Roses escrita por LS Valentini


Capítulo 1
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Oi, mais uma vez eu não consegui me controlar e postei mais uma fic! Este capítulo ficou um pouquinho grande, mas espero que gostem!



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Anos Atrás

Vozes agudas e irritantes podiam ser ouvidas em todos os cômodos da mansão dos Miller, era apenas mais um chá entre senhoras da alta sociedade que tagarelavam questões inúteis.

Sentada em uma das poltronas, Emma Swan, uma garotinha de apenas 6 anos observava a conversa entediante entre aquelas mulheres, que vez ou outra apertavam suas bochechas, e até mesmo bagunçavam suas madeixas loiras, dizendo: “Você fez uma ótima escolha”, se referindo à adoção da garota.

Minutos depois, Emma estava quase fechando seus lindos olhos verdes, mas foi despertada ao ver um garoto lhe observando da porta, e mesmo ele sendo bom em se esconder, ela era melhor e descobriria quem ele era. Quando sorriu, o garoto foi embora. Emma saiu discretamente e foi atrás da outra criança. Assim que se distanciou o bastante das senhoras, ela pôs-se a correr para alcançá-lo no jardim.

– Eu sei que você me viu! - Emma gritou - Nem mais um passo!

O garoto de cabelos escuros continuou a correr em direção às roseiras, e quando se deu conta, duas mãozinhas o empurraram contra o chão. Emma se desequilibrou e caiu também, e seu vestido foi tomado por folhas e grama, e só foi perceber que havia se machucado depois que o braço ardeu, e apareceu um pequeno filete de sangue, ocasionado por um espinho.

– Eu avisei. - a garota disse vitoriosa, tentando não aparentar dor.

Sem falar uma palavra, o garoto a levou até o outro lado do jardim e limpou seu machucado.

– Como sabe fazer isso? - ela perguntou.

– Aprendi com meu pai - o menino respondeu sorrindo - Qualquer dia eu te mostro quem ele é.

– Por quê? - Emma era realmente curiosa.

– Ele está doente nos últimos dias... - ele fez uma pausa - Meu nome é Killian.

– Meu nome é E... - foi interrompida por um grito estridente.

– Elizabeth!!!

As crianças se assustaram, e Killian saiu correndo para se esconder. A garota se levantou imediatamente e tentou limpar seu vestido, mas era tarde, sua mãe adotiva, a Sra. Miller já estava no jardim, e segurando-a pelo braço, olhou bem para a garota com suas órbitas frias.

– Estava conversando com aquele garoto? Nós não conversamos com eles! - ela continuava no mesmo tom - Jamais repita isso, entendeu?

– Sim... - a garota abaixou a cabeça.

– Sim, o que? - a mulher esperava por uma resposta imediatamente.

– Sim, mamãe - Emma disse baixo.

A mulher a levou até a sala onde estavam todas as senhoras, e num tom falso, ela disse:

– Encontrei a minha princesinha!

– Elizabeth é realmente uma menina muito linda - outra mulher de cabelos ruivos comentou.

– É Emma! - a garota exclamou - Meu nome é EMMA!

Ela foi repreendida pelo olhar da Sra.Miller, que se pronunciou:

– Seu nome de órfã é Emma, mas agora você é Elizabeth Miller, a filha do maior magnata dessa cidade.

– Isso é meia verdade, porque meu pai é o homem mais poderoso - uma voz de criança surgiu.

Os olhos curiosos da garota se voltaram para um menino de mais ou menos sua idade, que usava roupas sociais e tinha um sorriso convencido.

– Este é Neal.

...

P.O.V EMMA ON

Dias Atuais

Há algum tempo, o Sr. e a Sra. Miller haviam sido convidados para um jantar na mansão do Sr.Gold, direcionada para a diversão dos amigos. Em minha opinião, é realmente terrível ouvir pessoas falando de riquezas enquanto existe tanta gente passando por dificuldades.

E lá estava eu, na sacada do grande salão no segundo andar, solitária, apenas tomando uma taça de champagne enquanto observava a movimentação em quase todos os cômodos naquela mansão.

– Quem é vivo sempre aparece - uma voz se sobressaiu entre as demais.

Voltei minha atenção para o homem que utilizava uma bengala para se locomover de forma mais rápida.

– Sr. Gold - o cumprimentei.

– Elizabeth. - ele fez o mesmo - Sempre é uma honra vê-la, principalmente quando a senhorita se porta como uma verdadeira dama.

Infelizmente ele estava certo, porque eu passava a maior parte do meu dia com o cabelo solto e bagunçado, roupas nada caras, e vamos dizer que meu comportamento nunca foi dos mais educados. Mas naquela noite, a Sra. Miller me obrigou a ser uma verdadeira “princesa”, e então coloquei um vestido azul longo, arrumei meu cabelo com um coque impecável, porém, a mesma personalidade.

– Com licença, mas vou procurar alguns amigos - eu disse.

– Elizabeth, meu filho está trancado no quarto, mais uma vez - o homem me lembrou que Neal era meu único amigo - E seus pais estão lhe procurando na sala de jantar.

Não entendi o propósito do Sr. Gold em contar o óbvio: seu filho preferia o mundo virtual ao viver a realidade. Às vezes eu queria que tudo fosse tão fácil quanto Neal pensava que fosse.

– A propósito, é Srta. Miller. - o corrigi antes de sair.

Desci até o primeiro andar, e fui em direção à sala de jantar. Tive que me esquivar de alguns jovens levemente embriagados, em seguida, por senhoras que ficavam sorrindo sem motivo aparente, e por crianças que aproveitavam a distração dos pais para brincar. Logo encontrei meus pais adotivos que apenas me observavam.

