Pai e Filho escrita por Poi Peterson


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Nessa fic, Castle retrata meu pai ideal, o pai que eu tive no princípio da minha vida.



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Naquela noite fria, em meio à penumbra que iluminava o quarto azul claro, um sussurro era escutado.

“Shhh... Calma, filho, vamos deixar a mamãe dormir mais um pouco, papai já está aqui.”, aos poucos os gritos foram abafados e o pequeno Alex começou a chupar seu dedinho, olhando com admiração aquele homem que o segurava. “Acho que alguém acordou porque precisa ser trocado...”. Castle não podia conter sua felicidade ao ter seu filho ali, em seus braços. Ser pai novamente, com o amor de sua vida.

Os cabelos revoltos, de tom castanho claro, assemelhavam-se ao de sua mãe. Entretanto, os olhos, eram de um azul vívido como de seu pai. Ainda era dono e uma boca vermelha perfeita e bochechas rosadas. Kate sempre dizia que ele seria um destruidor de corações e que ela estaria perdida com os dois em sua vida, apaixonando-se por ele assim que o viu, comparando com seu amor por Castle. Com a revelação, Rick não se deteve e encheu-a de beijos em seguida.

Mesmo com todos os empecilhos de ter uma criança pequena em casa, o sorriso do grande homem ao acordar no meio da madrugada para atender o bebê era de uma ternura sem fim. “Vamos tentar dormir agora?”, Castle levantou a criança no alto para que pudesse observá-lo melhor, sendo recebido por um gritinho de felicidade. “Isso não é hora de brincar, você precisa dormir para crescer forte.” Puxou o pequeno corpo contra si, aconchegando-o em seu peito.

Com o bebê em seu colo, sentou-se na pequena poltrona e pegou a mamadeira morna que estava sobre a pequena cômoda. Todas as vezes que Alex acordava à noite, na maioria das vezes, ele precisava ser trocado e estava com fome. Para poupar o sono de sua esposa, a qual trabalhava o dia todo, ele sempre vinha preparado com uma das mamadeiras que armazenavam no refrigerador.

“Tome seu leite para dormir tranquilo.” Castle não cansava de admirar seu filho, enquanto as pequenas mãozinhas ajudavam a segurar a mamadeira, que era ainda muito pesada para fazê-lo sozinho.

“Sabe, eu nunca acreditei que pudesse ter você comigo aqui em algum dia.” Rick começou conversando com seu filho, atraindo o olhar atento dele, como se estivesse entendendo tudo o que falava. “Eu amava sua mãe, mas não sabia se iríamos estar juntos algum dia.” Ao olhar para a janela, Castle viu os flocos de neve que começavam a se acumular no batente, lembrando-se daquela época triste de sua vida.

“Passamos por muitas coisas, provamos que nosso amor era forte o suficiente e isso a fez perceber que era seguro. Um dia ela disse que ‘sim’, que me amava, tanto quanto eu a amava.” Ele suspirou e olhou novamente para seu filho, que estava entretido com o som de sua voz. “Sabe, um dia você terá a sorte de encontrar uma mulher assim... Destemida, forte e extremamente sexy...” Não pode deixar de reprimir um riso ao seu comentário. “Eu me orgulho dela a cada momento de nossas vidas.”

Ao levantar-se, Rick deu pequenos tapinhas nas costas de Alex, para fazê-lo arrotar, caminhando lentamente pelo quarto, até que encontrou um pequeno envelope sobre a cômoda ao lado do pequeno berço escrito ‘papai’. “O que será isso? Papai?”, pegando o envelope, levou-o consigo novamente para a poltrona, onde iria tentar ninar seu filho. Observou e decidiu abrir, deparando-se com um pequeno dizer. Poderia reconhecer aquela letra em qualquer lugar, era a escrita dela, Beckett. Sorriu e começou a ler moderadamente em voz alta, sabendo que o som fazia seu filho acalmar-se e dormir.

“A gravidez de um pai não se dá nas entranhas, mas fora delas.

Ela se dá primeiro no coração, onde o sentimento de paternidade é gerado. Um desejo de ser e de se ver prolongado em outra vida, que seja parte de si mesmo, mas com vida própria. Imagino que deve ser frustrante a princípio. Durante toda a espera, um pai é um pai sem experimentar o gosto de ser, sem os inconvenientes de uma gravidez, mas também sem as lindas emoções que tanto mexem com a gente.”

