Hey, Robin escrita por Bia


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Bem-vindos a esta oneshot! Primeiramente, quero dizer que este texto é um presente de aniversário para a Marcela, que está um pouco atrasadinho... Mas é coisinha boba, o que é um mesinho e duas semanas, né, gente? *sorriso colgate*
HAHAHA! Mah, espero de verdade que você goste, eu fiz com todo o esmero e carinho possíveis, sacrificando meu coração ZoTashigi por ti! xDD É bem simples, mas eu achei que ficou uma gracinha, então espero que curta!
No mais, boa leitura! :*



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Se havia uma palavra para definir os Mugiwara, com certeza seria “animação”. Por Luffy, a vida no navio seria uma contínua festança onde carne chovia do céu.

Infelizmente, porém, nem sempre as coisas eram assim. A viagem de transição entre uma ilha a outra era sempre bem calma - folia, risadas altas e brincadeiras eram frequentes quando Luffy, Franky, Chopper e Usopp se reuniam, mas nada de extraordinário ocorria além disso.

Nami isolou-se em seu quarto, mapeando a ilha que visitaram anteriormente - caso alguém ousasse interrompê-la, ela daria um jeito bem doloroso de expulsá-lo de seu quarto.

Sanji, por sua vez, estava trancafiado na cozinha, treinando novas receitas e chutando Luffy toda a vez que ele tentava roubar algum tipo de comida da geladeira.

Zoro era o único que nunca tinha nada para fazer. Ou ficava no Ninho, treinando despreocupadamente, ou ficava jogado pelo convés, dormindo feito um porco. O fato era que, de tanto repetir seus exercícios, fazê-los se tornou fácil e, acima de tudo, entediante. O espadachim só conseguia se divertir um pouco quando entrava em uma luta de verdade.

Gostava de dificuldade, de desafios, de sangrar, de suar e de se esforçar ao máximo, para que sua recompensa fosse alta no final.

A única quem estava, figuradamente falando, no mesmo barco que ele, era Robin. A mulher sempre estava desatarefada, sentada numa cadeira de descanso, imersa num grosso livro de capa dura sob um guarda-sol. O espadachim, por muitas vezes, olhava de esguelha para a capa do livro, mas não conseguia entender muita coisa, já que símbolos desenhavam-se ali, e não o alfabeto que estava acostumado.

Por muitas vezes em seus treinos ficava pensando que Robin, na realidade, não entendia bulhufas do que lia e que só estava vendo as imagens, exalando um ar intelectual propositalmente - e, logo em seguida, recriminava-se por estar pensando nisso e, mais especificamente, nela, e voltava a se concentrar em seus exercícios.

Mas, durante um período de tempo razoavelmente longo, Zoro perdeu o interesse em treinos diários. Decidiu, por fim, polir as lâminas de suas katanas naquela quarta-feira de tarde.

Sentou-se no convés, suas três companheiras fieis dispostas lado a lado perto de seu corpo. O algodão, álcool, um palito e saquê estavam próximos a sua mão, prontos para o trabalho. O espadachim espetou o palito no algodão e mergulhou-o no álcool, logo pegando uma de suas katanas e deslizando com suavidade impressionante o algodão pela lateral da lâmina.

Zoro mantinha a katana bem próxima de seu rosto; qualquer movimento meio brusco poderia dar fim ao seu olho restante e, talvez, aos seus dedos - sua mão se mantinha firme, nada de tremores.

- Que sangue frio, Zoro-san. - Robin apareceu do seu lado, inclinando-se levemente para observar o que ele estava fazendo. Então levou a mão ao queixo, acariciando-o, pensativa. - Caso sua espada vacile e corte seu estômago, será que o sangue ficará impregnado na madeira para sempre? - Indagou, parecendo muito séria ao imaginar a cena.

Zoro fez uma careta, desgostoso com a previsão trágica da mulher.

- Hã?! - Moveu o olhar até encontrar o rosto alvo e pensativo de Robin. - De onde você tira essas coisas, Robin?

