Percabeth e Thalico/ A vida que eu sempre quis. escrita por Looh Chase, Srta Grace Di Angelo


Capítulo 27
Essa é a melhor parte - Charlena


Notas iniciais do capítulo

Oiiii gente linda! Tudo bem com vocês?
Aqui é a Srta Grace Di Angelo, e eu queria pedir desculpas à vocês por demorar tanto para postar. É que ela (criatividade) me veio ontem as 3h da manhã ontem, e eu não tinha terminado o capítulo.
Mas enfim, hoje tem um capítulo sobre o encontro do Charles e da Silena!!!!
Ele está meio (MUITO) longo e eu queria pedir desculpas a vocês. É que eu não podia dividir se não ia perder o encanto (se é que meu capítulo tem algum).
Mas eu me dediquei à esse capítulo e espero que gostem ;)
Comentem e deem as opiniões de vocês :3
Espero que gostem *u*
Bjsss com amoras



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P.o.v. Silena

Se eu estava nervosa? É claro que eu estava nervosa! Eu vou sair com o Charles! Só não vou roer minha unha porque vou estragar meu esmalte lindo.

Ok. Faltavam algumas horas para o meu encontro. Já estava tudo arrumado: maquiagem, roupa, acessórios, tudo. Mas eu preciso de mais tempo, ia acabar me atrasando. E não queria causar uma má impressão.

Então, fui para o meu quarto, guardei as outras roupas que comprei e deixei a do encontro em cima da cama.

O nervosismo me corroía por dentro. E se eu falar alguma besteira? E se eu fizer papel de boba? E se...? Eram tantos “E se...?” que eu já não aguentava mais.

Desci as escadas inspirando e expirando devagar, para ver se me acalmava.

Minha mãe tinha saído para ir a algum lugar, que eu não faço ideia de qual seja. Piper também não estava lá; deve ter saído com o Jason, ou sei lá. Eu estava sozinha em casa.

Sentei no sofá e comecei a zapear os canais. Deixei em um canal de música e fui até a cozinha.

–Cuida bem dela, ela gosta de um pote cheio de Nutella. –Cantei rindo da minha versão da música, enquanto procurava algo para comer - Uhhhh Nutella

Peguei o pote com o doce, uma colher e fui pra sala. Passei o tempinho que me restava ouvindo música e comendo Nutella. Porque né?! Nutella é vida! Mas deve ter outro doce mais gostoso, mas eu ainda não descobri. Um dia eu chego a fazer tal proeza.

Quando deu a hora para mim me arrumar, desliguei a TV e subi para meu quarto.

Fui ao banheiro do mesmo e tomei um banho relaxante, pensando no que poderia acontecer naquele encontro. Veja bem, tem uma pequena (lê-se: GIGANTESCA) chances de eu falar besteira e estragar tudo. E o nervosismo não ajuda em nada.

Enrolei-me no roupão e sai do banheiro. Encarei minha roupa estirada em cima da cama. Era, simplesmente, perfeita (N:A: Roupa no capítulo anterior ;))

Liguei minha caixa de som e me sentei na penteadeira pink que tinha no canto do quarto.

You're the light, you're the nigh / You're the color of my blood / You're the cure, you're the pain / You're the only thing I wanna touch / Never knew that it could mean so much, so much –Cantei com a música enquanto secava meu cabelo.

Depois de cabelo feito e maquiagem também, me levantei e me vesti.

Me olhei no espelho de corpo inteiro que também tinha lá. Modéstia à parte, eu estava linda.

Desci as escadas.

–Filha - Minha mãe disse entrando em casa

–Oi mãe - Disse indo até ela e a abraçando

Ela me olhou de cima a baixo.

–Aprovado –Ela disse- Está linda! Ai que orgulho! Dá até emoção. –Ela terminou de dizer abanando os olhos como se fosse chorar a qualquer instante.