Observou mais um vez o pequeno bebê que estava em seu colo, acariciando levemente seus cabelos. Castle emocionou-se com o início da pequena carta.

“E quando ele sente pela primeira vez a vida que ajudou a gerar, tudo toma outra forma. Ele sente um chute e se diz já que este será um grande jogador de futebol. E muitas vezes se surpreende e se maravilha quando vê uma princesinha que sabe chutar tão bem. Mas tanto faz. Está ali um sonho que se torna palpável.”

Lembrou-se de quando Kate disse-lhe que estava grávida, da felicidade sem fim que sentiu. Levantou-a no alto, girando-a, fazendo-a cair em seus braços em seguida. Cobriu-a de beijos e fizeram amor, demonstrando o quanto seus sentimentos eram fortes.

“E um parto de um pai se dá quando ele pega pela primeira vez sua criança nos braços, quando ele se vê em características naquele serzinho tão miudinho que nem se dá conta ainda que veio ao mundo e que se tornou o mundo de alguém. E os sentimentos e emoções se atropelam dentro dele. E ele sente que, à partir desse instante, a vida nunca mais será a mesma. E ele precisa olhar dez, cem, mil vezes para acreditar que tudo não passa de um sonho. E geralmente há um enorme sentimento de orgulho que toma posse dele.”

Naquele momento, no hospital, Rick sabia, estava irremediavelmente perdido quando escutou aquele pequeno choro na sala de parto. Não acreditava que seu coração pudesse se conter com tanto amor. Foi um dos momentos mais importantes de sua vida.

“Assim se forma um pai. Pronto para ensinar tudo o que aprendeu da vida, um dia ele descobre que não sabe realmente muito, que na verdade aprende a cada instante. Diante da sua criança ele se torna um adulto vulnerável e acessível. E vai gerando, pouquinho a pouquinho, dentro de si mesmo, a arte de se tornar um pai. – Letícia Thompson”

Dobrou a corta contra si e percebeu que Alex já estava dormindo profundamente contra seu peito. Levantou-se e acomodou o pequeno bebê em seu berço, cuidando para que ele não pudesse sentir frio no restante da noite. “Boa noite, meu filho” Beijou sua fronte e seguiu para a porta, deparando-se com ela.

“Há quanto tempo está aí?”, Castle perguntou a ela, sorrindo e aproximando-se.

“Tempo suficiente... Aliás, acordei junto com você, só esperei um pouco, pois sabia que você iria encontrar o cartão.”, Kate devolveu o sorriso e acomodou-se contra seu pescoço, sendo envolvida pelos braços dele. Ela deu pequenos beijos ali naquele local, fazendo-o arrepiar-se.

“Hum, minha esposa anda deixando bilhetes e cartões pela casa para mim...” Ele apertou-a mais contra si, não conseguindo disfarçar o desejo que sentia todas as vezes que eles ficavam assim.

“Encontrei esse texto e não pude deixar de lembrar do melhor pai que nosso filho poderia ter...” Beckett levantou seus olhos para encontra-lo “E também o melhor marido que eu poderia ter.”

Fechando a distância entre ambos, começaram a beijar-se. Um movimento que começou lânguido, começou a ficar mais intenso e ela teve que fazer um esforço, pois estavam na porta do quarto de seu pequeno filho. “Acho que esse meu marido poderia me levar para a cama agora e não acordar o bebê que acabou de dormir.” Um sorriso travesso brotou de seus lábios, Kate entrelaçou suas mãos nas dele e começou a puxá-lo para seu quarto.

“O desejo de minha esposa é uma ordem” Castle abraçou-a por trás, fazendo-a sentir o quão desejoso estava, seguindo-a em seu caminho.

“Hum... uma ordem, é? Farei você lembrar disso muitas vezes...” Kate riu novamente, puxando-o mais perto dela, encaminhando-se para o quarto deles. Ela teria sua noite com o melhor marido e o melhor pai do mundo. E ele era somente dela.


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Notas finais do capítulo

Como puderam perceber, eu inseri um texto que não de minha autoria na fic, citando o nome da autora, isso não define plágio, mas sim uma citação, já que estou dando os devidos créditos. =P
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