Heartbeats escrita por BibiBennett


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi people!
Primeira fic da categoria, acho, já que eu que pedi pra colocarem aqui e tudo mais(oq provavelmente vai resultar na one-shot ficando esquecida na categoria vazia, mas tudo bem), espero que gostem!
Fiz a one mais pra testar as águas no novo fandom(que mesmo sendo no universo da Marvel ainda é bem diferente do usual) pra uma possível futura fic que tenho em mente, e pra falar um pouco desse casal lindo s2
E... É isso, obrigada por ler!



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Tudo começou com as batidas de um coração.

Não um coração qualquer, não como as centenas de milhares de batidas que ele ouvia todos os dias a partir do momento em que acordava de manhã. Era um ritmo que ele gravou na memória desde o primeiro momento em que o ouviu, jogado e quase morto em uma lixeira em prédio que depois daquela noite se tornou um refúgio, um dos poucos lugares onde ele podia ser honesto com alguém.

Depois das batidas veio uma respiração, uma voz, passos andando depressa em sua direção. Ele não conseguiu distinguir muito mais antes de sucumbir ao sono que clamava por sua atenção depois de tantas lutas e ferimentos.

Matt estava cansado, e apesar de tentar prender sua lucidez na voz que incessantemente perguntava se estava acordado – o quê ele em condição nenhuma conseguiria responder –, foi impossível ficar acordado por muito mais tempo. De qualquer maneira, ele sabia de alguma forma que ouviria aquela voz novamente quando acordasse.

E ele ouviu, e como ouviu.

Claire.

Era o nome da portadora da doce voz que pediu para que ficasse acordado, e que o cumprimentou quando finalmente o fez. Seu nome, compartilhado por tantas pessoas, clientes – não necessariamente os dele –, pessoas que passavam por ele na rua e cumprimentavam seus amigos, ecoou de forma surpreendentemente única por sua mente quando foi pronunciado.

Só que o coração de Claire já não se encontrava no mesmo ritmo anterior, no primeiro que havia escutado. Agora já era mais rápido e assustado, e por isso ele a reassegurou de que estava fazendo o certo, de que era o homem na máscara preta que ela havia ouvido falar.

As batidas de seu coração não eram as únicas coisas diferentes por ali. Os sentidos de Matt já estavam de volta à ativa enquanto ele aos poucos recuperava suas energias, e ele pode observá-la melhor. Bem, não exatamente observá-la, isso seria absurdo, mas a junção de seus sentidos formava uma imagem em sua mente que ele certamente nunca iria querer apagar. Claire, a corajosa mulher que havia o salvado e cuidado dele enquanto podia muito bem tê-lo entregado para as autoridades mais próximas era linda, em mais de uma maneira.

Um aborrecido Foggy brotou em sua mente, como muitas vezes antes reclamando e perguntando como ele sempre podia saber quando uma mulher era bonita. Ele certamente faria tal pergunta caso a conhecesse.

E então o falso policial bateu na porta, e o vigilante se pôs em ação novamente.

O moreno não queria que ela visse o quê faria, mas aquilo era mais importante no momento, ele precisava das informações que o homem guardava, precisava salvar a cidade de Fisk – não que ele já soubesse o nome dele naquele momento.

No fim, a ajuda dela acabou sendo crucial naquele momento, e em muitos outros depois daquele. Foram tantas as vezes em que ele se machucou e precisou da ajuda dela, que Matt se pegou pensando em como ele pôde ficar tanto tempo sem ela por perto.

Tudo bem, ele sabia fazer curativos, costurar machucados e limpar os respingos de sangue que secavam e grudavam em sua pele depois de alguma luta, mas e quando ele chegava em casa sem nem condições de andar direito? Não havia nada que o impedisse de sangrar até a morte, a não ser apertar o número 1 da discagem rápida e logo escutar a voz preocupada de Claire do outro lado da linha. Foi uma sorte imensa ele cair logo na lixeira dela na noite em que se conheceram, pois sem ela o moreno tinha certeza de que seus dias de vigilante teriam acabado há tempos, e ele não estava falando sobre se aposentar.

Nem aos poucos, mas não tão rápido demais, os dois se aproximaram, e não foi surpresa para nenhum deles. Claire era a única pessoa com quem Matt podia ser honesto sobre sua identidade, ou quase completamente honesto, já que ele ainda não havia lhe dito seu nome – ele quase se acostumou a escutá-la chamando-o de Mike –, e a enfermeira partilhava seus ideais. Sim, os dois algumas vezes podiam discordar dos métodos que Matt usava para adquirir suas informações, mas tirando isso eles se entendiam. Se entendiam mais do quê qualquer outra pessoa que conheciam, e a cumplicidade que os dois foram criando durante as incontáveis noites em que Claire costurou as feridas do vigilante, em tempo recorde começou a se tornar algo mais – não que qualquer um dos dois admitissem.

Então, quando a sequestraram e Matt ouviu os gritos da morena ao telefone, ele correu como nunca havia antes até o prédio da moça, e grunhiu em frustração ao perceber que não foi rápido o suficiente. Ah, mas ele não iria desistir ali, não ia mesmo, Matt não ia deixar que mais um morresse por sua causa, especialmente Claire.

Usando suas habilidades, ele se concentrou nos arredores, certo de que quem quer que estivesse a enfermeira ainda estava na área, e não parou até encontrar uma pista.

Focado, ele procurou ter certeza de que faria tudo rapidamente, de que Claire não seria pega no fogo cruzado se houvesse– quando houvesse a troca de tiros.