–Quando você vai? –Perguntou

Olhei o relógio e arregalei os olhos.

–Tchau mãe. –Me despedi saindo de casa, ia me atrasar.

–Juízo! –Falou quando eu já estava saindo com o carro para o lugar combinado.

5 minutos. Sai 5 minutos atrasada. E com esse transito, vou chegar lá com quase meia hora de atraso.

Bufei e encostei minha cabeça no volante, assim que parei no farol.

Calma Silena. Respira, expira, respira, expira.

Consciência não está ajudando!

Eu pelo menos tentei! É você que fica aí se remoendo de nervosismo.

Eu precisava me acalmar. Liguei rádio.

Take me down into your paradise / Don't be scared cause I'm your body type / Just something that we wanna try / Cause you and I/ We're cool for the summer –Sim, eu estava cantando, de novo. Não, eu não tenho uma voz tãããão bonita assim, mas isso aqui não é High School Musical, então, de boas.

Estacionei meu carro naqueles estacionamentos que não pertencem a um comercio, você só paga para deixar o carro ali.

Desci do carro, paguei o senhor que ficava lá cobrando e saí, indo em direção ao local. Não demorou nem 5 minutos e eu já estava sentada no banco da praça que combinamos. Olhei meu celular: 10 minutos atrasada. Ótimo. Observei a praça; tinha casais se engolindo, uma amiga com cara de tédio segurando vela pro casal, uma pessoa chorando, uma pessoa olhando pro céu, gente andando para lá e para cá, mas nada do Charles.

–Buh! –Me assustaram e eu dei um gritinho e me virei em direção ao infeliz que me assustou.

–Ah meu santo Deus! Quer me matar do coração, Charlie?! –Perguntei/afirmei com a mão no peito, fazendo drama.

–Me perdoe Nobre Dama –Ele pediu pegando a palma de minha mão e beijando-a. Rimos com àquilo e ele se sentou do meu lado.

–Achei que não vinha mais. –Disse

–Eu me atrasei um pouco –Ele me olhou- Ta, eu me atrasei muito. –Terminei de cabeça baixa

Ele riu e eu, instintivamente, ri também. A risada dele era contagiante e gostosa de ouvir.

–Vamos?

–Vamos - Respondi aceitando sua mão que estava estendida.

Caminhamos em direção a um carro, ele abriu a porta para mim, entrei e ele deu a volta entrando pela porta do motorista. Colocamos os cintos e ele começou a dirigir.

–Então... –Tentou puxar assunto

–Então... –Não sou boa com essas coisas - Onde nós vamos?

–Você saberá assim que chegarmos. –Ele respondeu o Sr. Sorriso.

–Me conta, por favor - Falei fazendo a carinha do Gato de Botas.

–Não posso, é surpresa.

–Vai me deixar curiosa mesmo?

–Vou

Olhei para ele que ria e eu dei um leve tapa em seu ombro.

–Isso não vale! Sou uma pessoa curiosa! -Indaguei

–Tenha paciência. –Pediu

Parou no farol e me olhou.

–O que foi? –Perguntei sorrindo e enrubescendo.

Ele balançou a cabeça como se estivesse tentando se livra de algum pensamento.

Olhou para o banco de trás e pegou uma faixa rosa.

–Vira - Pediu

–Por quê? –Perguntei

–Só vira

Obedeci e ele me vendou.

–Agora sim. Não tire. –Senti ele começar a dirigir.

–Isso já é golpe baixo! –Falei –sorrindo- e tentei tirar a venda.

–Por favor, não tire. Vai estragar a surpresa

–Tá bom. –Me rendi

Ele estava estacionando.

–Só um segundo –Falou

Espere, literalmente, um segundo e ouvi a porta ao meu lado abrir.

–Vem - Pediu e pegou minha mão.

Sai do carro e ele fechou a porta. Foi me guiando para algum lugar que eu ao faço a mínima ideia de qual seja.

