Os dias contados de Branca escrita por Victor Rose


Capítulo 2
Encrencada


Notas iniciais do capítulo

Prontinho, aqui esta sz



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7h38min – Segunda- Feira

O baseado que eu fumava queimava rapidamente, talvez por eu ter usado folha sulfite para enrola-lo. A sensação de calmaria me invade quando a cada tragada que dou na maconha. Ariana está do meu lado, rindo do ar, ela sempre fazia isso quando estava bêbada. Estico o pescoço na direção do rosto dela, e dou-lhe um selinho na bochecha, deixando uma marca forte de batom vermelho. Ela olha para mim e sorri, abraçando-me.

Na nossa frente, Carmen faz menção de vomitar pela nossa melosidade, a loira não era muito de carícias e amores, ela era da vida, vivendo-a intensamente. Sempre nos perguntamos o por que de ela nunca se prender à alguém, mas nenhuma das ‘’Femininjas’’ teve coragem de perguntar. Nos intitulamos assim pela nossa causa feminista, eu, Ariana, Carmen, Victória, Eliza, Carolina, Anna e Carla. Apelido elas de “Sete Anões”, pois todas as meninas tem uma estatura mais baixa que a minha, mal chegando à 1,65 de altura. Estamos todas reunidas, mas todas dispersadas. Anna, Carla, Eliza e Carolina conversam em um canto à parte, Victória está deitada, fumando e comendo um macarrão estranho, parece estragado, mas bem, não vou discutir com uma embriagada.

9h21min – Segunda- Feira

Sinto meu corpo leve quando termino o banho, todas elas já foram embora, e sinto em minha casa o cheiro de bebida e drogas, algo que normalmente só está preso a mim, quando venho de algum outro lugar com isso. Sinto-me vazia, embora ao olhar no espelho, nua, veja uma garota cheia de gordura, inchada e cheia de celulites. Todas as outras garotas brigam comigo, me passam sermões, dizendo que eu deveria comer mais, pois estava magérrima, mas eu não via isso. Logo, meu corpo voltava a ser pesado como era antes, e dou uma última olhada no espelho, vendo uma garota acima do peso, com diversos piercings e tatuagens.

Em meu quarto, visto a roupa mais adequada, uma saia escura, que dá a impressão do jeans, uma camisa de banda, chamada Sex Pistols, coloco-a para dentro da saia, deixando-a um pouco folgada para que minha barriga enorme coubesse nela. Coloco uma sapatilha preta e discreta. Logo, diversas pulseiras enfeitam meus pulsos e meu colar, com o pingente dourado, dado a mim por Ariana, está pendurado em meu pescoço. Penteio calmamente meus cabelos, desembaraçando-os lentamente, para que não doesse, após pronta, pego minha bolsa preta com bolinhas brancas, junto as chaves da estante e saio para a garagem, entrando no carro, abrindo o portão, e saindo dali, para o trabalho, com certeza.

14h59min – Segunda- Feira

Faltava pouco para as quinze horas, um minuto, para ser exata. Eu estava estranhamente exausta, uma sequidão em minha garganta anunciava um desejo voraz por algo líquido e gelado para ingerir. Meus olhos caem, quase caio no sono, mas luto para manter-me acordada. Meu estomago ronca, e eu apoio-me na parede. Claro, típico de uma gorda: querer comer em horários impróprios.

Ariana aparece ao meu lado, trazendo um copo d’água e um bolinho, aceito a água, mas aceno negativamente quando ela coloca o bolinho em minha mão esquerda. Meus olhos lacrimejam, e meu estomago ronca ainda mais ao sentir o doce cheiro do alimento. Levo o copo aos lábios, ingerindo a água lentamente, para não acabar ficando inchada. Carmen me olha de longe, estranhando meu ato, meu jeito de estar atualmente. Ela levanta as sobrancelhas e de repente, caio, fechando meus olhos. Desmaiada.


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