Um campo de Apostas escrita por Gui Ness


Capítulo 10
Como eu conheci o Dake?




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Pov.Mei
Hoje era o primeiro dia das visitas dos pais. Os garotos estavam bem animados e ocupados, porem eu encontrava-me rodeada pelos alunos do Dakota. Três raparigas e cinco rapazes. Cercavam-me numa roda, com ares sorridentes e matreirios.
Pelo que contaram tinham aproveitado os pais estarem ocupados para virem falar comigo.
–Sabe, Mei-sama, o Dake-sensei não nós quer contar como a conheceu! - A rapariga de cabelos castanhos começou a falar. Acho que o seu nome é Izuqualquercoisa... São tantos nomes que eu já me confundo toda!
–A monitora podia dizer-nos! Por favor! - Dessa ai eu sei o nome, é Lis! Acho eu... Suspirei.
–Então vocês querem saber como eu conheci o Dakota? E o que é que eu vou receber um troca?
–Podemos contar-lhe como nós conhecemos o Dake e como é que ele é como monitor... - Um rapaz de cabelo alaranjado disse num sorriso. A ideia é tentadora, visto que Dake nunca fala muito do seu papel como monitor...
–Ok, vamos a isso então. Como eu conheci o Dake? Foi quando andávamos neste mesmo campo!
"Eu namorava com um rapaz, Daniel. Eu gostava muito dele. Ele era o rapaz perfeito. Rebelde, divertido, charmoso. Perfeito, entendem?
Esse ano ele convencera-me a ir ao Campo com uns amigos dele. Contou que seria uma maneira de passarmos mais tempo juntos. Aceitei, obviamente. Quando dei por mim estava no carro a caminho do Campo. Comigo veio a minha melhor amiga, Amber. Ela era uma rapariga um pouco fútil e mandona mas era boa pessoa e nos dávamos-nos muito bem.
O Campo era espetacular. Lindo. Havia tanta gente. E tive sorte, consegui ficar com Daniel e Amber. Na turma não conhecia muita mais gente mas sabia que uma parte deles eram amigos do Daniel.
Era uma quarta-feira. Os monitores tinham conseguido fazer com que passássemos o dia todo na praia. Peguei o meu melhor biquini e fomos.
O tempo estava excelente, perfeito para nadar, por isso corri em direção do mar. Sabia me bem sentir a água. Não demorou muito até sentir dois braços forte agarrarem-me por trás. Era Daniel. Sorri e abracei-o.
Afastamos-nos um pouco dos restantes, com a ideia de estarmos só os dois juntos. Apenas regressamos na hora do almoço.
Á tarde, fui logo nadar, embora tenha sido obrigada a sair por causa dos surfistas. Fiquei irritada, eu e muita mais gente queríamos nadar. Sentei-me aborrecida na relva, fitando o horizonte.
–Oi gata, então sozinha? - Um rapaz de cabelos loiros e madeixas acastanhadas sentou-se a meu lado. Possuía varias tatuagens e usava uns calções azuis. Os seus olhos eram dourados.
Não respondi, ignorando-o. Ele era um amigo do Dake, penso, pelo menos eles haviam-se cumprimentado quando aqui chegamos. Mas a razão de eu o ignorar era que desde que cheguei já o tinha visto a namoriscar umas dez raparigas.
–Então, o gato comeu-te a língua? - Ele olhou-me. Continuei a ignorar.
Ele simplesmente deu de ombros e saiu. Suspirei e abracei as minhas pernas deixando a cabeça sobre os joelhos. Estava aborrecida. Tanto Amber como Daniel havia desaparecido. Decidi ir à procura deles por ali mas nada, não os encontrava em nenhum canto.
–Ei, está tudo bem?- Olhei para trás. Era outra vez o rapaz loiro.
–Sim, está tudo ok. - Ele formou um grande sorriso um pouco infantil.
–Falas-te! - Ele riu fazendo com que eu me risse um pouco. - Sabes andar? - Ee perguntou apontando para a prancha. Neguei com a cabeça.
