Capítulo Vinte e Um

Malibu – 9:21 a.m.

02 de novembro de 2011

A rotina na casa de Patrick seguiu normalmente, eles levantaram cedo e saíram para trabalhar. Teresa desceu do carro na frente do restaurante para começar seu dia como ajudante do Sr. Rony. Mesmo depois de toda a confusão ela queria voltar para única rotina que conhecia.

Patrick parou o carro em frente a um prédio no centro de Malibu, o maior edifício de publicidade do estado. Pegando o elevador ele apertou o 23º andar, assim que adentrou o escritório foi cumprimentado pela secretária. Com um sorriso ele foi até sua mesa, atrás dela tinha uma enorme parede de vidro que deixava a mostra uma visão espetacular da cidade e ao fundo ele podia ver o mar.

Suspirando ele resolveu focar no trabalho, precisava terminar mais uma propaganda para a revista e ainda não sabia por onde começar. Assim que ligou seu computador se viu pensando naquela manhã, como ele estava feliz em ter Teresa em sua vida novamente.

Ele tinha se levantando primeiro que Angela, como sempre, e ao entrar na cozinha encontrou Teresa e Charlotte fazendo o café da manhã, Beth olhava tudo da mesa onde estava sentada. Com um sorriso ele tinha se juntado a elas e tinham começado o dia desse jeito.

Porém Patrick se obrigou a prestar atenção mais uma vez ao trabalho em mãos, ele não podia se dar ao luxo de se atrasar ainda mais.

...

Angela entrou no pequeno restaurante e fez cara feia ao ver que não era um local sofisticado. Assim que viu Teresa ela foi com passos firmes até ela.

Teresa olhou para trás e se assustou com a aproximação rápida da outra mulher, ela quase deixou uma bandeja com copos cair. Teresa sabia que cedo ou tarde Angela a confrontaria e isso não a deixou mais calma.

"Olá, Teresa". Falou Angela e sorriu. Teresa apenas afirmou com a cabeça e achou estranho o modo que ela chamou seu nome, parecia que elas já se conheciam há anos.

"O que posso fazer por você, Angela?"

"Eu só quero conversar".

"Ok". Disse Teresa receosa e a chamou até uma pequena mesa no canto do salão.

"Então.. eu queria falar com você sobre Charlotte". Começou Angela e sentou-se.

"O que houve com ela?" Questionou ela alarmada.

"Ela está bem, eu queria falar sobre outra coisa. Há algumas noites eu ouvir Charlotte te chamando de mãe". Disse desconfortável.

"Foi sem querer".

"Eu sei, mas eu queria dizer a você que deixasse bem claro para minha filha que ela não pode chamar você de mãe".

"Angela, ela é apenas uma criança e só foi um deslize. Ela não voltou a repetir".

"Eu sei, mas o que estou pedido é que você a advirta se isso acontecer de novo". Falou ela com raiva. "Não quero que você influencie a minha filha. Patrick pode estar encantado com você, mas na Charlotte você não toca. Ouviu bem?"

Teresa naquele momento sentiu seu sangue ferver, quem Angela pensava que era? Ela contou até dez para não falar ou fazer nenhuma besteira. Ela podia ser bem melhor que isso.

"Pode deixar, Angela. Eu evitarei qualquer tipo de influência". Falou Teresa entredentes.

"Ok, era só isso mesmo". Falou Angela sínica. "Eu preciso ir".

E do mesmo modo que entrou saiu do restaurante como um furacão. Sr. Rony se aproximou de Teresa e colocou uma mão em seu ombro:

"Minha filha, tome cuidado com essa mulher. Eu não confio nela". Comentou ele paternalista.

"Eu também não, Sr. Rony. Eu também não". Com essas palavras Teresa se voltou para as mesas e continuou seu trabalho.

...

Sacramento – 9:13 a. m

Mesmo dia

Cho arremessou mais uma pasta na mesinha de centro, ele estava cansado e com fome e uma dor de cabeça começou a se formar. Suspirando ele pegou outra pasta e começou a ler mais um caso envolvendo a Visualize e Red John.

