Encontros e Desencontros escrita por Krika Haruno


Capítulo 3
Capítulo 3




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Shopping

Era uma manha ensolarada de verão, Roma estava lotada de turistas ávidos por cultura e moda, afinal estavam na cidade que abrigara por muitos anos o grande império romano, contudo um trausente não dava a mínima para o que a cidade representava. Estava a trabalho a puro contragosto. Obedecia ordens e por querer restabelecer seu nome perante o santuário cumpriria seu dever ate o fim.

Andava por uma via tradicional do circuito de moda achando tudo e todos fúteis, quando parou a porta de um shopping para ajeitar a roupa.

- Estacione, por favor.

Voltou o olhar para onde ouvia a voz, era uma garota de no maximo dezesseis anos.

- Como? – indagou sem entender.

- Estacionar. Não é o manobrista do shopping?

- Claro que não! – disse indignado. Ele um manobrista?

- Pensei que fosse. Seu traje...

Olhou para si. Usava uma calça preta com regata, muito velha por sinal, pois só usava nas raras vezes que saia do santuário.

- Não sou. – disse mais uma vez, não gostava de pessoas que julgavam por aparência e ela parecia ser uma dessas.

- Tudo bem. – tirou os óculos escuros, revelando os olhos azuis, guardando-os na bolsa. – tchau.

Saia, porem antes de passar pela porta automática, voltou para perto do cavaleiro que ainda a observava.

- Quer ganhar um trocado?

- Como senhorita??? – não acreditou no que ouviu.

- Preciso de um carregador. Vem.

Sem esperar que ele dissesse algo pegou na sua mão e o arrastou para dentro do shopping.

- Meu nome é Íris. Prazer. – disse olhando as vitrines.

- Ai...Aioria. – murmurou perplexo pela atitude dela.

Passaram a manha toda entrando de loja em loja. Aioria a cada minuto ficava horrorizado pela quantidade de coisas que ela comprava.

Ficou imaginando como uma pessoa poderia gastar tanto e em tão pouco tempo. Perto do meio dia não havia mais espaço em sua mão para segurar uma sacola, contudo apesar do peso, estava gostando. Íris era uma patricinha, mas uma pessoa divertida, alegre e estava passando momentos diferentes do que estava acostumado. Apesar de tê-lo confundindo com um manobrista, ela o tratava de igual para igual e ultimamente não era o tipo de tratamento que recebia no santuário. Lá ele era apenas o irmão do traidor.

- Acho que está bom. – murmurou a norueguesa, tirando-o de seus pensamentos.

- Não exagerou não? Tem sacolas demais. – contava.

- Ah... – sorriu. – não. Ate comprei pouco.

- Pouco?! Acha isso pouco?

- Sim.

- Eu nunca comprei tantas coisas, alias nem sei a ultima vez que comprei.

- Jura?

- Sim.

- Você é estranho....Vem, vamos guardar no carro.

Seguiram para o estacionamento. Quando o cavaleiro viu o carro dela, arregalou os olhos.

- Seu carro??

- Um dos.

- Um dos? – indagou perplexo. – tem mais?

- Mais dois. Me ajude aqui.

O porta-malas ficou lotado.

- Foi por pouco, preciso de um carro maior.

- Precisa mesmo.

- Tome. – entregou-lhe uma nota. – obrigada.

- Não precisa.

- Mas carregou tudo isso! E me aturou.

- Não se preocupe. – riu.

- Eu insisto.

- Foi um favor, não se preocupe.

Houve um barulho, as faces do leonino coraram na hora. Se tivesse o poder do cavaleiro de Áries, tinha usado-o. Sua barriga tinha roncado alto.

- Desculpe.... – disse todo sem graça.

- Vamos almoçar. – riu. - Também estou com fome. Você é engraçado.

Foram para um restaurante, o mais caro do shopping. Aioria estava constrangido, não teria dinheiro suficiente para pagar a conta, alem do mais sentia-se deslocado. Chamou pela garota diversas vezes, mas ela estava entretida com o garçom.

- Já arrumei uma mesa.

- Ah Íris...

- Sim?

Aproximou dela, para que ninguém escutasse.

- Aqui é caro não é?

- É. – respondeu achando a pergunta obvia.

- É que...eu não tenho dinheiro para almoçar aqui. Eu vou indo.

- De jeito nenhum. – queria rir. – é meu convidado. Eu pago.

- Ah não. – protestou. – os homens que tem que pagar a conta. Me recuso.

Íris olhou bem para ele. Ele parecia pobre e a julgar pela sua aparência devia ser desleixado e tinha cara de bagunceiro, mas mesmo assim gostara dele. Ele era simpático e gentil.

- Vai me deixar almoçar sozinha? – fez bico.

O cavaleiro foi pego de surpresa. Como diria não diante de pedido tão doce.

- Esta bem... – coçou a cabeça.

Ela comemorou. O garçom os conduziu a uma mesa que tinha vista panorâmica da cidade. Acanhado sentou.

- É a primeira vez que almoça em lugares assim?

- É... – disse sem jeito.

- Vai adorar a comida daqui. Sempre que venho a Roma almoço aqui.

- Não é daqui?

- Noruega e você?

- Grécia.

- Eu amo a Grécia. Já fiz um cruzeiro pelo mediterrâneo.

- Você parece ser bem rica.

- Sou. Minha família é muito importante.

- Por isso me achou com cara de manobrista.

- Desculpe.

- Tudo bem.

Iniciaram uma conversa descontraída, pouco depois a refeição chegou.

Assim que terminaram pedira a sobremesa e depois o cavaleiro a acompanhou ate o carro.

- Muito obrigado pela comida. Estava deliciosa.

- Obrigada por ter carregado as minhas coisas.

- Bom... se for a Grécia...

- Te visitarei. – sorriu. – cuide-se.

Aioria corou. Íris o havia lhe dado um beijo na bochecha.

- Adeus...

Tomaram rumos opostos, Aioria concluiu sua missão e tempos depois era dominado pelo satã imperial de Saga.

Íris chegara no dia seguinte a Noruega, tendo a surpresa que sua família empobrecera. Acostumada ao luxo, prostituiu e meses depois parava em Vilnius.

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