O Plano da Conquista - Perina escrita por Se7e


Capítulo 15
Álcool


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Karina

—Karina, onde você estava, não fica mais com a sua família?- Bianca perguntou quando me aproximei.

—Foi mal- falei meio distante.

—Aconteceu alguma coisa?

—O...não, nada.

—Nada mesmo?- perguntou arqueando a sobrancelha.

—Nada, mesmo, que horas vocês vão embora?- tentei mudar de assunto.

—Ah, hoje estou afim de me divertir e o João está sendo uma boa companhia, então acho que só vamos quando o dia clarear- ela falava com um grande sorriso no rosto, mas não me enganava, ela não estava bem.

—Você está bem Bianca?-perguntei.

—Maravilhosamente bem, agora você não está parecendo tanto assim- ela falava apontando pra mim- Vem, vamos dançar, talvez assim você melhore um pouco.

Bianca me puxou para o meio da pista e começamos a dançar, parecíamos duas loucas, mas não ligávamos, estávamos nos divertindo como há muito tempo não fazíamos.

—Cansou da minha companhia?- João apareceu e perguntou a Bianca- Oi K- me deu um beijo no rosto.

—Oi João- o cumprimentei.

—Não é isso João, é que eu encontrei a K e acabei puxando ela pra pista de dança comigo, você não aparecia.

—É que o banheiro estava lotado, parece que todos resolveram ir ao mesmo tempo, Mas o importante é que estou aqui novamente, mas diz ai, alguma de vocês viu o Pedro por aí, queria falar com ele, de repente ele sumiu.

—Bom acho que ele vai demorar a aparecer- falei seca.

—Falavam de mim?- Pedro apareceu, me fazendo tomar um pequeno susto- Calma Karina- falou próximo a mim.

—Ei cara sumiu, queria falar contigo, mas deixa pra depois- João falou e fez um sinal que não consegui identificar o que era.

—Pensei que fosse demorar a aparecer por aqui- falei seca, Mas só para ele escutar.

—Acho que deveria mesmo, mas quero me divertir um pouco aqui na pista de dança- e ainda fala na cara de pau, que deveria demorar mais.

—Esta se divertindo muito?- perguntei.

—Se eu soubesse como são as festas teria ido a muitas e essa seria apenas mais uma na minha lista- ele falou me encarando e por alguns segundos me perdi entre aquelas íris castanhas e seus lábios, porque sua boca tinha que ser tão convidativa?!

João

Quando a Bianca disse que viria pra festa eu logo me animei, era a minha chance de me aproximar dela, agora que ela voltou de viagem e não está mais com o tal do Duca eu posso de certo modo tentar a sorte.

—Está linda- falei quando ela se aproximou de mim e do Pedro.

—Obrigada João- Ela falou dando um pequeno sorriso- Você também está muito bonito, ah oi Pedro?!

—Oi- Pedro tinha o olhar fixo em um ponto qualquer.

—Vamos?

—Vamos- falei parando de babar sua beleza.

Pegamos um táxi e fomos para a casa da Jade, quando chegamos lá ficamos um pouco impressionados com o tamanho, era enorme, entramos na casa e já haviam muitas pessoas dançando, bebendo, resumindo, se divertindo.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa Bianca já me puxava pela pista de dança.

—Nossa, você está com um pique hein.

—Ah eu só quero me divertir hoje, não posso?

—Deve- falei me aproximando um pouco- Mas eu não sei dançar.

—Não precisa saber dançar, é só se permitir- Ela falava com os braços abertos e dançando animadamente- Vamos João, se solta.

Meio sem jeito comecei a "dançar" junto dela, as vezes arrancando algumas risadas suas.

—Eu falei que não sabia dançar.

—Eu não ligo- sorriu abertamente e continuamos a nos divertir, em meio a risadas e passos desconhecidos.

(...)

Precisei ir ao banheiro e quando voltei vi a Karina e a Bianca dançando animadamente, me aproximei delas e conversávamos entre nós até o Pedro aparecer, convidei então a Bianca para beber alguma coisa.

