O reino das rosas. escrita por Lord JH


Capítulo 40
A caçada.


Notas iniciais do capítulo

Jennifer é convidada por Diana para participar de uma caçada bem assustadora e cruel.



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Era uma manhã quente e confortável, quando a pequena, inocente, e doce Penélope saiu de casa em busca de doces e farinha para a sua mamãe.

Apesar da guerra contra os imps, o reino das terras além da floresta continuava calmo e pacato como sempre foi.

Penélope era uma garota loirinha e de cabelos não muito longos com no máximo 5 ou 6 anos de vida. Filha de camponeses, a bela garotinha conhecia muito bem os caminhos e estradinhas da sua região.

A pequena garota já havia feito aquela mesma trilha pela estradinha da fazenda inúmeras vezes. E nunca havia se perdido ou temido o ataque de algum animal selvagem antes.

Porém, naquele fatídico dia, Penélope encontrou uma bela boneca de pano jogada no chão, no meio da estradinha de barro, em uma região próxima a um pequeno bosque, conhecido pelo povo local como bosque dos murmúrios.

Penélope ficou curiosa e extremamente maravilhada pela pequena boneca. Então, ao se abaixar e limpar o vestidinho branco do pequeno brinquedo, Penélope falou — Olá linda boneca! O que faz aqui perdida no meio dessa estrada?

Apenas esperando uma “coelhinha tola cair na estupida armadilha! ”  — Respondeu uma voz feminina que veio por trás da criança, antes de algo como um capuz ou um saco de fibra caísse por sobre o rosto da pobre menina.

No castelo, Jennifer acompanhava a Baronesa Margarete em um belo e delicioso chá com torradas, enquanto a jovem e brilhante inventora, falava — Eu mal consigo acreditar que eu realmente estou conseguido replicar o pó dourado. Logo, logo nós teremos pó suficiente para eliminar todos os imps.

É muito bom ouvir isso, esperta baronesa, mas eu tenho uma pequena pergunta... — Falou Jennifer antes de beber o seu doce e quente chá.

E qual seria, minha bela e curiosa Jennifer? — Perguntou Meg com o seu ar de arrogância costumeiro.

Como vamos aplicar o pó nos imps? — Perguntou Jennifer de maneira sincera ao olhar nos olhos da jovem garota loira.

A resposta para isso é bastante simples, minha querida. Nós usaremos o ar! Nós podemos usar o Feliz, o pássaro vermelho gigante da Eli, e com eles espalharemos o pó dourado por todo o reino dos espinhos, matando e eliminando assim todos os imps. Isso, é claro, se a nossa amiga branca retornar! Você sabe dizer aonde ela foi? — Respondeu e indagou Meg com um olhar curioso para Jennifer.

Eu não sei. Me desculpe. A última vez que eu a vi foi no laboratório junto com você e Diana. — Respondeu Jennifer ao oferecer uma das pequenas torradas para Brown.

Meg: — Entendo. Bom, Diana deve saber onde aquela pombinha deve estar! As duas sempre foram bastante próximas.

Sim. — Concordou Jennifer meio sem jeito.

Por falar nisso eu ouvi dizer que você e a Di tem passado bastante tempo juntas enquanto eu trabalho sozinha no laboratório. O que vocês andam fazendo? — Perguntou Meg com certa desconfiança e um pouco de ciúmes no olhar.

Jennifer ficou um pouco nervosa com a estranha pergunta da Baronesa, e após beber um pouco de chá e engolir o doce gole da bebida quente, Jennifer respondeu — Nada demais, senhorita baronesa. Nós apenas conversamos sobre o reino, jogos, e Diana está me ensinando a montar cabras gigantes e a caçar ratos no escuro. Ela é muito boa com a flecha.

