If It Was All Just Normal. escrita por Srta Who


Capítulo 12
John Smith Me Beijou.




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No mundo há um livro realmente grosso, e que pouquíssimas pessoas conseguem ler por diversão, talvez você seja uma daquelas que sinta prazer em ler esse livro e se for recomendo que abandone essa leitura agora, sente em uma poltrona confortável sobre o sol de primavera e comece a aprender o significado das mais diversas palavras. Tudo bem, vocês têm o direito de me pedir uma explicação, bem, tudo o que posso responder é que é aqui onde a história fica complicada. Se quiser continuar faça-o por sua conta e risco, e não diga que não tentei avisar.

Nesse livro realmente grosso chamado dicionário existem muitas, e muitas palavras pelas quais se pode procurar, mas eu só preciso de três em especifico para descrever o que está acontecendo entre mim e John nesse momento:

1° Estranho: que ou o que se caracteriza pelo caráter extraordinário; excêntrico

2° Intenso: que se manifesta ou se faz sentir com força, com vigor, com abundância.

3° Culpa: atitude ou ausência de atitude de que resulta, por ignorância ou descuido, dano, problema ou desastre para outrem.

Tem vários outros vocábulos que poderiam me ajudar a representar esse momento particularmente quente que está acontecendo num dia bastante gelado, mas alguma coisa entre a sensação de sua língua lutando desesperadamente por controle com a minha, sua pele contra meu corpo, suas mãos percorrendo cada pedacinho de meus membros e em Can’t Stop tocando do lado de fora arrancava qualquer outra coisa de minha mente, e nela apenas esses três termos permaneciam, eles e sempre eles.

Seus lábios colados aos meus. Estranho, intenso, culpa. Suas mãos apertando minhas pernas de uma maneira inteiramente nova. Estranho, intenso, culpa. Descendo seus beijos para meu pescoço. Estranho, intenso, culpa. Minhas mãos agarrando seus cabelos. Estranho, intenso, culpa. Sua camisa favorita do Star Trek voando pelo quarto. Estranho, intenso, culpa. Minhas unhas torturando suas costas. Estranho, intenso, culpa.

Acho que vou arrancar os cabelos dele da cabeça de John se continuar puxando tão forte, mas a culpa é dele que está quase arrancando um pedaço do meu pescoço, com certeza vou ficar roxa depois. A campainha soou fria do lado de fora, funcionando como um despertador. Olhamos um para o outro, assustados, vermelhos e emitimos pequenos gritos de susto. Ele abandonou sua posição sobre mim, ambos nos levantamos e ficamos nos encarando boquiabertos com o que havia acabado de acontecer.

–Eu.... Eu não devia.... Quer dizer.... Nós.... Então.... É.... – John não conseguiu terminar nenhuma das frases que estava tentando formar. Levantei-me na cama.

–A música.... É.... Caderno.... Então.... É..... Nós…. Você.... Oh meu Deus!

–Me desculpe. – Ele disse vermelho.

–Me desculpe também. – Respondi. A campainha tocou novamente.

–Melhor eu atender.

–John.

–Sim? ... Claro.... Quer dizer.... Pois não?

–Sua camisa.

–O que tem de errado com ela?

–Está no chão.

–Não me lembro de tê-la tirado.

–Nem eu. – O cientista agachou-se e agarrou a peça de roupa vestindo-a em seguida.

–Você se importa de ficar aqui enquanto eu atendo?

–Você me dá um amasso daqueles e eu não posso nem ver suas visitas? – Provoquei. Ele riu. – Estou brincando. Pode ir. – Assim que John saiu do quarto dei um profundo suspiro e cobri meu rosto com as mãos. Oh meu Deus! Ele realmente tem habilidade para tudo o que faz. Não, pensamento errado, não posso pensar assim. Mas vamos apenas dizer que ele é bom no que faz. Que droga! Por que é tão difícil manter minha mente focada? Talvez seja a lembrança daquele cabelo entre meus dedos. Senhor me ajude! Eu vou ficar louca com esse homem! A música do lado de fora parou, ouvi vozes masculinas conversando animadamente com John, elas pareciam familiares, por que tão familiares?

–Quem são? – Perguntei quando ele voltou alguns minutos depois.

–Meus amigos.

–Amigos?

–É, você sabe, da Torchwood. – Acho que nunca houve em minha vida um só momento onde eu quis tanto gritar um palavrão. Se eles me virem aqui estou acabada, e se virem meu estado John com certeza será despedido antes da segunda-feira. Os amigos dele provavelmente me conhecem, eu conheço quase todos lá.

–Eles não podem me ver. – Sussurrei.

–O que?

–Seus amigos, eles não podem me ver.

–O que? Por que?

