Eyes of a Demon escrita por QueenOfVampires


Capítulo 22
Escolhas, Consequências e Farinha


Notas iniciais do capítulo

Ooi people! Tudo bem com vocês? Vim o mais rápido que pude!
Eba!
Esse capítulo vai ter um começo meio tenso, a Megh vai ter que fazer uma pequena escolha... É.
Mas também tem um momento bem legal nele, eu adorei escrever e espero que gostem de ler... Eu sofri um pouco com esse capítulo porque a ficha que a fic está na reta final está caindo e eu não queria isso, mas... Eu estou colocando muito sentimento na minha escrita ultimamente e espero estar conseguindo passar isso para vocês.
Boa leitura!



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Nós chegamos a um momento da vida em que achamos que as coisas não podem ficar mais difíceis, mas acreditem quando eu digo que elas podem sim! No dia seguinte a visita da Audrey, eu estava me preparando para sair em busca dos ingredientes quando Castiel e Gabriel chegaram no bunker com notícias fresquinhas do Céu.

– Nós torturamos Metatron. – O anjo anunciou enquanto andava até a sala onde nós estávamos.

– O quê? – Sam questionou – Por quê?

– Respostas. – Gabriel respondeu normalmente.

– E conseguimos... – Cass veio até mim com um leve sorriso, que logo se apagou quando ele viu minha expressão de descrença – O que houve, Meghan?

– Nós também conseguimos. Um feitiço para ser mais exata.

Gabriel e Castiel se entreolharam e depois voltaram para mim, o arcanjo ergueu uma sobrancelha e o outro pendeu a cabeça para o lado, daquele jeito, e perguntou:

– Um feitiço para quê?

– Para deixar de ser um receptáculo, a Audrey veio aqui ontem e nos explicou todos os ingredientes, quando e como fazer.

– O que vocês descobriram com a tortura? – Dean quis saber.

– Que... – Gabriel começou, mas foi interrompido por Castiel.

– Não importa mais.

– Importa sim! Se ele só falou depois de ser torturado, é importante. – Insisti – Gabe, o que ele disse?

– Ele disse que você é “quase” imortal. – O arcanjo respondeu rapidamente.

Ok.

Não, espera.

E foi com essa informação que todos os presentes na sala ficaram chocados. Sam, Dean e Sophie ficaram boquiabertos, Claire engasgou com a água que estava tomando e Jordan arregalou os olhos, apesar do coitado não saber nem metade da confusão.

– Como é que é? – Claire perguntou depois de se recuperar do engasgo – Como assim “quase”?

– Que ela não vai envelhecer, nem morrer de causas naturais... Assim como nós, ela só pode ser morta por uma Espada Angelical. – Castiel explicou – Mas eu tenho certeza que a Meghan prefere realizar o feitiço e ser uma humana normal.

– Como ela vai preferir isso? Você ficou louco? – A garota se levantou – Ela agora pode ficar com você para sempre e não vai envelhecer.

– Ai que lindo! – Sophie suspirou – Eu desistiria do feitiço.

– Mas ela ainda pode ser morta por algum anjo idiota! – Dean esbravejou.

– E com o feitiço, ela simplesmente se livraria disso. – Sam completou.

– Gente... Eu acho que a Meghan ainda não processou a situação. – Jordan olhou para mim.

Só então notei que eu estava parada, ainda de boca aberta, com os olhos arregalados e processando essa informação, então... Eis que surgiu uma questão na minha cabecinha.

– Se eu só poderia ser morta por uma Espada Angelical... Como o Cão do Inferno do Crowley me pegou? – Indaguei.

– Ih, boa pergunta! – Sophie falou e se virou para os anjos.

– Porque ele nunca chegou a te matar de verdade... E o Crowley só curou o que o Cão fez e te transformou em demônio. – Gabriel deu de ombros – Do contrário você teria virado fumaça e possuído outro corpo.

– Mas eu me lembro dele dizendo que eu morri! – Insisti novamente.

– Ele é um demônio, era de se esperar que ele mentisse. – Castiel falou – Me diga o que precisam para o feitiço.

– Eu ainda não disse se quero fazer o feitiço. – Me virei para o anjo.