Meg desconfiou um pouco da resposta de Jennifer, mas concordou sobre as habilidades da jovem duquesa e falou — Sim. A Diana sempre foi muito habilidosa com o arco, mas não é do feitio dela ensinar garotas que ela mal conhece a lutar. Caso algum dia Diana tente fazer alguma coisa diferente com você, por favor me avise. Aquela garota é uma pessoa boa, mas as vezes tem algumas ideias que dão medo. Então, se algum dia ela ousar tocar ou fazer alguma coisa com você, eu peço para que por favor você me diga.

Naquele momento Jennifer pensou instantaneamente em contar tudo que havia acontecido para Meg, mas logo em seguida se lembrou de Luzia e do que aconteceria com a pobre mulher se Jennifer traísse a confiança de Diana e voltasse atrás com a sua palavra de libertar Luzia e de obedecer todas ás ordens de Diana por durante dois dias e duas noites.

Aquele era o último dia do contrato, pois no dia anterior, Jennifer serviu como escrava de Diana durante o dia todo.

A duquesa fez a pobre garota azarada lhe servir o almoço e o jantar, á fez lavar, secar e separar as suas roupas, dentro de seu próprio quarto e banheiro, e fora as massagens corporais e as escovadas e limpadas no longo cabelo ruivo, a princesa perseverante ainda fez Jennifer tomar um longo e exagerado banho junto com ela; e brincou bastante com a pobre garota azarada enquanto a mesma estava sentada em seu colo.

Diana fez a garota azarada jurar que não contaria nada sobre aquilo a ninguém. Jennifer aceitou e logo depois foi obrigada a dar um belo e longo banho em Diana; e também foi obrigada a banhar-se na beira de um rio durante o dia e depois um de lago durante a noite, só porque Diana queria ver o belo e pequeno corpo nu de Jennifer, banhado pela luz da lua e do sol.

Porém, foi ao anoitecer que Jennifer sofreu o pior! Na hora de ir para cama Jennifer teve que obedecer todas ás ordens da duquesa e fazer tudo que a sádica garota ruiva lhe ordenasse. Somente após Jennifer já está totalmente cansada e humilhada, foi que a perversa duquesa ordenou que Jennifer deitasse na cama e fosse dormir, mas não sozinha, ou ao menos...  Não por muito tempo!

Diana foi até o Laboratório de Meg durante a noite, mas ao encontrar a baronesa adormecida a levou para cama de seu quarto e a deixou dormindo e descansando lá. E então, depois de dar um beijo de boa noite e despedida na testa da jovem baronesa, Diana retornou até o quarto de Jennifer, entrou, e trancou a porta com chave, e depois dormiu abraçada com a pequena e pobre garota azarada pelo restante da noite.

Então, enquanto Jennifer recapitulava tudo que havia acontecido no dia anterior, Diana entrou elegantemente pelo cômodo, e bastante suada por algum motivo, a duquesa pegou uma jarra branca cheia de água fresca e falou — Nossa, o dia mal amanheceu e vocês já estão falando mal de mim? O que eu fiz para merecer tanto ódio de vocês?

Jennifer estremeceu ao ouvir a voz doce e sedutora de Diana, mas após observar que Meg reabriu um enorme sorriso ao ver a sua amada, a garota azarada se acalmou e escutou — Mas o que é isso querida? Não estamos falando mal de você. Apenas gostaríamos de saber se você tem alguma noção ou a mínima ideia de para onde Eleanor, a nossa “convidada”, tenha ido? — Disfarçou Meg fazendo uma pergunta muito boa.

A pombinha foi visitar o Norte, você sabe como são esses “ nortistas! ” Saem um pouco do gelo, mas logo sentem saudade do frio e da neve. Mas não se preocupe! Logo ela estará de volta, eu garanto.

Meg não acreditou em nenhuma palavra sequer que saiu da boca da duquesa, mas para mudar de assunto, perguntou — E você? Por onde estavas a suar tanto?

