O reino das rosas. escrita por Lord JH


Capítulo 29
O bosque dos coelhos.


Notas iniciais do capítulo

Jennifer finalmente chega ao bosque dos coelhos, e lá ela descobre a origem de algumas lendas e segredos antigos.



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Os raios do sol iluminavam a estrada que levava Jennifer, Brown e o unicórnio na direção da vila do bosque dos coelhos.

Jennifer cantarolava e sorria enquanto se lembrava dos agradecimentos da senhora Manba , do cavaleiro Magnus, e do velho Hamert.

Pois após recuperar o chocalho de Olivia e por um fim na maldição da vila e do rio, Jennifer foi considerada uma heroína e aclamada pelo povo da vila e da mansão de Lady Manba.

Susan e Olivia até ofereceram a informação de um barco que poderia levar Jennifer, Brown, e o unicórnio pelo rio das lágrimas até o bosque dos coelhos.

Mas para a má sorte da garota azarada, o barco havia sido destroçado por um dragão aquático dois dias antes, enquanto retornava do “circulo dos rios”. (Um enorme lago que serve de encontro para as águas de cinco rios diferentes.)

Então Jennifer teve que retornar para a sua viagem pela estrada. Mas a garota azarada não desanimou! E quando finalmente chegou na vila do bosque dos coelhos, ela perguntou onde ficava o bosque para um velho ferreiro de barba branca e cabelos desgrenhados.

Olá senhor! O senhor poderia me dizer onde fica o bosque dos coelhos? — Pediu Jennifer com educação.

O velho olhou atentamente para a garota de cabelos curto. E após ver Brown e o unicórnio, falou — O bosque fica depois da vila, seguindo a pequena trilha de cercas brancas. Mas devo avisar que aquela floresta não é lugar para uma criança! Ainda mais para alguém de alto nascimento como a senhorita.

E por que não senhor? — Perguntou Jennifer confusa e curiosa.

O velho então olhou profundamente para a direção da floresta e falou — Existem criaturas estranhas naquela floresta! Seres antigos e muito perigosos.

Que tipo de criaturas senhor? — Perguntou Jennifer ficando um pouco preocupada.

O velho voltou a olhar para Jennifer, e com uma voz assustadora, respondeu — Bem... Os caçadores falam de criaturas metade crianças e metade animais! Alguns dizem que são espíritos ou fantasmas, outros os chamam de imps. Mas eles não são as únicas criaturas que habitam aquele bosque! Eu também ouvi relatos de gnomos e fadas. Além de “arvores falantes”;que sussurram por buracos espalhados pelos seus troncos e galhos.

Jennifer ficou impressionada com o que acabara de ouvir, e por um breve momento temeu um pouco a estranha floresta.

Você ficou com medo criança? Eu também ficaria se fosse você. Mas não das lendas! E sim dos predadores! Existem cães e gatos selvagens nesta floresta, além de, quem sabe... Um dragão adormecido... — Completou o velho ferreiro antes de voltar a martelar o ferro com um grande martelo de pedra.

Porém Jennifer era perseverante e curiosa, e não deixaria lendas ou o medo impedi-la de completar a sua missão.

Então em um ato de coragem a garota riu e falou — Não se preocupe senhor! Eu já enfrentei animais selvagens antes! E além do mais eu não tenho medo de criaturas sobrenaturais. Então, obrigada pela informação e tenha um bom dia.

O velho apenas sorriu e com uma voz desacreditada, falou — Bom, já que você não teme o desconhecido... Eu só posso lhe desejar boa sorte. — E continuou a martelar o ferro.

Jennifer então seguiu pela trilha, e após alguns minutos, já estava trotando pelo meio da floresta, enquanto ouvia o canto dos pássaros e os barulhos dos esquilos.

Magnus havia lhe contado que o bosque dos coelhos era um lugar muito rico em vida animal! Sendo uma floresta cheia de cervos, javalis, texugos, raposas, doninhas e ouriços. Além de cães, gatos e galinhas selvagens.

Mas o que mais podia se avistar naquela floresta eram os coelhos! Eram tantos que fizeram com que Jennifer entendesse o motivo do nome daquele bosque.