"Isso é uma perda de tempo". Falou Lilly. "Estamos andando em círculos faz dias".

"Não podemos perder as esperanças agora, Lilly". Disse Cho.

"Eu não disse para desistirmos".

"Ok, precisamos de um motivo para interrogar Dra. Natalie". Falou Rigsby.

"Abbott está trabalhando nisso". Comentou Cho.

Os três se entreolharam e suspiraram derrotados, não sabiam mais o que fazer. Eles estavam presos, não tinham nada de concreto e isso começou a deixá-los loucos.

"Pessoal, vejam isso". Chamou Van Pelt e apontou para a tela do computador.

Cho e Rigsby se aproximaram para tentar ver melhor, Lilly encarou de longe e seu rosto mostrou surpresa.

"Esse é.. Bob Kirkland?"

"Ele mesmo". Falou Van Pelt. "Por que ele está em Sacramento?"

"Não sei, como você o encontrou?"

"Eu.. estava testando o reconhecimento facial das câmeras daqui. Eu só coloquei a foto dele como teste e... apitou". Van Pelt falou tão assustada quanto eles. 

"Como iremos pegar ele e trazer para cá?" Questionou Rigsby.

"Eu ainda tenho um distintivo". Falou Cho. "Essa imagem é ao vivo?"

"Sim, aqui o endereço". Ela anotou no papel e deu a ele. Estendeu também um celular e um ponto eletrônico, assim eles poderiam se comunicar.

"Rigsby, fique aqui com elas. Eu mantenho contato". Falou Cho, mas antes que pudesse sair Lilly voltou para sala.

"Vou com você, Cho". Ela disse e não esperou respostas.

"Nem pensar".

"Por que não? Você vai estar sem reforço, eu posse cobrir você se precisar".

"Mas Lilly você pode se machucar".

"Kimball, esqueceu que eu sou uma Agente do FBI?" Perguntou ela e sorriu. "Eu sei todas as regras, tenho meu distintivo bem aqui e ainda sei muito bem como empunhar uma arma. E se você não quiser que eu atire em você para provar meu ponto, você vai calar a boca e poderemos sair daqui". 

Rigsby e Van Pelt seguraram o riso e se entreolharam divertidos. A cara que Cho fazia era quase indescritível, mas eles sabiam que ele não estava nada satisfeito com isso.

"Ok, vamos. Você pareceu com a Teresa agora". O pequeno sorriso dele não passou despercebido por ninguém.

"Você acha que eu aprendi a domar você como?" Sorriu ela e saiu em disparada. 

Van Pelt e Rigsby assistiram eles saírem e se encararam.

"O que nós vamos fazer?" Perguntou ele.

"Tentar descobrir onde está Natalie e saber o que ela vai ganhar em refazer esses chips". Van Pelt falou com convicção.

"Certo, então mãos à obra".

...

John falava ao telefone com o chefe, ele andava de um lado a outro apreensivo, não sabia como reagir à fúria dele, nunca tinha passado por isso.

"John, me responda. Como você conseguiu perder a pista de onde eles estavam?"

"Chefe, eu.. não sei". Disse ele num sussurro. "Tudo indicava que eles estavam indo para o Maine, mas não encontramos mais eles".

"Foi aquela ruiva, tenho certeza". A voz dele era de pura fúria. "Sempre foi uma metida'.

"Eu vou encontrá-los". Garantiu John. "Retornarei a ligação assim que os encontrar".

"Faça isso se quiser continuar respirando". E sem mais uma palavra a linha ficou muda.

John respirou aliviado por ter conseguido mais uma chance para consertar seu erro, mas ele tinha que encontrar o Agente Cho e sua equipe.

O que mais o deixava enfurecido era que a legista o havia traído, ele confiou nela e tudo foi por água a baixo. Na primeira oportunidade acabaria com Lilly. Com a confiança renovada John saiu em disparada, precisava falar com seus associados e pegar os agentes intrometidos.

Continua...