Posso consertar? escrita por Yuunyanshi


Capítulo 1
Capítulo Único




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(Segundo navio, corredor)

"Tsukumo-chan, eu acho que tem algo de errado com o Gareki" - disse Nai para a jovem. O menino niji estava segurando as lágrimas enquanto esperava por algum tipo de conselho da outra para fazê-lo se sentir melhor.

A loira parou para pensar. Na verdade, Gareki estava realmente agindo de forma estranha desde que o grupo retornou de uma missão mais cedo naquele dia, mas ela não conseguia descobrir a razão disso.

De repente, ela notou algo. Gareki estava usando seus óculos de proteção quando eles voltaram? Provavelmente não. Tsukumo teve a impressão de que ele parecia um pouco diferente, e agora isso fazia sentido.

Mas afinal, desde quando aquele garoto passou a chamar tanto sua atenção?

A garota por um momento se perdeu em pensamentos, logo em seguida virando-se para Nai, segurando suas mãos e o fitando com um sorriso amável.

"Não se preocupe, Nai-kun. Gareki-kun vai ficar bem. Eu tentarei falar com ele, certo?"

O menor se acalmou. Ele realmente confiava Tsukumo, por isso, se ela dizia que Gareki ia ficar bem, ele também acreditaria nisso.

"Ok! Gareki está sozinho no quarto agora, mas, não sei por que, está em silêncio desde que voltamos para o navio. Tsukumo-chan, talvez você pudesse falar com ele agora?" - O menino niji perguntou com ansiedade.

"Obrigada, Nai-kun. Por que você não vai para vai brincar com o Yogi enquanto isso?"

"Tudo bem, eu vou!" – O menino disse, correndo para o quarto do príncipe cintilante.

Tsukumo se dirigiu para o quarto que Gareki e Nai compartilhavam, pensando em uma maneira de falar com o outro sem irritá-lo. A garotaabriu a porta devagar e o chamou.

"Gareki-kun, você está acordado? Nai-kun me disse que havia algo errado com você."

"Não é nada. Só quero ficar sozinho por um tempo." O outro respondeu. A garota podia facilmente sentir que não era verdade e tentou mais uma vez.

"Posso perguntar o que aconteceu com seus óculos de proteção? Você não os está usando desde que retornamos."

"Eh? Então você notou. Eles ficaram ferrados depois da batalha, não posso mais usá-los. Como eu disse antes, nada de mais. Agora, saia daqui, quero terminar de ler isto." Gareki disse, tentando concentrar-se novamente no livro que estava lendo.

Tsukumo tentou o seu melhor para manter a calma e ignorar a os modos com que o garoto se dirigiu a ela. Como poderia Nai aguentar alguém tão rude todo o tempo? E por que motivo ela mesma se recusava a deixar Gareki sozinho, como ele mesmo acabara de pedir?

"Posso tentar consertá-lo para você? Posso não ser tão habilidosa, mas prometo fazer o meu melhor."

Gareki parou de ler outra vez e se perguntou por que as pessoas do segundo navio fazem questão de ser tão irritantes e nunca o deixarem em paz.

"Você disse ‘consertar’? Se está planejando fazer algo parecido com o que você e Nai fizeram com aquele boneco de Niji deformado, foi mal, mas eu prefiro os meus óculos como eles estão agora." - Gareki disse com uma voz sarcástica, imediatamente se arrependendo de tê-lo feito. Na verdade, ele estava realmente chateado por causa de seus óculos de proteção. Sim, a garota que estava falando com ele agora não tinha nada a ver com isso, mas ele não desejava que ninguém soubesse sobre aquilo e portanto queria ficar sozinho naquele momento.

Tsukumo sabia que niji que fizera junto com Nai não havia ficado tão bom quanto desejavam, mas já faz algum tempo e, desde então, havia aprimorado sua técnica. E o presente não deveria estar tão ruim assim de qualquer maneira, uma vez Gareki ainda o guardava consigo. Mas, mais importante do que isso, a garota estava determinada a consertar aqueles óculos e fazer o outro se sentir melhor novamente.

Depois de alguns minutos sem qualquer movimento ou troca de palavras, Gareki quebrou o silêncio.

"Então, pretende ficar aí a noite toda? Eu já disse para você ir embora, idiota."

"Por favor, deixe-meconsertar seus óculos! Eu juro que farei o meu melhor e eles não ficarão deformados! Então ...!" Ela não pensou muito; apenas disse honestamente o que vinha em sua mente.

"Tch, tudo bem. Não tenho nada a fazer com esses óculos no estado em que estão, pegue-os e me deixe em paz!"

