Amberly apenas o observou, não disse nada, sua garganta estava um pouco seca e não queria insistir no assunto sabendo que Vengeance não desistiria.

– Você o queria? – Vengeance insistiu, e nesse momento o encanto se perdeu, como ele podia perguntar uma coisa dessas depois do melhor beijo da vida dela? Chateada abaixou a cabeça e lutou para segurar as lágrimas que ameaçavam cair.

– Quero ir para casa. Por favor. – Amberly desviou o olhar suplicante.

– Claro. – Vengeance assentiu notando a rouquidão da voz de sua fêmea e notou que ao contrário de sua antiga companheira, ela não brigou ou lutou, o que o deixou muito perturbado, Amberly podia não saber, mas sua antiga companheira tinha olhado algumas vezes para outros machos, o que o deixava tremendamente irritado. Como sempre eles resolviam tudo no colchonete que havia na cela, ele mostrava o quão dominante era e ela se acalmava lhe dava atenção e ficava maleável.

Bem diferente de Amberly que abaixava a cabeça e se calava, queria bater a cabeça em algum lugar, brigar com alguém, distribuir alguns socos e pontapés. Sem falar na outra coisa. Coisa que não tinha a um bom tempo.

...

Em casa Vengeance reconheceu o quanto foi duro com ela e se sentiu realmente horrível quando ela subiu pra tomar um banho sem dizer nenhuma palavra. Decidiu retomar os seus planos anteriores e buscou fazer uma receita que tinha aprendido em um programa de culinária. Esperava de com um jantar agradável Amberly se sentisse melhor. Não queria brigas entre eles e faria de tudo para não voltar a acontecer.

...

– Pensei que você estivesse com fome, fiz o jantar. – Anunciou Vengeance enquanto Amberly descia as escadas.

Ao ver o ambiente mal iluminado Amberly se surpreendeu, tinha uma mesa de quatro cadeiras no meio da sala, duas taças, dois pratos já servidos, uma vela no centro da mesa e apenas umas das luzes laterais estava acesa. Uma cadeira foi puxada para Amberly e ela sorriu em agradecimento. Um jantar romântico?

Tudo bem, ela estava muito surpresa, nunca imaginara que Vengeance faria algo assim apenas para ela. Seria uma reconciliação? Um pedido de desculpas?

– Espero que o ponto esteja do seu gosto. – Vengeance estava um pouco nervoso e serviu um suco? Sim, suco natural de uva na sua taça. Respondendo a expressão abismada de Amberly, Ven se pronunciou.

– Novas espécies não bebem, desculpe não tenho bebidas alcoólicas aqui.

– Eu não bebo. – Amberly sorriu levemente. O jantar estava uma delícia será que ele tinha cozinhado mesmo? Provou mais um pouco e tomou do seu suco, estava realmente uma delícia. O jantar prosseguiu normalmente e quando os dois já tinham acabado a refeição um silêncio se estabilizou entre os dois.

– Porque não brigou comigo?

– O que? – Amberly se sentiu confusa.

–Você está chateada, quando ficou assim, porque não brigou comigo?

– Não acho que brigar seja a solução. – Solenemente ela respondeu.

– E qual é a solução?

– Conversar? – Infelizmente Vengeance não tinha muitas habilidades em resolver problemas conversando.

– Não estou habituado a isso. – Em tom seco retrucou.

– Comigo é assim.

– Está tentando me dizer o que fazer?

– Não.

– Você me deixa frustrado. – Vengeance passou a mão pela cabeça numa mania recente. Suspirou alto e espalmou as mãos em cima da mesa.

– Porque você raspa?

– Ahn? – Vengeance murmurou incoerente.

– O cabelo. – Vengeance passou a mão pela cabeça.

– Era muito grande, eu não deixava ninguém cortá-lo na minha cela. Então quando fui resgatado, me ofereceram a oportunidade de trabalhar na equipe, eu teria que corta-lo ao menos um pouco, mas decidi raspa-lo por completo.

– É uma pena, devia ser muito bonito. – Com um rubor nas bochechas Amberly admitiu.

– Você não gosta?

– Gosto. – Amberly exibiu um sorriso fechado e reconsiderou. – Mas acredito que deve ficar muito bem com ele grande, quero dizer, não tão grande, mas com um pouco se você me entende. – Vengeance observou sua fêmea com cuidado e se decidiu.

– Vou deixa-lo crescer, por você. –Buscou as mãos da fêmea e sorriu charmoso. – Quer?

– Faria isso por mim? Quero dizer, não quero te mudar, você é... – Constrangimento a encheu. – Lindo, então só faça se quiser fazê-lo, por você, não por mim.

– Quero fazer, por mim, por você. Foi uma fase muito ruim, eu estava de certo modo... Um pouco revoltado. Agora eu tenho você.

– Obrigada Vengeance, isso é muito amável.

– Você é muito amável. – Vengeance levou suas mãos a boca e beijou com suavidade.

–Quero começar uma nova vida, com você ao lado. Você também quer isso Amberly? – O som do seu nome nos lábios dele a fizeram tremer, mas apesar do medo que a sondava, queria correr para os braços dele.

– Eu quero.

– Então vamos começar nossa vida juntos Amberly, e tenho que admitir a verdade, passei muito tempo vivendo na escuridão, privado de qualquer alegria ou emoção, por isso posso te dizer agora. Acho que a minha vida só começou realmente quando você apareceu nela.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Obrigada, obrigada, obrigada! Até mais pessoal, espero comentários! Beijos,
Taynara Freitas