Eu estava a cavalgar e a “caçar“ um pouco. Mas não tive sorte e só consegui capturar uma única coelhinha. Porém pretendo ir ao bosque proibido hoje á tarde para ver se tenho um pouco mais de sorte. Gostaria de me acompanhar na caçada, querida? — Respondeu Diana antes de sorrir, se sentar, e fazer um convite a Meg.

Meg: — Adoraria meu amor, mas estou ocupada com os estudos e a colheita do pólen dourado. Mas agradeço o convite e espero que você tenha bastante sorte em sua caçada.

Obrigada amor. Então talvez a senhorita Jennifer queira me acompanhar e me ajudar durante esta caçada. Se eu me lembro bem, você nunca caçou antes. Eu estou enganada Jennifer? — Perguntou Diana com aquele seu olhar provocador de sempre.

Não. Nunca cacei antes. — Respondeu Jennifer já sabendo que aquela seria só mais uma desculpa para mais torturas, abusos e humilhações derivados da duquesa escarlate.

 Mas querida, a Jennifer não aparenta ser uma garota que gosta de se sujar de lama e mato atrás de coelhos e outros roedores e animais sujos e fedorentos que você encontra nessas florestas e bosques escuros. — Indagou Meg com um pouco de ciúme na voz.

Hahahaha...  Não diga bobagens querida, segundo a própria Jennifer ela viveu meses, ou quem sabe até anos, em ambientes selvagens. — Falou Diana ao sorrir e olhar para a garota azarada esperando uma confirmação por parte de Jennifer.

Sim! Eu já morei em uma floresta antes...  Foram só por alguns meses ou semanas, mas eu acho que eu ainda me lembro de algumas coisas. —Respondeu Jennifer temerosa.

Está vendo? A garota é uma verdadeira guerreira e caçadora. Nós apenas temos que dar a ela uma chance. — Falou Diana com aquele sorriso vitorioso de quem tinha acabado de ganhar e finalizar a pequena discussão.

Então, que assim seja. Apenas garanta que vai me trazer a enviada da princesa viva depois dessa caçada. — Resmungou Meg ao se levantar mal-humorada da mesa.

Não se preocupe meu amor! Eu prometo que ela vai voltar inteira. Ou quase... — Respondeu Diana com um sorriso sádico e pervertido.

Meg deixou o salão sem dar quase atenção alguma para o ultimo comentário da duquesa, e depois de finalizarem a refeição, Jennifer e Diana partiram para a maior e mais perigosa floresta do reino das terras além da floresta. O bosque proibido!

Por que o nome deste lugar é bosque proibido? — Perguntou Jennifer assustada e preocupada com o nome do lugar.

É culpa dos moradores locais! Antigamente este bosque recebia o nome de bosque sombrio, pois as pessoas e moradores da região juravam que este bosque era assombrado por fantasmas. O medo deles era tanto que todas as pessoas que moravam em fazendas e campos de milho e trigo se mudaram para longe daqui. Desde então a floresta assustadora recebeu o nome de bosque proibido. — Explicou Diana ao pular da cabra negra gigante e ajudar Jennifer a descer do grande e enorme animal.

Jennifer estremeceu ao ouvir a lenda que rondava aquele lugar e ao olhar nos olhos azuis de Diana, perguntou — O que viemos fazer aqui? Por que não pudemos trazer o Brown com a gente?

Porque nós vamos caçar! Sua bobinha...  Não se preocupe. O seu cão está bastante feliz com o pedaço de perna de cervo que eu dei a ele. — Respondeu Diana ao preparar e examinar algumas flechas que seriam disparadas pelo seu arco.

Então nós vamos realmente caçar? — Perguntou Jennifer extremamente desconfiada.

Claro que sim! O que você achou? Que eu atrairia você para esta floresta para matá-la e depois cozinhar a sua carne em algum caldeirão de madeira? Ou você suspeitou que eu menti para a minha amada? Você acha que eu seria capaz disso, Jennifer?