Olha Brown! Quantos coelhinhos! Eu aposto que a Wendy adoraria conhecer este lugar. — Comentou Jennifer enquanto Brown latia e balançava a cauda em alegria.

Então, enquanto Jennifer e Brown estavam distraídos com os coelhos, uma criatura com corpo de um menino pálido e uma cabeça de coelho branco, passou correndo ao lado do unicórnio enquanto sussurrava — Eu estou atrasado! Eu estou atrasado...

Jennifer não percebeu o estranho ser, mas Brown ouviu os sussurros da criatura e logo começou a latir, fazendo com que Jennifer avistasse aquela espécie de menino coelho.

A criatura era estranha e tinha uma cabeça de coelho branco enorme e olhos de cor desigual, (Um olho era negro como a noite e o outro vermelho como sangue), mas apesar da aparência, o estranho ser se vestia muito bem, pois trajava uma camisa roxa listrada de verde e vermelho, acompanhada por uma calça cinza negro e uma gravatinha verde.

Jennifer tentou chamar o estranho ser, mas ele era muito rápido e não ouviu a voz da garotinha.

Então, determinada a descobrir o que era aquele ser,  Jennifer incitou o unicórnio a correr atrás da estranha criatura que á levou até uma enorme toca.

Ao avistar o menino coelho entrar na toca, Jennifer desceu do unicórnio e segurou Brown em seus esguios braços, antes de respirar um pouco e tomar coragem para gritar — Olá! Senhor coelho? Eu me chamo Jennifer! Será que o senhor poderia falar um pouco comigo?

Então, de dentro da toca veio uma voz fina que falou — Eu estou ocupado agora! Não está vendo?  Eu tenho que arrumar a toca para a reunião antes que todos os outros imps cheguem! Ou pior! Antes que o próprio príncipe chegue!

Príncipe? Que príncipe? — Perguntou Jennifer confusa do lado de fora da toca.

Imp coelho: — Como assim “que príncipe”? Eu estou falando do príncipe que foi prometido, ora!  O próprio corvo de três olhos me falou! Ele virá aqui hoje, então eu tenho que arrumar a toca antes de sua chegada. Hunf!

Jennifer não entendeu nada, mas mesmo assim ficou muito curiosa e perguntou — O senhor não gostaria de uma ajuda para arrumar as coisas? Eu estou livre e não tenho nada para fazer agora. Será que eu poderia lhe ajudar?

Então, ao ouvir a proposta da garotinha, o imp coelho não pensou duas vezes e falou — Sim! Sim. Você pode me ajudar a servir as cenouras e á arrumar a mesa. Venha! Venha! Entre! Entre! Vamos! Nós não temos muito tempo.

Jennifer ficou muito feliz com o convite, e ao entrar na toca do imp coelho, encontrou uma toca que mais parecia uma caverna.

O lugar era um pouco escuro, mas era iluminado por pequenos buracos no teto, feitos pelas raízes das plantas, e pequenos cristais brancos que refletiam a fraca luz do sol.

Dentro da toca havia uma cama feita de gravetos e folhas, uma mesa de madeira acompanhada de algumas cadeiras, um baú cheio de gravatas e tecidos, uma cesta cheia de cenouras, e um pequeno armário, onde se guardava roupas, comidas, objetos, e uma pequena flauta feita de madeira.

Jennifer ficou tão maravilhada com a toca do imp, que até se esqueceu de pegar as cesta de cenouras e colocar em cima da mesa.

Ei, sua imp preguiçosa! Você veio aqui para me ajudar ou para bisbilhotar as minhas coisas? Vamos! Vamos! Nós não temos muito tempo! Logo o príncipe e os outros vão chegar! — Falou o imp coelho enquanto colocava uma toalha vermelha sobre a mesa de madeira.

Jennifer: — Eu peço perdão senhor! Mas é que eu não imaginava que a sua toca fosse tão confortável assim!

Ah, não? Então onde você mora? Em um rio? — Perguntou o imp coelho enquanto ajeitava as cadeiras.

