You Found Me escrita por Juli06


Capítulo 14
Capítulo 13




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Capítulo Treze

Malibu – 8:47 a.m.

22 de outubro de 2011

Era sábado e o dia amanheceu completamente nublado, a previsão do tempo tinha anunciado que uma resseca marítima surgiria em breve e Patrick tinha certeza que aconteceria hoje, assim como o tempo lá fora ele se sentia triste, não queria mandar a pobre moça embora, mas não tinha outro jeito.

Ele entrou na cozinha de cabeça baixa e encontrou Teresa conversando baixinho com Charlotte, seu coração se apertou ainda mais. Como mandaria ela embora? Charlotte a amava, tinha um carinho imenso por ela, mas se não fizesse isso seu casamento estava acabado e isso ele não queria. No dia anterior tinha falado com James, ele era dono de uma pousada e seu amigo. Como um favor pediu que alugasse um quarto para ela e que seria por sua conta. Tinha falado com Sr. Rony também, ele era dono de um restaurante local e podia dá um trabalho a ela. Ela não ficaria totalmente desamparada e podia visitá-los quando quisesse, isso se ela não passasse a odiá-lo.

"Bom dia". Ele disse triste.

"Bom dia, Patrick". Falou ela e o olhou intrigada.

Não disseram mais nada, mas eles tinham essa estranha comunicação e com apenas isso ela inquiriu dele respostas de seu comportamento, o questionado sobre a causa de sua tristeza. Ele desviou o olhar, sabia que se continuasse encarando-a ela descobriria.

"Teresa, eu preciso falar com você". Disse sério.

"Ok... pode dizer".

"Não agora. Mais tarde". Ele falou e sorriu um pouco, tentando tranquilizá-la. "Mandy voltou?"

"Voltou sim, ela está ajudando Beth lá fora". Ela disse e sorriu.

"Papai. Vamos fazer o quê hoje?" Perguntou Charlotte se fazendo presente.

"Não sei, que tal irmos ao shopping? Eu, você e a mamãe. O que acha?" Perguntou ele e sorriu abertamente para filha.

"A Tess vai?" Ela falou e abraçou Teresa.

Patrick queria dizer que não, mas como poderia dizer isso e não magoar as duas, mas percebendo que hesitou Teresa tomou a dianteira.

"Não vou poder ir, Princesa". Ela disse e sorriu para a pequena. "Vou ajudar Beth com a casa. Vão vocês, tenho certeza que irão se divertir muito".

"Tudo bem". Disse Charlotte tristonha. "Papai, você vai comprar sorvete?"

"Vou sim e também um presente".

"Oba". Disse ela sorrido e batendo as mãozinhas.

Teresa saiu da mesa e deixou pai e filha conversando, quando passou pelo corredor avistou Angela descendo a escada e a encarando com desprezo, sabendo que a conversa que teria com Patrick seria sobre ir embora, ela poupou o trabalho de ter esperanças e foi arrumar as poucas coisas que acumulou naquelas semanas, ela tentaria recomeçar, não lembrava quem era e sabia que ninguém a procurava, mas seguiria em frente. E sem esperar sentiu lágrimas banhando o rosto, ela respirou fundo e prometeu a si mesma que não iria chorar, não iria se deixar envolver por esse sentimento de perda.

Saindo em buscar de Beth ela passou pela cozinha e viu a felicidade de Charlotte ao ter a total atenção dela nesses últimos dias, sorrindo triste Teresa desejou ter uma família como essa, e o que cortou seu coração foi ver o carinho que Patrick e Angela tinha um para o outro e decidiu que se Patrick não pedisse para ir embora ela sairia de qualquer jeito.

...

Na cozinha dando total atenção a sua filha Angela olhou para Patrick e viu que ele tinha um olhar de tristeza na face e isso a deixou incomodada, ele com certeza estava triste com a partida de Teresa.

"Querido, você está bem?"

"Sim".

"Já falou com ela?"

"Mais tarde irei falar". Ele disse. "Quando voltarmos do shopping ela já terá ido".

Sorrindo e dando um rápido beijo nele Angela virou-se para Charlotte.

"Charly, vamos nos arrumar, precisamos está bem bonitas para o papai". E com a pequena nos braços saiu em direção ao quarto.

...

No quintal com a face triste Teresa tentava ajudar Beth com as cadeiras, com a ameaça da ressaca eles precisavam guardar as coisas, mas sua expressão era tão triste que fez Beth se compadecer dela.

"Tess, você está bem?" Perguntou preocupada.

"Sim, é só que... deixa para lá. Bobagem minha". Ela disse e continuou com o trabalho.

Sabendo que ela não diria nada, continuou a arrumar as cadeiras, mas foi ai que algo lhe ocorreu, no desjejum Patrick estava triste também. Alguma coisa tinha acontecido com eles dois, mas não sabia o que ainda. Mas pelo tamanho do sorriso de Angela sabia que coisa boa não era.

...

