O Amor Nunca Foi Tão Doce escrita por Tiago P Pereira


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Ora, ora, o que temos aqui? Capítulo novo!
É, finalmente. Demorou um pouquinho (mentira) mas saiu. Depois desse pequeno hiatus, consegui finalizar a fanfic. E agora irei atualizá-la direitinho. Peço mil desculpas por ter dado esse tempo enorme, mas agora sim, temos um desfecho.
Irei atualizá-la agora toda quarta, sexta e domingo, para compensar.



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Foi aí que meu coração acelerou. Nathaniel olhava em meus olhos, procurando por algo que parecia ser a verdade. Eu senti que ele sabia de algo, e só queria poder ter a chance de confirmar. Eu procurava por uma maneira de responder à sua pergunta, olhava para o saleiro, outros vezes para dois garotos que estavam sentados exatamente em uma mesa ao lado da nossa. Mas toda essa sua desconfiança se deve ao fato de eu ser amiga de Gustavo, ou pelo menos era. Nathaniel queria saber se eu estava tramando alguma coisa, tentando talvez me vingar de sua irmã por algo que ela provavelmente teria feito.

“Não é segredo que eu não apoio o relacionamento dos dois. Disso você sabe, já conversamos.”, disse. “E não me sinto bem em desconfiar de você assim, mas...”

“Não.”, interrompi. Nathaniel me lançou um olhar confuso, e continuei: “É normal você pensar isso, mas não sei mais se confio ou não no Gustavo depois da briga que ele e Arthur tiveram.”

Nathaniel parecia bastante interessado na briga quando perguntou o que havia acontecido. Contei tudo, e também contei como eu me sentia em relação a isso. Ele parecia também estar contra Gustavo, tanto que pediu minha ajuda.

“Você precisa fazer com que eles se separem.”

“Não, não, isso não vai funcionar. Gustavo tem um espírito teimoso, vai pensar que eu estou com ciúmes e...”, e ele vai perguntar se não era aquilo que eu queria. Afinal, fui eu mesma quem pedi. Me senti super mal em mentir para Nathaniel. Eu realmente queria poder contar a verdade a ele, mas tive medo.

“Vai dar certo se formos devagar com isso.”

Apenas assenti e dei uma enorme mordida em meu sanduíche de presunto e queijo, enquanto ele fazia o mesmo com o seu sanduíche de frango.

*

O encontro foi mais ou menos como o esperado. Fiz minhas perguntas e Nathaniel fez as dele. Mas eu esperava que suas respostas tivessem sido pelo menos de pequena ajuda para que eu pudesse entender o que se passa comigo, mas nada. Cheguei em casa e meus pais me esperavam enquanto assistiam a um filme. Me sentei no sofá em silêncio, sem cumprimentá-los, eles não ousaram perguntar nada, também não estava muito afim de conversar com ninguém. Estava mais afim mesmo era de ver o filme com eles, que parecia ser ótimo.

Na escola contei tudo sobre o meu encontro com Nathaniel para Larissa. Ela disse que esperava um pouco mais, o único problema era que nos “conhecíamos a pouco tempo”. Foi aí que de repente houve um tumulto. Muitas garotas corriam sem parar de um lado para o outro, eufóricas com algo que havia acontecido no portão. Então, curiosas, fomos ver o que estava acontecendo. Um novo aluno havia chegado, e pelos cabelos loiros, olhos verdes e pele bronzeada – e claro, a pinta de galã de novela – era Dake. Ou melhor, Dakota.

Lá estava ele, sem uniforme, apenas com uma camiseta branca de manga, um colar com um pingentinho de prancha de surf, bermuda e chinelos. Ele havia sido barrado pelo porteiro justamente por estar trajando vestimentas impróprias para a escola. E Dake tentava, com aquela cara de sínico, suplicava para que o porteiro o deixasse entrar. O porteiro José, esse é o nome dele, um senhorzinho muito simpático, tentava ao máximo manter Dake longe da escola. Não deixava nem que ele passasse o pé do portão.

O porteiro pedira que alguém chamasse a vice-diretora, a única disponível na escola naquele dia. E logo depois de um tempo ela apareceu. A vice sempre fora mais legal que a diretora. É um pouco mias jovem e tem um corpo curvilíneo. Naquele dia ela usava um blazer azul-marinho com listras azul-claras, uma camisa branca por baixo, com dois botões abertos que revelavam um pouco de decote. Uma calça vermelha e um salto escuro. Estava com o cabelo preso, propositalmente desleixado, com algumas mechas caindo sobre o rosto. Estava sexy. Sexy o bastante para deixar Dake de queixo caído. Na distância em que eu estava não dava para ouvir nada, mas no fim ela deixou que ele entrasse.

