Just Friends - 3ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

AI MEU DEUS QUE SAUDADE DE VOCÊS!
Gente, desculpa. A vida realmente não ta facil. Mas vim postar, não só um capitulo para vocês, mas DOIS o/
Eu sei que passei cinco meses sumida, mas olha, ritmo ta pesado por aqui.
Quem fez o enem? o/ quem entrou em pânico no meio da prova? o/ quem já quer dar um troço por não conseguir passar na faculdade que quer? o/
É amores... Mas como vocês estão? QUE SAUDADE, PQP
Ain, não vou encher vocês hoje porque to doida pra postar. Quero saber o que acharam viu? u.u



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“Ta afim de almoçar?”.

Ele não demorou pra me responder.

“Marquei com a Laura, foi mal cara”.

“Onde?”.

“Vai junto por acaso?”.

Segurar vela? Não, obrigada.

“Só to afim de comer cara, não vou ficar com vocês”.

“Naquele restaurante de massa que ela adora!”.

Segurar vela e comer macarrão... Acho que dá pra aguentar sim.

“Vou junto sim, alias, obrigada pelo convite. Encontro vocês lá em meia hora :)”.

***

AI MEU DEUS! Alguém me ajuda! Socorro!

Chegamos ao restaurante que por acaso estava lotado, mas conseguimos duas mesas. Sentei em uma delas e deixei a Laura na outra. É claro que eu não ia ficar lá com eles né?!

Pedi meu prato antes, já que a Laura preferiu esperar o Gus e meu estômago já estava roncando. Ele não demorou pra chegar. Deu um beijo rápido nela e me olhou meio confuso, parecia ter lavado um susto ao me ver. Eu acenei da minha mesa, e ele acenou de volta, com um gesto tímido.

Sua expressão não era muito boa.

E claro que a Laura percebeu. Se aproximou dele, e cochichou alguma coisa. Ele respondeu baixo e olhou para a porta.

Então eu entendi tudo. Era ele, bem ali na entrada do restaurante.

Meu estômago, que antes se revirava de fome, deu um pulo de susto. O macarrão quis voltar para o prato. Meu coração queria fugir pelo meu decote, que hoje estava consideravelmente acessível com a abertura da regata vermelha.

E então tudo voltou como um furacão sobre mim.

Ele não me viu.

A Laura ficou branca.

O Gus engoliu em seco.

Ninguém sabia como reagir.

E ele vinha andando em direção à mesa deles, sorridente, sei entender o que estava acontecendo.

Nós quatro sabíamos como tinha sido nosso ultimo encontro.

Tanta coisa mudou... Ele tinha uma filha, Megan se eu não me engano. A Laura havia me falado vez ou outra sobre a menina. Parecia ser um amor. E agora ele também tinha a Anne. E eu...

E eu... Eu tava namorando. Com o Rodrigo.

Ele se aproximou da mesa, cumprimentou a Laura, que gelou na hora, me olhando pelo canto do olho. Ela tava apavorada. Seus olhos se abriam tanto que quase caíram do seu rosto.

Eu fiz um sinal positivo com a cabeça, como se estivesse avisando que estava tudo bem. Ela não precisava se preocupar.

Achei melhor voltar minha atenção para o prato e fingir que nada tinha acontecido.

***

Eu entendo que eles estão tensos com o casamento, mas a cara daqueles dois quando eu cheguei, meu deus!

Parecia que tinham visto um fantasma.

–Oi Laura, eu sei que é o almoço de vocês de casal e bla bla bla, prometo que não vou atrapalhar. Vou pedir o meu pra viagem. Posso sentar enquanto espero?

Ela sorriu sem graça.

–Não se preocupa Edu, ta tudo bem, senta.

Então eu sentei. Nenhum dos dois tentou puxar assunto. Estavam nervosos. Podia ver pela troca de olhares deles, que algo os agoniava. Tentei fingir que isso não me incomodava e comecei a observar o restaurante como já não conhecesse toda a decoração. Então, eu vi um fantasma.

O cabelo estava mais longo, mas a bagunça ainda era a mesma. Volumoso, mas um pouco mais comportado do que era antes. Estava mais magra, talvez arrisque dizer que até mais bonita. O porte havia mudado, sua postura era mais firme. A expressão se mantinha neutra, mas a cabeça devia estar a mil. Dava pra perceber pelo jeito que se mexia de forma inquieta. Uma das mãos segurava o garfo, mexendo com o macarrão do prato, enquanto a outra brincava com os cabelos, apoiada na nuca.

–Aquela é a...?

–Sim, é a Manu – A Laura tava extremamente tensa - E todos nós sabemos o que aconteceu com vocês então eu não sei como agir.

Ela falou tudo tão rápido que eu mal consegui entender.

–Somos adultos agora Laura, acho que devíamos agir de tal forma.

***

Não, por favor, alguém me diz que ele não ta levantando e vindo na minha mesa.

Eu só queria almoçar! Será que não dava pra eu só almoçar meu deus?

Consegui ver de relance o Gus tentando impedir, mas não adiantou muito.

Foca no prato.

Ele ta chegando perto.

Foca no prato. Comecei a brincar com as ervilhas soltas pelo molho, mas até elas pareciam querer fugir dali.

Ai meu deus!

Foca no prato, foca no prato...

