The Faberry Mission escrita por Jubileep


Capítulo 14
Capítulo 14 - Nariz


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, me desculpem por esse longo hiatus. No começo dessas "férias" de fic minha vida tava realmente um desastre, tudo dando errado e tal, e por isso que eu não postei. Depois lá estava eu, em pé, no ônibus, refletindo sobre TFM e eu comecei a não gostar dos rumos que as coisas estavam tomando (ou pelo menos da forma que essas coisas estavam sendo escritas, etc).
Eu ficava horas relendo tudo e apesar de parecer bom não parecia o suficiente. Enfim, tomei coragem e deletei uns cinco capítulos enormes que eu tinha e decidi reescrever tudo. E reescrevi, depois de um bloqueio criativo, reescrevi. "Ah, mas por que você não postou antes se já tinha reescrito?" ai, sei lá. Às vezes eu tava muito ocupada para revisar, às vezes eu tava com preguiça mesmo, sabe? Então, perdão pela demora, isso não vai mais acontecer, prometo!
Mas o que importa mesmo é que eu tô de volta, vai ter capítulo novo sempre sábado e quarta (e pode ser em qualquer horário).
Beijoooos, espero que gostem!



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14 dias haviam se passado desde que Quinn Fabray fora, injustamente, expulsa. 336 horas sem trocar palavras com os pais, mesmo estando alguns quarteirões longe da casa em que costumava morar. Não do lar. Da casa. Lar aquilo nunca fora. No máximo, uma casa de bonecas, onde tudo deveria ser perfeito.

Quando a líder de torcida apresentara falhas fora jogada fora como uma Barbie velha e gasta, da qual as crianças esquecem dentro da caixa de brinquedos. Eles, provavelmente, nem se quer se importavam mais com o estado da jovem: estavam ocupados demais se sentindo orgulhosos de Kaitlin Fabray – ela, em contrapartida, era uma daquelas Barbies com seis milhões de profissões e vinte casas da praia.

Ainda não conseguia entender como aquelas fofocas foram o suficiente para ter sido expulsa. Agora, já mais calma de toda a confusão, aquelas fotos pareciam tolas. Tentava arduamente compreender o lado de Judy e de Russell, e até mesmo de Kaitlin... Aquilo era novo para eles, era um território inexplorado, um território que na mente pequena e limitada dos Fabray parecia extremamente imoral e assustador.

Mesmo tentando pôr-se em seus lugares Quinn não conseguia perdoá-los de modo algum. Haviam lhe deixado na rua, com alguns trocados e várias malas. Nem ao menos quiseram lhe escutar e conversar, discutir abertamente sobre aquilo.

– Mas para onde diabos eu vou, papai? – Indagava, aflita enquanto sentia o sabor salgado das lágrimas em sua boca.

– Vá pedir abrigo a essa maldita garota que lhe levou para o caminho do mal. – Vociferara Rusell, naquele dia. – Não quero olhar na cara de uma pecadora todas as manhãs, não quero ter que olhar para a garota correta que eu criara e saber que ela escolheu essa vida... Se é pra vê-la nesse caminho errado prefiro não ser seu pai. – Então, deu algum dinheiro para a “ex-filha”, ignorara a clara aflição dentro de seu peito e adentrara novamente em casa.

– Mas são mentiras! Eu não...! – Mas Russell já havia desaparecido de seu campo de visão, fechando com hostilidade a porta de entrada.

Aquela cena, infelizmente, estava tatuada em sua mente, matando-a sempre que se recordava da mesma. Assim como todos os outros momentos daquele dia...

Sempre que a Fabray caçula pensava em desculpá-los ela se lembrava de não só desse cruel discurso de Rusell, mas do tom mesquinho de Kaitlin, da garganta rasgando enquanto gritava desesperadamente que aquilo era mentira, que aquilo eram fofocas, que haviam armado contra ela.

Mas quando vira a porta se fechando na cara dela e sentira o ar gelado lhe causando arrepios ela sabia que de nada importava se eram fofocas ou não, sabia que nada importava de continuar lutando e se defendendo.

Havia vivido a vida inteira sob um castelo de cartas e ele havia finalmente desmoronado.

Duas semanas depois ela rolou na cama de hóspede dos Berry e deu um longo suspiro. Havia chorado contra o travesseiro por duas semanas e ela estava cansada dessa rotina, estava cansada de ficar recordando todos aqueles momentos ruins.

Precisava dar um tempo a si mesma, dar um tempo ao seu coração, permitir-se sorrir novamente e tentar, nem que por alguns dias, esquecer os Fabray. Nem mesmo questionaria-se sobre quem era o mandante dos arquivos anônimos; adiaria o estresse o máximo possível.

Outra hora ela dava um jeito no imbecil que fizera isso. Focaria agora na missão, focaria em Rachel mais do que nunca. Precisava manter seu lugar nas Cheerios, afinal. Se continuasse tão desanimada logo Sue desistiria dela e pediria para que o otário do Puck ou do Finn seduzisse a baixinha; e Fabray odiava ser deixada para trás.