Não. — Respondeu Jennifer acuada. — Eu não acho...  Eu tenho certeza de que você seria capaz disso. — Completou Jennifer com sinceridade.

Hahahaha... — Gargalhou Diana com a resposta de Jennifer. — Você é realmente muito esperta. Mas vamos parar de falar sobre a Meg antes que eu decida abandonar a caça aos coelhos e decida colocar você no lugar da presa.

Você não pode fazer isso! — Respondeu Jennifer confiante. — Você prometeu que eu voltaria viva para a Meg. Você não cumpre as promessas que faz? — Perguntou Jennifer com uma raiva profunda pela duquesa.

Diana observou a astucia e a força de vontade perseverante da garota azarada, e após sorrir um pouco e colocar o grande arco nas costas, a duquesa falou — Hum...  Você está ficando rebelde! E eu adoro quebrar garotas rebeldes...  Mas acho bom você lembrar que você ainda pertence a mim neste momento; e neste exato instante eu quero você em submissão! Então, cale essa sua boquinha ridícula e minúscula e me dê um pequeno beijo de boa sorte.

Jennifer pensou em recusar a ordem, mas logo lembrou-se da promessa que havia feito a Luzia e Diana, e se aproximou da duquesa que a recebeu com uma mão quente e carinhosa acompanhada por um breve e rápido beijo selinho na boca.

Diana finalizou o ato e ao começar a acariciar o rosto belo e macio de Jennifer, segredou — Você é tão doce...  Minha pequena e preciosa Jennifer...  Se eu pudesse manteria você presa em meu quarto ou porão eternamente.

Você nunca conseguirá. — Sussurrou Jennifer com raiva.

O que disse? — Perguntou Diana furiosa — Você duvida de minha coragem?

Não, minha duquesa. Apenas me lembrei que você falou sobre cozinhar em um caldeirão de madeira. E isto é impossível, pois a madeira pegaria fogo muito antes da água começar a cozinhar. — Respondeu Jennifer com esperteza.

Hêhehehe...  Eu gosto da sua esperteza Jennifer. Garotas como você costumam viver mais tempo do que as garotas tolas e burra.  — Elogiou Diana ao amarrar a Saly (Usando uma corda longa) em um tronco de arvore.

Obrigada, duquesa. — Agradeceu Jennifer em concordância.

Não quero a sua gratidão! Quero outro beijo. — Falou a duquesa antes de invadir os lábios da garota azarada novamente.

Então, depois do beijo, Diana e Jennifer andaram por um bom e longo tempo por entre as arvores, arbustos e moitas da floresta proibida.

No caminho Diana contou inúmeras historias e contos de assombração sobre aquela temida floresta, enquanto percorriam pelas estreitas, irregulares, tortuosas e pequenas trilhas do local.

Mas foi apenas quando Jennifer e Diana encontraram um belo cavaleiro sentado no meio da floresta, que a garota azarada percebeu do que se tratava, e qual era o doentio jogo, plano, e caçada da qual Diana havia planejado.

Ao lado do cavaleiro havia uma garotinha pequena, amarrada por cordas marrons e com a cabeça envolta por um saco de fibra que lhe servia de capuz.

Do lado do cavaleiro havia um belíssimo cavalo branco, enfeitado por selas e adereços caríssimos, enquanto o homem trajava apenas uma armadura normal com uma espada de aço e arco de madeira nas costas.

Minha senhora Diana! Achei que havia desistido da caçada. — Falou o cavaleiro ao se levantar e fazer uma reverencia a nobre duquesa.

Nunca, meu querido Caliot. Apenas me atrasei porque tive que trazer uma pequena convidada comigo. — Explicou Diana ao se aproximar do cavaleiro.

Oh, eu estou vendo. Então, como faremos dessa vez? Prosseguiremos com o plano? — Perguntou Caliot ao montar no cavalo.

