A Depressão De Amy Cortese escrita por Letícia Matias


Capítulo 29
Capítulo 29: Pedido de desculpas.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!!!! Tudo bem com vocês? Espero que sim!!!
Bom, aqui está mais um capítulo para vocês :) Eu espero que vocês gostem e que tenham tido um ótimo domingo :)
Boa leitura



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O dia amanheceu cinzento, nublado e chuvoso. Acordei as nove horas e não fui para a escola. Eu já tinha começado bem, faltando logo no segundo dia de aula.
A minha mão estava doendo, ela latejava. Sentei-me e peguei o frasco de analgésico ao lado da cama. Tomei um dos comprimidos brancos.
Peguei meu celular debaixo do travesseiro. Mordi o lábio inferior. Não havia nenhuma mensagem e nenhuma ligação.
Tornei a me deitar e fiquei olhando para a parede branca do meu quarto.
É Amy, como sempre, você estragou tudo. - pensei comigo mesma.
Fechei os olhos e fiquei ouvindo o barulho da chuva batendo no teto. Era reconfortante. Eu gostava de ouvir aquele barulho.
***
Não tomei café da manhã, mas desci para almoçar. Tive que falar que eu havia me machucado e dar menos detalhes possíveis para minha mãe e para Clint que estava lendo seu jornal na mesa enquanto nós almoçávamos. Minha mãe havia perguntado o que eu tinha e eu respondi que eu não tinha nada, só estava com um pouco de dor na mão. E depois ela até preparou para mim um prato que eu gostava de comer quando eu era pequena. Arroz, hambúrguer frito e salada. Eu fiquei surpresa com o gesto dela e agradeci quando ela colocou o prato na minha frente. Ela pareceu surpresa com o meu "obrigada" e eu comecei a me perguntar se o problema não era eu. Ela era longe de ser perfeita, assim como Sam, mas, eu também estava muito longe da perfeição.
Eu estava... Triste. Todos estavam na mesa almoçando e eu perdi a fome depois de algumas garfadas de comida. Eu estava com tanta vontade de chorar. Estava empurrando a comida para dentro e engolindo em seco cada grão de arroz que descia por minha garganta.
Pousei o garfo no prato e parei de comer depois que dei a quinta garfada na comida. Fiquei olhando para o prato.
– Está tudo bem, Amy? Está ruim? Faz muito tempo que não faço esse prato para você, né? Desculpe. É o arroz ou o...
– Não. -falei balançando a cabeça . - O prato está ótimo. Éu só estou sem fome.
Todos estavam olhando para mim agora e então as lágrimas começaram a cair e eu comecei a chorar.
–Desculpa. - eu disse e levantei-me saindo da cozinha.
Passei pela sala e subi as escadas. Entrei no quarto e tranquei a porta.
Deitei-me na cama e chorei e deixei tudo exatamente como estava para que com calma as coisas voltassem a se acertar.
***
Passei a tarde inteira no quarto,deitada e sozinha. Evitei olhar o meu celular. Eu sabia que ele não havia me ligado ou mandando mensagem porque, caso ele tivesse feito, o celular teria vibrado. O que não aconteceu.
***
Eu não fui para a escola no dia seguinte e no outro dia também não. Na verdade, faltei a semana inteira. E, a semana inteira eu ficara sem notícias do Sean. Sem receber nenhuma mensagem ou ligação. Eu achei que realmente estava acabado.
Eu não estava comendo direito e tinha voltado aquela rotina de passar o dia inteiro no quarto. A semana inteira choveu e fez frio.
Era sexta-feira a noite quando minha mãe entrou no meu quarto enquanto eu lia O Morro Dos Ventos Uivantes.
– Tem um menino lá embaixo querendo falar com você.
Meu coração se acelerou.
– Ele disse que o nome dele é Quentin.
Franzi o cenho. Quentin? O que ELE estava fazendo na minha casa?
– Ah... Fala pra ele subir. - falei e minha mãe saiu do quarto.
Sentei na cama e passei a mão pelos cabelos. Tentar disfarçar não adiantaria. Eu estava horrível todos esses dias e ainda estava com a faixa na mão. Iria tirar no dia seguinte.
A porta do quarto se abriu e então Quentin entrou.
– Oi, posso entrar?
Dei um sorriso murcho pra ele e assenti.
– Tudo bem? - ele perguntou se sentando no pé da cama.
– Sim. - falei, mas acho que não fui convincente. - E com você?
– Estou bem.
Quentin estava vestindo uma jaqueta preta, calça jeans e tênis. Seus cabelos castanho escuro estavam um pouco molhados.
– O que aconteceu com a sua mão? - ele perguntou vendo a faixa
Olhei para a minha mão também.
– Ah eu... Me machuquei. - falei.
– Ah. - ele disse.
Ficamos em silêncio por um tempo.
– Sean mandou você vir aqui?
Quentin sorriu e balançou a cabeça afirmativamente.
– Eu sei que é ridículo e eu disse isso para ele. Amy, ele está preocupado com você. Só é orgulhoso demais, entende?
Assenti.
– Eu não vou mandar nenhum recado. - falei e dei de ombros.
Quentin assentiu.
– Não, eu entendo. - ele falou. - Olha... O Sean está uma bosta! Ele não presta atenção nas aulas e está fumando mais do que tudo. E, esses dias brigou em um bar. E... Hoje ele não se aguentou e pediu para eu vir aqui para ver como você está.
Não disse nada por um momento e depois falei:
– Estou bem.
– Você tem que voltar para a escola.
Assenti.
– Eu sei. - forcei um sorriso.
– Eu tenho que ir. - Quentin se levantou. - Olha Amy, se precisar de alguma coisa, pode contar comigo.
Assenti e forcei mais um sorriso.
– Obrigada, Quentin. Mesmo!
Ele deu um sorriso forçado e se curvou para me dar um abraço desajeitado e rápido depois, se retirou do quarto fechando a porta.
Poxa, parecia que eu tinha perdido bastante coisas durante a semana. Sean havia brigado em um bar. Ele tinha tempo para ir ao bar, mas não para me mandar uma mensagem.