–Pode abrir os olhos –Disse assim que retirou a venda de mim

Estávamos de frente ao restaurante mais caro da cidade. Não acreditou.

–Cha... Cha... –Tentei dizer

–Você ao gostou? –Perguntou com a voz carregada de tristeza

–Não! –Falei exasperada e sorri - Eu amei! É que, esse restaurante é muito caro e...

–Não se preocupe, já resolvi tudo –Disse ele sorrindo docemente

–Charlie , eu não...

–Por favor – Pediu

Eu apenas abracei-o, ele tinha cheiro de canela. Amo canela.

–Tudo bem. Eu só não quero lhe causar prejuízos.

–Não é prejuízo algum. –Ele sorriu

Me estendeu o braço e eu entrelacei o meu ao dele.

Entramos no local. Era iluminado, com lustres pendendo do teto. Tinham várias mesas espalhadas pelo salão. Todas com toalhas brancas e algum vaso com flores no centro. Cadeiras estofadas e um piso de algo que imitava madeira. Tudo lindo.

–Wow – Falei

Charles apenas sorriu com minha reação.

–Por aqui senhores – Um garçom disse começando a andar

Mas, pera. Não tínhamos que ver se tinha reserva e aquelas coisas todas?

–Charlie, não tínhamos que ver se tem reserva e essas coisas? –Perguntei sussurrando

–Eu já resolvi isso, Lena –Ele me respondeu sorrindo, e eu sorri involuntariamente com o apelido

O garçom nos guiou até uma mesa e nos sentamos. A mesa ficava bem no centro do restaurante.

–O que iram querer? –O garçom perguntou à minha direita

– Porque você não escolhe, Sil –Eu já disse que adoro quando ele me chama pelo apelido?

–An... –Eu não sabia o que pedir. Primeiro: Pela quantidade de pratos que tinha, ali, segundo: era tudo carão demais - Eu não sei –Disse tímida e enrubescendo de vergonha, mas Charles apenas riu

–Trás o sete, por favor - Ele pediu e o garçom assentiu e foi em direção à portas duplas em um canto do salão

–Então, gostou do lugar? –Perguntou ele chegando mais perto com a cadeira e colocando as mãos sob a mesa

–Se eu gostei? Eu Amei Charlie! –Respondi com o maior sorriso do mundo - Mas esse lugar é caro demais e... –Ele me interrompeu soltando um risinho e esboçando o Sr. Sorriso

–Fica calma, Lena. Eu já resolvi isso

–Você sempre diz isso toda vez que eu pergunto! Deve ter gastado ma fortuna! –Falei olhando em volta

–Eu não gastei tanto assim – Ele respondeu calmo e sereno

–Então como...

–Um mágico nunca revela seus truques –Ele disse brincando com as mãos como se fosse um mágico

Logo o prato chegou e começamos a comer.

Em meio à risadas, Sr’s. Sorrisos, um Charles sedu... Ops!

Eu já disse que minha consciência é uma pervertida? Pos é, se não disse estou dizendo agora: MINHA CONSCIÊNCIA É A PERVERSÃO EM FORMA DE CONSCIÊNCIA!

Ei! Eu ouvi isso!

Bom mesmo.

Ao fundo, tocava uma música clássica extremamente chata. Eu juro que vi uma senhora umas mesas adiante dormindo.

Charles olhou em volta assim, que terminamos um assunto, e fez um gesto com a mão. De repente a música troca por uma extremamente linda e fofa, que eu amo.

E aí? Olá

Você me esperava, né?

Prazer, sou seu príncipe

Cheio de defeitos

Infelizmente sou só um cara normal

Sem nenhum castelo

Nem cavalo branco

Olhei para Charles com a sobrancelha erguida, esse que apenas ria da minha expressão. Ele levantou e ficou ao meu lado, me estendendo a mão.