–Ah tudo bem, então eu vou só sair do seu quarto nesse estado para que eles possam me chamar de prostituta. – Disse ameaçando sair. Ele segurou meu braço.

–Espere.

–O que? Não queria que eu fosse dar um oi a seus amigos?

–Talvez essa não seja a melhor forma de conhecer alguém.

–Você acha?

–Eu posso distrair eles para você sair.

–Obrigado. – Agradeci-o mentalmente por ele me deixar escapar sem perguntas.

–Rose?

–Sim?

–O.... O que aconteceu hoje vai afetar nossa amizade? – Pensei sobre a pergunta por um segundo. Eu queria que aquilo afetasse nossa amizade? Eu com certeza não posso ficar com John, e isso me incomoda, me incomoda responde que sim e ser uma mentira, me incomoda mais ainda responder não e magoa-lo.

–Você quer que afete? – Foi a única resposta na qual pude pensar.

–Sim.... Quer dizer, não.... Eu não sei. – Sorri de canto, pelo menos eu não era a única confusa com a situação.

–É melhor fingirmos que tudo o que fizemos aqui nunca aconteceu. – Ele pareceu decepcionado, mas concordou com a cabeça.

–Então nada do que fizemos aqui jamais aconteceu?

–Exato. – Vi um brilho em seus olhos. Ele aproximou-se de mim, instintivamente recuei, mais um passo dele, recuei de novo, e isso continuou até eu estar prensada contra a parede com suas mãos na parede atrás de mim.

–Nada do que acontecer aqui será lembrado? – Ele sussurrou.

–É-É é essa a lógica.

–Então, Rose Marion, por favor. – Ele roçou o nariz em minha bochecha. – Por favor. Deixe-me adicionar algo a nossa lista de amnesia. – John Smith me beijou novamente, dessa vez não havia urgência, apenas um beijo suave, com seus lábios lá, parados contra os meus, ele parecia ter esquecido de como se mover, eu não podia culpa-lo, estava igualmente imóvel. Tudo naquele momento parecia tão certo e tão errado ao mesmo tempo, todos os sentimentos vindos de nós dois pareciam corretos como nada nesse planeta jamais havia sido, porém as circunstâncias eram tão fantasticamente erradas que tornavam a situação arrebatadora demais para se pensar sobre.

Ele pós as mãos em meus cabelos e finalmente moveu sua boca delicadamente. Definitivamente, absolutamente, indiscutivelmente ele é bom em tudo o que faz, e isso é horrível para mim que vou ter de tentar esquecer sua magnífica habilidade com a língua. Acho que essa é a coisa mais errada que eu pensei o dia inteiro. Então ele pôs suas mãos ao redor de minha cintura, e eu ao redor do pescoço dele, num meio abraço meio beijo infantil, numa das melhores sensações que tive nos últimos anos. Toda a intensidade por trás das carícias inocentes parecia um maremoto sendo contido por uma finíssima represa que se partiria a qualquer segundo e arrasaria com tudo ao redor.

–John! Você está bem? – Perguntou um dos homens do lado de fora.

–Nunca estive melhor. – Ele murmurou sem nunca tirar os olhos dos meus, aqueles orbes castanhos manchados pela dilatação extrema das pupilas mostravam tamanha adoração por mim que me fez sentir culpada por em algum momento de minha vida ter desejado sair daquele quarto.

–Eu tenho de ir. – Sussurrou, acariciando minha bochecha corada com o ar quente que saia de sua boca.

–Eu sei.

–Mas, eu não quero ir. – Protestou.

–Eu sei. – Confessei.

–Fique. – Ele propôs com esperança em sua voz. – Eu mando eles embora. Não pense que tenho segundas intensões, só segurar sua mão e ficar olhando para você o resto do dia e da noite sabendo que você também.... Que também tem algum sentimento por mim será o bastante, por favor, podemos brincar de amnesia depois. Fique aqui comigo. E eu faço qualquer coisa que você pedir, juro. – Seus olhos brilhavam mais do que qualquer estrela que já vi, fiquei tentada a aceitar a proposta.

–Eu não posso. – Senti um peso no coração quando vi sua expressão de aceitação.

–Por quê?

–Eu não posso, John. – Ele concordou com a cabeça e afastou-se, estranho, senti frio quando ele me soltou.

–Amigos? – Ele disse estendendo a mão para mim.

–Amigos. – Apertei-a e senti um choque, aparentemente ele também sentiu pois soltou-me logo em seguida.

–Fique aqui por dois minutos e depois pode sair, a porta está aberta.

–Obrigada. – Sorri.

–Ah, se meu pai pudesse me ver agora. – Ele murmurou, não entendi o que queria dizer, mas não pude perguntar, porque logo em seguida John deixou o quarto.


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Notas finais do capítulo

não me matem.



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