Duas semanas já haviam se passado e nada dele aparecer. Estava perdendo as esperanças. Eu tentava não parecer tão desanimada, mas era quase impossível. Sempre que alguém me perguntava o motivo eu tinha que mentir e dizer que era saudades de casa, mas a verdade é que o motivo da saudade era Apolo.

Todos os dias, durante aquelas longas semanas, eu ia até o punho de Zeus e o esperava sem que ele aparecesse. Minha esperança de que ele cumprisse a promessa estava se esvaindo cada vez mais.

Dessa vez não foi diferente. Fui até o lugar e o esperei, esperei, esperei...

O sol já estava se pondo, a floresta estava ficando escura e minha barriga estava roncando.

Mais um dia...

Quando me virei para começar a caminhar, pude sentir uma mão quente e macia segurar a minha. Quando me virei, a primeira coisa que vi foram aqueles olhos. Eles me encaravam como se dissessem “ Voltei pra você” .

Era Apolo. Eu teria pulado no pescoço dele e o enchido de beijos, mas estava pasma demais. Ele cumpriu a promessa!

-Vai aonde?

Seu tom era de despreocupação, o que me deixou com uma vontade enorme de bater nele, mas sendo um deus, preferi descartar a ideia.

-Eu estava começando a achar que não viria mais. Te esperei por duas semanas e...

-Eu peço desculpas pela demora em voltar, mas meus deveres me impediram de vir antes. Você entende, não é?

Pense o que quiser, mas eu não iria resistir por mais tempo. Ele estava tão atencioso que eu me senti culpada por ter ficado com raiva.

-Claro que entendo. Você é um deus e tem obrigações...

-Hey... –Ele se aproximou e tocou meu rosto que agora estava corado. –Estou aqui, vamos aproveitar, está bem? Não teve um dia que não pensei em você.

Sei o que estão pensando. Ele provavelmente estava mentindo, ou não era totalmente verdade. Mas acham que me importo? Claro que não! Estou sendo idiota? Provavelmente.

Eu o queria, fosse como fosse. Sabia que uma hora ou outra ele iria se mandar e me deixar sozinha, conheço os deuses e seu dom de abandono, mas também não ligava.

Levei minhas mãos até o rosto dele e sorri, encostando nossas testas.

-É tudo o que eu mais quero... –Sussurrei e logo encostei meu lábio levemente nos lábios dele. Foi como uma explosão nuclear dentro de mim. Nossos lábios se enroscavam em um beijo intenso enquanto as mãos dele escorregavam pela minha cintura. Minhas mãos agarravam levemente seus cabelos dourados. Ele me abraçou e me puxou para perto, intensificando mais o beijo. Eu ficava ofegante, mas ele parecia que ainda tinha muito ar nos pulmões. Empurrei seus ombros, mas sem sair de seus braços, mais alguns segundos e desmaiaria por falta de ar.

Tudo o que diziam sobre Apolo era verdade. Ele era muito, muito quente.

Eu ofegava e ria ao mesmo tempo, era inevitável não rir logo após ganhar um beijo que desentupiria até pia.

-Nossa... –Meus olhos estavam fixos nos dele e minhas pernas... bem, elas estavam ali em algum lugar.

-Vem... quero te levar a um lugar.

-Que lugar? –Fiquei curiosa com aquilo. Talvez um pouco receosa, depois de um beijo daquele qual seria o próximo passo? Eu estava disposta a dar esse passo.

-Será uma surpresa. Você vai gostar.