Sim. Nós seguiremos o combinado. Você irá até a caverna atrás da cachoeira do riacho. Eu deixei um pequeno presentinho para você lá. Tente não matá-la, antes que completemos o jogo. — Falou Diana ao se aproximar da criança presa e caída no chão.

Sim, minha duquesa. — Falou o cavaleiro antes de montar no cavalo, dar meia volta e cavalgar para mais adentro da grande floresta.

Enquanto isso, vamos ver se a nossa coelhinha está bem e em condição de correr. — Murmurou Diana ao se ajoelhar e retirar o saco-capuz da cabeça da pobre criança.

O que é isso? Por que esta menina está presa? — Perguntou Jennifer preocupada.

Porque ela será a nossa presa hoje. Jennifer, apresento a você a nossa “coelhinha” do dia! Qual é o seu nome mesmo amor? — Perguntou Diana ao olhar nos olhos da pobre criança aflita.

Quem é você? Por que está fazendo isso comigo? — Perguntou a garotinha com os olhos cheios de lagrimas.

Não precisa chorar, doce criança. Trouxemos você aqui apenas para brincar um jogo. Mas para isso precisamos saber o seu nome. — Respondeu Diana com seu olhar sádico e sínico.

Pare! Você está assustando ela! — Gritou Jennifer com raiva da duquesa e pena da pobre garota.

Cale a boca Jennifer! Você está assustando a nossa pequena convidada. Então querida, qual é o seu doce e belo nome? — Perguntou Diana já perdendo a paciência enquanto soltava e libertava a garota das amarras.

É Penélope. — Respondeu a pequena menina assustada ao se levantar.

Penélope! Que nome lindo. Então, minha pequena, bela e querida Penélope. Eu, você e a minha pequena e querida amiga Jennifer vamos jogar um jogo bem divertido. O que você me diz? Quer jogar e brincar com a gente? — Propôs Diana com um falso sorriso de satisfação no rosto.

Eu só quero voltar para casa! Por favor eu não posso ficar aqui. — Argumentou Penélope nervosa e assustada.

Acho que você não está entendendo, Pe-né-lo-pe. Se você não brincar com a gente você nunca mais voltará para casa! Agora, eu vou perguntar novamente...  Você vai ou não vai brincar com a gente? — Perguntou Diana ao apontar e mirar o arco e uma flecha na direção da menina.

Não! Eu aceito. Tchunf! Não atire por favor... — Implorou a pobre menina ao ficar de joelhos no chão.

Pare! Você não pode fazer isso com ela! — Implorou Jennifer em desespero para Diana.

Eu já lhe disse Jennifer, mas vou lembra-la novamente. Você não tem nenhum direito, razão ou poder aqui! Então ao menos que queira tomar o lugar dela, cale a boca e obedeça.

Não! Eu não vou deixar você fazer isso com a Penélope. — Falou Jennifer ao ficar na frente da pobre garotinha que tremia e choramingava de medo.

Diana: — Oh, vejam só...  Nós temos uma verdadeira heroína aqui! Primeiro você abriu mão de sua liberdade para libertar a Luzia, e agora você quer abrir mão de sua vida para salvar esta coelhinha que você mal conhece?

Sim! É isto que eu estou fazendo. Se tiver coragem vá em frente e atire! Eu quero ver o que você vai fazer quando voltar para casa sem a enviada da rainha. — Ameaçou Jennifer com fúria e ódio no olhar.

Hahahaha...  Oh minha tola, doce e querida Jennifer... Acidentes acontecem! Principalmente em caçadas. Eu poderia simplesmente inventar uma história de que você caiu e se afogou no riacho e ninguém teria coragem de refutar a minha palavra. Mas mesmo assim, devo admitir que a sua coragem me comoveu; E por este motivo, eu vou permitir que você ajude Penélope a ganhar o jogo. — Falou Diana com um sorriso ardiloso.

Como assim? — Perguntou Jennifer desconfiada de alguma artimanha da duquesa.

