It's Time To Say Goodbye escrita por DarkyFenix


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Etto...
Vamos lá
Depois que Death Parade acabou, eu fiquei muito depre porque não teve beijo.
Dai o que eu invento? Fazer fanfic!
Só pro meu Shipp virar cannon.
Bom, para quem quiser ler, está ai.
Boa leitura!



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Hora de se despedir, Chiyuki

A mulher dos cabelos negros disse a si mesma. Seu julgamento havia acabado. Decim já havia lhe julgado. Embora tivesse enganado a mulher, o maior se arrependera imensamente. Chorara junto à outra, demonstrando isso. Agora, finalmente entendia os sentimentos alheios. Finalmente entendia seu... Sofrimento. “Juízes não possuem emoções. ” Bah, que bobagem. Se não possuíssem mesmo, Decim não teria sentido, não teria chorado, não teria compreendido, e muito menos julgado. Os outros podiam ser meros bonecos, mas não Decim. Ao menos, ele é o que mais se aproximava de ser um humano, dentre todos seus colegas.
Embora ninguém soubesse ainda, — nem mesmo o próprio albino — ele havia desenvolvido mais sentimentos humanos dentro de si do que imaginava.

Por exemplo, que droga de sentimento era aquele, desejando que Chiyuki permanecesse ao seu lado para sempre? O sentimento de não querer que ela fosse embora, que continuasse lhe ajudando a julgar, pela eternidade? O sentimento de... Querer tê-la só para si.

Decim sacudiu a cabeça, desviando seus próprios pensamentos, recebendo como resposta um olhar curioso de Chiyuki, como se ela silenciosamente perguntasse o que diabos o maior estava fazendo.

— O que foi? — Ela perguntou, finalmente.

— Não é nada. Por favor, me acompanhe.

O albino respondeu sem expressão alguma. Não que ele costumasse se expressar, de qualquer maneira. Exceto, é claro, por aquele momento.... Onde seus sentimentos explodiram em seu peito, todos de uma só vez.

O juiz guiou a moça até o elevador, ele com um passo ligeiramente adiantado, e, ela, permitindo-se ficar um pouco mais atrás, se questionando o que o maior estava sentindo ou pensando. Hesitava. Não queria ir. Desejava ficar ali com Decim, para sempre. Nem se importava mais com a reencarnação. Por ela, jogaria tudo para o alto e que se foda o mundo, desde que Decim permanecesse ao seu lado. Não podia acreditar. Estava mesmo pensando isso? Estava mesmo desejando isso? Chiyuki já estava acostumada. Já experimentara isso uma vez e sabia muito bem o que era aquela palpitação em seu peito; estava apaixonada. Entretanto, por quê? Por que um homem tão sem expressão fazia seu coração disparar? E agora estava para perdê-lo. Para sempre. Não, não e não! Ela não queria isso!

Decim apertou um botão numa espécie de painel, fazendo a porta do elevador se abrir. A mulher dos cabelos negros suspirou outra vez com pesar enquanto encarava o chão, pensando na dolorosa despedida e o fato de ter que deixar Quindecim e o próprio Decim, até ser despertada de seus pensamentos pelo maior.

— Senhorita Chiyuki?

A mulher respondeu fazendo uma expressão um tanto quanto surpresa, em seguida desviando seu olhar do chão para fitar o mais alto que a encarou de volta e depois olhou para o elevador, sugestivamente, como se indicasse que a menor deveria entrar ali.

— Ah, sim... — Deu um passo à frente, e hesitou antes de entrar. NÃO! Não era para acabar assim! Não podia! Ela não queria!

— Algum problema, senhorita Chiyuki? — O homem dos cabelos esbranquiçados disse em seu tom de voz natural, tentando encarar o rosto da outra.

— Ah, na verdade... — Desviou o olhar. Queria pedir para ficar um pouco mais, mesmo que não era possível permanecer ali para sempre. E sabia que não podia pedir-lhe isso diretamente. Inventou uma desculpa, qualquer uma que fosse, apenas para permanecer ali mais uns poucos minutos que fossem.  — Será que você poderia preparar algo para tomarmos, uma última vez?

Decim encarou-a, ligeiramente surpreso. Parou para pensar um pouco e, por que não?

