Aurora e Ártemis caminharam para um local mais reservado da praia e se sentaram em pedras. Aurora começou a relatar a descoberta da árvore de ouro e da estrofe que estava escondida lá dentro. Ela relata tudo e diz que foram atacados.

(Ártemis preocupada)– Atacados? Por quem?

(Aurora)– Ele se nomeou como Ferida. Um dos Sete Guardiões da Guerra.

(Ártemis apreensiva)– Os Sete Guardiões da Guerra...

(Aurora)– Espere... A senhora sabe quem são eles?

(Ártemis)– Sim, e a partir deles já dá para sabermos quem é o inimigo que está por trás disso. Acompanhe meu raciocínio. Há um mestre que está mandando seus melhores guerreiros para o Santuário e esses guerreiros são a chave da origem e consequências das guerras. E há um deus que podemos dizer que é a própria guerra...

(Aurora compreendendo)– Ares... Então é ele o nosso inimigo? O Deus da Guerra Ares.

(Ártemis) - Exatamente. Ele também está atrás de Nike e vai duelar com Atena para ter a posse da Vitória.

(Aurora)– Mas mestra, por que ele quer me matar?

(Ártemis confusa)– Como assim? Ele quer te matar? Você não me contou isso Aurora?

(Aurora)– Eu sinto muito não ter te contado isso antes. Mas antes de eu vir para Atenas eu fui atacada no Canadá, não era um Guardião mas estava a mando de Ares e ele não estava atrás de Atena e sim de mim, ele me queria morta. E quando eu fui atacada novamente pelo Guardião novamente ele queria me levar até o mestre dele. Por que ele me quer morta?

(Ártemis tentando esconder a preocupação)– Não sei qual é o interesse dele me você, talvez por que você esteja dando uma vantagem a Atena, mas fique tranquila eu irei estar te protegendo. Mas Aurora tem mais alguma coisa, que você queira me contar?

Aurora pensou naquele pesadelo, em como ele parecia tão real e naquela voz que não parecia a de um estranho, mas não quis preocupar Ártemis com um pesadelo, então apenas diz:

(Aurora)– Não minha senhora, é só isso.

Aurora vira o rosto e olha para o mar. Ártemis percebe que há algo mais preocupando Aurora, a deusa se aproxima de sua Tenente e acaricia seus cabelos cachados.

(Ártemis) - Acho que há algo mais que está te atormentando Aurora, quer compartilhar comigo?

Não era só o pesadelo que estava atormentando a Caçadora, mas a conversa que teve com Shaka antes de ir a praia.

(Aurora)– Eu sei que não tenho permissão pra falar sobre homens. Mas ainda é algo estranho voltar a conviver com ele.

(Ártemis)– Eu sei o quanto ele é importante pra você. E sei que depois do que aconteceu naquele dia no Santuário foi traumatizante....

(Aurora cortando-a)– Com todo respeito mestra, saber que ele é um cavaleiro de ouro, que ele é o homem mais próximo de Deus e que ele está vivo... acho que preciso de um tempo para assimilar tudo isso.

Ártemis ia comentar algo mas parou ao sentir cosmos estranhos e Aurora também percebeu que sua mestra pressentia algo. Ela se levanta e seu olhar para no Santuário.

(Aurora se levantando)– O que está sentindo mestra?

(Ártemis preocupada)– Temos que voltar ao Santuário, sinto cosmos estranhos. Mas desta vez são vários e entre eles dois Guardiões.

(Aurora)– Por qual caminho devemos ir ao Santuário?

(Ártemis)– Vamos pelos morros, esconda o cosmo e vista a armadura.

Pouco tempo depois Aurora já estava vestida com sua armadura, ela e Ártemis estavam subindo pelos morros rochosos em direção ao Santuário. Quando chegam ao topo do rochedo mais alto é possível ver que Ártemis estava certa e que de fato vários cavaleiros a mando de Ares estavam atacando. Todos os defensores de Atena estavam protegendo-a vestidos em suas armaduras.

