Como foram as suas férias? escrita por Bitinho


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, povos e lulas!

Divido com vocês a minha primeira fic da viidaaaa.
Uma bela madrugada, após dias atualizando o email esperando continuações das fics que acompanho, tive um estalo e pensei: "Para passar a minha abstinência forçada porque não escrever uma história minha para acompanhar?" E foi assim que surgiu esse primeiro capítulo.
Espero que vocês curtam.

Sem mais...



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CAP. 01

Era um dia alegre em Santa Fé, toda a vila ajustava os últimos detalhes para a grande festa do padroeiro que ocorreria logo mais, a noite. A vila estava ainda mais colorida. Fitas das mais variadas cores iam de uma árvore a outra, interligando-as. Pequenos balões, dispostos ao longo de toda a extenção da grande trama formada pelas fitas, iluminavam todo o lugar da festa. Uma grande mesa ia recebendo, ao longo do dia, os pratos preparados por diferentes moradores. A bebida seria disponibilizada pelo dono da única venda do local, seu Giácomo, que depois de muito relutar cedeu aos pedidos do Padre Santo. É bem verdade que ele não saiu totalmente de mãos abanando, pois o Padre conseguiu que a prefeitura das Antas pagasse metade do valor das bebidas, mas ainda assim era com muita dor no coração (e no bolso) que ele ajudava a colocar as bebidas para fora da venda.

Não muito distante dali, uma senhora loira separava a roupa que a família usaria mais tarde. O marido e a única filha não tardariam a chegar. Enquanto descia as escadas avistou seu marido entrando na sala carregando duas enchadas. Estranhou a entrada solitária do marido e foi logo indagando:

- Ué pai! Cadê a nossa fia?

- Ela terminô o serviço mais ieu e disse que ia dar umas vórta por esses mato e que daqui a um pôco tava di vórta.

- Ai meu Deus, essa menina num tem jeito. Ocê num divia de tê dexado ela ir, pai.

- Ara que é que tem demais, mãe?!

- Que é que tem?! Que é que tem que hoje é dia de festa e essa menina vai me aparecer aqui na hora de ir toda suja e do jeito que é não vai querer nem tomar um banho.

- Quié isso, mãe. Nossa fia é bronca mai né porca não. Pode dexá que ela vai tomar os banho dela tudo direitinho, ocê vai ver.

- Hunf! Espero mermo, seu Pedro Farcão.

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Em algum lugar da fazenda Napoleão dois adolescentes conversavam deitados sobre os galhos de um frondozo cajueiro.

- Ara que eu tava com uma sardade desse céu, desse ar.

- Pensei que ocê fosse esquecer essas coisa. Pensei inté que ocê num ia querê vir passar as féria aqui na vila.

- De jeito manêra, Gina. Ieu nunca que ia deixar de querê vir pra cá. Ieu gosto demais disso tudo aqui. Essa besterage de ir estudar lá na capital foi invenção do meu pai. Por mim eu continuava aqui mermo, na fazenda, e continuava os estudos nas Antas.

- Do jeito que ocê fala inté parece que lá não tem nada de bão.

- Num foi isso que eu quiz dizê, Gina. A capital tem muita coisa boa, sim. A escola realmente é melhor que a das Antas. Eu tô conhecendo muita coisa. Muita gente diferente.

- Como assim diferente?

- Ara Gina. Gente com o costume diferente do nosso. Com a visão diferente da nossa.

- Huuum – foi tudo o que a garota conseguiu dizer. Ela não queria fazer pré julgamentos, mas achava que o amigo voltara um pouco diferente. Mesmo tendo passado apenas 6 meses fora.

Nesse momento uma terceira voz aparece:

- Patrãozinho, o coronér mandô eu vir chamá o senhô.

Ferdinando senta-se no galho e olha o outro adolescente embaixo da árvore.

- Por favor, Zelão. Já lhe falei que ocê pare com essa história de me chamar de patrãozinho. Eu não sou seu patrão e muito menos sou mais velho que ocê pra ser chamado de senhô.

- Ara que nisso aí ocê tá mentindo, Ferdinando. Caso de quê o Zelão é o mais novo de nóis tudinho. Por meses, mas é.

Era verdade, por mais que não parecesse, tanto pelo físico quanto pelas atitudes, o adolescente aspirante a capataz da fazenda fazia aniversário no dia 26 de Dezembro. Sendo o último a nascer dos adolescentes da nossa história, que moram em Santa Fé.

- Foi só modo de falar, Gina. No fim temos todos a merma idade. Mas se ocê faz tanta questão, no próximo aniversário eu lhe dou uma bengala. Já que a ansiã da turma vai precisar mais cedo.

A garota ruiva que até então estivera deitada durante toda a conversa sentou-se no galho e encarou o amigo que estava alguns galhos acima.

- Intonce compre uma pra ocê também caso de que se eu sou ansiã ocê também é. E se ocê num pará com essas graça eu faço ocê ter que usá a bengala muito antes de ocê ter a idade do vosso pai.

Ferdinando ria debochadamente da fúria da garota.

- Már que discurssão mais besta essa de ocês. Seu pai tá chamando Ferdinando ieu acho melhor nóis ir logo.

- Ieu vou me embora que já perdi tempo demais por aqui.

A ruiva pulou do galho que estava com a destreza de um felino e saiu a passos largos e pesados. Ainda de cima do galho Ferdinando gritou para ela:

- Inté a noite, Gina.

A garota nem se virou, continuou andando rapidamente em direção a fazenda onde morava. Ainda com um sorriso no rosto, Ferdinando descia os galhos do cajueiro.

- Ocê fica aí rindo már ela ficou brava.

- Mas que bobagem, Zelão. Até parece que ocê num conhece a Gina. Aquela uma por tudo fecha cara.

- E ocê tumém num facilita.

- Mas a graça em ser amigo da Gina é justamente essa. E depois nós crescemo tudo junto. É que nem irmão, briga e depois se acerta.

- Tá certo. Agora vamo logo que vosso pai quer prosear mais ocê antes de ir pra festa.

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Notas finais do capítulo

Iai? Que é que cês acham?
Eu achei curto, espero que com o tempo vá ganhando prática.
O segundo capítulo já tá iniciado, mas não sei quando postarei. Se antes já tirava o chapéu para todas as talentosas que escrevem aqui, agora que tiro meesmoo. Me "acabei" de escrever, e só deu isso (rsrs).

Até o próximo.
;)



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