Gareki bradou, sem jeito devido à situação e insistência da outra. Ele já havia visto Tsukumo daquele jeito antes? Não, provavelmente não. Ele com certeza iria se lembrar de algo assim.

A combatente pegou os óculos de proteção da mão do garoto. Eles não pareciaam estar assim tão ruins. As alças para ajustar na cabeça estavam completamente perdidas, mas como seu mecanismo e aparência se assemelhavam ao de uma cinta, Tsukumo acreditava que não deveria ser algo tão complexo assim de se fazer. A garota precisou segurar o riso: Gareki pode ser um especialista em bombas e mecânica, mas não era capaz de arrumar algo tão simples quanto seus próprios óculos.

Tsukumo despediu-se e foi para seu próprio quarto. Decidida a terminar os óculos tão rápido quanto fosse possível, precisava aprender como fazê-lo logo.

Nos dias que se seguiram, Gareki ainda estava um pouco mais mal-humorado do que o seu normal. Tsukumo estava fazendo o melhor que conseguia com os óculos, e acreditava estar fazendo um excelente trabalho, até ele ficar tal e qual ela costumava ver na cabeça do outro. Lembrou-se do Gareki sempre usando aqueles óculos desde que ele e Nai entraram no navio pela primeira vez, e pensou em quanto tempo ele o tem usado antes mesmo de conhecê-la. Para Tsukumo, parecia algum tipo amuleto da sorte importante que, provavelmente, detém todos os tipos de memórias para ele. Era como um tesouro; e agora, estava sob seus cuidados.

Quando Tsukumo terminou, ela pediu a Nai para trazer Gareki para o seu quarto. A jovem se sentou na cama e esperou até baterem em sua porta.

"Ei, foi você que me pediu para vir aqui, então ao menos abra essa porta estúpida!"

Tsukumo deixou Gareki entra e ofereceu a ele sentar em sua cama, uma vez que não havia nenhuma cadeira ali. Era um tanto estranho ter um garoto em seu quarto, o que fez suas bochechas ficarem ligeiramente coradas, coisa que ela disfarçou buscando imediatamente os óculos da pequena mesinha ornamentada no canto do quarto.

"Bem, eu acho que eles ficaram bons agora ... mas é você quem deve decidir isso." - Disse a garota, se aproximando de Gareki e lhe entregando o objeto.

O garoto parecia paralisado enquanto examinava o seu trabalho e Tsukumo começou a pensar se havia cometido algum erro grosseiro. Por fim, ele mostrou um pequeno sorriso.

"Hm, então você realmente consegue fazer algo assim? Bem, eu não esperava por isso, depois daquela coisa horrivelmente distorcida que você e o Nai chamavam de niji." - Gareki disse e afagou levemente os cabelos da outra, de forma semelhante à que ela já havia visto o garoto fazer com Nai.

"Espere, ainda não sabemos se ele serve direito."

Tsukumo pegou os óculos de proteção e cuidadosamente colocou-os sobre a cabeça de Gareki, ajustando o tamanho. Quando terminou, notou que estavam perfeitamente presos.

“Ficou bom, eu acho. "- disse ela, tentando não demonstrar o orgulho que sentia de ver o fruto do seu esforço.

"É mesmo", Gareki concordou. "Acho que eu deveria voltar agora. Você sabe, o maldito quatr-olhos pode querer me matar por estar aqui no seu quarto."

"Você pode estar certo, Hirato é uma boa pessoa, mas pode ser muito rigoroso sobre algumas coisas."

"Sei. Bem, boa noite. E valeu pelos óculos."

Gareki virou-se e acenou com a mão para a garota atrás dele, que acenou de volta. De repente, ela levantou-se, foi até o outro e lhe deu um beijo no rosto.

"Gareki-kun, me avise se algo assim acontecer de novo. Eu vou ajudá-lo."

Não houve resposta. Gareki apenas corou e apressou-se para voltar logo para seu próprio quarto.

--

(Mesma noite, quarto do Hirato)

"Oh, isso é verdade? Gareki-kun estava no quarto da Tsukumo?"

"Sim, e ela o beijou depois disso, baa"

"Isto sem dúvida é algo de que devo cuidar pessoalmente. Ovelha, você poderia trazer este menino travesso aqui, agora? Creio que ele precise de um pouco de disciplina para estar neste navio."

“Entendido, baa”

"Obrigado pelo trabalho duro."

Depois de alguns minutos, uma legião de ovelhas e todo tipo de xingamento sendo procramados por Gareki podiam ser ouvidos nos corredores do segundo navio. Ninguém se atrevia a perguntar o que estava acontecendo.


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