Aurora percebeu que cada cavaleiro estava lutando contra pelo menos cinco soldados de Ares. Sem sombra de dúvidas eles estavam em desvantagem. Aurora não conseguiu evitar de procurar Shaka em meio a multidão e quando ela o encontra com seus olhos fechados na posição de lótus protegendo Atena e seus companheiros sentiu um grande alívio. Em seguida a Caçadora se voltou para Ártemis.

(Aurora)– Precisamos ajuda-los, o que vamos fazer?

(Ártemis observando a luta)– Os Guardiões ainda não apareceram, mas é só uma questão de tempo até que isso aconteça. Quando eu der o sinal, você irá saltar usando a metamorfose, precisamos ajudar primeiramente Atena e em seguida as pessoas desprotegidas.

Aurora concorda com a cabeça, sabia que era arriscado, estavam a pelo menos 15 metros do chão e se não executasse o salto da maneira correta poderia dar tudo errado. A Caçadora se afasta para tomar impulso e respira fundo.

(Ártemis)– Três.... Dois..... Um.... Salte.

Assim que Ártemis executou o comando, Aurora correu para tomar impulso e salto. No ar ela eleva o cosmo e todos que estavam em combate param para ver a Caçadora usar a metamorfose e se transformar em um lindo lobo durante um salto mortal. Assim que ela aterrissa no chão em forma de animal, fica de pé nas patas traseiras e afasta os soldados de Ares de perto de Saori o que possibilita Milo e Shura de leva-la a um local seguro.

Aurora consegue afastar mais alguns soldados que recuam, quando percebe que conseguiu deixar a luta equilibrada, volta a sua forma original. Ela percebe que um garoto ruivo está correndo até ela e não demora muito para Aurora perceber que era Kiki.

(Kiki)– Aurora, que bom que você chegou. Essas pessoas invadiram o Santuário de repente...

(Aurora se agachando)– Kiki, primeiramente você precisa se acalmar, pois eu preciso que você me ajude.

(Kiki respirando fundo)– Pode falar.

(Aurora)– Eu preciso que leve aqueles que estão indefesos até um lugar seguro, pode fazer isso pra mim?

(Kiki)– Claro Aurora.

(Aurora)– Obrigada Kiki.

Logo em seguida, Kiki sai correndo para ajudar aqueles que estão precisando. Logo depois a luta ganha um ar pesado e mais sombrio, quando de dentro da floresta surgem duas figuras encapuzadas, Aurora sabia que se tratava dos Guardiões, mas algo dentro dela também dizia que eles não seriam tão fáceis de se derrotar.

As duas figuras começam a bater palmas, com demorados intervalos entre uma e outra o que faz soar como aplausos medonhos e que fazem gelar a espinha. Suas mãos são pálidas e magras, como grandes unhas de tom vermelho.

– Meus parabéns. Conseguiram e equilibrar a luta contra os soldados mandados pelo nosso mestre.

– Sem dúvida vocês tem potencial, mas não é em vocês que estamos interessadas.

As duas figuras se voltam para Aurora, no fundo a caçadora sabia que era ela que as duas queriam por as mãos.

(Shaka entrando na frente de Aurora)– Não vou deixar que a machuquem.

As duas riem e seguida tiram seus capuzes revelando duas garotas, amabas vestiam armaduras negras com detalhes que lembravam a cor do sangue. Uma possuía cabelos negros lisos que iam até abaixo da cintura e olhos prateados e a outra tinha cabelos loiros com um olho azul e o outro amarelo.

– Eu sou a Guardiã da Vingança.

Falou a de cabelos negros. Em seguida a de cabelos loiros disse.

– Eu sou a Guardiã da Ira e nós viemos aqui a mando do Mestre para levar a sua cabeça para ele.

(Ártemis aparecendo atrás delas) - Boa sorte em tentar, pois eu não vou deixar.