Nós vamos fazer o jogo do jeito que ele sempre foi...  Porém, desta vez vou permitir que você ajude a Penélope a escapar. Não é justo? — Perguntou Diana com o olhar de prazer em chamas.

E como é esse jogo? — Perguntou Jennifer ainda desconfiada, mas com coragem suficiente para prosseguir adiante.

É simples! Eu serei a caçadora e vocês duas serão as coelhinhas. Eu caço e vocês correm! Se alguma de vocês ou vocês duas conseguirem atravessar o pequeno riacho que existe no meio desta floresta, vocês ganham! Se por acaso eu conseguir acertar alguma de vocês antes que vocês atravessem o riacho, eu ganho! Simples não?

Jennifer ouviu, mediu, e analisou cada palavra dita por Diana e após pensar um pouco, Perguntou — Sem truques ou trapaças?

Sem truques e trapaça! Eu prometo. — Jurou Diana ao colocar uma mão por sobre o peito e outra levantada ao ar.

Tudo bem! Quando começa? Você nos dará alguma vantagem? — Perguntou Jennifer ao segurar na mão de Penélope.

Sim! Eu contarei até 20 antes de ir atrás de vocês. E eu sugiro que vocês comecem a correr, pois eu já vou começar a contar. — Ameaçou Diana com um sorriso sádico.

Antes nos aponte a direção do riacho! E seja honesta e justa. Não minta! — Gritou Jennifer com coragem.

Tudo bem. É para lá! — Falou Diana ao apontar com o arco para uma direção.

Obrigada! — Falou Jennifer ao segurar com força na mão de Penélope e correr a toda velocidade com a pobre garota.

Então, depois de 10 segundos correndo (Que foram bem contados e memorizados pela garota azarada!) Jennifer parou de correr e segurou forte na mão de Penélope a fazendo parar de vez.

Por que paramos? Ela vai nos matar senão corrermos! — Exclamou Penélope assustada.

Calma! Ela não vai nos matar! Não se nós formos mais inteligentes e silenciosa do que ela. Então, pare de chorar e me escute! — Pediu Jennifer impaciente.

Penélope apenas engoliu o choro e concordou com a cabeça enquanto esperava ouvir a ideia de Jennifer.

Está vendo aquela pedra grande ali? Vamos para trás dela e lá troquemos de roupa rápido. Você entendeu? — Perguntou Jennifer extremamente apreensiva e nervosa.

Penélope: — Sim, mas...

Sem nada de “Mas”! Vamos! — Exclamou Jennifer ao pegar na mão da garota e arrastá-la para detrás da grande pedra.

Rápido! Tire e me dê as suas roupas. — Falou Jennifer enquanto se despia rapidamente.

Certo, mas isso não será arriscado para você? Ela pode não querer matar uma conhecida, mas se você usar as minhas roupas é você que vai estar em perigo! — Indagou Penélope com medo e preocupada pela nova amiga.

Não se preocupe! O principal é manter você segura do perigo de levar uma flechada. Agora cale essa boca e me ajude a retirar e vestir as suas roupas. — Falou Jennifer ao levantar o vestidinho de Penélope para cima.

Depois de, (literalmente), “trocarem” de roupa, Jennifer ordenou que Penélope prendesse o cabelo longo em um nó na frente do pescoço, para que vista detrás, Penélope ficasse bem mais parecida com a garota azarada.

Penélope assim o fez e perguntou a Jennifer se não seria melhor para as duas ficarem ali escondidas atrás da pedra.

Jennifer respondeu que não, pois sabia que só estariam salvas depois de atravessar o pequeno riacho do qual Diana lhe falara.

E como saberemos que este riacho sequer existe? E se ela estiver mentindo para nós!? — Perguntou Penélope caindo no choro baixo.

