Heiress. escrita por minatozaki


Capítulo 4
Camp.


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Demorei neste, não? É, eu avisei vocês.
No more delongas~~



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Estávamos no carro, nós três – eu, Bia e Kevin – indo em direção ao orfanato. Kevin estava ao volante, Bia no banco de trás, dormindo e eu estava no passageiro, olhando pela janela.

Eu estava pensando em meus amigos. Eu prometi que iria visita-los, e eu demorara mais de quatro semanas para fazer isso. Alice deveria estar triste, mas com certeza, não estaria desanimada. Ela adorava o orfanato. Homer deveria estar lá ainda, conversando com Kate sobre assuntos variados. Kate deveria estar desenhando, esse é um hobby dela – ela desenha muito bem. E a Sra. Monique deveria estar raivosa, como sempre, e em sua sala, ou fazendo contas, ou se trancando lá para não ter que ouvir os gritos das crianças. Sem contar que um deles poderia ser uma peça minha, e eu quero acabar com essa historia de peças o mais rápido possível.

– Você acha que há peças suas lá? – Perguntou Kevin.

– Não tenho certeza. Mas não quero ir lá apenas por causa disso. – Olhei-o. Ele se concentrava na estrada. – Tenho que reencontrar minha família.

– Nós somos sua família. – Respondeu revirando os olhos.

– Vocês é minha família adotiva. Eles são minha família de coração. E meus pais... Bem, não os conheço.

– Tudo bem então. – Disse com irritação na voz. – Farei como você quiser. Só espero que eu não esteja perdendo meu tempo.

Não o respondi. Aguentar o Kevin estava sendo um saco. Ele era irritante demais. E, o destino para ajudar, o fez ser a Ira em pessoa. Qual é?! Revirei os olhos e voltei meu olhar para a janela. Nada mais foi dito durante o caminho inteiro.

Logo chegamos ao orfanato. Era um dia frio, então não tinha nenhuma criança no quintal. Kevin estacionou o carro e disse que acordaria a Bia. Concordei com a cabeça e corri até a entrada, eu queria ver meus amigos.

– Olá pessoal! – Exclamei, abrindo a porta e vendo todos lá, felizes, brincando, cantando, se divertindo. Era disso que eu sentia falta. Era disso que minha vida era feita.

– Lize! – Todos exclamaram. Logo muitas crianças baixinhas abraçaram minhas pernas, algumas na minha cintura, e eu fiquei ali, rodeada de criancinhas. Dentre uma delas, estava Alice.

– Lize, eu estava com saudades! – Ela já choramingava, como sempre. Todos se afastaram, e eu foquei minha atenção em Alice. – Eu já achei que você não viria mais me ver.

– Que bobeira, Alice! Não diga mais coisas assim.

– Olha quem resolveu nos visitar! – Exclamou uma voz conhecida. Homer. – Saudades de você, Elizabeth.

– Homer! – Abracei-o feliz. – Eu estava com saudades também. Aliás, onde está a Kate?

– Aqui – Desfiz meu abraço com o Homer e a vi, sorrindo, no meio da sala. – Eu também pensei que você não iria vir nos visitar.

– Kate! – Abracei-a. – Você e Alice têm uns pensamentos horríveis, não? Eu apenas tinha uns assuntos estranhos para resolver.

– Assuntos estranhos? – Desfez-se do abraço.

– Oi pessoal! – Bia adentrou a sala, sorridente, logo seguida de Kevin, que apenas acenou com a cabeça. – Sou Bianca, a irmã da Lize. E esse é o Kevin, nosso irmão mais velho.

– Oi! – Todos responderam em conjunto.

– Então essa é sua família? – Cochichou Kate.

– Kevin, Bia, esses são Homer, Kate e Alice, meus amigos do orfanato – Apresentei-os. – Homer, Kate e Alice, esses são Kevin e Bia, meus irmãos adotivos.

Eles se cumprimentaram devidamente e começaram a conversar, como se já se conhecessem á tempos. Bia, do nada, me puxa para um canto. E então, sussurrou:

– Encontrou alguma peça?

– Não me importei com isso no momento. Por quê?

– Eu encontrei – Sorriu.

– Quem é?

– A pequena loirinha ali – Apontou para onde estávamos.

– Alice?

– Essa mesma! Então, ela tem a marca no antebraço direito. Você não tem conferido seu colar?

– Eu me esqueço dele...

– Lize! Você não quer suas memórias de volta? Seja mais responsável!

– Eu não quero me importar com isso agora, está bem? – Suspirei. – Bem, será fácil conquistar Alice. Afinal, ela é uma criança.

– Não subestime os pecados, Lize. Eles podem ser bem mais do que aparentam ser – Sorriu, e então pegou meu colar, olhando-o. – Hum, vejamos... Ah. Ela é a gula.

– Gula? A Alice? Duvido. Ela nunca foi de comer muito – Eu disse, tendo vários momentos nostálgicos de quando Alice chegara ao orfanato. Ela sempre rejeitava as comidas, e se comia, era apenas no almoço.

– Bem, veja você mesma. – Mostrou-me o colar. As luzes Ira, Preguiça e Gula estavam acesas. – Á princípio, é a Alice.

– Mas-

– Não, Lize. Você esqueceu? Nós, peças, temos duas personalidades. Nós escondemos nossos pecados, até encontrarmos nossos herdeiros. Provavelmente a Alice não sabia direito o que estava acontecendo com ela, e então escondeu isso de todos. Por isso você não deveria saber.

– Entendi – Suspirei. Como eu não suspeitei da Alice? – E então, como posso conquista-la?