A Deusa da Lua lançou luzes prateadas que fez as duas Guardiãs serem arremessadas, mas para a surpresa de todos pouco tempo depois se levantaram.

(Aurora para Ártemis)– O que está havendo, como elas conseguiram se levantar?

(Ártemis) - É a força de Ares, está protegendo elas.

(Ira rindo)– Exatamente, nosso mestre sabia que você estava aqui Ártemis, agora vamos ao que interessa. Se prepare Aurora, eu serei sua adversária.

(Aurora elevando o cosmo)– Pode vir.

Assim que ela disse isso, a Guardiã atacou e Aurora teve dificuldade para desviar do golpe lançado. Ele era tão cheio de ódio e veloz. Aurora lançou a Aura Prateada o que paralisou sua adversária por alguns instantes, mas logo em seguida ela voltou a atacar, mas desta vez a Caçadora não conseguiu desviar e foi atingida e colidiu contra uma árvore.

(Aurora pensando)– Ela tem tanto ódio dentro de si, como posso ganhar se ao lançar um golpe eu também estou sendo violenta?

Aurora olhou a sua volta e os cavaleiros de ouro junto com os de bronze estavam lutando contra a Guardiã da Vingança e parecia que nada surgia efeito, alguma coisa eles estavam fazendo de errado...

Foi então que como um flashback ela se lembra de um dos ensinamentos que recebeu. Controle a respiração e acalme o coração... apenas sinta a paz dentro de você.

(Aurora se levantando)– Ira, por que você se tornou uma Guardiã? Aposto que você tinha uma vida antes disso. E posso garantir que você era feliz, por que abriu mão da sua felicidade?

(Ira) - Cale a boca, como ousa fazer essa pergunta?

Ira tenta lançar um golpe mas desta vez Aurora consegue facilmente desviar. A Caçadora se aproxima mais da Guardiã.

(Ira pensando)– Cosmo dela é tão caloroso, me lembra até o cosmo de Atena e possui quase mesma grandeza.... eu me sinto até mais calma.

(Aurora pensando)– Shaka... eu sei que pode me ouvir... a chave para derrotar a Guardiã da Vingança é manter o coração calmo e a respiração controlada, dessa forma vocês poderão guiar até um descanso, acredite em mim, elas não estão aqui por que querem.

(Aurora) - Me deixe te ajudar, você sabe que não precisa fazer isso. Você não quer fazer isso.

A Guardiã começa a chorar e diz.

(Ira)– Ninguém pode me ajudar, eu sou uma das causas da guerra, eu te machuquei.

Aurora eleva o cosmo e o concentra em uma das mãos, em seguida deposita a mão sobre a cabeça de Ira e diz.

(Aurora)– Eu perdoo você, só quero te trazer paz.

(Ira pensando)– Não é possível... será que é ela? Por um instante, eu pude jurar que vi uma coroa de louros... e esse cosmo caloroso... só pode ser ela.

O golpe que Aurora aplicou na Guardiã a vez cair, mas Aurora impediu que ela se machucasse. Logo depois Ira disse.

(Ira)– Me desculpe, eu não sabia que era você. Me perdoe por ter te machucado.

(Aurora confusa)– Mas do que você está falando?

(Ira)– Logo saberá quem você realmente é, obrigada por me ajudar. Você é a sétima, aquela que o mestre nunca conquistou...

Logo em seguida a Guardiã morre nos braços de Aurora.

(Aurora em pensamento)– A sétima, mas como assim? Me parecia que ela iria me revelar quem eu sou, mas não conseguiu. Será que ela estava delirando? Ou há alguma coisa que eu não sei?

Mas Aurora não teve tempo de refletir sobre as últimas palavras de Ira, pois assim que levantou uma dor horrível percorreu suas costas. Parecias que alguém a estava retalhando, que tinha uma faca a cortando de dentro pra fora. Aurora caiu de joelhos aos gritos. A dor era tanta que ela não conseguiu ver mais nada.... Tudo ficou escuro.