Eu posso te fazer sofrer

Eu posso te fazer chorar

Mas eu tô tentando

Tentando melhorar

Eu estava prestes a perguntar alguma coisa quando ele disse.

–Quer dançar?

Fiquei estática, sem reação. Não sabia o que fazer. Abri e fechei a boca milhares de vezes, mas sem emitir nenhum som. E ele continuava ali, com um sorriso terno nos lábios.

Quero escrever a nossa história

Você, princesa, ''vamo'' agora

Será que rola?

Sem final, o que me diz?

Só ser feliz

Eu sorri boba e disse:

–Charlie, estamos um restaurante e...

–Desde quando isso importa? –Perguntou com a sobrancelha erguida, o que o deixou incrivelmente sexy.

Realmente, não importava onde estávamos. Eu sempre gostei de dançar, mesmo não sabendo absolutamente nada, e nunca tive vergonha.

Sorri e aceitei a sua mão me levantando em seguida.

Eu quero ser seu príncipe encantando

Seu eterno namorado

Te acordar com um beijo meu

Só meu

Entrelacei meus dedos em volta de seu pescoço e ele as suas em volta de minha cintura, onde ocorreu um leve (Lê-se: Forte) choque térmico, contra a minha pele gelada e a dele o completo oposto.

Eu não parava de sorrir feito idiota enquanto ele me girava e me guiava pelo salão aos olhares de pessoas curiosas e algumas com uma expressão muito estranha. Mas nada importava. Não agora.

Eu quero ser seu príncipe perfeito

Se não for eu dou um jeito

Você sabe, eu sempre dou um jeito

Não conseguia me desviar daqueles olhos escuros, ora castanhos ora negros. Eu me perdia facilmente neles e era meio que – mito- difícil sair dele.

Mas se bem, que se fosse para eu me perder ali, que fosse para não ser encontrada ou achada. Eu gostava deles, me transmitiam calor, paixão, paz.

E eu não estou falando apenas dos olhos.

Eu quero ser seu príncipe perfeito

Se não for eu dou um jeito

Você sabe, eu sempre dou um jeito

Sorriamos feitos dois doidos loucamente apaixonados um pelo ouro. Bom, eu era apaixonada por ele, mas não sabia se ele sentia o mesmo por mim. E era isso que mais me machucava.

Não saber se o sentimento era recíproco. Não saber se ele me olhava da mesma forma que eu olho para ele. Não saber se ele me amava do jeito que eu amo ele.

Eu quero ser...

Eu quero ser...

Eu quero ser...

Só seu

Assim que a música acabou, ouvimos palmas e mais palmas. Olhei em volta e todos estavam em pé nos olhando. Percebi que alguns casais, alguns não, todos os casais do lugar tinham dançado. Até um garçom e uma garçonete. E eu não conseguia parar de sentir aquela felicidade e angustia no peito ao mesmo tempo.

Agradecemos às palmas e aos poucos todos foram se sentando. Eu e Charlie ainda ríamos de felicidade. Quando paramos de rir, tínhamos apenas dois enormes sorrisos estampados no rosto.

–Não falei que não importava o lugar?! –Ele perguntou com um leve toque risonho

Eu apenas empurrei seu ombro de leve e forma de brincadeira.

Passamos mais alguns minutos conversando. Esses minutos que devem ter sido horas, pois quando olhamos em volta, tinham poucas mesas sendo ocupadas e eu i restaurante estava para fechar.

–Vamos nobre dama? –Perguntou meu... Quer dizer, perguntou o Charles.

Assenti, agradecemos o garçom e saímos. Estranhei ele não pagar, ma como ele disse: “Um mágico nunca revela seus truques”.

Entramos no carro e ele começou a dirigir. Apesar de tudo o que aconteceu, estava um silêncio desconfortável.

–Obrigado – Disse de olhos fechados com um sorriso nos lábios encostando minha cabeça no banco.

–Pelo que? –Ele perguntou me olhando e sorrindo de lado.

