O acaso escrita por Amanda Araújo


Capítulo 5
Cretinos! Os homens são todos uns cretinos!


Notas iniciais do capítulo

Bom, tô tentando fazer capítulos mais longos amores! Xoxo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/609601/chapter/5

Ao acordar, tomou um longo banho matinal e pegou no guarda-roupa uma blusa dos beatles que amava, uma calça jeans e as botinhas de sempre. Arrumou todo o quarto e foi para a janela, dá uma olhada no céu, onde apenas um sol fraco atrevia-se a aparecer. Olhou para a janela da casa a sua frente, em busca de um lindo par de olhos, quais não ousaram aparecer, mas ela tinha um vago pressentimento de que ele estava a encarando por detrás das cortinas — ai meu Deus, a Sophie neurótica resolveu aparecer mais uma vez — pensou, consigo mesma. Resolveu fechar a janela e descer as escadas, porquê não aguentava mais a barriga roncando.

Na cozinha, estava a mãe fazendo waffles e mais outras gostosuras que a filha amava.

— Hummm, que cheirinho bom. — disse Sophie, enquanto a barriga roncava — Parece que as minhas lombrigas também aprovaram, hahaha.

— Que bom que você gostou, filha. — disse a mãe, entre risos — E esqueci de te avisar! Vamos hoje fazer sua matrícula na escola nova. Portanto, trate de comer logo o café da manhã para irmos.

— Mas mãe, como assim? Aonde eu vou estudar? Nem conversamos ainda sobre isso! — respondeu, surpresa

— Não deu pra conversar, você saiu assim que ajeitou suas coisas ontem. E querida, você não pode ficar muito tempo sem estudar, temos que resolver logo a sua situação!

— Ok, mãe! Deixa eu comer.

Ao colocar as waffles na boca, Sophie lembrou-se como sua mãe cozinhava tão bem. Como ela poderia ter passado tanto tempo sem comer uma waffle?

— Mãe, tô pronta. Vamos? — disse, após terminar o café da manhã

— Agora!

Quando chegaram na frente do colégio, Sophie notou que ele era enorme e muito bonito, frequentado claramente por filhinhos de papai.

— Mãe, como você vai pagar esse colégio? — perguntou, curiosa, pois o salário antigo da mãe não daria para pagar nem a casa em que moravam atualmente

— Filha, eu disse pra você que a proposta de emprego que recebi era irrecusável. Eu irei ganhar o possível pra termos uma vida agradável, sem precisarmos nos preocupar.

— Nossa mãe, tô de queixo aberto. Quando começar seu trabalho eu quero ir lá pra conhecer, posso?

— Claro querida, mas vamos entrar? Estamos atrasadas!

— Mas mãe, não sei se vou me acostumar nessa escola cheia de patricinhas e mauricinhos! — resmungou fazendo bico

— Calma Sô, você nem sabe se aí só tem pessoas desse tipo! Avaliei bem as escolas daqui antes de escolher essa. Agora sem mais delongas, vamos!

Ao descerem do carro, subiram as escadas que as levavam ao portão principal. Entraram e já havia uma mulher as esperando para levá-las a sala da diretoria. Após andarem por vários corredores, chegaram a sala. Nossa, ela perderia-se fácil ali. Entraram e deram de cara com um senhor magro e um pouco velho, mas não idoso. Ele pediu para que elas se sentassem e sua mãe começou a conversar com ele. Sophie tentava acompanhar a conversa, que era em inglês, já para tentar se habituar com a idéia de não poder falar em português.

Apresentou-se para o senhor e após longas conversas e burocracias, ele as guiou para fora da sala para que pudesse mostrá-las as estruturas do local. Havia sala de música, sala de teatro, uma quadra enorme, corredores imensos onde ela facilmente iria se perder, e claro, havia um refeitório enorme. As salas de aula eram espaçosas e as carteiras eram duplas, coisa que não havia em sua antiga escola.

Na volta a sala da diretoria, ela viu algumas alunas caminhando nos corredores e logo notou que eram um projeto de patricinhas que ela tanto vira em filmes estrangeiros. E um pensamento veio a sua cabeça: ela nunca seria ou desejaria ser como aquelas garotas, metidas a descoladas e patricinhas! Ao entrarem, o senhor Johnson deu uns papéis para a mãe assinar e despediu-se delas.

Ao entrarem no carro, a mãe perguntou a Sophie:

— E aí filha, o que você achou?