Ele não pensou duas vezes, claro, ajeitou a mochila no ombro e entrou. E todas as meninas que estavam ali suspiravam, e por um momento pensei ter visto uma baba escorrer pelo canto da boca de Larissa. E eu permanecia ali incrédula.

Agora estávamos todos na mesma turma: Nathaniel, Castiel, Lysandre e Dakota. Eu estava prestes a sentir o doce do amor, se eu tivesse ao menos entrado no jogo. E também pelo fato de que isso nunca iria acontecer, pois adivinha só: era a vida real. E eu meio que acabei estragando tudo na minha relação com os rapazes. Teria de conquistar a confiança deles novamente. Já perdi a conta de quantas vezes já pensei nisso, e de quantas vez já tentei pôr em prática. Mas eu iria fazer tudo de outro modo. Eu iria agir como se tivesse entrado no universo deles. Iria, enfim, entrar no jogo.

Mas como isso iria funcionar? Bom, basicamente eu iria me basear em suas personalidades. Eu sei que Nathaniel gosta de garotas responsáveis e sensíveis, e eu iria agir como tal. No entanto Castiel prefere garotas com a personalidade forte, mas não em doses excessivas, teria de tomar cuidado. Já Lysandre, que para mim vive um personagem em outro, gosta de garotas generosas e gentis, coisas assim. E tem o Dake. Não acho que vai ser tão difícil assim com ele. Tá, não é bem assim, ele gosta de desafios, então, eu me tornaria um. Pode até soar meio egoísta, tipo, querer todos eles para mim. Por isso sei que posso sempre contar com Larissa para o que der e vier.

Estava tão perdida em meus pensamentos que nem percebi Gustavo se aproximando de mim na sala de aula. Ele puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado. Ele esperou paciente que eu retornasse à realidade, e quando olhei para ele, recebi um sorriso de leve.

“Oi.”, cumprimentou-me, “ Você provavelmente deve estar muito zangada comigo, pelo jeito que acabou de virar a cara agora, percebo que sim. E eu quero que saiba que eu acho que você tem toda a razão. Eu fui um perfeito idiota.”

É mesmo?

“Me desculpe.”

Ele estava sério, parecia estar aborrecido e realmente arrependido com seus atos. Arqueei as sobrancelhas, tentando encontrar qualquer fagulha que fosse, que me mostrasse que aquilo tudo não passava apenas de mentiras e mentiras. Mas fiquei sem saber o que fazer quando não encontrei nenhum. Durante um bom tempo fiquei em dúvida, então disse a primeira coisa sensata naquela ocasião que me veio à cabeça.

“Tá bom.”, e comecei a caçar algo em meu estojo. E realmente estava, não encontrava o meu grampeador em lugar algum.

Enquanto isso pensei em milhares de xingamentos ou justificativas (não que eu precisasse, mas era sempre bom ter alguma coisa afiada em mente), mas não estava afim de iniciar um briga. Ele começou a me perguntar coisas do tipo se eu havia o perdoado mesmo, ou estava sendo apenas impaciente e etc. Não dei muita ideia pra ele, só fiquei lá procurando meu grampeador no meu estojo de girafinhas.

“Camila... ei, Camila!”, ouvi meu nome mais duas vezes. Voltei à realidade, era hora de respondê-lo.

“Não sei mais se posso confiar em você depois de tudo o que fez.”, alfinetei. Como posso esquecer alguém que me rejeitou dizendo que era gay só para me evitar? E depois volta atrás pois se “arrependeu”? Ou em quem insultou os meus amigos na minha frente e depois disso ainda quer continuar sendo o certo nessa história?

Certamente eu não conhecia o cara que realmente vivia por debaixo de toda aquela pele. Não conhecia o interior de Gustavo, sua vida, nem nada. Então não poderia tirar conclusões precipitadas. Mas tudo o que eu tinha até ali já era o suficiente. Gustavo é um falso. Foda-se ele, não posso mais continuar agindo feito otária e continuar confiando o meu máximo nele.

“Vá se foder.”, soltei, e me senti como há muito tempo não me sentia.

Ele inclinou a cabeça para trás, num susto meio fingido, e sorriu, também fingindo.

“Não esperava isso de você.”, disse.

“E eu muito menos em perder meu tempo aqui.”


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