- Ou será que a lâmina é tão potente a ponto de passar por seus órgãos e ossos como se fossem papel, até alcançar a madeira do navio e cortá-lo com a mesma facilidade, causando uma inundação e matando a todos nós? - Fez outra teoria, o rosto inexpressivo como se estivesse debatendo sobre uma receita de pudim.

Zoro soltou um muxoxo, enrugando a testa e voltando sua atenção à lâmina, ignorando aquelas previsões a là Madame Shirley de Robin antes que elas, de fato, acontecessem.

Robin apenas soltou uma risadinha, os olhos sorrindo junto com ela, apertando contra si seu livro de capa dura. Deixou o espadachim sozinho, rumando-se para seu local típico debaixo do guarda-sol. Sorriu mais uma vez antes de abrir seu livro, satisfeita por ter, em seu ponto de vista, uma conversa agradável com Zoro.

Há tempos desejava conversar com ele, mas era praticamente impossível - o espadachim vivia enfiado no Ninho, treinando até os fios de cabelo se possível. Cruzou as pernas, observando-o disfarçadamente por cima de seu exemplar de “Poneglyps: simbologia histórica”. Achava curioso o fato de, mesmo sendo tão jovem, ter uma aparência tão madura: as linhas de expressão bem delineadas quando franzia a testa, completamente concentrado, os fios de cabelo despenteados, os lábios comprimidos, as cicatrizes…

Continuaria sua descrição mental se o espadachim não erguesse o olhar e a encarasse de volta. Trocaram olhares estranhos por dois segundos antes que Robin sorrisse, causando em Zoro certo desconforto, fazendo-o com que abaixasse os olhos e continuasse a polir suas lâminas como se nada tivesse acontecido.

Talvez Robin fosse a única pessoa do universo que fazia Roronoa Zoro, o Supernova bonitão, sentir-se, pateticamente falando, desconfortável.

Há dias, na realidade, martelava a esmo num mesmo prego que insistia em cutucar sua mente: por que demônios Robin fizera aquilo?

Quero dizer, não é todo dia que as pessoas lhe oferecem o colo para que você possa tirar um cochilo, não é verdade? A pior parte foi o enorme sorriso cara de pau que Robin lançou-o ao colocar seu livro de lado e dar tapinhas em suas coxas, convidando-o como se fosse a coisa mais normal do universo.

Àquela hora, confuso pelo comportamento de Robin, Zoro apenas soltou um "hã?!" constrangido e cético, decidindo por ignorá-la por comodismo e se enfiar no Ninho do Corvo. Mas lá estava ela novamente, confundindo seus pensamentos.

Àquela tarde, as lâminas de suas katanas nunca pareceram tão compridas…

〓〓

Como um bom e velho hábito, Zoro gostava de tomar seu bom e velho saquê sempre que tinha chance - uma ótima forma de relaxar.

O lado ruim do saquê era que não existia lado ruim. O.k., talvez o desse um pouco de sono, mas nada que lhe causasse algum prejuízo - era até mesmo bom que sentisse sono à tarde, poderia muito bem dar uma cochilada para recuperar as energias.

Depois de limpar as lâminas de suas katanas, Zoro secou a garrafa que trouxera consigo, bocejando longamente ao mesmo tempo em que cruzava os braços e as pernas, encostando-se ao navio, fechando o único olho e relaxando os músculos, tentando aprofundar a si mesmo num bem-vindo cochilo pelo resto daquela tarde.

Sim, não importava aonde, Zoro sempre dormia se assim quisesse - até mesmo jogado no chão.

Roronoa sentia seu rosto sendo gentilmente afagado pela brisa marítima que vinha à sudeste, causando-lhe certas cócegas - era meio refrescante, a julgar pelo calor que fazia aquela tarde.

Foi quando uma sombra bloqueou-lhe de seu ventinho simpático. Abriu o olho, pronto pra discutir com quem quer que seja por atrapalhá-lo de seu cochilo.

