You Found Me escrita por Juli06


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

O clima vai ficar um pouco tensa para o lado de Teresa. O.O



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Capítulo Quinze

Malibu – 2:17 p.m.

28 de outubro de 2011

Fazia quase uma semana desde que ela tinha saído da casa de Patrick. E ela sentia imensas saudades dele, e principalmente de Charlotte, mesmo que a tenha visto duas vezes nessa semana, Mandy tinha aparecido com a pequena mesmo contra as ordens da patroa. 

Teresa estava se adaptando bem, morava agora numa pousada e trabalhava como garçonete no restaurante ao lado, tinha até feito alguns amigos. O dono do restaurante, Sr. Rony, um senhor de 60 anos a tratava como filha e ela viu nele o apoio para continuar, assim que tivesse um bom dinheiro alugaria uma casa na vila que ficava a dois quarteirões da pousada.

Ela ainda estava chateada com Patrick, mas sabia que não podia culpá-lo, ele só estava fazendo o que era necessário para salvar sua família, isso ela entendia, mas ela se apegou tanto a ele que ser dispensada como um sapato velho doeu. Mas Teresa resolveu esquecer isso e seguir com sua vida, ela ainda não lembrava de nada, mas sabia que em algum momento tudo voltaria.

E por mais desconfortável que ela se sentia com tanta coisa estranha ocorrendo a sua volta ela se viu aproximando-se de Ethan, o médico que a ajudou a se recuperar. Ele sempre almoçava no restaurante, o que era estranho, pois o hospital ficava há quase 30 minutos de distância, ela até tinha perguntado ao Sr. Rony se ele fazia sempre isso ou só por causa dela, ela não queria parecer convencida, mas quem sabe Patrick não tinha pedido para ele ficar de olho nela, assim ele não se comprometia em aparecer no restaurante. Mas a verdade era que ela não ligava muito para isso, Ethan era um cara bonito, alto, olhos castanhos claros e um sorriso encantador, seria muito fácil se apaixonar por ele, pena que seu coração tinha resolvido amar outra pessoa.

Suspirando ela foi até a mesa dele:

"Olá, Ethan, como vai hoje?" Perguntou sorrindo. "O plantão está difícil ou o mesmo de sempre?"

"Estou bem e no hospital o mesmo de sempre, gripes e alguns acidentes domésticos. E por hoje é só, meu plantão acabou e vou poder dormir um pouco. - Ele sorriu charmosamente e piscou o olho para ela. "E você, como vai? Vejo que está ainda mais bonita hoje".

Sem saber o que dizer ela se viu ruborizando com o elogiou, ele era um galanteador e sempre a fazia se envergonhar. Pigarreando ela deu o cardápio a ele e esperou pelo pedido.

"Hoje quero uma coisa mais leve. Bife, arroz e salada". Ele disse. "E um suco de" laranja.

"Ok. Volto em breve". Ela disse e se afastou, mas o ouviu chamando.

"Teresa, queria lhe perguntar uma coisa". Ele começou hesitante. "Matt quer passar um dia com você, será que pode?"

"Matt? É claro, ele é um amor". Ela disse feliz e abrindo um sorriso tão grande que as covinhas da face apareceram. "Pode dizer a ele que eu espero ansiosamente por isso".

"Ótimo, e qual dia seria o melhor para você?"

"Amanhã é minha folga".

"Ótimo, amanhã eu tenho plantão novamente, assim eu posso dispensar a babá e pedir que ela venha á noite".

"Eu posso ficar com ele".

"Não, Teresa, assim eu estarei lhe explorando".

"Não vai, eu gosto do Matt, ele vai me fazer companhia. E podemos fazer várias coisas juntos".

"Você tem certeza que não será um incomodo?"

"É claro que não". Ela disse sorridente. "Prometo que cuidarei bem dele".

"Eu sei que vai. Eu confio em você". Ele disse simplesmente. 

Ela sorriu e foi cumprir seus afazeres, e assim foi pelo resto do dia. Ela limpou as mesas, serviu os almoços e os lanches, estava alheia ao que acontecia fora do ambiente, e talvez essa tenha sido seu pior momento, pois ela não pode perceber alguém no lado de fora que apenas a observava, esperando o momento certo para agir.

...

