Encontros e Desencontros escrita por Krika Haruno


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Saint Seiya pertence ao Kurumada

Sem fins lucrativos, feito de fã para fã



Não estava nos planos, mas fiquei imaginando como seria se esses casais se conhecessem em outras circunstancias. O momento escolhido foi um ano antes da guerra Galáctica e todas sabemos como era o santuário naquela época.

De cara Shion e Aiolos não foram escolhidos por estavam mortos, Kanon estava no templo submarino, Dohko ainda era o mestre ancião e Mu estava em Jamiel.

Cada capitulo terá dois casais. Vamos a fic.



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Noite italiana

- Faça uma boa viagem. – sorriu de maneira tenebrosa.

O homem que estava caído a frente, só teve tempo de ver um brilho dourado indo em sua direção e depois uma forte dor na altura do peito.

- Mais um. – deu as costas.

O homem que efetuou o “disparo” fechou a porta atrás de si, enfiando a mão no bolso pegou um cigarro e um isqueiro. Levou a boca. Encostado na porta reteu a fumaça por alguns segundos soltando-a demoradamente. Seus olhos azuis brilhavam de maneira intensa e com um sorriso de satisfação rumou para a saída.

A noite estava particularmente bela naquele dia, o céu de Milão estava cravejado de estrelas e a lua cheia banhava com seus raios prateados. O homem parou na porta e erguendo o olhar fitou o céu. Estava contemplando-o quando o celular tocou. Estreitou o olhar, já sabendo de quem se tratava e do que queria.

- Alo.

- “Como foi?”

- Está feito. – desligou o aparelho recolocando-o no bolso, detestava dá satisfações. Tanto para o pai, como para o “Grande Mestre”, razão a qual sumira por mais de dois meses da Grécia.

Recomeçou a andar, a noite fresca era um convite ao passeio e aproveitando disso as ruas estavam lotadas de habitantes e turistas em busca das maravilhas do local.

Andava de maneira despreocupada, não tinha muito o que fazer já que assassinara os “estorvos” que seu pai tanto reclamava. Não gostava de receber ordens, mas esse tipo de serviço fazia com gosto, não era atoa que sua casa na Grécia era decorada pelas cabeças das pessoas que matou.

- Caspita, esqueci de arrancar a cabeça dele. – jogou o cigarro longe para acender outro.

Atravessou uma avenida movimentada e virou numa rua deserta para encurtar o caminho. Queria chegar rápido em casa e consumir algo. Havia esquecido seus comprimidos de Lsd.

Pensava no próximo assassinato quando ouviu um grito. Rapidamente virou-se ocultando na escuridão. Olhou para o final da rua, viu uma menina vir correndo em sua direção e atrás dela dois homens.

A garota passou por ele, contudo tropeçou numa pedra indo ao chão. Os homens logo a alcançaram.

- Vai aprender a me respeitar vadia, – um deles pegou a garota pelos cabelos negros. – e a não fugir mais.

- Vai bater nela? – indagou o outro.

- O que acha? – sorriu. – vou estourar a cara dela. Lógico sem deixar muitas marcas.

- Quero divertir primeiro.

- Tudo bem. – o que segurava os cabelos a empurrou de maneira violenta.

- Ai!

- Vem cá para o papai. – segurou o pulso dela.

- Me solta! Me solta! – gritava. – me solta!

- Calada! – rasgou parte da blusa dela. – é uma prostituta não sei por que está fazendo tanto doce. É uma vadia.

- Por que não a soltam?

- Quem está aí?

Os três viraram para onde ouviram a voz, um rapaz de mais ou menos 22 anos, cabelos azuis curtos e olhos da mesma cor apareceu trazendo um cigarro na boca, seu olhar era atrevido.

- Moleque não se meta!

- Ou vai sobrar para você!

- São insetos. – soltou uma baforada.

Ate então os homens não tinham visto completamente a face do rapaz, quando ele deu um passo puderam ver completamente seu rosto.

- É ele! – exclamou o que mantinha a garota presa. – é ele! – a soltou afastando.

- Ele quem?

- Mascherina...

O outro apavorou, a garota que tinha caído sentada olhou para o suposto “salvador” ele não parecia ser tão forte, mas a julgar pelas expressões dos caras ele deveria ser perigoso.

- Vou ter que repetir ou vão embora? – soltava a fumaça lentamente.