— Entendido.

Os dois deram meia volta e caminharam juntos, em silêncio até o balcão onde Decim preparava seus drinks. Chiyuki escolheu um lugar e sentou-se sobre um dos bancos enquanto Decim dirigiu-se para trás do balcão, permanecendo lá.

— Então, o que a senhorita deseja? — Perguntou com um timbre formal.

A menor deu uma risadinha fofa.

— Acho que... O de sempre.

— Como desejar.

Decim sabia o que era “o de sempre” que Chiyuki desejava; o drink de cor azul vibrante. Virou-se para a estante onde as bebidas descansavam, algumas até a um bom tempo sem serem tocadas, e procurou com os olhos aquela mesma bebida azul que costumavam beber, a qual nem ele nem Chiyuki se recordavam do nome. Mas não fazia diferença, o gosto daquele líquido azulado era inconfundível e de longe o melhor dos álcoois que o albino possuía. Depois de alguns intentes encontrou o que procurava, embora não tenha precisado buscar por muito tempo. Pegou uma taça de vidro qualquer que ali residia e depositou-a sobre o balcão, enchendo-a sem hesitar com o liquido azulado da garrafa de vidro.

— Huh? — A mulher alternou entre encarar confusa a taça solitária e depois o homem que a servia — Apenas uma taça?

— Isso mesmo. Algum problema?

— Você não vai se juntar a mim?

Decim fitou a mulher que gentilmente colocou a mão sobre o banco ao seu lado e deu tapinhas, como se silenciosamente o convidasse para se sentar. O homem permaneceu em silêncio por mais alguns instantes, pensativo, até finalmente voltar a falar.

— Se assim desejar...

Então apanhou mais uma taça e encheu-a. O albino, que se retirou de trás do balcão, agora encontrava-se sentado do lado da mulher dos cabelos negros e segurava firmemente uma das taças.

— Um brinde? — Chiyuki pegou o copo de vidro restante e ergueu-o no ar.

— Um brinde. — Decim acompanhou-a, levando sua taça até o receptáculo que residia na mão alheia, brindando com a companheira e fazendo o barulho dos vidros colidindo ecoar pelo bar.

A mais nova levou delicadamente o objeto aos lábios e bebeu graciosamente o líquido que nele continha, e parecia apreciar cada gota da bebida. Decim logo a acompanhou, ingeriu o líquido azulado sem cerimônia alguma, e apenas um gole foi o suficiente para esvaziar a taça. Chiyuki foi um pouco mais demorada para esvaziar a sua; bebia aos poucos, de gole em gole. Quando a última gota do álcool desceu por sua garganta, a mulher estendeu a taça até o barman ao seu lado, sem hesitar, como se pedisse por mais uma dose. Decim encarou a mão da mulher que segurava o vidro, até ela solcitar-lhe em voz alta.

— Mais. Eu quero mais.

O barman hesitou, mesmo que por alguns segundos.

— Como desejar.

E serviu-lhe. O homem dos cabelos claros limitou-se a tomar apenas mais uma ou duas taças de bebida, mas Chiyuki não parou por aí; foram mais algumas taças bem cheias com o liquido azul, até esvaziar a garrafa por completo. E ela ainda assim não se dava por satisfeita.

— Mais!

O juiz levantou-se de onde estava e foi até a parte de trás do balcão novamente, procurando a mesma bebida pela prateleira. Assim que encontrou, agarrou-lhe e levou-a até a mulher, servindo-lhe novamente e em seguida retornando para seu assento ao lado da mulher. E de novo, mais uma vez e mais outra. Até a bebida da segunda garrafa se esgotar como a primeira. Chiyuki desejava proceder com a bebedeira.

— Mais...

Era possível perceber que estava começando a ficar embriagada devido ao fato de não aguentar tanto álcool, já não era de beber com frequência. Seu hálito forte e seu rosto levemente corado por conta da bebida deixavam explicito os sinais de que era hora de parar.

— Senhorita Chiyuki.... Não acha melhor parar?

— Mas...

— É para seu próprio bem.

— Mas.... Se eu parar agora, eu terei que ir embora, não é? Eu não quero ir embora, Decim. Eu quero ficar aqui com você... Para sempre! — Sussurrou a última parte.