Alexander nunca foi agressivo, mesmo quando era jogado nas lixeiras na escola ou quando afogavam ele nas privadas. Ele nunca revidou, sua mãe sempre falou que não valia a pena fazer isso, que ele estaria se rebaixando aos seus agressores. E ele sempre obedeceu, mesmo sendo maior que os outros. Mas quando ele completou 18 anos sua mãe foi assassinada pelo padrasto durante uma discussão sobre a cor do carpete e isso foi o gatilho para ele soltar o monstro que tinha guardado todos esses anos. Dali para frente tudo desandou, ele entrou numa gangue e virou traficante de drogas, logo depois cometeu dois assassinatos do qual foi preso e acusado, mas depois de uma briga e confusão dentro da penitenciária onde estava ele fugiu. Para falar a verdade ele ainda estava fugindo, tudo por causa daquela agente. A agente Lisbon que o prendeu e emitiu um mandato para todo o país com o rosto dele, desde então ele não conseguia passar despercebido em nenhum lugar. Então ele passou a nutrir um ódio mortal por ela, ela roubou a liberdade e a vida dele.

E agora ele estava ali, em Malibu, observando-a de longe e intrigado pelo que via, ela agia como se não fosse uma policial, nem uma arma tinha por perto. “Será que ela estava disfarçada?”, pensou ele. Sem saber como agir ele a observou mais um pouco, já fazia quase uma semana que ela estava ali, ele não se atreveu a chegar perto.

Com todo um plano arquitetado ele sabia quando atacaria, seria no dia seguinte, assim que anoitecesse.

Ele enfim poderia se vingar de Teresa Lisbon.

[Dia seguinte – 1:06 p.m.]

Teresa estava ansiosa para o encontro com Matthew, ela tinha adorado passar aquele dia com ele e Charlotte, mesmo a pequena estando doente. Mas aquela sexta-feira seria diferente, seria só eles dois. Ela tinha preparado a salinha que tinha no pequeno quarto e alugado alguns filmes na locadora pertinho do restaurante assim como o Sr. Rony tinha falado. A pipoca e o refrigerante já estavam prontos também, mas essa diversão só seria a noite. Durante o dia ela pretendia brincar de outras coisas, apesar dela não saber do que, ainda.

Duas batidas na porta anunciaram que ele havia chegado. Ele estava com a cabeça baixa e a face corada, seus olhinhos verdes tão claros e vívidos quanto os delas.

"Olá". Ela disse. "Pode entrar, Matt".

"Oi, Teresa". Ele disse e entrou. "Posso te chamar de Tess?"

"É claro, vem aqui. Coloque sua bolsa aqui no canto".

Ele fez o que ela disse e olhou ao redor curioso.

"Aqui é legal. E bonito".

"Agradeça ao James, ele quem fez toda a mobília". Ela disse e sorriu. "Então, Matt, você já almoçou ou podemos almoçar juntos?"

"Eu ainda não comi. O que você tem?" Ele perguntou e se aproximou do que parecia ser uma cozinha.

"Vou fazer uma macarronada. Que tal você me ajudar?"

"Oba! Eu quero ajudar".

Sorrindo Teresa pegou um pequeno avental que tinha comprado exclusivamente para ele, na loja de souvenir. Ambos passaram boa parte da tarde na cozinha, fazendo bolo e biscoitos. Pararam para Matthew fazer a lição de casa e depois retornaram para cozinha para arrumar a bagunça feita mais cedo. Enquanto Matthew tomava banho e se preparava para a sessão de filmes, Teresa arrumava a sala onde tinha um sofá-cama. E ambos estavam completamente alheios do perigo que estava se aproximando.

...

Patrick estava inquieto andava de um lado para outro como um animal enjaulado, fazia quase uma semana que ele estava daquele jeito, para ser sincero desde que Teresa tinha ido embora ele sentia falta de alguma coisa, era como se ela fosse sua estrela guia. E a noite anterior não ajudou em nada sua aflição, ele acordou assustado, tinha sonhado que ela estava sendo perseguida e que ele chegava tarde demais e ela era morta. Isso estava tirando o resto da sanidade dele.

Enquanto isso Angela via seu marido a ponto de um ataque de nervos e pensava em quantas maneiras tinha para Teresa sumir de vez da vida deles. Charlotte sentia falta dela também, Angela podia sentir isso, mas elas estavam mais próximas e ela sentia que estava se apegado a filha como sempre quis. Mas a situação estava ficando difícil, Patrick estava deixando a pequena cada vez mais agitada, era como se sentisse tudo. E para acabar com o restinho de sua paciência o cachorro que Patrick tinha dado a Charlotte odiava ela. Toda vez que ela chegava perto ele latia ou avançava com os dentes de fora. Qualquer dia desse ela acabaria envenenando aquele filhotinho irritante.

