O Plano da Conquista - Perina escrita por Se7e
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura!
Narrador(a)
— Surpresa? Que surpresa? – Nando questionou se aproximando.
— Pelo visto terei que contar antes da hora – Rominho falou desapontado.
— Você tem certeza disso? – Sol sussurrou para ele.
— Nando, eu consegui para você, ingressos para o show do Capital e como eu sei que faz um bom tempo que você não se encontra com os caras aqui está – falou balançando os ingressos na mão.
— Eu não acredito cara, é sério?! – Nando pegou os ingressos super animado.
— Pensei que a venda de ingressos já havia acabado há tempos – Sol falou também animada.
— E acabou, mas esses eu consegui com a namorada do amigo do irmão do amigo da minha prima de segundo grau, que trabalha no local do show e ganhou alguns ingressos do próprio Dinho.
— Muito obrigado cara, mas o show vai ser amanhã à tarde – Nando falou ao ver a data nos ingressos.
— E qual é o problema Nando? – Paula perguntou.
— A Ribalta, eu não posso sair assim, tem alunos novos, aulas marcadas, como posso sair desse jeito?!
— Nando parou – Sol começou – Essa é a chance de você reencontrar uns amigos, você pode adiar umas aulas, é só um dia e desde quando isso se tornou problema hein?!
— Desde que a Lucrécia começou a puxar minha orelha por causa da minha “irresponsabilidade”, eu não quero dar motivo para ela e aquela ave de rapina que vive a acompanhando, acabarem com o curso de música.
— Eu ouvi meu nome? – Lucrécia apareceu acompanhada de Edgar.
— Suponho que eu seja a ave de rapina – Edgar se pronunciou.
— Falando no diabo – Nando sussurrou.
— E então?! O que estavam falando sobre mim?
— Nada demais, eu só ganhei uns ingressos para um show de uns amigos meus e infelizmente não poderei ir.
— E por que não? – Lucrécia o questionou.
— Porque será no horário das aulas amanhã e...
— Pode ir.
— Como é?! – Nando surpreendeu-se.
— Vejo que você nunca presta atenção nas reuniões que realizamos, deveríamos mudar as regras para você – Edgar reclamou.
— Quer dizer que eu não vou precisar dar aulas amanhã? – Nando questionou animando-se.
— Eu não vou repetir duas vezes – Edgar se pronunciou novamente.
— Então está decidido, eu vou ao show – falou animado.
Pedro
Graças ao Rominho conseguimos enganar o Nando, caso contrário a surpresa já era, depois que os convites foram enviados e que lidamos com o aniversariante, faltava poucos detalhes para que a festa rolasse, agora que estava tudo encaminhado e que minha cabeça já estava mais livre de todos os detalhes para a realização da festa, novamente Karina tomou conta dos meus pensamentos.
— Pedro – João me despertou de meus pensamentos.
— O que foi? – Perguntei.
— Eu que pergunto, faz horas que chamo sua atenção e você aí, com o pensamento longe.
— Foi mal – desculpei-me – Mas diz aí, o que foi?
— Nada, eu só estava te convidando para jogar um pouco, já avisando, minha mãe me liberou.
— Eu não estou com cabeça.
— Isso eu percebi, sua cabeça está longe daqui e aposto que está em uma certa garota chamada Karina.
— Parece que quanto mais eu tento esquecê-la, mas eu penso nela – suspirei – Acho que tenho que me esforçar mais um pouco.
— É isso o que você quer?
— É o que eu preciso.
João insistiu um pouco e me convenceu de jogar algumas partidas com ele. Foi até uma boa distração, mesmo que momentânea.
(...)
Acordei um pouco mais tarde que o de costume, mas nada que me prejudicasse, tomei um banho rápido, quando desci as escadas meus pais já estavam de saída, peguei apenas uma maçã e segui para a escola.
Pensar em Karina era inevitável, mas me esforçaria para conseguir esquecê-la, se pelo menos o universo conspirasse a meu favor. A primeira pessoa que vi ao entrar na escola foi Karina, ela parecia estar com a cabeça longe, por segundos me peguei tentando imaginar o que passava em seus pensamentos, mas a única certeza que tinha, era a certeza de que não era eu.
