– Obrigada – eu digo – não gosto dele, ele é um imprestável.

– Aiai – ele ri – amarre aqui pra mim – ele diz se referindo ao avental, amarrei e ele sorri.

– Achei que você gostava dele, você gosta de musica, e ele é musico... – ele diz e a professora Barbara entra na sala.

– Ai nada ver – eu digo – como sabe que me interesso por musica?

– Dãar, ta na sua cara, do mesmo jeito que eu adoro esporte, fica estampado na minha cara. – ele me olha. Solto uma risadinha.

– Ah esqueci, como vai Natalia? – pergunto. Natalia a namorada do Delante, eu fui o cupido também, ela era da equipe de vôlei.

– Ah, sei la, aquele romance acabou sabe? -ele pergunta ainda me olhando.

– Não, não sei. – eu digo – já faz quantos meses?

– 6, e eu não sei mais o que esperar – ele diz passando a mão nos cabelos.

– Alunos! – a professora chama nossa atenção – tema de hoje... Talento. Vocês terão que criar um quadro refletindo o talento de vocês, vale metade da nota bimestral. Ao trabalho – ela termina, se sentando em sua cadeira e analisando a pilha de provas para corrigir. Que Deus lhe dê graça porque ser professora... rindo no meu cérebro.

– E você senhorita Evergreen? Como vai o príncipe encantado?

– Bom, ou ele ainda não saiu dos livros, ou ainda o meu sapo não virou principe, ou ainda não nasceu.

– Haha se acalme – ele diz começando a rabiscar em sua tela.

– Acontece Del, que eu sempre fico sozinha. Isso não é injusto?

– É que você tem talento para juntar casais.

– Ain nada ver – eu digo rabiscando minha tela, tentando desenhar um piano.

– Ah não seja modesta, quantos foram? Foi eu e a Natalia, Mae e Steven, Filipe e Jackkie, Melaine e Samuel, Amélie e Luke, Cassie e Adam, Olive e Austin... quem mais?

– Ah tem, Jasmine e Tom e ... – eu digo pensando – ah são tantos que nem me lembro, juntei minha mãe com meu padrasto quando tinha sete anos, ele era meu professor de piano. Hoje ele é o melhor pai do mundo – digo sorrindo, ele me observa com uma sobrancelha levantada – é devo admitir tenho talento. – ele ri

– Viu, espere, as coisas vão melhorar. Falando em melhorar tenho que comprar um presente pra Natalia o aniversario dela é amanhã. – ele diz

– Boa sorte.

– É vou precisar. – rimos. Terminamos nossas pinturas, eu passei com 7, e Delante passou com 9, ele é bom com pinturas. Depois fui para o estacionamento, e vi a cena mais bizarra da minha vida. As garotas da escola em peso estavam gritando, e comemorando e berrando o nome da ameba famosa. Argh esse cara me enoja. Tentei passar pelas garotas eufóricas e chegar no meu carro. Na arvore do estacionamento estava estampado uma foto bem grande dele, as garotas brigavam pra pegar na foto dele. Ai Jesus. Vi Melie chegar correndo até mim.

– Ah! Amiga você nem sabe quem vai vir aqui! – ela diz com animação

– Ah já sei, o idiota bobão que canta... quer dizer o Ben Danniel eehh – finjo animação.

– Ai assim você me desanima – ela diz irritada

– Melie, não tenho tempo para bobagens, tenho que ir trabalhar. Quer carona?

– Não, vou com Luke hoje.

– Ta – eu entro no meu carro prata.

– Te ligo mais tarde! – ela diz entrando novamente no meio das garotas descontroladas

– Acho que fiquei surda. – digo ligando meu carro e saindo daquele hospício. Dirijo até estacionar no Café. Trabalho aqui desde os dezesseis, já tenho dezessete então faz pouco mais de um ano que trabalho aqui. Esse é o melhor Café da cidade, e eu adoro trabalhar aqui. Sou garçonete. Chego as duas e o café abre as três. Trabalham comigo a Jennete e a Catalina, mas sou eu quem abro o café. Gosto daqui porque tudo me lembra Londres e paris. Papai juntou seu salário por dois anos para viajarmos lá, e eu fui. É um lugar incrível, Londres e Paris. Aqui no D’expresso Café, é tudo delicado, rosa, e neutro e tem um lindo piano branco no centro. Lustres e eu me sinto encantada com tudo aqui. Abro a porta, e a fecho mais não tranco, como sempre. Guardo a chave na bolsa e vou ao banheiro me trocar. Meu celular toca.

– Mamãe! Ola? – eu digo com animação terminando de vestir meu uniforme.