Abri os olhos e olhei-o.

–Como assim “pelo que?”. Pelo restaurante, pela música, por tudo.

–Não precisa me agradecer. Mas ainda não acabou – Ele respondeu

–Não? –Perguntei com uma cara de confusão, que fez ele rir.

–Não.

–Como assim não? O que vamos fazer?

–Espere e verá.

–Você é muito enigmático - Eu disse cruzando os braços na frente do peito e fazendo bico.

–Mas você gosta – Ele tem razão, eu gosto. Ri com aquilo e percebi que ele tinha soltado sem querer quando corou.

Depois de um tempinho em silêncio ele parou o carro em uma estrada de terra.

–Onde estamos? –Perguntei saindo do carro com ele e olhando em volta

–Já ira saber

Olhei para ele com cara de: “Quando você vai parar com isso?”, e ele, simplesmente, riu; eu não resisti e acompanhei-o.

–Vem – Ele me estendeu a mão e eu aceitei. Caminhamos lado à lado, de mãos dadas na calada da noite em uma estrada de terra. Eu não me importava se meus sapatos iriam sujara, ou se a terra sujaria meu vestido. Aquilo não importava. Não mais.

Eu caminhava de olhos fechados, com o pescoço para trás, apenas ouvindo o barulho dos grilos e nossas respirações. Percebi que Charles me fitava.

Abaixei a cabeça e olhei-o. Ficamos nos encarando durante alguns segundos até que eu ri e ele corou.

–Desculpe – murmurou- Eu estava vendo como você está bonita e a luz da lua... –Ele tapa a boca com a mão como se tivesse acabado de pensar algo e dito em voz alta.

–Tudo bem, e obrigada – respondi corando e sorrindo também.

–Chegamos – Ele disse

Olhei em volta. Estávamos em um tipo de parque. Mas não aqueles com brinquedos. Aqueles com um mini playground para crianças, bancos de cimento, árvores e um lago no centro.

Parece que tinha sido invadido. Como se ali só tivesse o lago e um matagal, e foram construindo as coisas ali. Mas deve ter sido abandonado. Pois raízes e folhas cresciam nos bancos e nos brinquedos. Mas, mesmo assim, era lindo.

–Uau – Eu digo. Era pó segundo “uau” que eu tinha dito na noite. Está ficando repetitivo.

–É lindo não? –Charles perguntou andando com as mãos nos bolsos e olhando adiante. Eu o segui e apenas assenti. – Eu morava aqui. Mais especificamente, ali. -E ele apontou para o horizonte, onde eu consegui ver pequenas casinhas (como àquelas de campo) e alguns prédios, esses, também pequenos; no máximo, três andares.

–Como assim? –Perguntei curiosa

Ele suspirou e se sentou na grama perto do lago, abraçando os joelhos. Sentei ao seu lado e observei-o olhando adiante.