—Vamos beber alguma coisa?- chamei sua atenção.

—Vamos, estou precisando muito.

Nos afastamos da pista de dança deixando o Pedro e a Karina por lá mesmo e nos aproximamos do bar, quando pedimos uma bebida apareceu o tal Duca.

—Bianca?

—Duca? O que faz aqui?

—O mesmo que você, me divertindo.

—Bom pra você- Bianca falou seca- Vamos sair daqui João- pegou em minha mão e nos afastávamos dali.

—Rápida você hein Bianquinha- Duca falou fazendo a Bianca parar e encará-lo.

—O que você disse?

—Bianca deixa esse cara pra lá, não vale a pena- falei tentando tirá-la dali, mas ela não se movia.

—Eu falei que você é rápida- sua voz era irônica, se eu não fosse um Zé mané já tinha o acertado em cheio.

—Rápida, eu? Pensei que você que fosse rápido, já que não esperou nem a gente terminar para estar em outra.

—Mas você não perde tempo também.

—Ei cara mais respeito, que você não está falando com qualquer uma não.

—Não se intromete nerd.

—Eu não tenho medo de você não- o encarei, na verdade tinha, mas não deixaria que ele falasse daquele jeito com a Bianca.

—João por favor, você tem razão não vale a pena, vamos sair daqui?- Bianca tentava a todo custo me tirar dali, mas eu me sentia no dever de defendê-la.

—É nerd foge- nesse momento quis avançar nele, mas Bianca se meteu entre nós dois e me impediu.

—Vamos sair daqui agora João, por favor- não conseguia negar nada a ela.

—Tudo bem, mas é só porque você está me pedindo, faço qualquer coisa por você, até apanhar- encarei um Duca com um sorriso debochado nos lábios e me afastei dali junto com Bianca.

(...)

Pedro

Estávamos na pista de dança, nos encarávamos há alguns minutos, minha vontade era ir até ela e a puxar para um beijo, mas não faria isso, precisava mostrar para a Karina que eu posso mudar e me tornar o tipo de cara que ela gosta e que não tem vergonha.

—Vou beber alguma coisa, você vai ficar aí?- enfim ela perguntou quebrando aquele silêncio constrangedor que havia se formado.

—Vou com você, também quero beber alguma coisa- saímos do meio daqueles adolescentes um tanto animados e seguimos para o bar, pedi apenas um refrigerante, não me dava muito com bebidas alcoólicas, já a Karina pediu um copo de vodca.

Enquanto eu estava no segundo copo de refrigerante, Karina já havia passado do quinto da bebida que consumia, ela havia saído do balcão e estava com um copo de bebida na mão dançando sensualmente rodeada por vários caras, senti meu sangue ferver, esses caras não podiam olhá-la daquela forma.

Corri o olhar por todo o salão e nenhum sinal da Bianca ou do João, onde será que se meteram? O jeito era eu ir até ela, já que não estava em condições de se cuidar sozinha.

—Karina- a chamei.

—Oi Pedro- ela veio em minha direção e tropeçou nos próprios pés, por sorte consegui segurá-la, mas todo o líquido que continha no copo derramou na minha camisa- Desculpa, não foi porque eu quis- Ela fez uma carinha triste, que mexeu comigo.

—Não foi nada, vem eu vou te levar para casa- falei tentando deixá-la de pé.

—Ah não, eu quero ficar- Ela falava com a voz embargada por causa da bebida.

—Ei cara deixa ela- um cara que eu não sei nem quem é, veio até mim.

—Se você não percebeu ela não está em condições para tomar decisão alguma, o melhor é ela ir para casa, então não se intromete- falei já me exaltando ao perceber o olhar dele para ela.

—Ok bom moço- ele falou levantando as mãos em sinal de rendição, revirei os olhos com o que disse e sai dali arrastando a Karina comigo.

—Ah não Pedro eu queria ficar na festa- Ela falava fazendo bico- Porque não fica com a Jade e me deixa curtir a festa hein?- ela puxou o braço com força e acabou se desequilibrando, precisei segurá-la novamente, estava com o braço envolvendo sua cintura, acabamos ficando muito próximos.