Abriu a boca para começar a proferir o sermão, mas ficou mudo. Robin é quem estava a sua frente, a mesma expressão sorridente em seu rosto. Certo que ela tampava tanto o Sol, quanto a brisa marítima, mas Zoro, por algum motivo, relevou por, simples e inexplicavelmente falando, ser ela quem estava ali. Se fosse Luffy ou Sanji, com certeza faria cara feia e falaria umas barbaridades.

- Espadachim-san - disse com a suavidade e calmaria habitual. - Ficará resfriado se dormir a céu aberto deste jeito…

- Estou bem - ogro.

Robin não assustou-se e nem surpreendeu-se com a cordialidade e gentileza ofuscante do espadachim; conhecia-o sendo daquele jeito, e, caso mudasse, provavelmente seria de exímia chatice.

Então, com a maior cara de pau de sempre, Robin sentou-se ao lado de Zoro, não querendo de forma alguma deixá-lo sozinho ali, esticando as pernocas e encostando seus calcanhares.

O espadachim olhou-a de esguelha, estranhando muito aquele gesto. Ergueu uma sobrancelha quando Robin pousou suas mãos no colo e deu algumas batidinhas em suas coxas, obviamente chamando-o para se deitar.

Zoro não podia acreditar. Já era a segunda vez que aquilo acontecia. Será que Robin achava aquele tipo de situação uma coisa engraçada? Enrugou o rosto, erguendo ambas as sobrancelhas e encarando com ceticismo sua companheira.

- Hã?! - Exclamou, como de costume. - Robin, que tipo de brincadeira você anda fazendo?!

- Nenhuma… - Começou, girando levemente as orbes para cima, como se pensasse no assunto. - Somente sinto muita pena ao ver um homem tão bonito jogado pelo navio do jeito que você estava...

Zoro sentiu-se levemente cutucado, porém pelos motivos errados.

- Pena?

- Sim. Agora, se não se importa… - Robin deu um “basta” no assunto, acionando prontamente seus poderes e fazendo com que duas réplicas de seus braços aparecessem na madeira onde estavam apoiados, enganchando Zoro por debaixo dos braços e empurrando-o com brusquidão para o lado.

Roronoa nem teve tempo de raciocinar. Foi completamente jogado e caiu, desprevenido, sobre o colo confortável de Robin. Sua cabeça acomodou-se nas coxas da mulher com precisão, como se os movimentos da arqueóloga fossem friamente calculados. Ficou perplexo por alguns segundos, piscando descompassadamente enquanto tentava pensar no que estava acontecendo.

Sentiu a mãozinha magra e delicada da arqueóloga acariciar-lhe a testa, um afago gentil que surpreendeu-lhe. Robin era cheia dessas ‘gracinhas’. Do nada chegava e surpreendia-o, deixando-o mudo e resmungão - desde o primeiro dia fora assim.

Mas, estranhamente falando, Zoro sentiu-se extremamente confortável ali, deitado com a cabeça apoiada em seu colo. Agradeceu internamente por não ter ninguém para atrapalhá-los naquele momento, seria um tanto quanto vergonhoso.

- Viu, Zoro-san, assim é muito mais confortável, certo? - Robin sorriu com os olhos novamente, acariciando gentilmente a testa do espadachim.

Zoro odiava admitir, mas ela estava corretíssima. Robin era a Madame Shirley dos Mugiwara, sempre certa em relação ao espadachim do grupo. Para Zoro, qualquer local era bom para uma soneca.

Mas o colo de Nico Robin era ótimo, constatou.

Fechou os olhos, relaxando o corpo ao sentir os afagos gentis em sua testa, acomodando melhor a cabeça no colo da arqueóloga.

- Hey, Robin… - Chamou-a quase num sussurro.

A mulher inclinou-se um pouco para poder escutá-lo melhor, olhando para o rosto quase adormecido de Roronoa.

- Sim?

- Você está certa… - Encerrou, sorrindo preguiçosamente de lado antes de entregar-se completamente ao sono.


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Notas finais do capítulo

Zoro ogro e Robin Madame Shirley, adoro /q