Era quase duas da tarde quando Patrick chamou Teresa para o escritório, ela entrou com a cabeça baixa e uma expressão triste no rosto.

"Teresa, eu... eu precisava falar com você". Ele começou incerto. "Anteontem Angela veio falar comigo. Conversamos e chegamos num acordo, eu sei que o que vou lhe pedir é muito, mas espero que me entenda".

"Você quer que vá embora, num é?" Perguntou ela direta. "Eu sei que sou um incômodo, vocês nem me conhecem, nem eu me conheço. E mesmo assim trataram de mim e me deixaram ficar".

"Não. Teresa, você não é um incômodo. Pelo contrário, trouxe vida para essa casa, veja a Charlotte, ela está mais feliz e comunicativa. Eu me divertir esses dias. Mas é que..."

"Eu estou sobrando. Eu sei". Ela disse e sorriu triste. "Eu já arrumei minhas coisas e vou precisar de uma mala, se não for pedir demais".

"Não precisa ser tão rápido".

"Precisa sim". Ela disse e uma lágrima escorreu por seu rosto. "Quando vocês voltarem eu já terei ido embora".

"Mas..."

"Sem mas, por favor, assim é melhor. Dói menos". Ela disse e respirou fundo. "Só vou precisar de uma recomendação de onde eu devo ficar".

"Eu já preparei tudo. Estaria a sua espera quando estivesse pronta".

"Eu estou, só me passe o endereço". Ela disse firme e se levantou.

"Teresa, eu..."

"O que ela disse?" Ela perguntou o cortando.

"Como é?"

"O que ela disse? O que o fez mudar de ideia sobre mim? Ontem você me tratava como uma amiga e hoje... é como se eu fosse o seu maior inimigo.

"Eu não... eu não a tratei mal". Ele disse confuso. "Eu só estava tenso com a conversa".

Ela não disse nada apenas o encarou desafiadoramente, esperando uma resposta decente.

"Ela inventou uma mentira, ok?" Ele disse enfim. "Mas eu não acreditei. Era um absurdo".

"O que ela disse?" Ela repetiu

"Que você tinha roubado uma gargantilha. Mas eu não sou tão ingênuo, eu sei que ela quis que eu a expulsasse daqui a pontapés. Mas eu conheço você, pelo menos o que descobrimos juntos. Eu sabia que nunca faria isso. Mas se eu a acusasse de mentirosa, começaríamos uma briga, você entraria no meio, todos iriam discutir e se insultar. Eu apenas queria..."

"Evitar uma desgraça. Eu entendo e acho honrado você defender seu casamento". Ela sorriu docemente para ele. "Você é um bom homem, Patrick".

Ela se aproximou e acariciou a face dele, o gesto foi tão suave que ele fechou os olhos e recostou a face na mão dela. Parecia horas, mas foi pouco segundos e assim como começou, o toque cessou rapidamente. E antes que qualquer um falasse um pequeno furacão apareceu.

"Tess... Tess... olha meu vestido". Falou Charlotte empolgada e girado pelo escritório, vestida em um belo vestido azul, o que realçou ainda mais os olhos vivos e espertos da pequena. "Você tem certeza que não vem?"

"Oh, meu amor". Disse Teresa emocionada e se abaixou na altura da pequena. Seu coração estava pesado por se despedir dela, queria chorar e implorar para continuar ali, para não ficar sozinha, mas sabia que não podia, então fez a única coisa que a acalmaria, abraçou a menina. "Hoje eu não vou poder ir, quem sabe da próxima vez?"

A pequena a abraçou forte, não sabendo que se despedia da sua mais nova amiga, apenas retribuiu o carinho com afeto. Inspirando e se controlando ao máximo, Teresa não chorou, ela deu um beijo na testa de Charlotte e em seu ouvido sussurrou um “eu te amo”. Feliz Charlotte retribuiu o beijo e disse que a amava também antes de sair correndo e brincando com Dolly no corredor.

"Obrigado, Patrick". Ela disse e o abraçou. "Obrigado por ter salvado minha vida. E se tudo ocorrer bem, eu vou tentar não perder a memória de novo e não esquecer de você".

Ambos sorriram e se soltaram, se encaravam com carinho, com a fagulha de uma paixão que nunca seria acessa, e por um momento eles se viram em outro lugar, em outra realidade onde eles amariam sem medo e sem amarras. Mas com um piscar de olhos a realidade os trouxe de volta e a magia se perdeu. Se afastando Teresa foi para o quarto esperar todos saírem, não queria ver a pequena chorar sabendo de sua partida, muito menos o sorriso de vitória de Angela e se ela olhasse nos olhos de Patrick e visse o pedido para ficar ela não pensaria duas vezes antes de aceitar. Ela apenas esperou, esperou a dor passar e pediu a Deus que se fosse possível ela perdesse a memória de novo, mesmo indo contra a promessa que tinha feito a Patrick. Ela só queria arrancar a dor do peito.

 

Continua...


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