— Oi – uma moça me cumprimentou e notei que era a Eduarda.
— Olá – a cumprimentei.
— Sabe – ela iniciou – Isso é algo bastante constrangedor, dado que já se passou alguns dias desde que nos vimos pela primeira vez, mas eu preciso perguntar – ela parecia um pouco envergonhada.
— Não precisa ficar envergonhada – notei um suave rubor em suas bochechas, sua pele era bastante branca, facilmente era notável o rosto avermelhado – você pode me perguntar o que quiser – tentei deixá-la confortável.
— Tudo bem, qual o seu nome? – não pude evitar sorrir, havia imaginado mil assuntos sérios, mas em nenhum momento passou pela minha cabeça ser algo tão simples – Eu sei que é vergonhoso fazer essa pergunta, principalmente depois que já nos falamos algumas vezes, mas é que quando nos cumprimentamos você não disse seu nome, gostaria de saber como posso lhe chamar.
— Então vamos começar de novo – estendi a mão para cumprimenta-la – Olá, me chamo Pedro Ramos, mas pode me chamar de Pedro e você, como chama?
— Maria Eduarda – falou apertando a minha mão – Mas pode me chamar de Eduarda.
— É um prazer – o sinal tocou logo em seguida – É melhor eu ir, despedi-me – Ah, eu não sei se você ficou sabendo, mas hoje terá uma festa de aniversário à fantasia para o Nando, então, se quiser, aparece por lá, será às oito.
— Ok, eu apareço.
Karina
A noite já havia chegado e com ela uma Bianca super insistente que não parava de encher o meu saco, tentando me convencer de ir à festa do Nando, eu gosto bastante dele, mas não estava nenhum pouco em clima de festa. Tudo o que eu menos queria era encontrar o Pedro por lá.
— Vamos K, vai ser legal – Bianca continuava a insistir.
— Eu não vou e ponto final – estava decidida.
— Pai, por favor me ajuda – Bianca como sempre recorreu ao nosso pai.
— Filha, se a sua irmã não quer ir à festa, ela está no direito dela.
— Mas pai, a K precisa sair, se divertir, ela só sai de casa para a escola e da escola para a academia, ela está perdendo a vida social dela, já deve ter se tornado inexistente.
— Ah Gael, eu concordo com a Bi, a Karina precisa sair um pouco, se divertir com os amigos, a menina só fica em casa, até o João vai à festa – Dandara entrou na conversa apoiando a Bianca.
— Como assim, até o João vai à festa? – João apareceu na sala fingindo estar ofendido.
— Oh meu filho, não se ofenda, mas você é um pouco antissocial.
— Antissocial?! Esse garoto é...
— Gael – Dandara o interrompeu.
— Vocês não vão me deixar em paz não é mesmo?! – Interrompi a discussão.
— Não – Bianca falou com um sorriso de satisfação.
— Ok, eu vou a essa festa, mas eu só vou ficar até o Nando chegar, vou parabenizá-lo e volto para casa logo em seguida, tudo bem?!
— Tudo bem – Bianca era realmente insistente.
Narrador(a)
O trabalho estava terminado, a decoração já estava pronta e os convidados já começavam a chegar na Ribalta, tudo havia caminhado da melhor forma possível, em poucos minutos Nando chegaria e encontraria todos os seus amigos, a banda estava ansiosa e claro, esperava a melhor reação de Nando com a surpresa.
Karina após inúmeros pedidos de Bianca, decidiu ir à festa. Talvez não tenha sido uma má ideia, tudo estava incrível, as luzes, a decoração. Alguns alunos da Ribalta e da academia já estavam na pista de dança, dançavam aquecendo a festa enquanto o aniversariante não chegava. Entre todos ali presentes viu Pedro, ele estava fantasiado de pirata, sorria de algo que Rominho dizia, ele parecia bem.
Karina
— Sua chance de resolver essa situação – João sussurrou em meu ouvido.
— Já falamos sobre isso.
— Karina até quando você vai insistir com isso?!
— Eu já me decidi, você sabe disso, eu...