—Não posso te deixar assim- falei sincero e ela pareceu entender, já que não reclamou mais.

Enviei uma mensagem para o Johnny avisando que levaria Karina em casa, mas não obtive respostas.

Peguei então um táxi e a ajudei a entrar, o caminho quase todo ela foi com a cabeça encostada em meu peito e eu sem notar de primeira fazia um cafuné nela.

"Ai Pedro como você é idiota, como quer mudar, deixar de ser esse Pedro certinho e fica fazendo cafuné na garota"

Parei imediatamente o que fazia e ela pareceu não gostar, resmungou alguma coisa e encostou a cabeça na janela.

O restante do caminho foi assim, cada um no seu canto, não trocávamos palavra alguma, quando o taxista estacionou o paguei e ajudei ela a descer, envolvi sua cintura e ela pôs um braço em volta do meu pescoço, fui em direção a sua casa e bati na porta inúmeras vezes, mas parecia que não tinha ninguém, e agora?

Não poderia deixá-la ali daquela forma, o jeito foi levá-la para minha casa.

Atravessei a praça e fui em direção a minha casa puxando comigo uma Karina toda sorridente, ela com certeza ainda estava sob o efeito da bebida, entrei em casa com Karina a tira colo e a ajudei a sentar no sofá, fui em direção a cozinha para passar um café para ela e encontrei um bilhete grudado na geladeira.

"Filho, eu e seu pai saímos com a Dandara e o Gael, não temos hora para voltar, se cuida"

—Tá explicado- falei ao ler o motivo de nossos pais não estarem em casa.

—O quê que tá explicado?- virei rapidamente e vi a Karina atrás de mim.

—Ai que susto- falei levando a mão até o peito.

—Eu te assusto?- Ela falou me encarando e engoli em seco.

—Eu...eu vou passar um café para você.

—Eu não quero café- Karina vinha em minha direção com o olhar fixo em mim, isso me fez estremecer.

—Você não precisa querer, só precisa tomar- desviei dela e fui em direção ao balcão que tinha ali, coloquei a água para ferver e enquanto isso evitava encará-la.

Quando enfim a água ferveu passei o café e lhe entreguei um pouco em uma xícara.

—Tome, se sentirá melhor depois.

—Está amargo- falou fazendo careta.

—Mas é assim que funciona, então trate de tomar tudo- falei a encarando sério- Eu vou subir, já já eu volto, Não saia daí, não está em condições.

Subi as escadas e fui até meu quarto, precisava tirar aquela camisa, eu estava fedendo a álcool, mas especificamente a vodca, se minha mãe me visse agora ia achar que quem bebeu foi eu, isso daria uma grande confusão.

—Não deveria se esconder tanto- fui tirado dos meus pensamentos por uma Karina com uma voz ainda embargada pelo álcool, como foi que ela chegou aqui?

—Não disse para esperar lá em baixo- falei sem encará-la.

—Não quis ficar sozinha- Ela falava com um sorriso nos lábios se aproximando ainda mais de mim.

—Tudo bem eu fico com você- disse por fim.

—Fica?- ela falava sem tirar aquele sorriso dos lábios.

"A Karina não conhece a palavra limites, ela...ela estava me provocando, Pedro seja forte, não caia na dela"

—Fico sim, vamos?

—Para onde?- Ela perguntou sem entender, se é que ela entendia alguma coisa nesse estado.

—Para a sala- falei óbvio.

—Pensei que ficaríamos aqui- ela falava com a sobrancelha arqueada.

—A...aqui?- as palavras quase não saiam.

—Isso mesmo- Ela se aproximou de mim e tocou minha camisa- Aqui Pedro.

Suas mãos foram de encontro aos botões da minha camisa e abria os que faltavam.

—K...Karina...- minha voz saía falha.

—Shhh Pedro- ela falou pondo o indicador sobre os meus lábios- você fala demais- antes que eu pudesse pensar qualquer coisa que fosse Karina já tomava meus lábios, em um beijo que tinha gosto de álcool.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até o próximo.