Roses escrita por LS Valentini


Capítulo 5
Sonhos, Bigodes e Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Juro que esse foi o capítulo mais difícil, porque tudo o que eu escrevia não ficava bom, mas depois de dois dias tentando finalmente consegui!
Ah, para os fãs de CS: tem surpresas nesse capítulo.
Boa leitura!



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P.O.V KILLIAN ON

Após dizer que tudo ia ficar bem, Emma se aconchegou em meus braços feito uma criança indefesa e voltou a dormir, dessa vez quase delírios. Suas frases alternavam-se entre: “Me deixem em paz” e “Eu sei cuidar de mim mesma”, mas pude jurar que ouvi “Neal” novamente - e esse nome não me agradava.

Fiquei observando-a pelo resto da madrugada só pra ter certeza de que ela não teria mais febre. Novamente percebi o quanto ela era linda, ainda mais quando sorria ao dormir. Gostaria de saber o que ela estava pensando, mas acabei pegando no sono antes do amanhecer.

Eu estava na frente de um enorme jardim, com rosas vermelhas por toda parte que se iluminavam ao brilho das estrelas. Uma garotinha de uns oito anos se aproximou correndo com suas madeixas loiras esvoaçantes, ela tinha o sorriso mais lindo do mundo.

– Killian, quanto tempo! - ela exclamou.

– Q-Quem é você? - perguntei confuso.

– Elizabeth... - ela disse impaciente - Mas hoje você não vai me reconhecer por esse nome, e sim pelo meu verdadeiro.

– E qual seria? - perguntei me abaixando na altura dela.

– Hum... Vem comigo. - sorriu ainda mais - Aposto que vai se lembrar.

Antes mesmo de concordar, ela me puxou para dentro do jardim com a pouca força que tinha, logo ela me soltou e pôs-se a correr, mas eu sabia que precisava segui-la. A paisagem foi mudando e as rosas vermelhas foram se tornando mais claras e de repente tinham se tornado lilás - o que de fato é impossível. Ela se escondeu atrás de uma das doze árvores pelo caminho. Será que estava querendo brincar?

– Elizabeth? - a chamei enquanto ia até onde a garota estava.

Quando cheguei até lá, ela havia desaparecido e um colar estava caído no chão, e o pingente era de um cisne.

– Mas isso é da... Emma!... Não pode ser!

– Killian? - ouvi e tudo foi se desvanecendo - Acorda!

Quando abri meus olhos lá estava ela com a feição de preocupada estampada em seu rosto, e sorriu assim que eu disse:

– Desculpa.

– Eu que peço desculpas, - ela falou - não sei o que aconteceu comigo essa noite.

– Você delirou por alguns instantes - comentei.

Assim que percebi que estávamos na mesma cama, um perto o suficiente do outro para que arrepios nos percorressem, me levantei e fui em direção à saída. O que eu estava pensando? Tinha que voltar à realidade, ela tinha uma família que estava preocupada. Emma não poderia ficar comigo pra sempre. Um dia ela partiria.

Tratei de ligar para Regina assim que encontrei meu celular perdido entre as almofadas do sofá.

– Espero que seja urgente pra me atormentar tão cedo - Regina atendeu sendo boa humorada.

– Aqueles sonhos estão voltando - soltei a bomba logo de uma vez.

– Tem certeza? - a voz dela pareceu apreensiva - Você não os tem há anos.

– Gina, é possível a Emma ser alguém do meu passado? Do nosso passado? - eu esperava por qualquer resposta.

– Bom, se fosse eu me lembraria, tenho boa memória. - ela comentou - O que tem em mente?

– E se a Emma for Elizabeth Miller? - eu me desesperei.

– Killian, vamos conversar com mais calma. - disse - Em uma hora no meu gabinete.

P.O.V KILLIAN OFF

...

Da janela de sua mansão em Storybrooke, o Sr. Gold contava os minutos em seu relógio de bolso para que a caminhonete de Jones surgisse. Já o conhecia há anos, e fazia o mesmo trajeto desde que se mudara para aquela cidade.

A verdade era que quando o jardineiro dos Miller faleceu, aquela família quis ajudar a Killian e Regina - talvez os adotando -, mas Gold disse que seria melhor mandá-los para um lar de adoção bem longe, pois para ele, sempre foram sinônimos de confusão. E foi exatamente o que aconteceu, porém as crianças foram adotadas pouco tempo depois. Mesmo assim, Gold nunca os deixou em paz, o que fez Killian trabalhar para ele em algumas ocasiões e Regina se endividar após se candidatar a prefeita.

– Pai? - uma voz ecoou no quarto.

– Diga - o mais velho disse fazendo gestos com as mãos para que o outro continuasse.

– O que pretende?... Quero dizer, se encontramos Elizabeth, por que não a levamos de volta?

Um silêncio permaneceu entre ambos. Neal sabia que o pai não se abriria para uma conversa tão espontaneamente, então preferiu ficar calado e entender aquilo como um “Talvez eu te conte”.

Quando o cantar de pneus foi ouvido por quase todo o quarteirão, Gold levantou-se de sua confortável poltrona de veludo e tratou de explicar o filho:

– Vá atrás dela, mas não a chame de Elizabeth. - falou - Conquiste-a.

– Mas ela sempre me detestou - o filho explicou.

– Isso era no passado. - Gold falou impaciente - Se ainda não percebeu, ela perdeu a memória.

...

O Granny´s estava quase lotado para o café da manhã, exceto por uma mesa, então Killian e Emma trataram de ocupá-la. Ele pediu o de sempre - um suco -, enquanto ela estava em dúvida, mas adorou a ideia de ter sua bebida preferida: café com canela.

– Hum... Também tem chantilly!- ela tomou o líquido sem se importar com a temperatura do mesmo - Não sei o que faria sem isso.