– Meghan, você entende que um anjo pode te matar? – Ele se aproximou e continuou me encarando.

– É, mas também tem a possibilidade de nunca acontecer, quer dizer, eu estou fora do radar deles... Sem falar que eu não vou mais envelhecer.

– E desde quando isso é bom? – Castiel vociferou – Você quer mesmo ficar aí para sempre enquanto vê sua família envelhecer e morrer? Uma hora eles não vão mais conseguir passar por cima da morte, será inevitável...

Todos na sala se calaram, o anjo tinha razão. Eu ficaria ali para todo o sempre enquanto eles seguiriam envelhecendo até que morreriam por alguma doença... Eu não poderia evitar isso, os anjos não poderiam curá-los para sempre e então eu estaria sem meus garotos, sem o Bobby... Sem qualquer um que fizer parte da minha família.

– Talvez seja melhor dar um tempo para a Megh. – Sophie sugeriu e veio até mim – Você não precisa decidir agora.

Ela me acompanhou até o quarto, eu mal passei pela porta e já estava chorando, de novo!

– Mas que merda é essa?! – Questionei – Por que raios eu estou chorando?

– Porque você está sobrecarregada, mesmo estando aqui há pouco tempo, posso ver que essa situação dos últimos meses é demais, até mesmo para você... Está reprimindo muita coisa ruim e uma hora não ia mais aguentar... E essa pressão toda que você acabou de sofrer...

– Nem me fale! O que eu faço? Eu não... Eu não sei mais o que fazer! Não sei como derrotar Abaddon, não sei se devo fazer o feitiço! Eu nem sei se o Cass está com raiva de mim! – Comecei a tagarelar enquanto as lágrimas caíam por todo o meu rosto, era uma cena patética de se ver – Oh meu Deus, seja lá onde estiver, por que logo eu? Tanta gente legal pelo mundo... Logo eu!

– Meghan, se controle! – Sophie me chacoalhou pelos ombros.

– Deus, a Sophie é mais legal que eu! Escolhe ela!

– O quê?!

– Ah, o que eu estou fazendo? Me desculpe, Sophie! Eu estou surtando!

– Vai descansar um pouco, logo você se sentirá melhor... Esquece essas loucuras por um minuto. – Ela disse e saiu do quarto, fechando a porta em seguida.

Esquecer essas loucuras por um minuto? Eu não conseguia fazer aquilo! Meu cérebro trabalhava como uma locomotiva e eu não parava de processar consequências para qualquer uma das escolhas.

– Meghan... – Castiel apareceu no quarto em meio ao barulho das asas e do sino.

Eu não o respondi, eu ia falar o quê? Ainda não tinha uma resposta para a questão do feitiço e tinha certeza que ele estava ali para isso, afinal devia estar chateado pela pequena discussão no caminho para a casa de Caim.

– Você está bem? – Ele sentou ao meu lado na cama e me olhou com aqueles olhinhos de cãozinho que caiu da mudança.

– Sinceramente, estou longe disso... – Enxuguei algumas das lágrimas que ainda caíam – É muita coisa de uma vez só... O que eu vou fazer?

– Eu sinto muito por ter piorado as coisas, eu não queria te deixar mais preocupada e nem te colocar naquela situação... Me desculpe por pressioná-la, eu deveria ter ficado aqui e escutado o que a Audrey tinha para dizer... No final das contas, o que Metatron disse é irrelevante, eu julgava ser a melhor opção no momento, não quero te perder, mas também não quero que você sofra.

– Não se desculpe por querer fazer o certo...

– Sempre que eu tento fazer o certo, eu pioro a situação... Sou um péssimo anjo e se fosse humano, não seria muito melhor... – Ele soltou uma leve risada – Eu sei, porque já fui um.

– Eu lembro... – Dei um meio sorriso – Não foi o seu melhor momento... Mas não diga que é um péssimo anjo, sem você... Estaríamos todos mortos, no inferno! A Claire estaria na rua, ainda roubando e sabe-se lá mais o quê, Gabriel... Nossa, nem quero pensar.

– O assunto aqui é você. – Castiel desconversou, ele não gostava nem um pouco de ser colocado como centro do assunto – Vai me dizer o que precisa para o feitiço?