Os dois começaram a recuar totalmente aterrorizados, mas antes que dessem passos maiores, o jovem estava na frente deles e de maneira rápida de um soco e um chute em cada um. A garota olhava perplexa, os movimentos tinha sido rápidos, na certa era um lutador profissional.

- Estão com sorte, não vou matá-los. Vão.

Apesar de ter sido apenas um soco e um chute a intensidade do golpe foi forte o que os deixou bem machucados. Os dois levantaram e lentamente saiam. A garota ainda continuava sentada no chão segurando parte da blusa rasgada. O jovem passou por ela indo embora.

- Espere.

Ele parou.

- Obrigada.

- Não fiz para te salvar e sim porque precisava de um isqueiro. – mostrou o objeto. O isqueiro tinha acabado e na hora do ataque percebeu que um deles tinha um. – adeus. – continuou o trajeto.

Ela o olhava sem entender, mas mesmo assim era grata a ele. Segurando a parte rasgada levantou e pôs a segui-lo. Depois de quatro quarteirões ele parou.

- Por que está me seguindo?

- É que... seu nome. Queria saber seu nome.

Ele virou, passando a fita-la. Era bonita, pensou, cabelos negros pouco abaixo dos ombros, olhos violetas com traços orientais e no maximo 17 anos.

- Fale o seu primeiro.

- Hikari. Me chamo Hikari.

- Mascherina, ou Mascara da Morte.

- Mas e seu nome?

- Não tenho nome. Quer um conselho? Tome mais cuidado com aqueles caras eles são da máfia.

- Eu sei... – murmurou. – também sou...

- Você?

- Quero dizer... – olhou para o relógio. – estou atrasada!

Caminhou até ele parando na sua frente.

- Mais uma vez obrigada Mascherina. Fiquei por pouco tempo aqui na Itália, mas deu para perceber que existem bons italianos.

- Vai embora?

- Lituânia. Adeus e muito obrigada.

Ela o abraçou. MM ficou surpreso, nunca recebera um abraço de agradecimento. Ele a fitou, realmente ela era muito bonita, tinha traços perfeitos.

- Quero uma recompensa. – disse sem tirar o olhar dos olhos violetas.

- Recompensa?

- Sim e quero isso.

MM tomou lhe os lábios de maneira possessiva, a garota ficou surpresa no inicio, mas depois deixou se levar, ele lhe era totalmente estranho, mas tinha algo que mexia com seus nervos.

Ainda sem entender porque tinha a salvado e consequentemente a beijado, ele a soltou.

- Adeus. – disse se afastando.

Luna não disse nada, ficou parada vendo-o desaparecer no meio à escuridão...

No dia seguinte Mask voltou para o santuário, onde um ano depois morreria na batalha das doze casas.

Luna viajou para a Lituânia na manha seguinte. Ela era a acompanhante de luxo de um dos chefes da máfia italiana e tinha sido resignada para trabalhar em Vilnius.



Numa praça

Ao descer do avião colocou os óculos ocultado seus melancólicos olhos verdes. Vestido de forma social parou na porta do aeroporto pedindo um táxi.

Durante o trajeto observava a arquitetura da cidade italiana, sem trocar uma única palavra com o taxista.

Não estava com vontade de conversar, na verdade nem queria está ali, mas o seu outro lado o intimara a viajar até Firenze para tratar de “negócios” de interesse do santuário.

O carro passava por uma das praças principais quando pediu que o motorista parasse. Não estava com pressa de chegar ao seu destino e um bom passeio a pé faria bem a sua mente atormentada.

Dobrou um pouco a blusa, pois o dia estava muito quente e suas roupas estavam totalmente desapropriadas para um passeio ao ar livre, mas não se importou, o cheiro das flores no jardim, o riso das crianças que brincavam, a brisa suave que ventava era gratificante.

Procurou por um banco onde pudesse sentar e apreciar a paisagem, contudo todos estavam ocupados, havia apenas um, em frente à fonte.

- Se importa se eu me sentar? – indagou retirando os óculos.

- Não... – respondeu uma garota que estava sentada num canto.

- Obrigado.

Passou a fitar a fonte, o barulho da água era reconfortante, o fazia esquecer todos os crimes que havia cometido em nome da ambição. Tinha dois assassinatos nas costas e dezenas de outros atos condenáveis. Pelo menos ali, naquele momento poderia ser apenas um homem comum observando a paisagem.