– Oi filha – ela diz. Minha mãe é incrível, Anna – você já esta no Café?

– Sim, eu já estou aqui. Cheguei mais cedo pra treinar no piano – eu digo e ela ri

– Ah ta só liguei pra confirmar – ela diz – beijos, e coma direito.

– Ta mãe – eu digo e desligo. Vou correndo para o piano e começo a tocar uma nova musica que eu estava compondo. Anoto as novas modificações e vejo o resultado. Meu estomago ronca de fome. Pego um macarron, e dois cupcakes de nozes, e água mineral. Como silenciosamente. O silencio me faz bem. Amelie me manda uma mensagem, mais eu não leio já era hora de abrir. Abro e me posiciono atrás do balcão.

– Boa tarde senhor, o que deseja? – digo olhando o senhor a minha frente. Ele se senta.

– Por enquanto só um cappuccino com adoçante.

– Okay, cappuccino saindo – digo preparando o café dele. Amelie me liga.

– Oi, Melie, tem como ligar daqui a pouco, estou no serviço e ...

– Foda-se, porque não responde minhas mensagens? – eu rio, ela era esquentada.

– Melie, você me mandou uma mensagem.

– Foda-se, e se minha casa estivesse pegando fogo? – me preocupo

– Sua casa ta pegando fogo?

– Não né, bobinha. Agora vou desligar porque não quero gastar meus creditos. – ela ri – e responde minha mensagem sua vaca.

– Ta – eu digo e ela desliga. Levo o café do senhor, ele pede um muffin de pistache. Depois de atende-lo leio a mensagem da Amelie

“Aaah, ele já ta aqui?

*quem meu Jesus Cristinho?

* O Ben, meu marido ahhhaahha.

* Affe Amelie tenha dó.

* Você me irrita

*Sei disso, agora posso trabalhar?

* Não, liga no canal 32. – fiz o que a criatura me pediu e vi uma limusine linda preta, e varias garotas envolta do carro, a repórter fazendo a cobertura de que a ameba já estava aqui. Affe, que doida – ain eu quero ver ele!

* Não grite! Sei que você ta ai na sua sala se descabelando.

* Ah, vou me arrumar, tchauzinho Big Bear. Xoxo.

Essa Amelie... termino de limpar o balcão e o senhor paga a conta e vai embora. Outras pessoas começam a chegar, e eu me animo. Vou até as mesas entregando os cardápios. E volto ao balcão.

– Ahn senhorita, poderia me dar um bolinho do amor? – um rapaz pede pra mim.

– Ah bolinho do amor, sim claro, só um? – ele ri.

– Claro to precisando de amor – a voz dele era suave como avelã

– Se fosse só você – eu digo ele ri

– você também? – ele me questiona, e balanço a cabeça confirmando – não me reconhece?

– Ahn.. não- eu digo pegando o bolinho dele. Eu o analiso, calças pretas, camiseta preta, cabelos impecáveis sorriso sacana – Ah você é o nojentinho... digo Ben Danniel – puta merda era só o que faltava. Ele sorri

– Isso ai, quanto lhe devo.

– É cinco dólares.

– Okay – ele sorri e me dá uma nota de dez dólares. Abro o caixa para entregar o troco, ele me barra – não, pode ficar. – tento entender o que ta rolando.

– Obrigada.

– Ai Meu De-eus! – ouço gritos descontrolados Jen e Cat – ai é ele, é ele! – elas pulam de emoção, e pedem autógrafos e fotos e abraçam. Essas meninas são estranhas.

– Ai obrigada, você é perfeito – Cat agradece, ele sorri

– É verdade eu sempre soube – a Jen, se manifesta.

– Você ai também quer uma foto? – a ameba que canta me pergunta, ele acha que todas as garotas estão aos pés dele, esse...

– Ah, não eu estou bem – digo fria

– Ah beleza então... – ele hesita para falar meu nome

– Skylla.

– Certo Skylla, a gente se vê– ele sorri e sai do café sendo atacado por centenas de garotas. Cara estranho. Bom eu o julguei mal, ele é bonito ou era a luz do café, decido deixar ele de lado e ver minhas amigas eufóricas

– Ain, ele é maravilhoso – Catalina, diz, a Cat. – e você em Sky, podia ser mais simpática com ele. – ela me olha com antipatia.

– Vou dar uma de Amelie -eu digo e olho nos olhos dela – foda-se.

– Aia você é hilária – Jen ri. – e Cat deixe ela, ela não gosta e pronto. Affe você é chata.

– Eu nada, vocês que são. Ed que se cuide – Cat diz se abanando, Ed, namorado dela, e adivinhem, eu fui o cupido. Novidade?

– Coitado – eu digo e elas dão risada.