– Cass... Você percebe que vai chegar um momento em que... Vai ser bizarro?

– Você envelhecendo e eu assim para sempre? Que pensamento superficial.

– Pra mim vai ser uma maravilha, imagina só, eu velhinha com meu anjo bonitão do lado... Isso é, se eu chegar até lá... A vida de caçadora não é generosa com todo mundo.

– Eu vou estar sempre lá por você, Meghan... Para ser o seu anjo bonitão. – Ele me empurrou com o ombro.

– Então tudo bem, mas se você me trocar por outra caçadora ruiva e jovem... Eu vou usar a Espada Angelical de uma maneira bem sutil em você. – O avisei.

– Não vou, não se preocupe. – Castiel passou seu braço pela minha cintura, me puxou para perto e beijou meu pescoço.

– Bom... Você ainda quer saber os ingredientes para o feitiço?

– Agora não.

O anjo puxou meu rosto e me beijou, mas pela primeira vez eu senti que tinha algo a mais... Seria sentimento? Não sei, não estou familiarizada com essas coisas... Se eu o amava? Com certeza, ele sabia disso. Mas projetar esse sentimento para nossas ações era diferente e com certeza bem mais intenso, de qualquer forma era bom.

Levei minhas duas mãos ao seu pescoço e o trouxe para mais perto, sendo um anjo, ele poderia ter tirado nossas roupas em um segundo, mas preferiu uma peça por vez... O que seria uma tortura absurda, mas eu estava curtindo tanto que fiz o mesmo com ele.

Cada respiração, cada toque... Pareciam ter sido estudados para que fossem executados da melhor maneira possível. Se aquilo tudo veio de um momento sentimental, eu considerei fazer drama e chorar todos os dias.

–---

Parecia que eu finalmente tinha descoberto como me livrar das preocupações, naquele momento, todo o meu mundo estava fora da minha mente, como se nada mais existisse.

– Se sente melhor? – Castiel perguntou enquanto brincava com alguns cachos meus.

– Não estrague o momento, Cass... – Rolei os olhos – Eu estava muito bem sem pensar em nada.

– Desculpe, tudo bem, vou ficar calado. – Ele se virou de barriga para cima e ficou olhando o teto.

– Não precisa ficar calado, só não... Ah! Tarde demais! Mas eu me sinto melhor mesmo. – Sentei-me na cama e prendi o cabelo, eu estava com uma maldita dor de cabeça e um pouco tonta... Só então me dei conta de que não comia nada desde o dia anterior – Preciso de açúcar.

Pulei da cama, peguei algumas roupas, vesti o roupão e fui para o banheiro. Tomei um banho bem rápido, me vesti e fui até a cozinha. Para a minha surpresa, parecia que um furacão tinha passado por ali.

– O que é isso? – Perguntei vendo farinha de trigo voando por toda parte.

Dean e Sophie estavam próximos à pia brigando por uma tigela cheia de massa, Sam balançava os cabelos para deixar a farinha cair, Claire estava sentada no chão, tendo uma crise de risos, com uma tigela entre as pernas raspando uma barra de chocolate, Jordan, que também chorava de rir, estava encostado na mesa com um pirulito na boca.

– Eles queriam fazer uma torta... – Castiel falou, só então vi o anjo no canto da cozinha com o lado esquerdo do sobretudo e do rosto sujos de farinha de trigo – Quando eu apareci, o Sam tomou um susto e derrubou o saco de farinha no chão.

– Eu me ofereci para fazer, mas eles disseram que davam conta. – Jordan comentou.

– E cadê o Gabe? – Perguntei.

– No Céu... Eu vou tomar um banho. – Sam, tão branco quanto um morto, passou por mim deixando um rastro pelo chão.

– E aqueles dois? – Apontei os loiros no final da cozinha.

– Ela não sabe mexer direito... Solta! – Dean tentava puxar a tigela.

– Pare de querer ser o bonzão, Dean! Eu estava fazendo certo! – Sophie puxava de volta e empurrava o rosto dele com uma das mãos – Solta!

– Você vai estragar a massa da torta!

– Não vou! - Sophie bateu o pé no chão – Deixa de ser teimoso! SOLTA A TIGELA!