–Quando eu era mais novo, eu morava com a minha mãe, Sarah, e meu irmão mais novo, Anthony. Morávamos em outro país. Minha mãe tinha acabado de se casar com meu pai, e ele queria, a todo custo, voltar para cá. –Ele fungou, como se estivesse se segurando para não chorar - Aí voltamos. Não achamos casa em lugar nenhum, e as que achávamos, eram muito caras. Então – Ele deixou uma lágrima cair - achamos esse lugar invadido. O único lugar que conseguimos uma casa para morar. Então nos mudamos e moramos aqui durante uns anos. –Nessa hora, várias lágrimas já caiam de seu rosto e eu também chorava - Quando eu fiz 13, meu pai saiu para comprar algo e não voltou mais. Ele sabia das ameaças que todos sofriam por invadir o local, mas não tínhamos outro lugar para ir. Então ficamos. Três dias depois da partida dele, a policia chegou e mandou todos saírem. Não quisemos sair, então eles usaram a força bruta. Arrancaram-nos, literalmente, de casa e iam nos levar para alguma prisão ou algo do tipo, mas lutamos com todas as forças para não deixar o lugar. Minha mãe morreu porque não queria deixar a casa, um policial atirou nela enquanto eu e meu irmão assistíamos a cena sem poder fazer nada. –Agora ele fazia círculos no chão, como um passatempo, e chorava compulsivamente, como eu - Eu fiquei com raiva e dissemos ao policial que não iríamos sair da casa. Então ele matou um irmão e eu lutei com ele; quebrei um braço e desloquei o maxilar. Consegui fugir dos policiais e fui parar numa estrada,; onde a policia de verdade me achou e me levou para o hospital. Eu queria voltar e explicar o que tinha acontecido, mas eles não me ouviram. Depois disso tudo eles me levaram para o lar de adoção, até acharem meu pai. E eu descobri –mais uma fungada- que aqueles caras que mataram minha mãe e meu irmão não eram policiais, eram meio que “terroristas” e faziam aquilo por diversão. Consegui... Co-consegui, descrever o cara que matou minha família e ele era o “chefão”, digamos assim, e ele foi preso com pena de prisão per-per-perpétua. Quando acharam meu pai, ele ficou com minha guarda e eu fui morar com ele. E agora, to-toda vez que eu pergunto porque ele nos abandonou e deixou tudo aquilo acontecer, e-e-ele muda de as-as-assunto. –Ele respirou fundo e eu o abracei com força em e em meio à muitas lágrimas.

Ficamos ali, abraçados durante um bom tempo. Quando nos separamos, sequei suas lágrimas com meus polegares e beijei sua testa.

–Você não precisava ter me contado isso – Eu disse calma com os olhos fechados.

Ele não precisava ter me contado, era algo muito pesado até mesmo para ele.

–Eu precisava sim. Me-me sentia na obriga-gação de te con-contar –Ele disse gaguejando e também de olhos fechados.

–Mas não precisava, Charlie. É algo mito pessoal e pesado até para você. E eu não gosto de te ver sofrer – O abracei sentindo seu forte aroma de canela.

–Obrigada, por me ouvir – Ele disse.

–Saiba que pode contar comigo para tudo, sem exceções. –Eu disse olhando nos olhos dele e soltando um mínimo sorriso

Estávamos a milímetros de distancia, um espaço muito curto; tão curto que eu podia sentir seu hálito batendo em meu rosto. Não resisti e o beijei.

No começo eu achei que ele ia recusar e parar o beijo, mas ele apenas abraçou minha cintura e aprofundou o beijo. Explorávamos cada canto da boca um do outro. Eu me sentia bem ali. Segura. Como se eu pudesse contar com ele para tudo.

Quando nos separamos ficamos nos encarando até ele corar e dizer:

–Desculpa – Ele não parecia tão arrependido assim

–Não... –Eu ainda estava ofegante - não precisa pedir desculpas.

–Nã... Não? –Ele perguntou confuso e eu sorri meio nervosa.

–Olha, eu estou cansada de guardar só para mim e não poder fazer nada à respeito. –Minha voz estava tremendo e eu não tinha mais o controle do meu corpo

–Silena, o que...

–Eugostodevocê – Eu disse rápido demais para que ele entendesse.

–Não entendi – Ele falou com uma expressão confusa

–Eu. Gosto. De. Você. –Eu disse fechando os olhos e suspirando de alívio

–Eu também gosto de você, Silena – Ouvi ele dizer a abri os olhos. Acho que ele não entendeu.

–Não, não é como você pensa. É diferente. Mais que um amigo. Entende? –Eu falei e ele sorriu.

–Eu entendo perfeitamente – Depois de um meio sorriso dele, o mesmo segurou em minha cintura e me beijou; e eu, claro, não recusei. Ficamos nos beijando por, provavelmente, uns dez minutos, até que o ar se fez necessário.

–Como... –Eu tentei dizer, ainda ofegante, mas as palavras não saiam de minha boca.