Os russos estavam armados, mas não foi o suficiente para detê-lo. Ele podia sentir o medo em seus corações acelerados, assim como a específica batida assustada de Claire, o sangue e machucados em seu rosto e o alívio que o suspiro que saiu por sua boca evidenciou. Tudo isso o deu ainda mais força para lutar.

Ele derrubou cada um deles, e seguiu as batidas do coração de Claire até envolvê-la em um abraço apertado. Matt a guiou para fora dali e juntos eles foram até sua casa, e dessa vez era a vez dele de cuidar dela, como fazia com seu pai há quase uma vida atrás.

Os pensamentos na cabeça do moreno estavam conturbados, ainda era difícil esconder a culpa que sentia por ser o responsável pelos machucados que agora cuidava no rosto de Claire.

Quem diria que em alguns minutos ela apagaria por alguns instantes tal preocupação, quando seus lábios se selaram aos dela naquele final de noite. Quando eles se separaram, pensamentos completamente diferentes preenchiam a mente do vigilante.

Matt gostava dela, isso havia ficado óbvio, e escutando as batidas do coração da morena ele podia dizer que ela sentia o mesmo, mas o quê ele faria a seguir? Ele podia deixar as coisas fluírem, deixar Claire entrar cada vez mais em sua vida, e no fundo era isso o quê ele queria, mas a que custo? Se algum dia seus inimigos descobrissem sua identidade, e fossem atrás daqueles que ama, o quê fariam com ela? Talvez o fato de terem a sequestrado naquele dia fosse um aviso do universo dizendo para ele ficar longe.

Mas como ele se afastaria, se Hell’s Kitchen precisava dele tanto quanto ele da enfermeira?

Acabou que a decisão do afastamento foi dos dois, e apesar de nenhum deles ficar completamente feliz com isso, era o certo a se fazer no momento. Ele não podia se focar completamente em ser o vigilante que a cidade precisava se fosse engatar num relacionamento com Claire, aquela não era a hora.

E por um bom tempo, Matt pensou que a hora nunca chegaria.

Havia se passado dois meses desde que Fisk havia sido preso – bem, preso pela segunda vez –, e a vida dos moradores de Hell’s Kitchen estava aos poucos mudando para melhor.

Sim, ainda havia criminalidade, até porque com a queda de um rei, diversos aspirantes tentavam tomar seu lugar, e por algum tempo Matthew – ou como os jornais diziam, o Demolidor – teve muito trabalho em conter tais criminosos, mas o clima no local já era outro. As pessoas sorriam mais nas ruas, os casos de homicídio diminuíram drasticamente e a violência não foi totalmente contida, mas foi diminuída.

Hell’s Kitchen havia perdido o ar pesado que lhe foi por muito tempo característico, e Matt sentia que a hora havia chegado – ou pelo menos esperava.

Enquanto andava calmamente até a entrada do hospital, onde sabia que a encontraria em alguns minutos ao acabar seu turno, ele quase pensou em dar meia-volta, em andar todo o caminho que fez até ali e passar a noite revisando um de seus casos no escritório, mas respirou fundo e balançou a cabeça para afastar tais pensamentos.

E bem, que mal faria tentar? Na pior das hipóteses, não seria a primeira rejeição que ele havia levado na vida, e ele ainda podia continuar sendo amigo de Claire.

Não demorou muito para ele escutar as batidas do coração da enfermeira em seu particular ritmo no fim do corredor, e ele teve que conter o sorriso que ameaçou surgir em seu rosto assim que ela o avistou entre os médicos e pacientes da recepção e tal ritmo aumentou consideravelmente.

— Matt? — Claire perguntou surpresa, franzindo o cenho enquanto se aproximava, um pequeno sorriso logo surgiu em seu rosto.

— Boa noite. — Respondeu ele, assentindo em forma de cumprimento.

A morena olhou em volta confusa.

— O quê veio fazer aqui? Você não parece doente, nem precisando da minha ajuda... — Disse ela analisando-o.

— Oh, não, eu não estou doente. — O advogado limpou a garganta antes de continuar. — Eu vim ver você.

Bem, a sua resposta certamente pegou Claire de surpresa.

— Ah. — Foi tudo o quê ela conseguiu responder durante algum tempo.

— Bem, não ver você, mas eu acho que você entendeu. — Brincou ele quebrando o silêncio, foi o suficiente para Claire se recompor.

— É, eu entendi. — Ela riu, ajeitando a bolsa em seu ombro. — Meu turno acabou agora e eu estou faminta, e você provavelmente já sabia disso, então se você tem alguma coisa planejada...

— Yeah, eu estava esperando que você dissesse isso. — Matt confirmou os pensamentos da enfermeira, tirando do bolso duas reservas para um chique restaurante japonês que Karen havia recomendado na semana anterior. — Gosta de comida japonesa?

Era um risco, ele sabia, e durante toda a semana em que esperou para convidar Claire para jantar, com as reservas sempre em mãos, ele realmente pensou que acabaria comendo sozinho, mas quem seria ele se não corresse riscos?

— Matt Murdock, você está me convidando para um encontro? — Claire perguntou, levantando uma de suas sobrancelhas com um sorriso de lado no rosto.

— Sim. — Ele assentiu. — Sim, eu estou.

— Bem, então quem sou eu para recusar?


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostou? Se sim, por favor não se esqueça de deixar um comentário na caixinha feita pra isso! Se não gostou, também pode fazer uma crítica construtiva, pq eu as adoro s2
E eu sei que eu deveria estar focando em Eve(minha fic de Capitão América), que não posto tem algumas semanas, mas eu to bem empacada no capítulo... ;-;
Eeeenfim, é isso! Beijos e queijos :*