– Não vou soltar! – Ele a encarou.

– Então engula! – A loira largou a tigela, o que fez com que Dean caísse para trás e derramasse todo o conteúdo em sua cabeça.

Foi então que mais ninguém se agüentou e todos nós começamos a gargalhar. Claire, que já estava no chão, deitou-se e começou a rolar, até o Cass riu da situação que o Winchester se encontrava. Ainda havia farinha voando pela cozinha e o Nephilim só observava tudo enquanto tentava segurar a risada.

Son of a bitch! – Dean resmungou – Se prepare, loirinha.

– Ei! Não é culpa minha se você é tão descoordenado a ponto de não conseguir se equilibrar nas próprias pernas. – Ela deu alguns passos para trás enquanto ele se levantava e ia até ela com as mãos cheias de massa para torta – Dean!

– Ok, enquanto eles se resolvem ali... Claire! – Eu chamei a garota que mais comia do que cortava o chocolate.

– O quê?

– O que pensa que está fazendo? – Levei minhas mãos para a cintura – Me dá um pedaço disso aí!

Claire se levantou e me entregou a barra inteira, meus olhos devem ter dobrado de tamanho e brilho de tanta felicidade... Coisa de gente com alma gorda. Jordan olhava para nós com um certo divertimento nos olhos, assim como Gabriel, mas ele também nos olhava com curiosidade, como se questionasse o nosso estilo de vida.

– Estranho? – Claire indagou nos apontando com a cabeça.

– Divertido é a palavra certa. – Ele abriu um largo sorriso.

– Ah, você ainda não viu nada! Precisa ver a diversão que fica aqui quando alguém vira demônio. – Falei ironicamente e recebi um olha reprovador do Cass.

– NO CABELO NÃO! – O grito de Sophie nos chamou atenção, ela estava contra a parede e o Dean segurava suas duas mãos enquanto melecava o rosto da loira com a massa – Dean!

– Nossa, mas você adora gritar o meu nome! – Ele soltou uma risada – Ficou melhor assim. – Ele finalmente se afastou e a pobre coitada estava completamente suja.

– E ficamos sem torta... – Dei de ombros.

– É, os ingredientes foram destruídos... – Cass se virou para mim – Ou comidos.

Sophie saiu marchando da cozinha e Dean foi alguns segundos depois, provavelmente para irritá-la mais ou pouco... Ou para aproveitar a bonança depois da tempestade, se é que me entendem.

Castiel cuidou da bagunça na cozinha em um piscar de olhos e o Jordan projetou algumas tortas para compensar o trabalho perdido. Sam logo voltou à cozinha, estava bem mais apresentável com os cabelos molhados e livre da farinha, ele trazia o notebook e o celular em outra mão.

– Bobby acabou de ligar, temos um caso aqui pertinho, em Wichita.

– Ah que ótimo, distração! O que é? – Sentei ao lado do Alce enquanto ele abria a notícia.

– Um incêndio... Aqui diz que a garota, Ester Thompson, estava sozinha em casa quando o fogo começou, ela foi internada em um hospital psiquiátrico por comportamento suicida, a polícia acha que ela começou o incêndio, mas a paciente afirma que o causador foi seu irmão Eric Thompson... – Sam leu a notícia.

– E por que isso é tão grave? – Jordan questionou – Porque a polícia não considerou que ela estivesse falando a verdade?

– Porque Eric Thompson está morto.

– Aaah... – Eu, Claire e Jordan falamos em um único som.

– Um espírito? – Castiel perguntou.

– Ao que parece... Podemos ir dar uma olhada, certo?

– Claro! Vamos antes que incendeiem o Hospital Psiquiátrico! – Saltei da cadeira em um surto de animação repentino, que fez todos me olharem um tanto surpresos – O quê?

– Nada... – Sam riu e balançou a cabeça.

Peguei uma fatia da torta e fui em direção ao meu quarto, dei umas fortes batidas na porta da Sophie e gritei para que o Dean se arrumasse porque tínhamos um caso.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram?
Eu curti escrever esse capítulo e realmente espero que vocês tenham gostado!
Alguém aí está com saudades da Abaddon?? Ela vai brotar logo logo!
Aguardo comentários, beijos e até o próximo!



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