–Eu também gosto de você, Sil. Mais que uma amiga. Toda vez que eu fico perto de você eu começo a suar freio, gaguejar e a ficar nervoso. Meu coração dispara e eu acho que vou ter um ataque cardíaco. Minhas mãos tremem e eu não sei o que dizer ou fazer. É como se eu perdesse meu autocontrole apenas por estar perto do você. E, eu acho que te amo – Ele terminou de dizer corando e eu só consegui sorrir e abraça-lo. Ele rapidamente retribuiu o abraço acariciando meus cabelos.

–Você tirou as palavras da minha boca. –Eu disse, finalmente, o olhando nos olhos e sorrindo.

–Então quer dizer que...

–Que eu também te amo Charles. Toda vez que eu fico perto de você sinto o controle do meu corpo, também, se esvair. Fico nervosa e com medo de falar besteira e estragar tudo. Meu coração perde uma batida e volta, rapidamente, como se estivesse correndo uma maratona. Começo a falar coisas sem sentido e sem noção, até que a besteira já estava feita. –E eu sorri junto com ele

–Ok, eu demorei quase um mês para tomar coragem, mas eu acho que agora é a hora. –Ele tirou do bolso uma caixinha vermelha de veludo e abriu-a, revelando dois anéis simplesmente lindos - Eu que fiz. Agora, lá vai, Silena Beauregard, você aceita namorar comigo? –Percebi que ele tremia e sua voz estava carregada de nervosismo.

Me aproximei dele e coloquei meus baço em volta do pescoço dele e sussurrei em seu ouvido:

–Você ainda tem alguma duvida? –Depois disso nos beijamos e colocamos nossos anéis. Colamos nossas testas e ficamos nos encarando com dois sorrisos bobos e apaixonados.

Entrelacei minha mão à sua e me sentei, direito, ao seu lado; descansando minha cabeça em seu ombro, enquanto ele envolvia minha cintura com um braço.

–Vamos nadar? –Ele perguntou

–Como assim? –Olhei-o

–Nadar, ué. Te um lago ali. Vamos nadar?

–Charles, está de noite e... –Ele levantou uma sobrancelha de novo, como se perguntasse: “-Desde quando isso importa?”, novamente. Eu ri e me levantei junto com ele.

–Vira – Pedi

–Por quê? - Ele perguntou

–Só vira – Ele obedeceu, eu me despi (ficando só de langerie, seus pervertidos) e pulei no lago. Permitindo-me sentir a gélida água contra minha pele.

Emergi e olhei para Charles que continuava de costas.

–Hey! – Chamei – Você não vem?

Ele olhou para trás e não me viu, depois olhou para o lago e sorriu.

Fechei os olhos e segundos depois senti ele do meu lado. Começamos a brincar e rir. Até iniciamos uma guerra de água.

Eu estava com minhas mãos em sua nunca, e as dele estavam em minha cintura, enquanto nossas testas estavam coladas e tínhamos fechado os olhos. Tudo perfeito.

–Vou te contar uma história.

–Ok – Murmurei em concordância, abrindo os olhos e encarando os dele

–Era uma vez, você e eu. –Esperei que ele continuasse, mas nada; ele continuou em silêncio.

–E... –Incentivei-o

–“E...” o que? –Perguntou “inocentemente”.

–Não tem fim?

–Não. E essa é a melhor parte. – Abri um sorriso de orelha a orelha e o beijei.

Aquela, sem dúvidas, era a melhor parte.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Deem suas opiniões nos comentários :D
As músicas desse capítulo são:
Ellie Goulding - Love Me Like You Do
Demi Lovato - Cool for the Summer
Príncipe - Lucas Lucco
Não sei mais o que falar aqui, à não ser agradecer a todos que comentaram no capítulo anterior e os que vão comentar nesse :3
Espero que tenham gostado :)
Bjsss com amoras *-*



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