– O que está achando? - a Sra. Miller perguntou.

– Não é o lugar mais agradável do mundo - eu disse soltando um suspiro e deixando meus ombros caírem.

– Postura minha querida - ela falou - Uma dama requer modos.

– Sim senhora - eu concordei e tentei parecer tão elegante quanto ela.

– Você cresceu tão rápido. - a Sra. Miller disse ao entrelaçar nossos dedos - Mal posso acreditar que aquela garotinha que um dia eu escolhi como minha filha se tornaria tão obediente e linda.

A palavra “obediente” ecoou pela minha cabeça e eu fiquei fora do ar por algum tempo. O que aquela pequena menina, que só atendia pelo nome Emma, pensaria sobre si mesma? Teria orgulho do que se tornou? Uma mulher medrosa?

Todas as trinta pessoas se acomodaram na enorme mesa, e sobre ela havia um banquete. Infelizmente eu havia perdido a fome. O tilintar de um sino chamou nossa atenção, e pude perceber que Neal havia “surgido” naquela sala de jantar. Ele estava vestido de forma impecável, e confesso que até lembrava seu pai.

– Gostaria de pedir um minuto da atenção de todos. - Neal se pronunciou - Srta.Miller, poderia ficar de pé?

Eu fiz o que ele me pediu, e até sorri com aquele momento, porque era engraçada uma atitude daquelas, mas eu percebi o verdadeiro propósito quando ele se ajoelhou na minha frente e disse:

– Elizabeth, nós nos conhecemos ainda crianças e sempre tivemos uma grande amizade, que se tornou algo mais há algum tempo - fez uma pausa

– Neal. - sussurrei - Para com isso.

Mas é claro que ele me ignorou, assim como as outras pessoas sorridentes à nossa volta que mal notaram meu desespero.

– Quer se casar comigo?

Ele só podia estar brincando! O que eu ia dizer agora?

– Sim. - uma voz ecoou pelos quatro cantos da sala - Vai ser uma honra tê-lo como parte da família. - era minha mãe adotiva concordando com toda aquela loucura.

Todos começaram a aplaudir e dizer coisas como: “Eu sempre soube disso”, “Vocês foram feitos um para o outro”, “Quando vai ser o casamento?”. Aquela ideia só poderia ser do Sr.Gold, o que ele queria era meio difícil de se saber, mas com certeza envolvia bens materiais.

Senti a raiva percorrer todo o meu corpo. Quem eles pensavam que eram pra me controlar daquela forma? Eu agi como uma marionete por quase 17 anos, mas agora ia ser diferente.

– Já chega! - eu exclamei chamando a atenção - Eu não aceito me casar.

O olhar de reprovação deles me incomodava, porque eu sempre os obedeci e nunca os havia tratado daquela maneira. Saí correndo até a saída, ignorando os que me chamavam por “Elizabeth”. Prendi a respiração e só voltei a soltá-la quando estava do lado de fora da mansão, próximo ao meu carro.

– Não pode fazer isso comigo! - era a Sra.Miller totalmente descontrolada - Eu te adotei pra se casar com o filho do Sr.Gold, esse era o acordo!

– Eu não sou como você que vive por dinheiro. - falei descarregando tudo o que sentia - Eu faço minhas próprias escolhas, pensei que Neal fosse diferente, mas não!

– Coisas ruins vão nos acontecer - ela me segurou pelos ombros.

– Eu... não me importo.

Só posso dizer que senti muito medo com aquela última frase, mas a Sra.Miller deveria estar mentindo, ela sempre fazia isso pra conseguir o que queria. Me desvencilhei dela e entrei em meu carro pisando fundo.

Agora eu estava livre. Agora eu era Emma Swan.

P.O.V EMMA OFF

...

Swan deveria estar dirigindo há pelo menos 3 horas em direção ao norte, e o cansaço em seu rosto era aparente. Mas ela não podia nem fechar os olhos, era arriscado demais pensar que todos haviam aceitado aquela fuga de bom grado.

Parando em um posto para abastecer, teve uma brilhante ideia. Foi até o carro vizinho, um fusca amarelo, que enchia o tanque com gasolina, era uma motorista que realmente se parecia com ela, e por incrível que pareça, também usava um vestido azul.

– Oi - Emma disse.

– Oi - a mulher parecia assustada.

– O que acha? - apontou para a BMW - É sua se me der o seu carro.

– Mas como vou saber se você não roubou? - ela ainda estava desconfiada.

– Não vai - Emma sorriu ao vê-la entregar as chaves para ela.

...

P.O.V KILLIAN

Já deviam passar das 10 da noite quando minha caminhonete resolveu estragar a menos de 1 quilômetro da minha casa. E esse não era o único problema, porque o carregamento de rosas vermelhas para o dia seguinte estava lá. Então, peguei todas as três caixas extremamente pesadas e fui andando.

Minutos depois, eu vi uma luz vinda na minha direção. Só fui perceber que era um Fusca desgovernado depois que quase fui atropelado. Mas isso não importava, porque o veículo girou na pista e só parou quando acertou a placa: “Bem vindo à Storybrooke”. Larguei as caixas no chão e saí para ajudar o motorista.

"Todo esse tempo

Estávamos esperando um pelo outro

Todo esse tempo

Eu estava esperando por você"

All This Time - OneRepublic


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Notas finais do capítulo

E aí, mereço comentários? Preciso saber da opinião de vocês!