Uma luz no fim do túnel

Estou com frio, devia ter colocado um agasalho antes de sair de casa, faz uma semana desde que meus pais morreram, nos deixando sozinhas, eu e minha irmã Zun. Zun, minha irmãzinha, me sinto mal ao vê-la assim, seus pequenos olhos cinzas cheios de tristeza. Não posso voltar para a casa sem dar uma notícia animadora para ela, a notícia de que consegui um emprego, e que se Deus quiser, ficaremos bem.

Agora está mais frio ainda, meus cabelos roxos estão congelando nesse ar frio de tarde de inverno, está uma neblina muito forte para enxergar a mais de 2 palmos a frente do rosto com meus olhos cinzas. Além do mais, quem iria contratar uma menina como eu, com 11 anos e que não é forte o suficiente para trabalhos braçais.

Continuo caminhando, até chegar na porta de uma fábrica cinza e escura, mesmo que estivesse de dia, uma fábrica que sei que precisa de mão de obra, mas estranhamente, ela está fechada. Ela nunca fecha a essa hora.

-Mas que droga. E agora o que faço!?

Não sei porque mais falei isso muito alto. Eu não costumo ser assim, me controlo com uma facilidade espantosa, seja dor ou medo.

Estava pensando em voltar para casa, ou procurar algum outro lugar, mas enquanto estava fazendo isso, eu realmente não sei como, foi tão rápido, quando me dei conta estava dando um chute perfeito na bola de futebol que vinha em minha direção, a força do impacto fez com quem a bola retorna-se a quem havia chutado a bola.

É muito difícil explicar o que senti quando ouvi a voz da pessoa que me chutou, era uma espécie de medo misturado com frio, curiosidade e surpresa (não sabia que conseguiria chutar a bola daquele jeito, essa é a primeira vez que vi uma bola de futebol).

-Chiharu Odair?

Dessa vez estava realmente com medo, mas tentei manter uma postura firme e expressão de confiante. E respondi:

-Sim, sou eu, e quem é você?

-Soube o que aconteceu com seus pais, foi um acidente lamentável.

Acidente? Pensei com um ódio dentro de mim. Eles foram assassinados na nossa frente e ele chama isso de um acidente? Tive que me conter um pouquinho mais para não perguntar se ele tinha feito isso e queria terminar o trabalho. Simplesmente disse:

-Foi realmente lamentável. Mas eu perguntei quem era o senhor, não? – Pela sua voz mais grave, já tinha percebido que se tratava de um senhor, mesmo só podendo ver a sombra.

-Perguntou também para muitas pessoas, em relação a um emprego.

Isso me fez deixar a última pergunta que fizera de lado, queria saber aonde queria chegar com o rumo da conversa.

-Sim, eu procuro um emprego.

-O que você acha dessa proposta. Vá ao Instituto Imperial, lá irá se matricular, e em seguida, entrar no time de futebol, onde eu sou o técnico.

A névoa cedeu um pouco e pude ver com quem estivera conversando. Se tratava de um senhor alto, magro, com pele amarronzada, de cabelos pretos, um pouco longo presos com um rabo de cavalo usava m conjunto de calça, jaqueta da cor roxa escuro

-Quem é o senhor?

-Meu nome é Reiji Kageiama

Não sabia o porquê de questionar a pergunta, eu precisava de um emprego e ele me oferecia, mas sentia que iria me arrepender mais cedo ou mais tarde. Enquanto pensava não parava de fitar a bola de futebol, que estava aos seus pés.

O dia clareou e os pássaros saiam de seus ninhos. E respondi:

-Eu aceito.