–Anda! - Ele puxou-me até ao mar e começou a tentar ensinar-me a andar. Subi para a prancha com ele a segurar-me pela cintura. No inicio tudo bem, ele falava de uma maneira que incentivava a continuar. Ria-me. Talvez ele não fosse assim tão mau. Foi aí que senti a mão que ele tinha nas minhas costas descer... Imediatamente dou um grito, saindo da prancha enervada.
–Ei, ei, espera!!! Foi sem querer!! - Ele disse, mas o seus sorriso e o ar corado só diziam o contrario. Aí que nervos daquele rapaz. Senti-lhe um ódio profundo.
Senti uma mão agarrar-me o pulso. Olhei para trás e lá estava ele a olhar-me com um sorriso.
–És bonita. O Daniel é bem estúpido se não aproveita. - Ele disse. Pude ver o seu olhar descair levemente para o meu peito, fazendo com que eu levantasse a mão e me preparasse para lhe bater, mas o loirinho segura-me no pulso impedindo-me. Só ai me apercebi de que estávamos bem próximo. Sentia-me ferver, especialmente na cara. Só espero que seja da raiva.
–Qual é o teu nome? - Ele perguntou calmo.
–Mas que coisa é esta?!? - Uma voz bem familiar surgiu, pondo-se a minha frente, afastando o rapaz com força, fazendo com que ele me soltasse. Depois olha para mim irritado segurando o meu pulso com força.
–Daniel! Aí... Estás a aleijar-me! - Queixei-me.
–Posso saber porque estavam os dois juntos assim tão próximos? - Ele estava mesmo irritado. Nunca o vi assim.
–Ei, Daniel, tem calma! - O loiro disse tentando acalmar a situação.
–Ninguém te perguntou nada! Vamos! - Daniel puxou-me dali para fora, irritado. A trás de nos seguiu Amber. Ficamos o resto do tempo em silêncio. Apenas voltamos a falar quando estavamos no autocarro.
–Aonde é que voces estavam? - Perguntei. Amber foi a única a dar-se ao trabalho de responder.
–Eu fui dar uma volta pela praia. conhecer melhor o lugar. Como estavas ocupada a nadar, achei que não haveria problema... só que depois distrai-me das horas.
–Não há problema Amber, ela soube como se ocupar, não é Mei? - Daniel respondeu em tom de gozo, olhando para mim irritado.
–Talvez nada disto tivesse acontecido se tu não tivesses desaparecido! - Olhei-o també, zangada.
–Não te preocupes, não volto a desaparecer!
Ele estava a falar a sério. Durante a semana seguinte ele não saia de cima de mim. Quer dizer, ás vezes ele desaparecia mas sempre voltava irritadiço e controlador. estava a ser horrivel ele estava a tornar-se possessivo. Eu apenas podia falar com ele e com a Amber, senão ele irritavasse e começavamos a discutir.
Não voltei a estar com o loiro, mas desejava. Estava sempre a procura-lo com os olhos, no meio dos restantes. Às vezes encontrava-o. Muitas das vezes também ele me encontrava a mim. Fitava-me com os seus olhos dourados. As vezes olhava-me com pena, outras vezes com um olhar de culpa. Mas na maior parte das vezes ele estava rodeado de raparigas, sorria para elas, mostrando o seu charme. Isso fazia com que eu ficasse com um nó na garganta. Gostava de poder ir falar com ele, de afastar todas aquelas raparigas que ele trata como tesouros, mas sempre que nos aproximavamos um pouco os amigos do Daniel afastavam-nos. Estava a ser horrivel! Sentia tanta vontade de chorar.
Na quarta-feira seguinte, os monitores organizaram uma atividade de pares entre duas turmas. Aquilo baseava-se em uma grande caminhada pela praia, onde tinhamos que recolher objetos e no final regressavamos a pria com os objetos e ganhavamos um premio. Os pontos que cada um recebesse seriam dados a sua equipa.
Os pares começaram-se a formar e estava a espera de ficar com Daniel mas a Amber fora mais rapida. De olhar sedutar, falava com ele fazendo-o ficar na sua equipa e ele aceitou. Ver aquilo deixou-me irritada e ao mesmo tempo tinha vontade de chorar. Sentia-me traida por duas pessoas de que gostava muito.
Todos os restantes fizeram os seus pares e eu fiquei sozinha.