Era pouco mais das duas da tarde quando Patrick saiu de casa, ele disse que iria no hospital falar com Ethan, que precisava conversar com o amigo. Ela sabia que ele iria querer notícias de Teresa, mas por enquanto não o impediria.

Quando Patrick chegou no hospital foi instruído até a sala dos médicos, lá Ethan lia um livro e descansava de uma cirurgia.

"Ei, Ethan". Falou Patrick e entrou na sala. "Como você está?"

"Oi, Patt. Que surpresa, o que faz aqui? Está tudo bem com Charly? É a Angela?" Falou Ethan e começou a se levantar.

"Não se preocupe, Ethan. Elas estão bem. Eu vim aqui porque precisava de um amigo".

"O que houve? Você parece... triste".

"Eu estou. Eu... eu não sei o que está acontecendo comigo, essa é a verdade". Disse Patrick e passou a mão nos cabelos em um gesto nervoso. "Eu estou enlouquecendo é isso. Se lembra da Teresa? Aquela que eu encontrei?"

"Como posso esquecê-la? Ela é uma das mulheres mais linda que já conheci".  Disse Ethan e suspirou.

Patrick o encarou incrédulo, e um sentimento de raiva se apossou dele, naquele momento ele queria socar Ethan, mas respirou fundo e prosseguiu com a conversa.

"Pois bem, a Angela se sentiu ameaçada e eu tive que mandar ela embora, mas isso está me enlouquecendo". Disse ele e começou a andar de um lado a outro. "Eu sempre acho que ela vai está em perigo, ou que ela vai ser atacada novamente. Eu fico ansioso o todo momento. Angela já reparou, mas não posso fazer nada, é como se eu fosse responsável por ela e..."

"Ok, Patt. Já deu, se acalme". Falou Ethan e puxou o amigo para o sofá. "Se sente e respire fundo. Você acabou de me deixar tão ansioso ou nervoso quanto você. É isso que a pobre a da Angela tem que passar?"

"Eu já disse que não estou conseguindo me controlar. Não a vejo faz uma semana e é como se eu tivesse perdido minha direção. Eu acho... eu acho que estou apaixonado por ela".

"Oook. Isso é um problema". Disse Ethan. "Você é casado, Bro. Nem pensar em se apaixonar por outra".

"Você acha que eu queria isso? Eu não sei o que fazer, o que sinto por ela não chega nem perto do que eu sinto pela Angela, eu nem lembro direito como a conheci".

"Você já disse isso a ela?" Perguntou Ethan curioso.

"É claro que não. Ela comeria meu fígado no jantar".

"O que vai fazer?"

"Não sei. Primeiro eu preciso ver a Teresa, nem se for de longe". Ele disse e sorriu abobalhado. "Estou com saudades daqueles olhos".

"Vai com calma, Patrick". Disse Ethan com raiva na voz.

Olhando desconfiado para ele Patrick achou muito estranho essa proteção toda para com Teresa. Ethan talvez estivesse com segundas intenções.

"Você tem que tomar cuidado com o que diz, e se Angela escutar você falando isso. Até onde eu lembro você fez questão de dizer a Teresa que estaria salvando seu casamento se ela se afastasse. E agora você faz isso". Disse Ethan sério.  "Patrick, você tem que ter certeza do que está sentindo, se se precipitar e terminar seu casamento, talvez destrua tudo o que construiu com tanto esforço".

Patrick parou e refletiu um pouco, Ethan tinha razão, em parte. Suspirando ele disse que ele estava certo. Pelas próximas horas eles conversaram sobre coisas triviais.

...

Teresa tinha acabado de sair do banheiro, estava feliz ela e Matthew tinham se divertido bastante durante a tarde e agora era a hora do filme que eles tanto esperaram. Ela estava ansiosa, era bom ter um pouco de normalidade nessa nova vida. Ela não fazia ideia de quem era e do que fazia, ninguém a procurava ou sentia a sua falta, mas brincar com Matthew e receber as visitas de Charlotte e Mandy a deixava grata por ter encontrado pessoas boas.

Ela estava tão perdida em seus pensamentos que demorou um pouco para perceber que tinha um homem em seu quarto e que ele apontava uma arma diretamente para cabeça de Matthew. Ela congelou em seu local, seu coração correu a todo vapor e ela não sabia o que fazer. Mas antes que dissesse alguma coisa ele falou:

"Olá, Teresa. Nos encontramos de novo". Ele disse completamente insano.  "Precisamos acabar com aquilo que começamos anos atrás".

 

Continua...


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