Corações que Sangram escrita por MeilingBriefs


Capítulo 1
- Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Estou aqui novamente com um novo desafio, e desta vez é bem diferente dos anteriores. Essa fanfic terá, no máximo, 15 capítulos e contará acontecimentos pós 700.

Laiara e eu estávamos conversando sobre o tema do filme Boruto, e numa dessas conversas ela descreveu algumas coisas que gostaria de ver no filme. Achei bem interessante a proposta que ela abordou e decidi fazer essa fanfic para partilhar com vocês. Então, essa fanfic é dedicada a ela.

Esse prólogo é apenas uma introdução a real história. Caso tenham dúvidas leiam o disclaimer que eu adicionei tudo a respeito lá.

Espero, do fundo do coração, a retribuição de vocês nessa nova aventura. Não quero escrever para o vento, até porque se fosse pra isso eu nem partilhava com vocês essa ideia. Deixava-a somente na cabeça da Laiara e na minha. Então, por favor, DEIXEM COMENTÁRIOS construtivos.

Não tenho data exata para postar, mas caso eu receba contribuições me animo se altera e eu posso me inspirar e trazer rapidinho o próximo capítulo.

Sem mais, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/607592/chapter/1

"Eu sei que nós quatro trabalhamos em equipe. E por um tempo, eu pensei que eu poderia escolher esse caminho... Mas, no final, eu me decidi pela minha vingança. Esse sempre foi o propósito da minha vida."
–Uchiha Sasuke





Os olhos minunciosamente abertos de Sarada vislumbravam toda a conversa entre seus pais, atenta em cada palavra, de modo que os cantos dos seus lábios se curvavam, vez ou outra, em um sorriso lídimo ao qual a criança nem percebera. O único gesto em que estava atenta era o balançar de sua cabeça discretamente.

Sasuke e Sakura dialogavam sobre a saída do Uchiha em sua próxima missão, que seria naquela noite. A missão duraria cerca de dois meses, uma das missões mais longas que ele já fizera. Com isso, Sarada se empenhava em passar o maior tempo possível perto do pai.

Ele havia dito que manteria contato diariamente. Ainda que o local ao qual fora designado encontrava-se distante da vila, Sasuke fazia questão de estar a par dos acontecimentos que surgiam dentro da sua casa.

Não era de todo o mal querer zelar por sua família após tudo o que passou outrora. Ele, que havia trilhado diversos caminhos; com um único propósito, não mais teria capacidade de vivenciar novamente o que viveu aos oito anos. E agora, olhando para Sakura e Sarada, sua vida finalmente se estabeleceu e ele faria de tudo para mantê-la estabelecida.

A julgar pelo olhar atento de Sarada em sua conversa, Sasuke pôde perceber o interesse da menina. E Sakura, que terminara de falar e agora olhava de pai para filha, percebeu o olhar do marido sobre a criança.

— Sarada, não está atrasada para sua aula? — Perguntou, tendo certeza que a resposta seria positiva. Com um olhar austero, encarou Sarada, que percebendo a pergunta direcionada para si, sentiu as bochechas aquecerem-se.

Err. Estava apenas esperando para me despedir.

— Sei.

Sasuke observou a cena. A pequena com as bochechas coradas em tons vermelhos e olhos baixos atrás das lentes de contato. Sakura suspirou mansa.

— Vá logo antes que se atrase. Você tem missão hoje, certo?

— Sim, mamãe. Meu time tem uma missão irritante.

Sakura sorriu com as palavras da filha, olhando, em seguida, para Sasuke, que arqueou a sobrancelha desentendido.

— Ela fala igual a você, Sasuke-Kun. — Esclareceu Sakura.

— Hm.

— Viu só, é exatamente como você! — Afirmou Sakura, balançando a cabeça para os lados, repreendendo o modo como pai e filha agiam.

Sarada permaneceu assistindo as palavras dos pais. Não era a primeira vez que sua mãe comparara-a ao pai, o que a pequena sempre se orgulhava. No entanto, Sarada não entendia no que ela parecia com o pai se não os cabelos e olhos. Deixando as perguntas de lado, despediu-se da família.

— Já vou.

A mais nova olhou para o pai esperando que ele dissesse algo. Seus olhos hesitantes piscaram através das lentes de contato, e seu pé direito traçou um contorno esférico no chão.

— Boa aula. — Salientou Sasuke, assistindo Sarada sorrir de canto assim que suas palavras chegaram ao ouvido da pequena.

— Tome cuidado, Sarada. — Sakura alertou.

Sarada revirou as íris, o mesmo revirar que Sasuke costumava fazer quando ouvia algo que julgava desnecessário de sua esposa. Sakura agraciou aquela visão, nos cantos dos lábios um sorriso casto.