Por hora, aproveitaria o conforto de sua “nova casa”.

Os pais de Rachel Berry eram as pessoas mais frescas e amigáveis das qual Quinn já conhecera. Assim que a filha única lhe contara sobre o ocorrido eles prontamente arrumaram um lugar para a loira ficar pelo tempo que precisasse.

A líder de torcida estava se adaptando incrivelmente bem às manias e ao perfeccionismo dos dois divertidíssimos homens. E eles? Bom, estavam adorando a companhia de mais uma menina linda e adorável para “cuidar”.

O relacionamento da estrela do clube do coral e da líder de torcida ainda não havia evoluído muito, para o infortúnio de Sue Sylvester – que acordava todos os dias com a esperança de Quinn lhe bombardear com a notícia de que elas haviam se beijado ou talvez, no ápice de seu otimismo, tivessem dado alguns amassos.

Fabray e Berry, contudo, começaram a rir de coisas tolas juntas, a terem suas próprias piadas internas e a até mesmo sentarem em duplas nas aulas. E não negavam, arriscavam cantar juntas – apenas para lembrar o quanto suas vozes se mesclavam bem.

Naquela tarde de sábado Rachel não chegara com o usual entusiasmo que fazia com que o dia de Quinn iluminasse. Seu rosto moreno possuía uma expressão de dúvida, de confusão, de quem parecia incerto com algo.

Com as mãos para trás a menor perguntou, meio tímida:

– Como foi fazer uma cirurgia no nariz?

– Foi...Hm... Normal. Digo, depende. É bom, mas é meio estranho no início. Por quê? – As sobrancelhas de Quinn levantaram.

– Ah... Por nada. – Berry deu de ombros e desviou o olhar. Depois de algum tempo ela deu um longo suspiro. – Quero fazer uma cirurgia. Esse nariz me incomoda, as pessoas dão apelidos ofensivos a ele. – Desabafou.

Quinn lembrou-se que há uns dois meses atrás ela era uma dessas pessoas, e então engoliu em seco, sentindo-se levemente culpada pela frustração da amiga.

– Você tem certeza? – Perguntou.

– Sim! Digo, as pessoas vão gostar de mim e...

– Você tem certeza que as pessoas irão gostar mais de você... Mas tem certeza que você quer isso? Essa é a real pergunta, Rach.

– Eu tenho... – Insistiu. -... E quero seu nariz como modelo.

– Para mim tudo bem. – Deu de ombros. – Só que você tem que lembrar que isso é algo grande. Digo, você não pode depois reverter as coisas, não é como pintar as unhas ou fazer a maquiagem. É uma cirurgia. – Avisou.

Tal comentário, mesmo que fosse uma alerta amigável, deixara a morena furiosíssima.

– Você também fez! – Rachel acusou, um tanto quanto emburrada. Quinn então pousou uma das mãos em seu ombro, com um ar compreensivo.

– Eu sei, é só que... Não é como se eu me arrependesse, entende? Mas também não é lá uma coisa muito corajosa. Talvez você devesse pensar mais um pouco sobre isso e...

– Já entendi que não está disposta a me ajudar. – A baixinha cruzou os braços, agora vermelha feito um pimentão e prestes a sair do local.

Quinn revirou os olhos com a atitude da morena, que distorcera completamente tudo o que falara. Queria apenas ajudar, afinal! Se Berry estivesse disposta a fazer a tal cirurgia Fabray sabia que certamente estaria lá para segurar sua mão e apoiá-la, mas ficaria contente se a garota escolhesse não mudar nada.

A loira não admitiria na frente de Rachel, mas ela achava-a linda.

– Rachel! – Ela correu até alcança-la. – Se você realmente quer isso, então eu também quero. – Sorriu amigavelmente e lhe abraçou de surpresa.

Mesmo que a amizade das duas fosse genuína ela ainda tinha uma missão... E ela não poderia arriscar que briguinhas estúpidas como essa estragassem tudo.

Bom... Ou talvez simplesmente não quisesse brigar com Rachel, porque no fundo ela a adorava. Mas é claro que isso ela proferiria em voz alta.

[...]

Alguns dias depois.

Santana Lopez e Brittany S. Pierce andavam de mãos dadas pelos corredores do McKinley. Aparentemente não havia nada de mais nisso. E infelizmente, não havia nada demais nas duas juntas, além de fazerem sexo casual vez ou outra.

A loira ria de alguma piada tola e a latina tentava, arduamente, não babar ao assistir aquela gargalhada pela qual era secretamente – e completamente – apaixonada.

– Sabe, Santie... Espero que esses rumores sobre Quinn e Rachel sejam reais. Elas formariam um casal bonitinho, não é mesmo? – A menina parecia entusiasmada com a ideia e Santana riu sarcástica diante de tal comentário.

– Bom, Britt-Brit, elas já tem algo em comum. – Santana avisou, desentrelaçando seus dedos e batendo falsas palminhas de animação.

