Stronger What Doesnt Kill You escrita por Hugh


Capítulo 28
Emma




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Queridos pais

O incidente com meu primo psicopata havia acabado, finalmente, eu ainda estava um pouco tensa já que Jamie havia quase me estuprado. Tio Jonh ficou chocado, quando a polícia ligou para ele e avisou o que seu flho havia cometido. Graças aos Deuses Cook foi levado a uma prisão juvenil da cidade dele, e não daqui, eu com certeza ficaria com medo, e Percy surtaria e me colocaria em uma caixa.

Faltavam 2 semanas para o Natal, eu já tinha comprado os presentes para Percy, Sally e agora Thalia. Para Sally, um livro clássico. Para Percy, um box da série Friends que ele adora assistir comigo e para Thalia, um disco clássico do The Police, que eu sei que ela queria desde sempre. Hoje mesmo eu estava na casa dela, que era uma casa de tipo.... gente rica. Mas ela parecia não dar a mínima par isso, não era um filhinha de papai mimada, na verdade ela agia exatamente ao contrário, era uma punk retardada, que odiava o pai, odiava rosa, odiava quase todo o mundo, e era uma revoltada da vida e tals.... era perfeita para ser minha amiga!

–Ei, no que está pensando loira? - Thalia chega com com uma caixa de pizza gigantesca e pula na cama do meu lado, como um saco da batatas.

–Nada, morena. Só estava pensando em como você tem tudo isso e não dá a mínima!

–Não é que eu não dê a mínima pra nossa condição financeira, é que tem tanta gente que daria um rim pra ter um milésimo do que a gente tem, e meu pai não liga, ele tem tanto dinheiro e por que não poderia doar para um instituição de caridade? Ou para ajudar animais abandonados! Eu vou no orfanato que fica a umas quatro quadras daqui todo final de semana, ah....Annie você tinha que ver a primeira que fui lá, as crianças ficaram todas agitadas, e sempre perguntavam se eu iria adotar algum deles.

Eu nunca havia imaginado que Thalia era assim por dentro, quer dizer, todos tem sentimentos e tal, mas como ela era uma revoltada com a vida e com o mundo, nunca imaginei que ela tinha um lado tão sensível assim. Que se importava com outras pessoas assim....

–Você quer ir lá conhecer? - Thalia perguntou com uma certa esperança na voz - Vamos lá Annie, as crianças são muito divertidas e eu havia comprado os presentes de Natal para todos eles, mas seria legal se tivesse um novo presente....

–O que? - perguntei confusa.

–Você Annabeth, uma nova amiga para eles! Vamos, por favor.....você sempre é tão alegre, e divertida, e com certeza deve se dar bem com crianças....que tal?

–Ah...- suspirei. Thalia era persistente demais para poder discutir - Tudo bem Thalia, mas temos que sair daqui sem seu pai ver.

Ela assentiu com um sorriso gigantesco, parecido com o de Percy, e foi até o armário que era praticamente do tamanho do meu quarto e foi tirando um monte de caixas embrulhadas pra presente, e foi tirando mais, e mais caixas. Quando ela acabou havia uma pilha enorme de presentes embilhados quase chegando ao teto.

–Thalia, como você quer que cheguemos até lá em baixo com todos essas caixas, seu pai está na sala, é impossível passar sem ele ver!

–Annabeth.... - ela sorriu de uma forma que fiquei feliz por não ser o pai dela - Acha mesmo que eu não tenho um plano?

*********

O plano de Thalia era simplesmente maluco, psicótico e doentio. Ela queria pagar 300 dólares para a assistente de Zeus "comer" o patrão. Eu nunca havia ouvindo tanta merda saindo de uma boca, ela só poda estar maluca!

–Ah, qual é Annie?! - ela tentava me convencer - Taylor não vai se importar de fazer isso, com tanto que ela ganhe dinheiro, e isso eu posso resolver, por favor, faça isso pelas crianças!

–Ah, é claro que sim. Pedimos, ou melhor pagamos para a assistente do seu pai transar com ele, pegamos todos os milhares de presentes no seu quarto que fica no segundo andar, colocamos todos eles dentro do carro, se é que cabem todos, e depois de fazermos tudo isso sem seu pai perceber que saímos vamos para o orfanato! - falei com tanta ironia que seria impossível não perceber que eu não iria ir, mas bem.... com a Thalia é sempre tudo diferente....

–Isso! - ela exclamou e me deixou de boca aberta com o tamanho da sua burrice - Que bom que me entendeu Annanbeth, você quer chamar Percy? - nunca tinha visto alguém com tamanha cara de pau. Mas se ela com certeza iria me convencer quem era eu para revidar!

–Tudo bem, vou ligar para ele - respondo com a cara fechada e disco o telefone de Percy. Toca 4 vezes e ele atende.

–Alô... - ele respondeu com a voz cansada que se fosse pra chutar, apostaria que ele estava dormindo.

–Percy.... desculpe se te acordei.

–Está desculpada, o que aconteceu? - ele responde eu dou uma risada.

–É que eu estou na casa da Thalia e ela me convenceu a ir em um orfanato perto da casa dela. E como ela também convenceu a assistente do pai dela a distrair, entre aspas, ele para sairmos sem que ele perceba, por que você deve saber que seu tio odeia essas instituições.... então, você não quer ir com a gente?

–Bom....

–Por favor fale que vai, não quero entrar em um carro sozinha com a Thalia!

–Tudo bem Sabidinha, vocês podem passar aqui? Não estou afim de andar até ai não. - ele disse com uma voz manhosa e fofa.