A garota que estava sentada ao lado também estava perdida em seus pensamentos. Havia recebido uma proposta de trabalho e estudo em outro país, entretanto se sentia um pouco apreensiva. Não tinha família com que pudesse contar, mas mudar para um outro lugar era um passo gigantesco. Queria conversar com alguém a respeito, mas não tinha ninguém em que pudesse confiar.

Fechou os olhos tombando o corpo para trás, precisava meditar. O homem que estava sentado ao seu lado estranhou o gesto e pensou que ela estava passando mal.

- Ei, moça, você está bem?

- Hum? – a garota abriu os olhos. – o que disse?

- Está tudo bem? Não está passando mal?

- Não. – deu um sorriso tímido. – só estou escutando o barulho da fonte.

- Me desculpe.

- Tudo bem.

Voltou para a posição antiga. O rapaz a olhava de forma discreta. Era uma menina, de não mais de 17 anos, tinha traços angelicais e cabelos loiros encaracolados, quando ela abriu os olhos pode perceber que eram cinzentos. Mais o que chamou sua atenção foi a expressão melancólica dela. Lembrou-se da sua própria fisionomia.

- Queria conseguir fechar os olhos... – sussurrou.

- O que disse?

- Nada... – assustou, pensou que ela não tinha ouvido. – só estava pensando alto.

- Por que não consegue fechar os olhos?

- Porque sempre surgem imagens ruins. – abaixou o olhar.

O fitou, tinha longos cabelos azuis, com uma franja que descia de maneira displicente, olhos verdes e feições sérias, mas seu olhar... era nítido que não era feliz.

- São tão ruins assim?

- Mais que possa imaginar. Meu nome é Saga.

- Chiara.

Apertaram as mãos.

- Você não é italiano.

- Grego, estou aqui a negócios.

- Eu sei como se sente. – voltou a fitar a fonte, as águas dançavam numa sincronia perfeita. – perdido, como se estivesse no local errado na hora errada e por mais que queira mudar as coisas não consegue.

Saga a fitou impressionado, sentia aquilo mesmo.

- Eu não tenho família e tive que aprender a me virar sozinha, mas às vezes... me sinto muito só.

- Eu sinto muito pela sua família.

- Obrigada. Recebi uma proposta de emprego, muito boa por sinal, mas tenho medo. Sei que não tenho nada a perder e nem algo que me prenda a esse local, contudo...

- É normal ter medo do desconhecido.

- É eu sei... – deu um meio sorriso. – é estranho.

- O que?

- Eu te falar isso, contar meus problemas para um estranho.

Os dois riram.

- Acha que todos podem alcançar o perdão algum dia? – a fitou.

Chiara o olhou por alguns segundos.

- Creio que sim.

- Mesmo tendo cometido atos horríveis?

- Se o arrependimento for sincero. Ninguém é perfeito Saga, todos nós somos passiveis de erro.

- Me sinto bem melhor ao ouvir isso, não tenho me sentindo muito bem nos últimos dias. – sorriu.

- Te pago um sorvete. – o olhou sorrindo.

- Como?

- Um sorvete, te pago um sorvete. Vem. – estendeu a mão para ele.

- Mas...

- Vem.

Saga aceitou o convite, ela parecia ser uma pessoa tão boa que se permitira ter momentos “normais”.

Foram para uma sorveteria, o papo iniciado na praça tomara rumos mais leves e ate gargalharam. A tarde passou num piscar de olhos.

- Eu preciso ir. Meu vôo sai amanha cedo. – Chiara atravessava a bolsa pelo corpo.

- Também preciso ir.

- Obrigada pela companhia.

- Eu que agradeço. – pegou nas mãos dela. – há meses não tinha um dia como esse... tranqüilo. – sorriu. – muito obrigado.

- Se um dia eu for a Grécia...

- Você vai para onde?

- Vilnius, Lituânia.

- Boa sorte, Chiara.

- Para você também Saga.

A garota aproximou dando-lhe um beijo na bochecha. Os dois se olharam fixamente por alguns minutos.

- Adeus. – tomou um rumo contrario.

- Adeus. – Saga continuou parado ate ela desaparecer na esquina, jamais esqueceria aquele olhar, jamais.

Chiara partiu no dia seguinte para Vilnius, mal sabia que sua vida mudaria para sempre.

Saga voltou para o santuário, seu outro lado o dominara completamente e um ano depois morria nos braços de Atena.

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Notas finais do capítulo

Foram dois casais, no proximo mais dois.



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