– Não sei. Há muitas formas de conquistar crianças. Bajulação, confiança, amizade, amor... – Disse pensativa. – Ah, compre um presente para ela. Afinal, ela já tem total confiança em você, não? Então apele para a bajulação.

– Farei isso. E depois de conquista-la, o que eu faço?

– Nós a adotaremos. É melhor você ficar com todas suas peças juntas.

– Tudo bem. Eu o farei.

Voltamos para a “rodinha” e conversamos normal. Fiquei encarando o antebraço direito de Alice, e percebi bem camuflado na pálida pele de Alice, a marca. Ah, Alice... Eu nunca lhe imaginaria um pecado. A Kate até vai, mas a Alice? Bem, há tudo nesse mundo.

Ficamos mais um tempo no orfanato, a Sra. Monique preparou um lanche para todos, e foi nesse meio tempo, que consegui chamar a Alice para meu quarto. Ou melhor, meu antigo quarto.

– O que foi Lize? – Perguntou inocentemente. – Aconteceu algo?

– Alice, está vendo essa marca? – Peguei seu antebraço e a mostrei. Ela arregalou os olhos, corando levemente.

– Isso apareceu há um tempo... Não sei o que é.

– Eu sei. Você é minha peça, Alice.

– Peça? – Expliquei-a toda a história. Ela ouvia atentamente, quase sem piscar os olhos. Para uma criança, ela até que entendeu direito. – Então... Vocês irão me adotar?

– Sim. Mas apenas se você colaborar – Sorri.

– Eu confio em você, Lize. Isso já não é o suficiente?

Peguei o colar. A luz da Gula estava acesa. O pequeno coração, do meio, estava cheio até a metade. Isso é um bom sinal.

– Parece que não, pequena. – Abracei-a. – Terei que lhe conquistar de outra forma.

– E-Eu não queria ser um prejuízo para você, Lize! – Abraçou-me com força e começou a chorar. Parece que esse assunto a incomodava. – Sinto muito! Eu farei de tudo para você me conquistar!

– Alice, mantenha a calma... – Acariciei suas pequenas madeixas louras. – Isso não importa. Veja pelo lado bom: você finalmente terá uma família. E, além disso, é uma ótima família! Você terá três irmãos! Eu, a Bia e o Kevin. Isso já não é bom para você? Você ganhará amor. Confiança. Você terá a nós.

Ouvi um barulho de liquido batendo-se contra algo. Estranhei, mas não dei muita bola. Alice, depois de chorar muito, desfez-se do abraço, gentilmente. Olhei meu colar, e o coração estava cheio. Gula estava totalmente com cor, e os outros pedaços continuavam sem vida; sem cor. Eu... Havia conquistado a Alice?

Peguei o antebraço de Alice – que ainda secava algumas lágrimas – e vi sua marca, que antes era branca, totalmente preta. Palavras. Conquistei-a com palavras.

– Alice, você... – Ela não estava mais chorando. Seus olhos, que antes eram verdes, agora estavam vermelhos. Eu não sabia o porquê. Ninguém havia me falado nada sobre isso. – Eu lhe conquistei Alice.

– Ué...? Isso é bom, não é, Lize?

– Claro que sim! Você é a primeira peça que eu consigo conquistar. Fico feliz que você tenha sido a primeira, Alice – Sorri. – Agora vamos voltar com os outros, certo? Em pouco tempo você irá voltar comigo, conosco, para a minha casa.

– Sim!

Voltamos para o pessoal e chamei a Bia em um canto, sussurrando, informei-a:

– Palavras. Conquistei-a com palavras – Sorri.

– Essa é nova. É melhor anotar – Ironizou.

– Ah, me diga uma coisa. Porque os olhos da Alice ficaram vermelhos?

– Eles ficaram vermelhos? Eu não sabia dessa...

– Então você não sabe por que isso acontece?

– Não. Sinto muito. Mas isso deve ser só para mostrar que a peça foi conquistada, ou algo assim – Deu de ombros.

– Espero que sim... Ah, sim. Vocês irão adotar a Alice?

– Sim! Vou fazer o Kevin preencher a papelada já. Ah, é melhor você se despedir disso tudo aqui.

– Por quê? – Franzi o cenho.

– Nós iremos nos mudar o quanto antes.

– Por quê?!

– Porque, quanto antes fugirmos do alcance de nossos pais, melhor será para todos, não acha? – Colocou as mãos na cintura. – Sem contar que agora teremos Alice conosco. Será esforço redobrado.

– E para onde vamos?

– Para o acampamento em que eu e Kevin descobrimos sobre o que são Pieces, Heiress e Hunters.

– Você não tem mais detalhes?

– A cidade é á uns 200 km daqui. Lá tem um velho senhor, que nos ensinou tudo. Ele é um caçador, mas se “aposentou”. Não caça mais peças. Eu e Kevin não lembramos como o encontramos, apenas aconteceu. Lá é bem legal, você e Alice vão gostar.

– Ele é confiável, então?

– Muito – Sorriu. – Sinto saudades dele. Ah, é. Esqueci-me de lhe dizer. Lá é um acampamento exclusivo para peças.


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Notas finais do capítulo

Tan, tan, taaaaan!
Quem sabia que a Alice era uma peça levanta a mão! *mãozinhas levantadas*
E aí, gostaram da Alice sendo uma peça? E o que acharam dessa ideia de todos irem para um acampamento? Deixem suas opiniões nos comentários!
Para o próximo, tentarei não demorar. Eu poderia ter feito este capítulo no final de semana, mas o mesmo estava muito cheio, então, sem chances. x:
Acho que, se der, essa semana sai o capítulo cinco! YEY.
Beijos,
Nyaa!



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