–A menina precisa de par? - Escutei uma voz atrás de mim. Olhei-o e sorri. Quase que o abraçava.
–Mei. - Respondi vendo a sua face ficar confusa.
–O meu nome é Mei. E sim, preciso de par, conheces alguem disponivel? - Ele riu.
–Muito prazer, Mei. O meu nome é Dakota mas trata-me por Dake. E sim conheço um jovem belo e lindo, muito charmoso que estranhamente ficou sem par.
–A sério? Aonde? Eu não vejo ninguem nessas caracteristicas...
Ele fingiu um ar ofendido, mas acabou por rir. Fomos fazer atividade antes que nos atrasassemos mais ainda.
Durante a atividade fomos nos conhecendo melhor e apercebi-me que ele não era tão mulherengo quanto eu pensava. Ok, era, mas nunca namorava com uma delas a não ser que achasse que ia ser algo sério. Era brincalhão, gentil, sonhador, animado. Muito melhor que Daniel, na verdade.
Fomos os primeiros a chegar á praia. Ficamos felizes, ganhar o primeiro lugar não era para todos. Como ainda ia faltar muito para os outros chegarem, ele foi surfar e eu fui nadar. Estava tudo calmo, quando ouvi o som de algo a cair na água. Olho para os lados para ver o que se passa e só vejo a prancha de surf dele a vir contra mim. Imediatamente ouço Dake a vir na minha direção e a pegar em mim, pondo-me na sua toalha. Aquilo doia, acho que estava a sangrar um pouco. Ele tratou de me desinfetar aquilo e de fazer um curativo.
–Estás melhor? - Ele disse quando terminou. Acenei que sim com a cabeça. Ele estava proximo... Olhei-o nos olhos. Ele também me fitava aproximando-se cada vez mais. Senti que não me conseguia mexer. Por fim beijamos-nos. Um beijo bom e salgado, a saber a mar. Um beijo que me acalmava e me fazia esquecer o Daniel e a Amber.
– Mas o que raio está a acontecer?!? - a voz do Daniel interrompeu-nos, chamando-nos para a realidade. Só agora nos apercebiamos que já não estavamos sozinhos. Daniel estava irritado. Mal me afastei do Dake, ele espetou-lhe um murro.
–Daniel, para!!! - Disse tentando para-lo. Ele olhou-me furioso.
–Desde quando te tornas-te uma traidora?!? Que eu saiba nós ainda namoramos! - Ele gritou.
–Eu sou a traidora? Tu é que andas sempre a desaparecer com a Amber? Voces pensam que sou burra e que não vejo?? - Amber mostrou-se admirada e depois baixou a cabeça com vergonha. Então era mesmo verdade. Senti as lagrimas nos meus olhos. - E depois eu é que sou a traidora!
Daniel estava irritado. Olhou Dake e saltou para cima dele gritando uma data de coisas.
–Seu anormal! Agora achas que podes roubar-me a namorada?
–Namorada? A vossa relação é tudo menos de namoro! Tu trata-a como um bonequinho!
–Fala o rapaz que anda sempre com uma rapariga nova.
–Ao menos sei trata-las com dignidade!
Os monitores surgiram, ao notarem a confusão ali instalada. Puseram dim a toda aquela luta. Mais tarde Daniel foi mandado para casa assim como Amber e alguns dos amigos deles pela maneira como me haviam tratado. Também me permitiram mudar para a turma do Dakota.
Desde ai que não nos largamos. Nunca mais.
Quando terminei de contar, olhei-os a todos. A rapariga de cabelos castanhos estava encostada a um de cabelos pretos, que a jogava na sua consola mas calmamente de maneira a não a incomodar. Um rapaz de cabelos castanhos abraçava uma rapariga também de cabelos castanhos. Por fim um rapaz de cabelos laranjas estava deitado com a cabeça no colo da rapariga de cabelos castanhos claros e ondulados. Os outros dois, apenas riam da situação. Foram ele que começaram a falar das patetices do Dake. Rapidamente os outros acompanharam-nos com imensas histórias e aventuras. Pode-se dizer que fiquei a saber muita coisa interessante sobre o Dake.


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