Em um rio? Hahaha... Não senhor! Eu já morei em muitos lugares, mas nenhum deles era um rio. — Respondeu Jennifer enquanto pegava a cesta com cenouras do chão.

Não é? Huhuhu... Então... Onde você mora agora? — Perguntou o imp enquanto colocava uma tigela, alguns copos e uma jarra branca com água em cima da mesa.

Bom, agora eu estou em viagem...  Então eu não estou morando em lugar nenhum. Mas antes de viajar eu estava morando em um castelo. — Falou Jennifer enquanto colocava algumas cenouras na tigela para frutos que estava sobre a mesa.

Naquele momento o imp coelho paralisou ao ouvir a palavra castelo, e ao olhar pela primeira vez para Jennifer, ele teve um susto ao ver que era um humano que estava em sua casa.

Vo... Você é um humano!? — Perguntou o imp extremamente surpreso .

Não! — Respondeu Jennifer — E sou uma humana! Eu sou menina. Hihihihi...

O imp coelho não conseguia esconder a sua surpresa e ao perceber Brown brincando com uma cenoura que havia caído no chão, ele falou — Mas, mas... Como você chegou aqui? Eu pensei que os humanos temessem a floresta.

 Os humanos da vila aqui perto aparentam temer sim. Mas eu não sou daqui! E eu não temo florestas. — Respondeu Jennifer cheia de orgulho e coragem.

Imp coelho: — Mas... O que você veio fazer aqui? Veio ver o príncipe?

Não. Eu nem sabia que tinha um príncipe nesta floresta! Eu só vim porque a minha amiga, e princesa, pediu. Pra falar a verdade, eu precisava encontrar os campos floridos que ficam próximo deste bosque. — Respondeu Jennifer com sinceridade.

Oh, os campos floridos pertencem ás fadas da floresta. Algumas delas virão aqui hoje. Talvez você consiga convencer alguma delas á te levar até lá! Caso não consiga eu posso falar com Maribell. Ela é a fada mestre do bosque e é minha melhor amiga. — Segredou o imp enquanto corava um pouco.

E essa Maribell vem aqui hoje? — Perguntou Jennifer esperançosa.

Talvez... Ela falou que vinha, mas como ela é sempre muito ocupada, não tenho como ter certeza. — Respondeu o imp com sinceridade.

Bom, mas pelo menos eu tenho uma chance! Eu vou ficar para a reunião e ver se eu consigo falar com esta fada. — Assentiu Jennifer com um sorriso no rosto.

Imp coelho: — Então vamos esperar! Pois logo os convidados chegarão. E ai eu apresentarei você á eles.

Mas para isso você não tem que saber o meu nome? — Perguntou Jennifer confusa.

Pelas minhas bolotas! É verdade. Como eu poderei apresentar alguém que eu não conheço pelo nome? Me permita nobre dama. O meu nome é Himilit! E eu adoraria conhecer o seu. Então, me diga! Qual é o seu nome? — Perguntou o imp coelho com bastante cavalheirismo.

Jennifer sorriu com a voz e o jeito atrapalhado do imp, mas ao pegar nas pontas do vestido, e fazer uma nobre reverencia, a garotinha azarada respondeu — O meu nome é Jennifer! Eu estou encantada em conhecê-lo! Oh, nobre Himilit.

Himilit ficou bastante feliz ao perceber a boa educação da princesa, e bastante contente, falou — Bom, agora só nos resta esperar. E não se preocupe! Eu lhe apresentarei á todos os meus amigos. E sem exceção!

Jennifer: — Hihihihi... Obrigada! Eu agradeço e aprecio bastante vossa ajuda. Meu nobre amigo.

 Então, depois de alguns minutos de espera, vários imps, gnomos, e fadas vieram para a reunião.

Os gnomos eram extremamente pequenos, quase do tamanho de um rato grande, e com um comportamento bastante simpático. Eles tinham uma aparência humana, mas possuíam orelhas pontudas e usavam roupas de seda tingida.

Já as fadas andavam nuas, (Com exceção de algumas que se vestiam com seda transparente), e eram quase do mesmo tamanho dos gnomos, mas possuíam asas transparentes que as possibilitavam a habilidade de voar.

