Alguém tem algo a esconder escrita por Violet


Capítulo 10
Feuer Frei!


Notas iniciais do capítulo

- O título do capítulo é referente a "Feuer Frei! - Rammstein";
— Ah! Amanhã a fic faz um mês e eu postarei o capítulo 11 juntamente com a atualização da nova imagem;
— Boa leitura! Nos vemos lá embaixo :*



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Ao perceber que os tentáculos dos raios de sol irradiavam pelas frestas da janela, levantou-se delicadamente retirando o braço de Evan que estava por cima dela, teve cuidado ao colocá-lo por cima de um travesseiro, não quis acordá-lo. Agachou-se para olhá-lo por alguns segundos, o achava atraente e adorava aqueles bagunçados fios dourados por sobre os olhos dele. Fez um biquinho achando-o sexy e ao mesmo tempo um doce rapaz adormecido. Tocou suavemente seus lábios na mão dele que repousava. Levantou elegantemente prendendo seus longos cabelos negros num coque alto no topo da cabeça. Espreguiçou-se nua, levantando seus braços para o teto, deixando suas costelas expostas à respiração. Soltou o ar, num expirar longo. Tratou de procurar suas roupas, varrendo o chão com os olhos. Achou seu vestido cinza claríssimo por cima dos livros de Evan, que estavam perfeitamente alinhados numa estante em frente a cama, bem ao lado da janela. Vestiu-o de um jeito sensual todo particular, era natural dela, nada forçado. Não se preocupou em procurar suas roupas íntimas e ao imaginar Evan encontrando-as, riu de si mesma, expondo um sorriso ao morder a ponta de seu polegar.

Na ponta dos pés, pegou um dos casacos de Evan que estava na cômoda e vestiu-o. Era uma manhã fria, os ventos estavam violentamente cortantes, apesar do clarão que o sol exibia. Decidiu não calçar suas sapatilhas, para não fazer nenhum barulho. Caminhou vagarosamente até a porta, e se encostando nela, olhou-o mais uma vez dormir profundamente. Soltou um beijo no ar para o adormecido e saiu sorrateiramente. Olhou as horas pela grande torre central do campus que tinha um relógio bem ao centro, calçando suas sapatilhas. Era bastante cedo, sentiu-se segura para voltar aos dormitórios femininos sem chamar muita atenção. Caminhava olhando os tons de azul do céu misturado às nuvens acinzentadas, parecia uma guerra sobre quem ia dominar quem, chuva ou sol. Escondeu suas mãos nos bolsos da frente do casaco de Evan, encolheu-se ao sentir um vento frio e forte ir em sua direção, fazendo os pêlos de seus braços se eriçar. Abaixou sua cabeça ao colocar o capuz do casaco preto, caminhou fitando seus próprios passos e sentindo vez ou outra o cheiro de Evan preso naquele pedaço seu.

Ao subir as escadas, escuta atrás de si passos na mesma direção e vira-se para descobrir quem era:

– Bom dia, Ana. - Disse tirando o capuz.

Ana lhe pareceu cansada, tinha grandes olheiras ao redor da órbita de seus olhos.

– Bom dia, Morgana. - Ana disse sem olhar em seus olhos.

– Parece cansada. - Fez cara de preocupada. - Como está Vitor? - Disse subindo a par de Ana pelas escadas.

– Não acordou ainda, mas tudo está caminhando bem. - Disse dando-lhe um sorrisinho tímido.

– Se precisar de ajuda é só me avisar, ok? Durma um pouco. - Morgana disse ao chegar em frente ao seu quarto, jogando um piscar de olhos para Ana.

Ana apenas meneou a cabeça positivamente para ela e subiu mais uma escada. Sua mente estava absurdamente cansada, sentia muito sono. Era domingo, ela só queria dormir o quanto pudesse e depois voltaria ao hospital.

Ana se dirigiu ao banheiro para banhar-se e tentar dormir um pouco. Deixou que a água quente invadisse seu corpo pálido, segurou-se no registro do chuveiro e abaixando sua cabeça deixou que suas lágrimas unissem às gotas quentes por sobre ela. Ao terminar, enroscou uma toalha na cabeça e pegou seu roupão pendurado no gancho. Olhou-se no espelho e se achou feia, sua auto estima estava num nível baixíssimo. Escovou os dentes e saiu para vestir seu pijama, quando percebeu que começara a chover, correu para fechar a janela.

Deitou-se na cama fechando seus olhos imediatamente, lembrando o que lhe disseram no hospital:

"Durma para não adoecer, Ana."

E o mundo se desligou dela.

~*~

Evan acordou cerrando os olhos ao ouvir um barulho em seu teto, levantou-se derrubando a garrafa de vinho e caminhou desnorteado até a janela, percebeu a chuva. Coçou seus braços e passou a mão pela barba mal feita. Lembrou da noite passada ao ver o sutiã de Morgana por cima de seu computador. Ele riu. Sabia que ela havia deixado propositalmente.

– Essa moça não existe. - Caminhou nu, retirando o sutiã de cima da tela do computador para devolvê-la outrora. Espreguiçou-se e bocejando deitou-se na cama. Percebeu que o cheiro da moça havia ficado em seus lençóis, com um sorriso de canto, lembrou das loucuras que Morgana aprontava e cobriu-se.

"Ela é louca" - Pensou.

Seu celular tocou.

– Oi? - Ele disse com voz rouca.

– Ainda está pelado? - Morgana perguntou em tom de brincadeira.

– Querendo conferir... - Evan fechou os olhos. - Não acha que esqueceu algumas coisas aqui? Pode vir buscar se quiser, não se preocupe! Pode colocá-las quando chegar. Ou não. - Ele disse irônico.

– Pode me trazer aqui? - Perguntou.

– Posso. Até mais. - Desligou o celular colocando-o ao seu lado na cama.

Evan perdeu o sono. Mesmo tentando ficar de olhos fechados, o sono não lhe veio. Escondeu seus pés em suas meias, caminhou nu até a pequena cozinha e pegou um café morno. Sentou-se em seu mini sofá (e único), apoderou-se do controle remoto e pôs no noticiário. Apenas notícias sobre o tempo, acidentes de trânsito, o mundo estava o mesmo caos do habitual. Evan já ia desligar a tv quando o apresentador anunciou alarmantemente sobre uma tragédia no Campus da universidade, passando para o repórter ao vivo:

"Bom dia pra você também, Juarez Leão! O que se sabe a respeito do caso é que foi encontrado uma cabeça de um homem, ainda não identificado, pendurada por fios de nalho, de forma que a mesma se encontra com seu topo virado para baixo, presa pela pele do pescoço, no bico de um dos monumentos mais antigos da instituição: uma coruja de asas abertas que fica no departamento de morfologia. A polícia isolou o local e a perícia já está a caminho. Não podemos mostrar a imagem, pois é forte. Muitos curiosos estão aglomerados no local. Um fato curioso é que aparentemente há uma espécie de sinal, bem medialmente à fronte da cabeça encontrada. Mais informações..."

Evan desviou o olhar da televisão e fitou o nada. Seu único pensamento foi:

"Ok. Então vamos jogar."


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ;D
Até amanhã e muitos beijos :*



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