–Manuela?

Drooooga.

–Eduardo – respondi sem olhar.

–Bem que você disse que a gente ainda se via... – momento tenso entre os dois – Posso sentar?

Ele estava tão simpático. Dava para perceber pelo seu tom de voz, porque eu sequer tinha arriscado olhar ainda.

Droga, ele sempre foi tão simpático.

–Claro, por que não? – respondi ainda sem olhar, acenando para a cadeira.

Ouvi o barulho da cadeira se arrastando no piso de madeira do lugar.

–E como você tá?

–Ótima, e você? – respondi brincando com o restante da comida. A essa altura, eu já estava quase colocando o que havia comido para fora.

–Sabe que pode me olhar pra conversar né?

–Sei – respondi olhando para ele e soltando o garfo de uma forma meio bruta, fazendo uma barulho excessivo ao bater na borda do prato.

–Bem melhor assim – ele disse, sorrindo.

Não sorria desse jeito... Por favor.

Argh, se controla Manuela.

–Ainda não me respondeu.

–Estou ótimo também, obrigado. Não mudou nada nos últimos anos.

–Já você mudou bastante. Largou os tênis e a camiseta pra virar gente?

Ele fez uma careta, concordando comigo.

–Só uso porque sou obrigado, acredite. O escritório que me faz vestir isso e ainda por cima pentear o cabelo.

–Ah, que sacrilégio te fazer arrumar aquela bagunça – ele sorriu sem graça, passando a mão pelos cabelos. Mesmo penteados, os fios continuavam sendo rebeldes o suficiente para fugirem do tradicional - Ainda bem que o hospital não me obriga a usar um terninho e um salto.

–Não é algo que se dê para imaginar.

–Também não dava pra imaginar que você ficaria assim.

–Você ficaria tão bem de terninho quanto fica de branco. Talvez até mais sexy.

Sexy????

SEXY???????

Senti meu rosto corar. Não, eu não vou ligar pra isso. Nem sequer é um elogio.

–Também fica bem com o cabelo penteado. Parece até que já nasceu pra usar ele assim.

–Muito obrigado – ele brincou fazendo uma breve reverencia com a cabeça.

"Na verdade, fica lindo com essa roupa social". Um sorriso escapou e eu logo enfiei uma garfada do restante frio de macarrão na boca, afim de evitar esses pensamentos. Péssima ideia. O molho já estava frio e meu paladar parecia se recusar a simplesmente mastigar e engolir aquela enorme bola de gordura que eu havia enfiado em mim.

–E o Rodrigo? Ta bem?

***

Ela se mexeu, meio desconfortável.

–Desculpa, pergunta inconveniente. Não precisa responder.

–Não – ela se apressou em dizer, ainda de boca cheia – tudo bem. Ele ta bem. Estamos bem. E as garotas?

Minha vez de me mexer.

–Inconveniente? – ela queria a resposta, era óbvio. Mas se esforçava para não mostrar isso.

–Não, imagina. Elas estão ótimas... A Anne continua sendo... A Anne! Não tem outra coisa pra dizer. A Meg vai fazer quatro anos daqui dois meses, a gente ta querendo fazer uma festinha, nada muito grande. Você ia gostar dela, é um amor de criança. Meio enérgica demais as vezes, mas nada que não dê pra dar um jeito.

–Parece adorável.

–E é mesmo – ele sorriu – Quer ver uma foto?

–Eu não acredito que virou o tipo de pai que anda mostrando a foto que fica na carteira da filha pra todo mundo.

–Não, mas como todo pai, eu tenho uma foto no celular.

O garçom chegou na hora com o pedido dele, dentro da embalagem pra viagem. Ele agradeceu e tirou o celular do bolso, me mostrando a tela.

Ela era linda. A franjinha cortada reta caía sobre o rosto e o cabelinho curto estava preso. Tinha um sorriso leve, lindo. Os olhos eram negros como o do Edu, e grandes e redondos como da Anne.

–Ela é linda.

Ele sorriu, olhando bobo para a foto. Senti meu celular vibrar no bolso da calça, mas ignorei, torcendo para ele não ouvir o barulho.

–Obrigado.

Então, o assunto acabou. E o celular continuou a vibrar.

“Um dia a gente se vê”.

–Então... Tenho que ir. A gente se vê?

“E eu dizia ainda é cedo, cedo, cedo, cedo,cedo...”

–Claro.

Ele deu aquele sorriso torto e saiu. Antes de sair, olhou para trás e acenou. Eu só sorri de volta, sem sequer perceber. Nem me lembrei de ver a ligação perdida.


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Notas finais do capítulo

"E NESSA LOUCURA, DE DIZER QUE NÃO TE QUERO, VOU NEGANDO AS APARENCIAS, DISFARÇANDO AS EVIDENCIAS, MAS PRA QUER VIVER SEI LÁ O QUE, SE NÃO POSSO ENGANAR MEU CORAÇAAAAAAO, EU SEI QUE TE AMO!"
Ignorem que esqueci a palavra no meio da musica. E ignorem tambem que to cantando isso pra vocês kkkk o que acharam do reencontro? Não me castiguem, não me deixem falando e cantando sozinha, to carente ultimamente :(
Por enquanto, é isso... Vou tentar postar mais um até as seis ok?
Beijinhos amores