Não chore! Lembre-se que não devemos fazer barulho. E acredite, ela não mentiu, eu conheço ela bem mais que você, e ela não é mentirosa; E sim trapaceira. — Falou Jennifer enquanto se ajoelhava e rasgava a parte debaixo do vestido azul que ela emprestara a garota.

Pronto agora poderemos correr mais rápido. Você correrá sempre de costas para essa pedra! Eu correrei a sua esquerda, porém um pouco mais visível para Diana. Você me escutou? — Perguntou Jennifer enquanto rasgava o vestidinho verde da garota Penélope para lhe dar um pouco mais de velocidade.

Sim, escutei. — Respondeu Penélope um pouco mais confiante.

Jennifer: — Ótimo, seguremos o plano de correr até o riacho. Corra o mais rápido que você puder, ouviu?

Entendi! — Respondeu Penélope já se preparando para correr.

Não se preocupe Penélope! Eu estarei ao seu lado. — Falou Jennifer antes de correr e sair primeiro pelo lado esquerdo detrás da grande pedra.

Penélope seguiu o plano e correu logo em seguida, (Com a pedra gigante na direção traseira de suas costas!)

Jennifer sabia que Diana não estava longe, e logo a sua suspeita se confirmou quando uma flecha passou zunindo pelo ouvido da garota azarada vindo de alguma direção por trás das costas dela.

O plano havia funcionado, porém agora Jennifer teria que ser bastante rápida e habilidosa para sobreviver e desviar das inúmeras investidas de flechas atirada por Diana que corria e disparava velozmente há uma boa distância atrás da garota.

Jennifer então começou a correr em um pequeno e rápido ziguezague por entre as folhas de arbustos e as grandes e altas arvores da floresta.

Várias flechas acertaram os troncos das arvores e Diana tinha que parar de correr para recolhê-las. Jennifer por outro lado se aproveitava da demora de recarga e da velocidade de suas pernas magras e esguias para ganhar distância entre ela e a temível caçadora vermelha.

Porém, para o azar da garota azarada, Diana era bastante rápida, (Provavelmente acostumadas a outras caçadas anteriores!), e a cada segundo ganhava um pouco mais de vantagem, pontaria, e mira por sobre a garota azarada.

Então, ao chegarem em um trecho onde a floresta era mais larga e as enormes arvorem bem mais espaçadas, Diana teve uma visão linda e perfeita da garotinha de vestido verde correndo de costas para ela, e ao perceber que “Jennifer” estava correndo assustada e um pouco mais ao lado direito da garota, Diana preparou uma flecha e deu um tiro que ela consideraria perfeito em direção a pobre garota “Penélope”.

Porém, para o azar da duquesa e para a sorte de Jennifer, um misterioso vulto preto apareceu de repente, rápido como o vento e veloz como uma flecha, e em uma velocidade impressionante interceptou o disparo atirado por Diana, cortando a flecha alvejada pela duquesa ao meio como se fosse uma nobre e afiada faca ou espada.

Diana ficou confusa, porém o vulto fora tão rápido que não deu tempo para a duquesa distinguir o que era aquilo que lhe atrapalhava a sua caçada.

Diana correu e tentou alcançar a garota azarada novamente, mas todas as flechas que foram disparadas na direção da pobre garota de vestido verdes foram interceptadas e cortadas por este vulto estranho.

Jennifer não sabia o que estava acontecendo, mas também não parou para olhar para trás. A garota azarada apenas correu mais e olhou para o lado para ver se Penélope ainda corria segura a sua direita.

Então, após alguns segundos ou minutos de correria e perseguição exaustiva, Jennifer e as garotas finalmente avistaram o riacho, que ao contrário do que Diana lhe falara, não era tão pequeno assim, mas dava para ser atravessado sem precisar do uso do nado.

Jennifer correu o mais rápido que pôde e deu um salto tão forte e alto que mais parecia um pulo de um gato para pegar um pássaro no ar.