— Por quê? — Questionou.

Chiyuki engoliu em seco, percebendo que aquela questão do albino, em específico, era a chave que abrira o momento perfeito o qual tanto esperava desde que se apaixonou pelo barman. Então, era agora ou nunca. No fundo, sabia que não tinha jeito — e nunca teve — uma hora precisaria ir embora dali, e não queria partir sem que dissesse à Decim o que sentia. E agora era o melhor momento para isso — e talvez o único. Reuniu toda coragem dentro de si e soltou.

— Porque eu te amo, Decim!

Não esperou que o maior reagisse e puxou-o pela gravata, selando seus lábios num beijo inicialmente não correspondido, afinal, o albino fora pego de surpresa. Entretanto, eventualmente correspondeu — ou pelo menos, tentou corresponder, imitando os movimentos que a moça realizava contra seus lábios frios. Quando suas carícias foram correspondidas, Chiyuki fechou os olhos, passando seus braços por trás do pescoço de Decim e tentando desfrutar do momento, o que era um pouco difícil, já que ela ainda precisava ficar na ponta dos pés para alcançá-lo, devido sua altura.

— Você é muito alto... — Resmungou a mulher, interrompendo o beijo e puxando mais a gravata do mais alto.

Decim se abaixou um pouco mais, para que Chiyuki não precisasse mais ficar na ponta dos pés, então, beijaram-se novamente, porém dessa vez havia paixão no ato, mesmo que o barman estivesse meio sem reação por não saber o que fazer. Acabou por segurar delicadamente o rosto da menor e deixar que ela o guiasse. Decim sentiu a língua alheia pressionar contra seus lábios e instintivamente cedeu passagem para o musculo que invadiu-lhe a boca e movimentou-se por lá. Inexperiente como era, tudo que o barman pode fazer foi mais uma vez, tentar acompanhar os movimentos da menor.

Eventualmente, se separaram por falta de ar, ligeiramente ofegantes e corados. Decim não esboçava reação alguma, sequer mostrava-se atônito.

— Senhorita Chiyuki.... Por que... — Não pôde terminar sua frase, fora interrompido pela mulher.

— Eu já disse.... Porque te amo!

Decim ainda não sabia como reagir. O que era o amor, afinal? Era um sentimento humano. Decim queria entender esses sentimentos. Queria entender os humanos, e mais do que tudo queria entender Chiyuki.

— Chiyuki... O que seria o amor?

— O amor é um sentimento humano complexo. – Encarou os olhos alheios. — Acho que posso resumir a uma forte atração que você sente por alguém, como algo que te puxa como um imã. Quando você ama, você tem o desejo de ficar com aquela pessoa para sempre, de protegê-la, não importa o que aconteça. E essa sensação de amar alguém é simplesmente inexplicável.

Decim fitou a mulher dos cabelos negros como resposta. E parou para pensar o que sentia em relação à Chiyuki. Não queria ficar para sempre com ela? Não queria protege-la? Sim, a resposta era sim. Então essa sensação em seu peito poderia ser amor? Impossível. Um pensamento ecoou pela cabeça de Decim. “Juízes não podem sentir emoções” então, porque sentia coisas tão complexas por aquela mulher? Isso faria dele um humano? Ou continuaria sendo um juiz, porém com emoções? Apenas pode concluir que, se aquilo era amor, estava amando aquela mulher diante de si.

— Senhorita Chiyuki. Eu te amo. — E mesmo se declarando, Decim continuava sem se expressar.

A mulher pareceu se surpreender. Nunca imaginara que aquele barman corresponderia seus sentimentos. Afinal, ele é só um juiz. Um reles boneco. Porém, lembrou-se de quando o homem chorara junto a ela. Ah é, Decim havia se tornado mais humano do que poderia imaginar. Então, se podia sentir o sofrimento, por que não poderia sentir amor?
Ela sorriu e levou suas mãos até o rosto do maior, puxando-o para um beijo. Porém Decim interrompeu-a, antes que ela pudesse sequer fazer algo.