— O quê?! – João passou a mão pelo rosto – Karina, você não percebe que está fazendo duas pessoas sofrerem e que tudo pode ser resolvido facilmente, que é só você falar com o Pedro.
— João, eu entendo a sua preocupação, mas eu não vou mudar de ideia, eu já disse, eu já me decidi.
— Você realmente é muito cabeça dura, não sei o que o Pedro viu em você, sério.
— E você?!
— Eu o quê?! Se está achando que eu vou contar algo para o Pedro, pode ficar tranquila, eu dei minha palavra e não vou me meter entre vocês.
— Eu não estou falando sobre isso – direcionei o olhar para a pista de dança, onde Bianca dançava animadamente.
— Ela te contou não foi?! – João havia mudado completamente seu semblante, parecia frustrado, decepcionado talvez.
— Por que não me contou?
— Do que adiantaria, já basta o meu constrangimento perante a Bianca, eu nunca deveria ter me declarado.
— Oi?! – realmente isso me surpreendeu – Você fez o quê?
— O que ela te contou? – João havia percebido que tinha falado mais do que deveria.
— Que você a beijou, mas ela não me contou que você havia se declarado, eu pensava que tinha sido apenas um beijo – toquei em seu rosto – Você está apaixonado por ela?
— Eu vou falar com o Pedro – João desconversou, claramente fugiu da conversa.
— João espera – em vão tentei chamar sua atenção para que permanecesse – Eu não acredito que o João está apaixonado pela Bi.
— Pessoal, pessoal atenção aqui – Paula subiu ao palco, notava-se que estava ofegante – O Nando... o Nando, ele – ela apontava em direção a entrada, mas não conseguia falar pelo cansaço evidente.
— Fala logo Paula – Sol já estava inquieta.
— O Nando está chegando aí.
— Todo mundo em suas posições agora – Sol falou e todos buscaram o local já combinado – Alguém apaga a Luz, por favor.
Narrador(a)
Nando entrou na Ribalta contente, havia reencontrado grandes amigos que há tempos não tinha contato, havia passado a semana toda chateado pelo fato de todos terem esquecido seu aniversário, mas em compensação estava realmente feliz pelo reencontro com os amigos.
— Ai, meu pé, onde será que está esse interruptor?!– Nando procurou o interruptor apenas com o tato, seu celular havia descarregado completamente e não conseguiria usá-lo para iluminar o local – Achei.
— Surpresa! - todos gritaram juntos.
— Eu não acredito que vocês fizeram isso – Nando claramente estava surpreso, havia imaginado que todos haviam esquecido do seu aniversário, mas na verdade todos ali estavam preparando uma festa surpresa.
— Nós é que não acreditamos que passou pela sua cabeça que havíamos esquecido o seu aniversário - Sol falou.
— Vocês são incríveis, essa com certeza é a melhor surpresa que eu já tive, valeu galera – Nando cumprimentou-os.
— Agora escolhe uma fantasia e vem curtir a sua festa – Luis Cláudio deu a dica.
— É pra já.
(...)
A festa estava bastante animada, a banda já havia tocado algumas músicas e em seguida deu espaço para a Dj. A pista de dança esquentava cada vez mais e as luzes deixavam o lugar com um visual incrível.
— Vamos K, se anima – Bianca chamava a atenção da irmã a arrastando para a pista de dança.
— Depois, eu vou pegar um ar, quando eu voltar eu danço um pouco.
— Você que sabe – Bianca levantou os braços em sinal de rendição.
(...)
— Enfim te encontrei – Eduarda avistou Pedro alheio aos jovens que dançavam animadamente e resolveu se aproximar – o que faz parado aí?
— Ah, oi, é que eu não sei dançar.
— Se quiser eu posso te ensinar.
— Eu realmente sou péssimo, não sei se é uma boa ideia.
— Você só vai saber se tentar – Eduarda estendeu a mão em sua direção – Vamos?
Pedro sorriu com a simplicidade e bom humor de Eduarda, mesmo que não se sentisse confortável, não poderia recusar o convite da moça.
— Tudo bem – resolveu então aceitar o convite e seguiu para o meio da pista com a jovem.
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Até o próximo, beijocas!