E após as duas garotas alcançarem a margem do outro lado do riacho, as duas meninas desabaram no chão, extremamente cansadas e exausta elas recuperavam o ar; Jennifer sentada e Penélope deitada de barriga para cima.

Do outro lado do riacho Diana olhava furiosa para as garotas, principalmente ao ver as roupas trocadas e perceber e deduzir que tudo aquilo fora um plano perfeito de Jennifer.

Você está louca? Eu poderia tê-la matado! Como você fez para as flechas não lhe atingirem? — Perguntou Diana furiosa enquanto atravessava o pequeno rio.

Eu não sei! Talvez eu seja mais rápida e mais esperta do que você pensa. — Respondeu Jennifer enquanto recuperava o folego.

Diana: — Nunca mais faça isso na sua vida! Ouviu? O que eu diria a Meg se eu voltasse com você flechada ou morta para casa?

Você poderia dizer que eu morri por acidente. Em todo caso seria uma mentira, pois seria culpa sua. — Respondeu Jennifer ao se levantar e ficar de frente para a duquesa.

Ah Jennifer...  Você é realmente uma garota muito esperta. — Sussurrou Diana ao olhar nos olhos esverdeados da garota azarada.

Sim, mas agora você tem que cumprir com a sua parte! Nós vencemos você e ganhamos no seu próprio jogo. Você tem que por obrigação e honra deixar a Penélope viva e partir para casa. — Falou Jennifer ao encarar os olhos azuis de Diana com uma espécie de fogo no olhar que a duquesa nunca vira em lugar algum.

Tudo bem! Eu sou uma pessoa honesta e verdadeira. Você pode ir para casa Penélope. Corra e vá! — Falou Diana com ódio no olhar.

Não antes que ela devolva as minhas roupas! — Gritou Jennifer ao se aproximar de Penélope e ajudá-la a se levantar. — Eu preciso delas e também não posso perder o broche que Wendy me deu.

Diana concordou e enquanto as duas garotas se trocavam, a duquesa falou — Você foi muito brava Jennifer, porém você não pensou que esta seria a única coelhinha que nós teríamos aqui...  Ou pensou?

O que você quer dizer com isso? — Perguntou Jennifer desconfiada das verdadeiras intenções da duquesa.

Ah...  Você sabe...  Existem muitos outros animais nesta floresta. Ao Norte seguindo o riacho por exemplo, existe uma caverna atrás de uma pequena cachoeira, lá você encontrará uma “Raposinha” que está muito preocupada se você chegará a tempo para salvá-la das mãos de Sir Caliot. — Comentou Diana com um sorriso malicioso no rosto.

De quem você está falando? — Perguntou Jennifer preocupada com a notícia.

Ah, você sabe quem é... Você passou uma noite toda aprendendo várias coisas ao lado dela. — Respondeu Diana com um sorriso sínico e pervertido no rosto.

Luzia! — Gritou Jennifer surpresa com a notícia. — O que você fez com ela? — Perguntou a garota azarada enfurecida.

Eu não fiz nada! Como pude? Eu estive atrás de você o tempo todo, não lembra?  O Sir Caliot por outro lado deve ter se divertido bastante com ela... — Segredou Diana com a sua voz fria e sedutora de sempre.

Sua monstra! — Gritou Jennifer antes de correr e seguir o rio rumo ao norte por onde ele desaguava em uma pequena cachoeira.

Corra rápido Jennifer! Ou a sua amiga estará com problemas! Enquanto isso eu lido com você aqui. — Falou Diana ao voltar a sua atenção a garota de vestido verde.

Você não pode! Eu atravessei o riacho, como você disse para fazer! — Exclamou Penélope assustada.

Eu falei que vocês ganhariam se tivessem atravessado o pequeno riacho que existe no meio desta floresta! Sim, minha querida Penélope...  Existem dois riachos neste bosque. E nós nem sequer estamos no “meio” da floresta. — Falou Diana ao preparar uma flecha e atirar na direção da garganta da pequena garota.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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