Lupita se afasta de João Miguel e ao atender o telefonema de Giovanni, vê o ator se afastar de sua casa.

– Pronto – ela diz, depois de respirar profundamente.

– Pensei que nunca iria me atender.

– Pensei que nunca mais iria falar comigo.

– Jamais poderei ficar muito tempo bravo com você.

– E você acha que não estou decepcionada contigo?

– Lupita...

– Quando você entender o meu lado, aí gente conversa!

– E isso não pode ser agora?

– Quer falar disso por telefone?

– O que acha de ser pessoalmente?

Lupita revirou os olhos. Giovanni pode ser seu melhor amigo, mas sabia que no fundo aquela conversa não será fácil.

– Quando e que horas? – ela pergunta.

– Amanhã vamos almoçar juntos.

Ela fica em silêncio. Ela realmente não queria ter aquela conversa, pelo menos não agora.

– Tudo bem – respondeu.

– Espero não levar um bolo dessa vez – diz ele, rindo e finalizando a ligação.

(...)

Ao chegar em casa, João Miguel foi direto para a o seu quarto. Logo que deitou em sua cama, começou em pensar na garota que o tem tirado o sono nos últimos dias.

– O que está acontecendo com você, João Miguel? – disse para si mesmo. – Por que não para de pensa nela? E por que fez aquelas bobagens no jantar?

Quando fechou os olhos ele começou a lembrar do sorriso dela. Ele não mentiu ao dizer que ela é diferente das outras mulheres que conheceu, no entanto, ele foi “com muita sede ao pote” e tem grandes chances de não conseguir o que tanto queria.

– Lupita – murmurou ele, sorrindo.

(...)

Lupita acordou um pouco tarde, naquele dia. Ao levantar de sua cama, não ouviu barulho algum pela casa. Parecia que estava sozinha ali.

– Parece que esqueci alguma coisa – ela faz uma careta, ao tentar do que se tratava. – Droga, a faculdade! – exclamou ao se lembrar.

Ela se joga na cama novamente.

– Começou bem a segunda-feira, hein Lupita! – disse a si mesma.

Ela fecha os olhos ao lembrar-se de seu compromisso para o almoço.

– Agora tenho que me preparar para se encontrar com o Giovanni – ela se põe em frente ao guarda- roupa a procura de uma roupa para a ocasião.

(...)

Quando olhou para o relógio de seu celular, Giovanni vê que está na hora de encontrar-se com Lupita. Chegou a hora de esclarecer as coisas, ele tem que fazer isso imediatamente antes que a pouca coragem que lhe sobrara, acabe de vez.

Logo que entrou no pequeno restaurante, a viu fazendo algumas caretas enquanto olhava para o lado – devia de concordar que era engraçado, mas sabia que isso significava que ela estava nervosa.

– A fiz esperar de mais?

– Não, eu que cheguei cedo de mais.

Giovanni sorriu para ela e foi retribuído com um pequeno sorriso acompanhado por um olhar confuso.

– Você ainda está brava comigo?

– Eu que devia fazer está pergunta – disse ela.

– Lupita, por favor – Giovanni pega na mão dela e a acaricia com ternura. – Eu fiquei nervoso pelo o ocorrido e descontei em você. Fui um tolo ao falar aquilo, conhecer aquele idio... Aquele cara era o seu sonho.

– Pena que meu melhor amigo não conseguiu entender isso antes.

– Lupita, me desculpe. Eu fiquei com raiva e com ciúmes.

Ao ouvir o que Giovanni acabara de falar, Lupita acaba engasgando com o suco que estava tomando naquele momento. No mesmo instante, chega um garçom que anota os pedidos deles e logo sai com os pedidos anotados.

– Ciúmes? – Lupita continua o assunto. – Não sabia que você era um amigo ciumento.

– Não gostei de pensar que um ator galinha de uma figa jantasse com você.

– Foi só um jantar – fala ela, omitindo o jantar da noite anterior.

– Eu fui um idiota por ter feito isso. Não passou de um jantar entre fã e ídolo, não é? Era o seu sonho e eu como um babaca fiz aquela ceninha pondo em risco nossa amizade.

Lupita sorriu.

– Eu também devia ter o avisado, desculpe pelo meu erro.

Giovanni assentiu e em seguida eles ficam em silêncio, pois o almoço deles acabara de chegar.

– Amigos novamente? – ele questiona, estendendo a mão.

– Sim! – ela sorri e faz o mesmo.

Novamente eles ficam em silêncio, apenas ouvindo a música que estava tocando de uma rádio qualquer.

– Lupita...

– Sim.

– Preciso... Preciso te contar algo.

– Estou te ouvindo, pode contar.

Giovanni desvia o olhar do dela, e encarando o chão disse:

– Já faz algum tempo que estou sentindo algo estranho em mim.

– Você está doente?

– Não – ele ri, sem vontade. – É algo novo, sabe?

– Não, eu não sei. Me explique melhor sobre isso – fala ela, pousando os cotovelos na mesa e o encarando.

– Não sei se é momento certo...

– Fale de uma vez, antes que eu faça um escândalo!

– Você não seria capaz – duvidou ele.

– Quer apostar? – questiona ela, dando um sorriso provocando-o.

– Okay, você é quem pediu – Giovanni revira os olhos.

Lupita bate palmas, animada.

– Fala! Diz de uma vez antes que eu morra de curiosidade!

–Eutoapaixonado – ele diz rapidamente.

– Você o que? – ela faz uma careta. – Fala com a boca e não pelo nariz.

– Lupita!

– Giovanni!

Ambos se encaram.

– Você disse que ia falar, agora fale. Não sairei daqui enquanto você não falar o que é esse sentimento estranho que você está sentindo. Não está com problemas no coração, não é?

– Espero que não.

– Giovanni!

– O que foi?

– Fale de uma vez!

Ele bufou.

– Eu estou apaixonado.

– Você o que?

– Eu estou...

– Não precisa repetir, eu entendi.

– Então por que perguntou?

– Estou surpresa – confessa ela. – E quem é ela?

Giovanni passa uma de suas mãos pela nuca. Será que esse era o momento certo? Qual será sua reação se... Mais cedo ou mais tarde, a verdade terá que ser dita. Ele não suportaria esconder isso por muito tempo.

– Não vai me contar? – ela pergunta. – Faz todo esse suspense pra não dizer quem é a sortuda para a sua melhor amiga aqui?

– Calma garota – ele ri.

– Calma nada. Pode começar a dizer, ela é bonita?

– Sim. Ela tem um sorriso lindo.

Lupita o olha com cara de desconfiança, fazendo-o rir.

– Só isso?

– Claro que não. Ela é talentosa, inteligente, engraçada, linda...

– Uau! Como eu não conheço essa garota ainda?

Giovanni respira fundo e olha para o chão.

– Vai! – exclamou Lupita, o assustando.

– Vou pra onde?

Lupita riu:

– Vai me dizer o nome da individua? Vai eu quero nomes.

– Não vai surtar?

– E eu sou mulher de surtar?

Ele a encara.

– É só um pouquinho, mas depende do nome que eu ouvir – confessa ela.

– Eu estou apaixonado por vo...

– Lupita, você por aqui? – eles ouvem alguém dizer.