Right Now escrita por drivemyheart


Capítulo 1
You know I can't fight the feeling.




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Não podemos controlar o que sentimos, mas podemos controlar a proporção que isso pode tomar. Amar um hétero estava fora da minha zona de conforto desde que eu havia assumido para mim mesmo, o que eu realmente era – apesar de não gostar tanto da palavra assumir. Mas, sabe... Era algo que eu não podia controlar e nem ao menos queria, eu sentia que com ele seria diferente. Eu sentia que com ele... eu pudesse ser feliz.

Sim, eram palavras que eu escrevia diariamente em meu diário desde que me vi apaixonado pelo Mason. Diário... Chega até ser engraçado, levando em consideração que sou o oposto dos estereótipos da maioria dos gays de Ohio e do mundo inteiro. Era louco, pois eu nem ao menos sabia onde tudo isso havia dado início. Não sabia se na sala do glee club, ou quando observava o moreno fazer a performance para abrir o meu jogo, enfim, não sabia mesmo.

Já era tarde da noite e o maldito treino pré-jogo estava me matando, mas eu não podia me dar ao luxo de reclamar, porque era tudo o que eu queria desde sempre. Saí do ginásio com alguns colegas de time e Beiste fechando tudo por último. Era tarde, provavelmente éramos os últimos a estar por ali, ainda mais por compromisso. Me despedi dos demais e segui o caminho até o ponto de ônibus a pé, em uma rua um tanto suspeita, levando em consideração o horário não habitual que eu costumava passar por ali.

Esperar tanto tempo por um ônibus ao qual eu não tinha tanta certeza se ainda iria passar, estava me deixando aflito. Não por medo de estar sozinho em uma rua onde as luzes dos postes era a única coisa que eu podia ter como companhia, mas sim, pelo fato de... Ok, quem eu estou tentando enganar, eu morria de medo de lugares desertos. Aproveitei o tempo de espera para escrever algumas coisas relacionadas ao Mason, que apesar de ter trejeitos e rotina que o leva diretamente para o lado gay da força, ainda assim era hétero, ou pelo menos jurava que era.

Por um breve momento de distração eu podia jurar que tinha ouvido alguém assoviando, não muito forte, mas alto o suficiente para que eu pudesse ouvir, e consequentemente, me arrepiar. Guardei o diário em minha bolsa, colocando-a transversalmente em meu corpo. Não sabia se continuava ali e fingia que não havia escutado e não estava com medo, ou se eu corria o mais rápido que eu pudesse e me escondia em algum lugar. A cada segundo que passava, o som ficava mais audível e nítido. Não era um som arrepiante, mas sim, doce de se ouvir. Serrei os olhos para tentar enxergar através da silhueta que vinha em minha direção, até que por fim, pude observar quem realmente era. Sim, ele mesmo, Mason.

- Ok, o que faz aqui há essa hora? – Perguntei, dando-me conta depois que não havia cumprimentado o tal garoto, o que me fez corar um pouco de constrangimento. A verdade era que, quando eu estava diante ele, eu perdia minha pose de macho-alfa-gay.

- Não sabia que controlava meu tempo agora. – Ele falou, encostando uma de suas mãos em meu ombro e rindo em seguida. Eu ainda tentava me adaptar ao jeito sarcástico dele, mas deixei passar, por motivos óbvios. – Estou sei lá, só andando, ou talvez tentando invadir o colégio para conseguir melhor acústico no auditório de lá, já que preciso treinar porque as nacionais estão chegando. Mas ignora a última parte. – Ele falou, respondendo finalmente minha pergunta.

- Ah, para! Todos sabem que tua voz é ótima o suficiente para não precisar de lugares acústicos. E porque não usou o banheiro da sua casa afinal? – Falei enquanto coçava sutilmente minha nuca e o observava.

- Não havia pensado na possibilidade, às vezes me surpreendo de quão desligado eu posso ser. – Ele falou, levando uma das mãos até a testa e deixando transparecer uma pequena risada desconfortante. – Mas sim, eu sei que tenho uma ótima voz. Quer ver? – Ele falou dando um leve soco em meu peitoral, o que me fez revirar os olhos tanto com a atitude sarcástica que mais uma vez ele tinha deixado transparecer, quanto eu ser tão idiota pra achar tudo aquilo lindo nele.

- Pode ser, Sam Smith hétero. – Falei, tentando conter os risos.

- How can I just let you walk away? Just let you leave without a trace? When I stand here taking every breath with you, oh. You're the only one who really knew me at all. – Ele começou, levando bastante a sério o desafio. Eu realmente não podia acreditar que ele estava cantando essa música – onde facilmente eu poderia criar teorias em minha cabeça, achando que era uma indireta para mim – e ainda mais, cantar em um lugar nada favorável, onde a luz do luar e dos postes, eram seu único holofote, deixando-o ainda mais lindo quando iluminava de forma sutil, aquela pele onde cada músculo de minha mão, desejaria estar tocando.

Antes que ele pudesse continuar a música, meu indicador pousou lentamente em sua boca, impedindo que cantasse. Realmente aquilo estava me fazendo mal. E, por uma atitude quase involuntária, toquei em ambos os ombros do garoto com as duas mãos e encostei meus lábios no do mais novo, dando um selinho um pouco demorado. Largando-o logo em seguida.

Fugir não era meu forte, mas eu apenas não podia ficar ali e assistir qual seria a reação dele, eu não aguentaria. Caminhei o mais rápido que eu pude para qualquer direção e para minha surpresa, ele correu para me acompanhar, puxando meu braço, fazendo com que meu olhar se encontrasse com o dele.

- Não vai passar mais ônibus essa hora. Eu te acompanho até acharmos um táxi para ti. – Ele falou, dando, pela primeira vez na noite, um sorriso ingênuo e puro e a partir daquele momento eu soube, eu não podia mais esconder e nem lutar contra aquele sentimento. Apesar de tudo ser “novo” para mim, todo o lance de envolvimento com hétero, etc.

Após alguns passos e minutos que para mim pareciam horas, completamente em silêncio, fui surpreendido por uma atitude que jamais eu poderia esperar receber. Mason vagarosamente tocou sua mão um pouco gélida, na minha, entrelaçando seus dedos nos meus. Abaixei a cabeça, olhando para o que havia acabado de acontecer e tentando raciocinar se realmente aquilo era real. Com um sorriso estampado em meus lábios, olhei diretamente para o mesmo e ele retribuiu o olhar, ainda em silêncio. E nem precisava falar algo, aquela atitude já valia por mil palavras que ele pudesse dizer, e eu apenas continuava me perguntando se tudo era real ou não.

- Mudanças de plano – Ele falou, quebrando o silêncio que eu havia começado a me habituar. – Não vamos para casa, por enquanto. Vamos estender a noite eu e você, certo? Porque, tudo o que eu mais quero agora, é você comigo. Droga, a gente poderia ficar nisso para sempre. – Ele falou, por fim, dando uma breve piscada e naquele momento eu soube... Não importa diário, fantasias, ou sonho perto do que eu estava vivendo naquele momento. Eu apenas era o cara mais feliz do mundo.


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Notas finais do capítulo

Essa história é um capítulo único, como já devem ter lido na nota da história. Decidi fazer porque acho esse ship bastante inspirador, apesar de não ter acontecido no seriado. Mesclei Right Now da One Direction como algo implícito, porque simplesmente acho a canção perfeita, como já havia dito.
Se vocês gostaram, por favor comentem, dando opiniões e tal. Seu comentário é meu incentivo.

Também estou escrevendo outra fanfic baseada em Looking, se bater interesse, só visitar meu perfil. Boa leitura!



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