Porém, entre todas as criaturas, as mais estranhas eram os imps! Eles possuíam o tamanho de uma criança humana, porém tinham cabeças de animais e a pele pálida e fria como á de um cadáver.

Jennifer, como Himilit havia prometido, conheceu o nome de vários dos convidados.

A garota azarada foi apresentada á senhora Coalhart, uma imp porca gorda, que usava uma roupa roxa adornada por um colar de perolas brancas, e uma bolsa pequena de couro fervido; Ela veio acompanhada de sua filha, a jovem Maulycia, uma imp porca pequena, mas quase tão gorda como a mãe.

Jennifer também conheceu Miro. Um imp gato, que mais parecia um imp gato selvagem. Já que possuía pelo amarronzado e listras negras, que lhe davam uma cabeça de gato selvagem, ao invés da cabeça de um gato domestico.

A garota azarada também conheceu Pelot. Um imp cão, que também tinha a cabeça de um cão selvagem, pois era repleta de bolinhas pretas e também possuía pelo marrom.

Entre os gnomos, Jennifer conheceu Veiro. Um gnomo forte que usava uma capa de pelo de rato cinzento e portava uma lança de madeira que mais parecia um palito gigante.

Também conheceu Magna. Uma gnoma de cabelos trançados e olhos violetas, que á faziam ser considerada a gnoma mais bela da floresta.

Já entre as fadas, Jennifer conheceu Goire. Uma fada macho que possuía metade do corpo coberto por runas, e possuía uma espada minúscula feita de metal mágico.

  E ainda entre as fadas, Jennifer também conheceu Ilivinel. Uma fada que se cobria com tecidos escuros, pois diferente das outras fadas, ilivinel tinha vergonha de mostrar o seu corpo e voar nua por ai.

Antes da reunião Jennifer também conheceu os imps peixes, e os imps ratos, que se vestiam elegantemente e possuíam uma aparência bastante engraçada. (Os imps ratos possuíam uma cabeça bem pequena se comparada com o corpo.)

Mas apesar do grande numero de convidados, Jennifer não conseguia encontrar a fada Maribell. Então, quando a garota azarada já estava desistindo, Himilit tocou em seu ombro, e apontou para uma fada que ia entrando na toca, antes de falar — Ali está ela! Maribell! A fada mais linda de toda a floresta... Não concorda comigo?

De fato Maribell era a fada mais diferente dali! Ela era muito maior do que as outras fadas; possuía olhos verdes, cabelos castanho e extremamente longo, e tinha seios enormes se comparado com as outras fadinhas.

Suas asas eram de um violeta vivo. O que fazia com que Maribell fosse considerada por muitos a fada mais bela do bosque. (Fora o fato de andar nua, como a maioria das fadas; O que fazia todos os pretendentes de Maribell ficarem encantados com a sua beleza e o seu corpo.)

Bela Maribell! O que aconteceu para você chegar tão atrasada á reunião? — Perguntou Himilit com cortesia.

Olá Himilit! Eu peço perdão pela demora. Mas a verdade é que eu estava ajudando as outras fadas á colherem o pólen das flores douradas. — Respondeu Maribell com uma voz cansada.

O pólen das flores douradas!? — Exclamou Himilit assustado. — Por que bolotas alguém iria querer colher aquilo? Você sabe muito bem que nós, imps, somos extremamente alérgicos a este tipo de pólen.  Será que você está pretendendo nos matar? — Reclamou o imp coelho ao cruzar os braços.

Deixa de bobagem Himilit! Eu não estou colhendo aquele pólen porque eu quero! — Exclamou Maribell furiosa.

Então por que você está colhendo o pólen? — Perguntou Himilit confuso.

Eu estou colhendo o pólen porque o corvo de três olhos pediu! Hunf! — Respondeu Maribell enquanto cruzava os braços e fazia um biquinho.

E por que bolotas o corvo pediria isso? — Perguntou Himilit mais confuso ainda.

