Queridos pais

Ontem eu fui liberada do hospital, me deram alta para ir para casa. Os médicos se surpreenderam com a minha capacidade de me recuperar tão rápido. Percy também me ajudou, como sempre em tudo, eu realmente não sei se esse acidente foi bom ou ruim, quer dizer, eu fui atropelada, claro que isso foi horrível, mas o que aconteceu entre nós foi que nos aproximamos mais, houve mais confiança, e aprendemos o quanto seria difícil ficar um sem o outro.

Agora ele sempre me deixa ver suas poesias, ou de vez em quando manda pequenos parágrafos de suas poesias por mensagem para mim.

Por exemplo quando sua mãe teve de fazer um exame em Boston, e eu fiquei um final de semana inteiro sem ele, entendam eu gostava de trabalhar mas quando Percy apareceu e ficava lá comigo todos os dias eu gostava mais, mas antes eu não o conhecia e agora que o conheço gosto ainda mais do meu trabalho com ele me olhando.

Continuando ele sempre me mandava mensagens contidas com o amor que eu achei que nunca teria como:

"Querida Annabeth, sem você em meus braços eu sinto a minha alma vazia. Surpreendo a mim mesmo examinando os rostos numa multidão à procura do seu. Sei que é impossível mas não posso evitar."

Eu praticamente derretia com esses trechos que ele me mandava, cada vez sentia mais a falta dele, sentia falta de seu abraço, seu sorriso, seu beijo.

Ele sempre era bem filosófico, mesmo assim para mim isso era uma qualidade. Ele achava meu hábito de leitura sobrenatural, mas mesmo assim falava que era uma qualidade já que ele também gostava de ler. Ele gostava de todos os livros, porque adorava o simples ato de ler, a magia de transformar os rabiscos de uma página em palavras dentro da cabeça.

Ele sempre falava que eu era uma obcecada por estudo e eu lhe dizia que eu gostava de manter minha média, que como sempre era um dez. Ele não me elogiava o tempo todo, quando eu tentava usar uma roupa mais brilhante ou mais bonita ele me dizia que o meu jeito de sempre, que para muitas pessoas era um jeito de gente pobre, mas Percy não se importava, ele gostava do meu jeito de "pobre", e quando usava uma blusa dele, ele me falava que eu ficava sexy, eu mesma não sabia o que era ser sexy, todos sempre falavam que eu pegava no brecho ou no lixão, mas eu me sentia confortável assim e Percy também achava legal então acho que tudo estava bem.

Ele não era esse tipo de namorado que ficava igual chiclete na gente e ao mesmo tempo era atencioso e romântico comigo, ele não era aquele namorado que faz tudo que a gente quer até que enjoar, ele praticamente me arrastava até os jogos de basquete e aos de natação, e eu por mais que fizesse cara feia gostava disso. Mas não tanto quanto dele.

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–Annabeth !!!! - ouvi uma voz e pelo conceito sabia exatamente quem era - Me espera !!!! - só pra sacanear comecei a correr. Nós estávamos indo para a escola a pé pois já era época de nevasca então só teríamos aula até hoje.

Comecei a correr o mais rápido possível ciente de que iria perder afinal ele jogava basquete então era um ótimo corredor. Fiz uma grande borrada ao olhar para trás pois ele estava a um centímetro de mim, nem tive tempo de gritar quando ele pulou em cima de mim. E ficamos lá no chão não sei quanto tempo nos olhando e dando uns selinhos de vez em quando, com ele deitado em cima de mim.

–Você nunca vai ser mais rápida que eu sabia ? - ele perguntou

–É, eu sei mas sabe de uma coisa que você nunca vai ser mais do que eu?

–O que ? - ele se arrependeria de perguntar. Eu rolei de lado me deixando por cima e prendendo seus braços no chão

–Inteligente Cabeça de Alga - eu disse rindo - As vezes a força tem que se curvar á sabedoria sabia ?

–Ahhn..... se você me deixasse sair eu me curvaria meu pedacinho de doce de mamão - ele sabia que eu odiava doce de mamão. Ele sabia me irritar

–Claro peixinho - ele odiava quando chamavam ele de peixinho - Vem - o puxei para cima e fomos de mão dadas para o longo caminho da escola.

Sim ele sabia me irritar de um jeito que me fazia rir porque em cada pedaço de mim, sempre haverá um pedaço dele.

Eu podia até não gostar de alguns apelidinhos mas o verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem. E ele estava me dando muito amor com esses apelidinhos

Com amor , Annabeth