— Eu gostaria que ficasse aqui para sempre. Porém não será possível. — Ele segurou a mão da mulher e observou seu pulso, onde o que parecia ser a “pintura” de sua pele descascava como tinta. — Não há mais tempo. Você precisa partir.

— Eu entendo. — Murmurou, cabisbaixa.

Decim nada mais disse, adiantou-se e começou a andar até o elevador. Chiyuki precisava ir embora. Não havia escapatória, dessa vez. Nunca houve. Uma hora ou outra, precisaria ir. E agora era a hora. A hora de dizer adeus.

A porta do elevador se abriu, e antes que pudesse entrar, a mulher foi surpreendida por um abraço do homem dos cabelos claros.

— Eu queria que pudesse ficar para sempre, Chiyuki...

— Eu também... — Segurou as mãos do maior e se soltou do abraço. Então, era isso. O fim, para aqueles dois. — Mas é preciso partir...

Ambos não queriam aquilo. Queriam ficar um com o outro para sempre. Queriam lembrar um do outro para sempre. Mas não podiam. Eram as regras do destino, e não podiam ser quebradas. Tudo que podiam fazer agora era segurar as lágrimas enquanto Chiyuki partia.

A mulher adentrou o elevador.

— Senhorita Chiyuki..

— Hm? — Ela virou-se para trás.

— Você está feliz por ter vivido?

— Hã? — Fitaram-se. Depois de alguns segundos em silencio, finalmente respondeu. — Sim.

— Isso é maravilhoso. — Cerrou levemente os punhos. — Eu desejo me tornar o tipo de juiz o qual possui clientes que dizem as mesmas coisas.

— Sim — Sorriu. — Nesse caso, você precisa fazer um rosto mais alegre.

— Eh?

— Você não consegue sorrir?

— A-Assim? — Decim tentou um sorriso, que resultou numa expressão forçada demais.

—Esqueça — A outra disse rindo.

— Minhas desculpas.

— Você aprenderá após praticar. Então, até outra hora.

— Sim. Vá com cuidado. — Curvou-se educadamente

— Bye bye — Acenou.

A porta do elevador foi se fechando devagar. Ambos ainda com o sentimento de não querer se separar. Mas era impossível. Era preciso. A mulher tinha lágrimas nos olhos. Decim lembrou-se naquele instante, dos momentos em que estivera junto àquela mulher que tanto amava. Sentiria falta dela. Mas não iria chorar. Pelo contrário. Sorriu sinceramente para a outra. Queria que ela se lembrasse que, da última vez que viu aquele barman, ele tinha um sorriso verdadeiro no rosto. E ela? Não pode conter as lágrimas. Assim como seu amor. E um sorriso como resposta.

— Adeus. — O Homem disse depois que a porta do elevador se fechara.

Enfim, era isso. Nunca mais iriam se ver, mas nunca iriam se esquecer. Pelo menos, não Decim. Ele nunca se esqueceria de Chiyuki. Não queria se esquecer, jamais. Da mulher que bagunçara seus sentimentos e todo seu coração. Que mudara sua vida. Por isso, quando seu corpo voltou em forma de boneco, o homem fez questão de colocar nele as roupas da mulher e depois deixa-lo sentado em uma cadeira próxima ao balcão, como se aquele manequim assistisse aos julgamentos que estavam por vir. Chuiyuki fizera tanta diferença em sua vida.... Mudara seu jeito de pensar, de julgar, ensinou-lhe a sorrir e principalmente, ensinou-lhe o que é o amor. Graças a ela, o albino podia compreender melhor os humanos, criaturas tão complicadas. Por ela, se sentia mais humano.

Decim imaginava se ela passaria por ali mais uma, duas vezes. Se a julgaria, reencarnada em outra vida, outro corpo. Ele com certeza se lembraria dela. Mas ela provavelmente não teria memória alguma sobre aquele homem. Mas não importava. Mesmo que os dias que passaram juntos jamais fossem voltar, ele jamais se permitiria esquecer tudo.

Eu te amo, Chiyuki. Para sempre

[ Fim ]


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Notas finais do capítulo

Eu coloquei um finalzinho do episódio ali porque, fiz a fanfic como se fosse um "parte" do anime que eles não mostraram. Espero que tenham gostado!
Até a próxima ( ^-^)/