Assim que Sarada deixou a casa, Sasuke olhou para sua mulher. Percebendo o olhar sobre si, ela o questionou.

— O que foi, Sasuke-Kun?

O Uchiha pareceu pensar em algo, descartando a face diligente, substituindo por sua costumeira carranca.

— Nada. — Respondeu.

— O jeito que me olhava não parecia nada.

— O que quer dizer?

— Me diz você, Sasuke-Kun, por que estava me olhando daquele jeito?

Sakura sabia o que significava o olhar do marido. Sasuke, vez ou outra, olhava-a desse jeito. Principalmente quando estavam no quarto que partilhavam desde que se casaram.

Deixando as insinuações de Sakura de lado, ele se levantou e saiu do cômodo.

Tsc. Sua esposa era realmente irritante, ainda mais quando insinuava certas coisas sem sentido!

X

Sentado sobre a cadeira de madeira ao lado do criado-mudo, Sasuke afiava suas ferramentas ninjas. Conquanto tempos de paz predominassem, estar sempre precavido era indispensável.

Todavia, Sakura, após entrar no quarto e observar o marido distraído, passou a observá-lo.

— O que foi, Sakura? — Perguntou após perceber o olhar da kunoichi em si.

— Nada.

Entretanto, Sasuke soube que de fato existia algo, pois o olhar que há pouco lhe era direcionado já havia visto-o no passado.

— Fale logo. — Não tinha paciência para lidar com as artimanhas de Sakura. Nunca fora do tipo que desvencilhava seus desejos. Ao contrário, expunha tudo sempre com a sinceridade que lhe provinha.

E Sakura, no momento estava fazendo o que Sasuke mais odiava. Enrolar.

— Não é nada, Sasuke-Kun.

— Tsc. Se não fosse nada não estaria me olhando desse jeito.

Sakura olhou-o com o cenho franzido por inteiro. A ligeira ruga em sua testa lhe deixava ainda mais retraída. Seus lábios crisparam numa expressão cauta.

— É que... Quando Sasuke-Kun sai em missões, Sarada e eu sentimos saudades.

— Não é como se eu nunca mais fosse voltar.

— Eu sei, não é isso. Eu só queria que Sasuke-Kun ficasse mais tempo em casa.

Seus olhos baixaram para a borda do colchão, e o cenho, antes franzido, agora relaxara. Somente os olhos reprimiram-se lúgubre.

Imaginara que as coisas seriam assim. Na verdade, desde que Sasuke havia voltado para a vila, Sakura soube das obrigações que o shinobi carregaria adiante.

Conhecer o mundo, olhá-lo e vislumbrá-lo com os próprios olhos haviam sido primórdios que Sasuke pôde usufruir. Sua ida havia sido dura e necessária, tão quão a chuva que cai para abastecer as represas em baixa.

Olhou todos os cantos, conheceu todas as culturas, vivenciou todos os momentos, e então; só então, voltou com sua alma tênue, disposto a recomeçar. E recomeçar resumia-se em sua auto comunhão, onde todos os pecados derradeiros se extinguiriam de seu ser, libertando sua alma por completo. E a palavra libertação, para Sasuke, se resumia em sua esposa, mulher, companheira e mãe da sua filha. Aquela que lhe deu uma nova chance - integro e independentemente - deixando de lado todos os seus pecados e aceitando-o como ele realmente é.

E então, olhar para Sakura ali e ver que os olhos que tanto o aclamaram agora estavam vexados, o fez sentir-se, de certa forma, oscilante.

Deixou suas ferramentas de lado, levantando-se e andando até a mulher, que mantinha as duas mãos anexas.

— Quando eu voltar podemos ir até àquela tal feira de artesanatos. — Balbuciou ao mesmo tempo em que se sentou na cama, pensando o quão arrependido se sentiria depois.

Porque, veja bem, prometer algo dessa proporção – com Sakura nesse estado débil – era uma coisa. Cumprir o prometido após ter uma Sakura radiante ao seu lado, era outra. E isso, Sasuke teria de aguentar enquanto caminhariam juntos na feira artesanal.

— Sério?

— Sim.

— Eu te amo, Sasuke-Kun. — Ela pouco se importou se estava o abraçando forte demais. Apenas o abraçou da maneira que queria, e não foi afastada, o que Sakura interpretou ser cômodo.

— Eu sei. — Sussurrou ele, sentindo os braços esguios lhe rondarem o pescoço.

Aquela noite o céu brumaceiro estampava toda Konoha. Fora nela que Sasuke partiu em sua missão ignota.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como eu disse nas notas iniciais, me digam o que acharam e eu trarei rapidinho o próximo capítulo ^^.