All I Wanted escrita por PandaRadioativo


Capítulo 1
Capítulo Um




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Abra os seus olhos
E olhe para fora
Encontre as razões, pelas quais
Você tem sido rejeitada.
E agora você não consegue achar
O que você deixou para trás.
Seja forte, seja forte agora,
Muitos, muitos problemas.

~Nobody's Home~

~Avril Lavigne~

Meu nome é Hannah Harris, filha da Rainha de Copas com o Valete. Realmente era tudo que eu precisava agora. Meu destino realmente seria decidido por quem eram meus pais, e não quem eu era? Eu tinha certeza que seria uma Nunca. Até aquele dia.

Fui buscada por algo parecido com um cavalo alado. Então eu sabia que era uma Sempre. Me entregaram um cartão dourado e me deram dez minutos para colocar uma roupa digna de uma Sempre. Bobagem. Mas, posso reclamar? Não, não posso.

Voltei com um vestido simples e vermelho, um medalhão dourado com um rubi em forma de coração, perfeitamente lapidado, sem uma única falha.

[...]

Demorei algum tempo para me acostumar àquele novo lugar. Observei a grama bem cortada, o céu azul, e todas as princesas que surgiam, uma após a outra.

Fiquei totalmente perdida, meus cabelos pretos presos em um coque firme e os olhos vermelhos. Literalmente. O vestido escondia minha bota de cano curto preta. Os sapatos de cristal das outras brilhavam sob o sol. Revirei os olhos. Eu teria que usar aquilo pelo resto do ano. Mas, mais uma vez, posso reclamar? Não.

Senti, por incrível que pareça, saudades de Alicia, filha de Alice. A única pessoa que parecia se importar comigo além da própria Alice. Alicia era mais nova, não viria para tão cedo.

Entrei na fila de garotas perfeitas e esperei.

Recebi meu horário e minha cesta de livros.

“Hannah Harris do País das Maravilhas.”

Mais óbvio impossível. Porquê não:

“Hannah Harris, filha da Rainha de Copas, a vilã da história.”

Encarei aquele pergaminho.

É, este ano vai ser longo.

[...]

Subi as escadas de vidro rosa até a torre da Pureza. Meu quarto era um dos primeiros 09. Assim que abri a porta, minhas colegas de quarto se viraram para mim. Gêmeas loiras, olhos azuis e uma beleza quase inatingível. Elas sussurraram algo entre si e sentaram-se no que pareciam ser as melhores camas do quarto. Revirei os olhos e encarei as duas. Não fui com a cara delas. Nem um pouquinho.
[...]
Estávamos liberados das aulas daquele dia, portanto, ainda tínhamos um dia inteiro para sermos nós mesmos. De longe avistei quem eu queria. James Hatterly, filho do nosso querido Chapeleiro Maluco. Observo seus cabelos pretos, roupas totalmente arrumadas e imagino seu sorriso mais zombeteiro e sincero. Chego mais perto dele e cubro seus olhos com as mãos.
– Qual a diferença entre um corvo e uma escrivaninha?
Pergunto.
– Hannah Harris.
– Acertou!
Sentei-me ao seu lado, deixando a bota à mostra. Quem pode me dizer quem eu sou quando sou julgada por quem meus pais são?
– Como estás tú?
– Ora, James, não precisa de tanto cavalheirismo! Estás entre amigos...
– Como quiseres, Dama Vermelha.
Nós rimos.
– Faz tempo que não me chama assim. - Eu disse pensativa.
– Faz tempo que não aparece para o chá! Meu pai está ficando chateado com você...
Ele disse, fingindo um tom de tristeza na voz.
Não pude deixar de rir.
– Sinto saudades do País das Maravilhas...
– Eu também, mas, mudando de assunto... Me escondi na hora de darmos as rosas, então...
Ele pegou uma rosa branca nas mãos e me entregou.
– "Quem foi o energúmeno que plantou rosas brancas? Deixei claro que queria todas vermelhas!"- Eu disse, imitando minha mãe.
Nós dois rimos. A risada dele era doce e forte. Mas então minha risada se perde e eu fico séria. James para de rir na hora, quando percebe meu estado. Ele procura minha mão, mas eu logo o abraço e começo a chorar, o rosto apoiado em seu ombro. E ele só fica lá, me abraçando e me observando. É nessas horas que percebemos quando temos uma amizade verdadeira.
[...]
Depois de certo tempo, fomos obrigados a entrar no castelo novamente, mas pudemos ficar no Salão de Bailes ou podíamos ir para os quartos. Os príncipes podiam ir à Ala Feminina e as princesas à Ala Masculina. Era estranho mas... Estávamos livres! Quem poderia reclamar? Eu é que não seria a pessoa que quer reclamar de tudo. Rezei para aquelas loiras aguadas não estivessem lá. Não estavam. Graças à Absolem! Sentamos lado a lado na minha cama e ficamos lá, observando o nada, até o sol se pôr e todos voltarem à suas respectivas Alas.
[...]
Fiquei observando o meu medalhão. Dizem que não lembro em nada minha mãe, exceto os olhos e a beleza que um dia teve antes de ter aquela "cabeça", mas dizem que também pareço muito com meu pai ao herdar seus cabelos pretos e sua determinação. As gêmeas com quem divido o quarto me lembram de Tweedle-Dee e Tweedle-Doo. Se bem que, tendem a parecer mais com Cinderela, que obviamente, deve ser a mãe delas. A aparência deixa isso bem claro.
Gabrielle e Vanessa Ella, segundo a escritura de ouro na porta pesada de carvalho.
No escuro do quarto, eu via aqueles pares de olhos me encarando.
– Eu vejo vocês. - Disse com uma risada um pouco irônica.
Gabrielle sentou na cama.
– Você é estranha... Não parece uma de nós.
– Eu sei. - Disse sentando em minha própria cama. - Não sabia que seria uma Sempre até hoje de manhã.
– Mas é claro que recebeu o convite escrito a mão pelo Diretor, não é?
Disse Vanessa, louca para que tudo aquilo fosse uma brincadeirinha do dia da mentira.
– Qual? Este aqui? - Tateei a mesa de cabeceira e logo achei o convite.
As duas me olhavam incrédulas.
– Bem. - Disse Vanessa. - É uma de nós. - Ela fez uma cara de quem não gostou muito daquilo.
Deitei-me e me deixei levar por lembranças do País das Maravilhas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...



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