Killian começou a rir, não só pelo fato dela agir de um modo único, mas também porque Emma tinha acabado de ganhar um “bigode de café”. Zangada, ela franziu o cenho, mas Killian realmente não sabia como contar, então fez apenas um sinal. Emma assumiu um tom de vermelho vivo, e limpou seu “bigode” no guardanapo.

– Não fica assim - ele disse.

– E se alguém viu isso? - ela estava desesperada - Meu Deus, que vergonha!

Killian pegou a caneca dela e tomou um gole, e surgiu um fino risco de café e chantilly acima de seus lábios. Dessa vez, Emma quem começou a rir. Ele a fazia se sentir bem, e ela adorava isso.

– Sr. Jones - ela ironizou - não lhe dei permissão para tomar o meu café!

Ele ergueu as duas mãos se rendendo e só então limpou seu bigode. Mas a diversão de ambos foi interrompida após o sino da porta do estabelecimento anunciar quem havia chegado: Neal. Ele foi até o balcão e fez seu pedido, e com uma caneca em mãos se dirigiu até a mesa em que Killian estava.

– Emma. - a cumprimentou depositando um beijo no dorso de sua mão - E Jones...

– Neal - o outro disse.

Era como se pequenas faíscas fossem dirigidas um ao outro sem nenhuma palavra, apenas com o olhar. Nesse momento, Emma já havia percebido que eles não eram bem amigos, e muito menos simples inimigos.

– Se nos dá licença... Neal - ela custou a se lembrar do nome que ouvira na noite passada - Temos coisas importantes para tratar.

– Vejo que gosta de café com canela - o outro lhe ignorou mostrando sua caneca - Eu também, não sei o que faria sem isso.

– É o que sempre digo. - Emma sorriu ao saber que havia se lembrado de mais uma coisa.

“Ela o chamava nos delírios”, Killian se perdeu em seus pensamentos enquanto os encarava “Parecem um lindo casal, estão até sorrindo”. E ignorando tudo e a todos, deixou o dinheiro na mesa e saiu do Granny´s todo enfurecido.

– Killian! - Emma exclamou, talvez chamando a atenção de quem estivesse ali.

Mas quando ela ia correr atrás dele, Neal a segurou pelo braço.

– Não vale à pena. - disse - Jones sempre foi descontrolado.

– Ou você me solta - ela o ameaçou - ou reze pra eu ter piedade em te deixar respirando.

...

FLASHBACK ON

O carro de Gold ia a uma boa velocidade pela rodovia para que Killian guardasse cada lugar com perfeição - caso precisasse fugir do orfanato. Ele olhou para a irmã que estava encolhida no banco ao seu lado e observava a paisagem, mas logo a mesma tratou de se recompor e desamassar sua camiseta de “I Love Apples”, e fingir que as coisas iam bem.

– Deve ser triste quando a sua melhor amiga não quer te acompanhar na viagem, né? - uma voz irritante percorreu o carro.

– Não me enche, Neal - Killian falou.

– Eu sei o motivo - o outro disse.

– E qual seria?

– Vocês são diferentes demais de nós.

Mesmo com a pouca idade, Killian entendeu o recado: a riqueza não se mistura com a pobreza.

FLASHBACK OFF

...

P.O.V EMMA ON

Após enraivecer de uma forma assustadora com aquele tal de Neal, corri até Killian antes que ele entrasse na caminhonete e desse a partida sem ao menos dar uma explicação.

– O que foi? - perguntei me aproximando, mas ele se afastou, indo para o meio da rua.

– É hora de você ir pra casa - me respondeu secamente, estava tão estranho, como se soubesse quem eu era.

Assim que ele ia seguir em frente, o impedi ficando em seu caminho, o obrigando a me encarar. Seus olhos ficaram ainda mais azuis, e tudo o que eu tinha pra falar foi esquecido em segundos. Palavras não iam descrever o que eu estava sentindo naquele momento, mas só um gesto podia. Entrelacei meus braços ao redor de seu pescoço, e sem pensar duas vezes uni nossos lábios num ato quase desesperador. Se Killian se afastasse eu não sei o que faria, mas ele segurou minha cintura e me puxou para mais perto.

O beijo que tinha começado trêmulo e medroso agora era calmo, e confesso que até apaixonado. Não sei se ele percebeu nossos corações baterem em sintonia, ou quando nos separamos e suas pupilas estavam dilatadas, mas eu sentia tudo aquilo. Ele sorriu e aquilo transmitia um: “Vai ficar tudo bem”.

– Estamos nos beijando no meio da rua - falei - isso é perigoso...

– Você é perigosa - ele disse - eu aprendi isso da pior maneira, e acredito que Neal também depois daquela ameaça.

Não sabia o que dizer, mas Killian entrelaçou nossos dedos e seguimos em direção à prefeitura.

– Você precisa ir pra casa - ele ficou triste.

– Você sabe de onde eu vim? - abri um largo sorriso, mas ele não aparentava reação - Tem alguma coisa errada?

– Quando você for embora... Nunca mais vai poder voltar. Nunca.

– Mas eu não entendo - meus olhos se encheram de lágrimas.

– Somos de mundo diferentes, Elizabeth! - ele exclamou enquanto tocava o meu colar com pingente de cisne - Isso não poderia ter acontecido.

"Eu nunca pensei que você

Seria aquele a segurar o meu coração

[...]

Você coloca seus braços ao meu redor

E eu me sinto em casa.

Quantas vezes você vai me deixar

Mudar de ideia e dar meia volta?"

Arms- Christina Perri


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Notas finais do capítulo

E então, o que vai acontecer agora, hein? Comente a sua opinião.
Vou tentar postar o próximo capítulo no domingo, ok? Bjos.



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