Bom, ele falou que era para nós entregarmos o pólen para o príncipe prometido. Mas ele não falou o motivo! — Falou Maribell enquanto fazia um sinal para as outras fadas trazerem o saco cheio de pólen dourado.

Bom! Já que foi o corvo de três olhos que falou... Tudo bem! Mas aviso logo para manter este saco fechado hein!? Se algum imp nesta toca inalar ou entrar em contato com este pó... Nós podemos até morrer! Hunf! — Esclareceu Himilit emburrado.

Eu sei muito bem disso! Seu coelho bobo. Então não se preocupe! Eu não permitirei que nenhum imp se aproxime do saco. — Falou Maribell ao dar um sorriso encantador.

Bom! Já que você promete... Por mim tudo bem! — Assentiu Himilit contente.

Ótimo! E já que agora nós já nos esclarecemos... Onde está o príncipe que foi prometido? Eu quero muito ver ele. — Confessou Maribell extremamente ansiosa.

Bem, eu ainda não sei! Pois ele ainda não chegou. — Confessou Himilit preocupado.

Como assim “ainda não chegou”? Ele já deveria estar aqui! Pois o unicórnio que o corvo de três olhos falou já está pastando do lado de fora da sua toca. — Comentou Maribell apontando para a entrada da toca.

O quê!? Como assim? O príncipe já chegou? — Perguntou Himilit surpreso.

Eu acredito que sim! Ao menos que aquele unicórnio que eu vi pastando perto da entrada de sua toca seja seu. — Zombou Maribell de forma irônica.

Mas, mas eu não vi nenhum príncipe até agora! — Exclamou Himilit confuso.

Então de quem é aquele unicórnio? — Perguntou Maribell confusa.

Foi naquele momento que Jennifer tomou coragem, e com um pouco de medo e vergonha falou — É... Ele... É... É meu!

O som da garota azarada não foi mais alto que um sussurro, mas foi o suficiente para fazer todos os seres que estavam na reunião pararem de conversar e olharem para Jennifer.

Não pode ser... — Sussurrou Himilit surpreso — Então você é o príncipe que foi prometido?

Eu sou o quê? — Perguntou Jennifer confusa.

O príncipe! O príncipe que foi prometido. Você é quem veio montada no unicórnio. Você é o príncipe de quem o corvo estava falando! — Exclamou Himilit em alegria.

Mas não pode ser! — Exclamou Maribell antes de voar e entrar embaixo do vestido de Jennifer. — Pelo o que eu posso ver aqui embaixo, esta criança é uma menina! — Falou a fadinha ao tatear as partes intimas de Jennifer á procura de um órgão masculino.

Ei! Para com isso! — Pediu Jennifer ao rir e se contorcer. — Eu tenho cócegas ai!

Himilit: — Maribell! Saia já daí! Tenha mais respeito com o príncipe que foi prometido.

Maribell então saiu de debaixo do vestido de Jennifer, voou até o ombro de Miro (O imp gato), e indagou — Himilit! Deixe de ser idiota! Como essa garota pode ser o príncipe que foi prometido se ela nem tem pau? Que eu saiba todo príncipe é um macho, e todo macho tem pau.

Mas talvez o corvo de três olhos não tenha especificado o sexo! Eu conversei com a Jennifer antes, e ela me falou que morava em um castelo, não é? — Perguntou Himilit esperançoso.

É sim! — Respondeu Jennifer com sinceridade. — Eu já morei em um castelo, mas agora eu fui mandada aqui em uma missão para encontrar os campos de flores do bosque dos coelhos. Acreditem! Foi á própria rainha quem pediu.

Maribell: — Então você é a humana que não teme o bosque dos coelhos e a floresta selvagem?

Jennifer: — Bom, o bosque dos coelhos não é tão assustador como as pessoas da vila falam! Mas a floresta selvagem eu não sei.

  Pois você devia saber! Hunf! Pois o próprio corvo de três olhos me falou que você atravessaria a grande floresta selvagem para chegar ao reino dos espinhos e expulsar o mal do mundo. — Falou Maribell inconformada.

Ele falou isso? — Perguntou Jennifer desacreditada.