— O colégio é muito bonito e bem diferente do que eu frequentava. Há aula de teatro e música, coisa que eu sempre desejei fazer. Agora o que ainda me incomoda é o fato de ter que dividir minha carteira com algum mimadinho ou mimadinha.

— Mas você não sabe se..

— Mãe, você viu o tipo de gente que frequenta esse colégio enquanto voltávamos para a sala do senhor Johnson — interrompeu a filha — e eu não vou suportar ter que fazer dupla com algum ser asqueroso como aquele!

— Como eu estava dizendo, você não sabe se só existem meninas como aquela nesse colégio! E vamos parar com essa discussão, você vai estudar aí e fim de conversa.

Foram o caminho todo caladas. Chegaram em casa e quando Sophie estava subindo as escadas, a mãe quebrou o gelo:

— Filha, não quero que você fique com raiva. Eu apenas quero seu bem!

— Eu sei, mãe, apenas fiz tempestade em copo d'água. Desculpa!

— Tudo bem, querida.

Sophie tornou a subir as escadas e entrou no seu quarto, a fim de ligar para a amiga. Tentou, mas Julie não atendia. Só depois de muitas ligações, Sophie lembrou-se que naquele horário a amiga provavelmente ainda estaria na escola. Desistiu e abriu uma aba em uma rede social para fuçar a vida dos seus amigos. Ao olhar o feed de notícias, deparou-se com uma foto que desejava não ter visto: o ex, Felipe, com uma garota chamada Natasha, a qual sempre deu encima do garoto. Sem acreditar no que via, Sophie piscou os olhos, na tentativa de mudar o que via, porém, a foto continuava exibida tela: os dois aos beijos numa festa. Não fazia nem uma semana que ela havia ido embora e ele já estava com outra. Agora tudo fazia sentido: ele preferiu terminar com ela porquê já havia em vista a garota. Ela não conseguia acreditar. Caiu aos prantos e na sua cabeça só via lembranças dos momentos que vivera com o cretino. Após tanto choro, caiu num sono profundo e nem notou. Acordou após algumas horas com a mãe alisando seu cabelo.

— Querida, tudo bem? Você dormiu desde às dez da manhã e já são seis da tarde. Tentei te acordar, mas você parecia uma pedra!

— O quê? Já são seis horas?

— Sim filha. O que houve? — perguntou ela, com rugas de preocupação entre as sobrancelhas

— Ai mãe, você não acredita no eu vi na internet. Uma foto do Felipe beijando outra menina! Eu não estou acreditando nisso. — respondeu, caindo no choro mais uma vez

— Como assim? Eu não acredito! Vocês namoraram por tanto tempo e ele mal esperou você sair e já arranjou outra? — perguntou, surpresa

— Também não consigo entender, mãe. — disse entre soluços — Eu odeio ele, odeio todos os homens!

— Calma filha, também não é assim.

— É assim sim mãe. Eles são uns cretinos. Todos eles! — gritou, em meio a soluços

— Sophie, calma! É normal, ele foi seu primeiro namorado, mas você vai superar. Ainda mais agora que você vai conhecer gente nova! O tempo vai se encaminhar de fazer tudo, querida.

— Tá mãe, obrigada!

— Agora trate de ir comer e tomar um banho. Depois cama, porquê você tem aula amanhã cedo!

Após o banho e o jantar, ela voltou pro quarto e foi para a varanda. Olhou mais uma vez para as estrelas, pensando em tudo que aconteceu em sua vida durante esses últimos dias. Chorou mais um pouco. Depois, lembrou da escola, das patricinhas que teria que aguentar e lembrou que teria que dividir a carteira com alguém. Contato social logo no primeiro dia? Ela merecia! Já quando ia entrando de volta pro quarto, olhou para a janela a sua frente e deparou-se novamente com o dono do par de olhos que a observou na noite anterior. Dessa vez ele não se escondeu. Ela o observou bem ao clarão da lua. Ele era lindo, não de uma forma comum, mas diferente. Possuía um quê de mistério e olhos claros e intensos. Era um pouco forte, mas não musculoso, e tinha rebeldes cabelos escuros. Deu um meio sorriso, de enlouquecer qualquer garota, e entrou para o seu quarto. Ela ficou parada, sem reação. Realmente tinha um vizinho gato. Que sorte! Mas espera, o que estava pensando? Não, ela não podia e não queria se envolver com ninguém depois dessa decepção. Ela devia lembrar que todos os homens são uns cretinos. Todos!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. PS.: Não revisei o cap, então pode conter alguns errinhos. Xoxo :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O acaso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.