– O quê?

– Ambas me causam ânsia de vômito. – Lopez riu da própria fala, mas não demorara muito para sentir o olhar de repreensão da melhor amiga sobre ela (mesmo sabendo que Brittany se segurava para não rir). – Que foi? É verdade! São duas malucas esquisitas, se merecem! Ou vai dizer que você tem motivos melhores que os meus?

– Tenho sim. – Garantiu a mais alta. – Olha só: Rachel é baixinha, certo? Quinn é alta. Rachel é morena, Quinn é loira. Rachel canta e Quinn é melhor em dançar, mesmo também cantando bem. Tudo a ver!

Santana refletiu o que Brittany havia acabado de dizer e engoliu em seco, quase perdendo o fôlego. Passou os dedos finos pelo rabo de cavalo, um tanto quanto nervosa.

– Não seja por isso, B. – Deu de ombros. – Você e eu temos as mesmas características, nem por isso estamos namorando. Somos apenas melhores amigas. Certo?

– Certo... Até mesmo porque você disse que sexo não é namoro. – Lembrou, parecendo desapontada. – Mas agora admita que Rachel e Quinn fazem um par fofo!

A latina revirou os olhos de forma impaciente.

– Sério mesmo que ainda estamos falando dessas duas? – Bufou. – Tá, talvez um pouquinho. – Admitiu; relutante.

– Sei que acha mais do que “um pouquinho”. – Brittany insistia.

– Ai, Britt... Tanto faz! Antes a anã de jardim do que o saco de batatas para Q, né? – Mesmo não gostando de dar apelidos ofensivos aos outros Brittany riu do apelido de Finn criado pela amiga. Às vezes, a loirinha se perguntava como era possível alguém não gostar de Santana... Ela era maldosa, de fato. Mas era genialmente engraçada.

Depois de alguns minutos a loirinha se despediu da amiga de forma desesperada e espalhafatosa assim que lembrara que Lord Tubbington estava sozinho em casa, e que era justamente nesse horário que ele tentava invadir sua gaveta de calcinhas.

– Você sabe como ele é, acho que talvez ele esteja traficando-as. – Reclamou, olhando com aflição para a hora no visor do celular.

Santana riu e logo a melhor amiga saiu correndo como se sua vida dependesse daquilo, não demorando muito para virar o corredor e desaparecer da visão da latina.

– Lopez. – Uma voz autoritária e familiar proferiu e logo a garota virou-se, procurando a origem do som. Sue Sylvester estava parada ao lado de seu gabinete, aquele olhar boçal e superior de sempre. – Precisamos conversar.

– Não tenho nada para conversar com você, treinadora Sylvester. Por que não vai conversar com Quinn, sua predileta? – Retrucou.

– Porque Quinn Fabray não é tão sagaz quanto você.

[...]

LeRoy e Hiram eram pais do tipo liberais, e mesmo não achando uma cirurgia a melhor ideia do mundo assinaram uma autorização permitindo que Rachel a fizesse. A garota argumentara que sua respiração melhoraria e que assim ela cantaria com mais perfeição ainda.

Durante este processo Quinn mantivera-se quieta, mesmo sabendo que os reais motivos para a morena submeter-se àquilo eram as opiniões alheias.

No fim daquela tarde as duas estavam numa sala rodeada por paredes brancas e limpas, com quadros abstratos pendurados nelas e algumas informações sobre a rinoplastia e coisas relacionadas.

Estavam sentadas em uma das várias cadeiras azuis almofadadas espalhadas pelo local e logo em frente a elas estava uma bancada amarela, atrás dela uma mulher provavelmente na faixa dos trinta anos atendia os pacientes com desânimo e um tom de voz robótico; fora ela quem preenchera a ficha de Berry alguns minutos atrás.

Naquele dia ela iria apenas tirar algumas fotos e tirar as medidas, fazer todos os procedimentos que precisava. Além do apoio emocional que Quinn oferecia também estava ali para oferecer a perfeição que era seu nariz.

Quanto mais o tempo passava o tiquetaquear do relógio soava mais alto na cabeça de Rachel, que sentia algo estranho e inseguro brotando em seu estômago. Certo medo, certa aflição. Milhares de dúvidas bombardeando-a.

– Rachel Berry. – A mulher antipática da recepção chamou, quebrando o silêncio. – O doutor está te esperando na sala dele.

A baixinha se levantou e logo a loira também o fez, se posicionando logo atrás dela e passeando a mão esquerda pelas costas da amiga – na intenção de passar segurança ou algo do tipo. Rachel deu alguns passos claramente hesitantes enquanto seguia o caminho até o consultório.

De repente, interrompeu:

– Espera! P-posso ir ao banheiro primeiro?


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso gente! Não esqueçam de comentar, favoritar, cof cof recomendar cof cof ASDFGHJ Sério, COMENTEM pfvr! E me desculpem de novo pelo atraso :3
Meu tt: @in_LAmach1ne ~me sigam, falem cmg, etc~
BEEEEIJOS ;*



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