Sim! Ele falou sim! Se você duvida você pode perguntar para todas as outras fadas que estavam comigo na hora em que ele apareceu e pediu para nós colhermos o pólen dourado para te entregar. — Respondeu Maribell extremamente confiante.

Jennifer ficou extremamente confusa sobre a situação. Porém, ela sabia que se recusasse o desafio, ela falharia com Wendy, e assim, também falharia com o reino de sua amada.

Bom... Se o corvo falou que este é o meu objetivo... Então eu farei! Mas antes eu gostaria de falar com este corvo. — Pediu Jennifer com uma voz fofinha.

Bom, nós adoraríamos deixar você falar com ele. Mas o problema é que ninguém sabe como! — Falou Himilit decepcionado.

Como assim? Vocês não sabem onde ele mora? Ou quem ele é? — Perguntou Jennifer confusa.

Infelizmente não! O corvo de três olhos é uma criatura mítica e sagrada para nós, criaturas mágicas da floresta; Então muitos de nós, incluindo eu, não acreditávamos sequer que ele existia. Isso até ele aparecer para o Himilit e falar que traria o príncipe que foi prometido até nós. — Explicou Maribell.

E o que é essa historia de o “príncipe que foi prometido”? — Perguntou Jennifer confusa e curiosa.

Bem, o príncipe que foi prometido é uma lenda humana antiga que fala de um príncipe diferente de todos os outros. As velhas fadas diziam que os humanos de antigamente rezavam para que este príncipe viesse á terra para expulsar o mal do mundo e trazer o amor de volta á vida de todos.  — Falou um imp com cabeça de coruja.

Sim! Mas acontece que esta lenda é muito antiga! Ela é do tempo em que os humanos não tinham medo de nós. — Falou Pelot. (O imp cão!)

E por que os humanos ficaram com medo de vocês? — Perguntou Jennifer curiosa.

Foi por causa dos caçadores humanos! — Respondeu o imp coruja. — Eles começaram a caçar exageradamente em nosso bosque, o que fez com que os nossos antepassados ficassem com raiva dos humanos e atacassem qualquer caçador que ousasse entrar em nossa floresta.

Ah... Então é por isso que o velho ferreiro tem tanto medo deste lugar. — Comentou Jennifer ao se lembrar do velho da vila.

Sim! Os humanos nos temem, mas nós só queremos viver as nossas vidas em paz! Nós não temos nada haver com os imps pálidos que atacam as suas terras e vilas! — Assumiu Miro. (O imp gato!)

Sim! Os imps pálidos são frutos de bruxaria! E bruxaria feita por alguma bruxa bastante poderosa. Pois é preciso bastante poder mágico para conseguir controlar um exercito de imps. — Explicou o imp com cabeça de coruja.

Então vocês não são espíritos de crianças mortas? — Perguntou Jennifer ao se lembrar das aulas de Wendy.

Quem? Nós? Não! Hahahaha... Nossos ancestrais foram sim crianças levadas que aprontaram muito em vida. Mas quando essas crianças morreram, devoradas por uma bruxa, ou usadas em rituais de magia negra; os espíritos destas crianças se uniram com os seus corpos, que ganharam uma forma pálida e com a cabeça de algum tipo de animal. — Explicou a senhora Coalhart. (A imp porca!)

Ah, entendi... Bom, já que este corvo me atraiu até aqui, e provavelmente foi ele quem me levou até a vila de Lady Manba, eu farei como ele deseja! Mas antes eu gostaria de poder descansar um pouco antes de partir... Será que eu poderia passar a noite aqui senhor Himilit? — Pediu Jennifer com uma voz fofa.

Oh! Mas é claro que você pode! Minha querida. Seria uma honra ter você em minha toca por uma noite. E para demonstrar que nós, imps, somos bastante hospitaleiros e bons, eu convido todos para organizarmos uma festa para nossa convidada especial! Quem concorda comigo? — Perguntou Himilit com bastante euforia.

Eu!!! — Gritaram todos os imps, gnomos, e fadas que estavam dentro da toca.

Então, vamos começar! — Gritou Himilit antes de pegar mais cenouras para começar a festa.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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