–Tá, passamos aí, só não vou te esperar, fique aí na porta! Tchau Cabeça de Alga.

–Tchau Sabidinha!

Desliguei o telefone. Quando me virei para trás Thalia estava escorada na pilastra da sala vendo Taylor, a assistente, fazer e encenação de levar um copo d'água para o Sr.Grace e depois "acidentalmente" cair em cima dele, e logo atacar os lábios dele, e depois..... ahn vocês sabem o que acontece depois.

–Ei, Annie, vamos, meu pai e Taylor já subiram pro quarto - ela falou rindo com uma cara de safada, e subimos para o quarto dela e começamos a pegar os presentes e colocar no Peugeot dela.

Quando todos os presentes estavam no porta malas, pegamos nossos casacos e fomos buscar Percy e finalmente direto ao orfanato.

********

–Thalia, que saudade!

Um monte de crianças pularam em cima de Thalia no orfanato. Lá era bem grande mas precisava de uma reforma, tirando isso, era bem confortável lá dentro. Todos os pequenos quando viram Thalia sorriram e foram abraçá-la.

Desde que conheci ela, eu sempre achava que e garota abominava todo tipo de contato físico. Mas com as crianças ela parecia uma garota sensível, delicada e dedicada e realmente ela não era nada disso.

–Ei pessoal, que saudade de vocês também! - ela falou suspirando e se separando dos abraços para vir até mim e Percy - Bom galerinha, esses são meus amigos, Percy Jackson e Annabeth Chase. E hoje eles vieram aqui para conhecer vocês, então sejam bonzinhos porque agora eles também são amigos de vocês.

Então todos eles vieram até nós com lindos sorrisos nos rostinhos e apertando nossas mãos. Quando olhei nós três estávamos sentados de pernas cruzadas junto com as crianças, conversando e nos divertindo....

Enquanto Thalia e Percy buscavam os presentes, e as crianças brincavam entre si, reparei em uma linda garotinha, aparentemente tinha uns cinco anos, estava sentada em um canto apertado, abraçada aos joelhos. Triste...Com a cabeça baixa e aparentemente chorando.

Fui até a pequena garotinha, que agora dava para perceber que tinha lindos cabelos louros, como os meus. Me ajoelhei na sua frente e ela me olhou. Quase me assustei com seus olhos, eram da cor verde..... verde-mar, iguais aos do....... iguais aos de Percy!

–Olá, qual é o seu nome? - a menina continuava a chorar, mas logo respondeu assustada.

–Emma, quem é você?

–Sou Annabeth, amiga da Thalia, ela sempre vem aqui, você a conhece não é?

–Sim, mas eu nunca falo com ela, ela fica mais com as outras crianças, e eu não falo com elas. - Emma falava baixo, e era difícil manter seu rostinho para cima.

–E por que não fica com as outras crianças?

–Por que ninguém gosta de mim, e porque não faço nada direito, ninguém nunca vai me adotar.... - ela começou a chorar novamente, e esconder o rosto entre as pernas.

–Ahn.... - sem motivo, e sem apenas conhecê-la direito me sentei ao seu lado e a abracei forte. No começo acho que ela estranhou mas logo repousou a cabeça em mim, e de pouco em pouco foi parando de chorar.

–O-obrigada.... - ela secava o rosto com as pequenas mãos.

–Tudo bem... - me ajoelhei na sua frente novamente - E não se preocupe alguém um dia vai te adotar.

–Não vai não, eu só faço besteira, ninguém nunca iria querer uma garota desajeitada como eu...

–Bom, eu iria - falei sem pensar.

–É sério? Você vai me adotar? - vi uma esperança crescer na voz de Emma, mas como eu podia responder isso sem magoá-la..?

–Ah, Emma, desculpe mas por enquanto eu não conseguiria te adotar. - ela abaixou a cabeça novamente. - Mas é porque eu ainda estudo, mas quando eu terminar os estudos, eu sempre quis ter uma filha, uma companheira.... - ela sorri um pouco, o que me deixa aliviada.

–Você tem marido? - ela pergunta inocentemente e eu começo a rir

–Bom... ainda não, mas tenho um pretendente. - me viro para onde as crianças estavam recebendo os presentes até encontrar Percy no meio da multidão - É aquele ali, Percy.

–É seu namorado? - assenti - E quando vocês terminarem de estudar vão me adotar? - Emma perguntava sorridente.

–Bom, se você puder esperar!

–Ah...a gente aguenta como dá, sorriso falso enquanto pode, e finge que está bem enquanto consegue, então acho que consigo, só não demore demais viu?

–Tudo bem.

–Promete?

–Claro que eu prometo, se você quer saber, eu só tiro notas boas, vou acabar a faculda... - quando eu ia começar a falar sobre o colégio quando fui interrompida.

–Não, não quero que você prometa que vai terminar os estudos rápido. Quero que você prometa que vai me adotar!

Ela me olhava com tanta esperança, eu não sabia se era certo prometer aquilo, afinal, se algum dia eu não pudesse cumprir como eu faria? Seria muito arriscado, eu me sentiria horrível, tanto quanto ela.

Mas acho que esse é o melhor sabor que a vida nos dá, correr riscos, e Emma era uma boa garota, e tudo que ela me pediu foi carinho, amor e uma família, nada que custasse dinheiro, só compaixão.

–Eu prometo Emma!

Ela sorriu e eu também, ficamos conversando até Thalia me chamar para ir embora. E o que me partiu o coração não foi a cara de tristeza de Emma, foi a dor de ter que ir embora. Mas mesmo assim, agora eu passaria a vir aqui sempre vê-la.

Afinal valia a pena.

Com amor, Annabeth


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