***

Mais tarde naquela noite, por volta das onze horas, eu estava deitada na cama, assistindo um filme no notebook quando ouvi uma batida na porta do meu quarto.

Tirei os fones de ouvido e pausei o filme. Levantei-me da cama e destranquei apenas uma brecha da porta.

Paralisei segurando forte a maçaneta.

– Oi.

– Oi. - eu disse depois de um tempo.

– Seu irmão me ligou.

– Por que?

– Ele e sua mãe estão preocupados. Eles disseram que você não tem comido direito a semana inteira.

Ri.

– Sei. - assenti e tornei a olhar para ele.

Sean estava vestindo uma calça jeans, tênis e uma jaqueta preta. Suas mãos estavam no bolso da calça.

– Posso entrar? - ele perguntou.

Abri mais a porta do quarto para que ele pudesse entrar. Depois que ele passou do meu lado, fechei a porta trancando-a. Acendi o abajur e sentei-me na cama cobrindo minhas pernas com o cobertor cinza. Sean estava de pé no pé da cama.

– O que aconteceu com a sua mão? - ele perguntou.

– Eu me machuquei.

– Como?

– Quebrei o espelho.

Ele pareceu não acreditar no que ele tinha ouvido.

– Quando isso aconteceu?

– No dia em que você me deixou aqui. - respondi imediatamente como tinha respondido todas as outras perguntas.

Ele respirou fundo.

– Por que não foi para a escola a semana inteira?

– Eu não quis. - falei. - Eu tenho estado com dor na mão a semana inteira.

– Eu fiquei preocupado com você!

– Sério?

Ele olhou para mim e bufou.

– Mas é claro, Amy!

– Você nem me ligou! Você se diz tão preocupado e você nem sequer ligou para mim! Você me deixou aqui aquele dia e depois passou a semana inteira sem falar comigo. Como acha que eu me senti? Como acha que estou me sentindo agora?

Ele ia começar a falar, mas não dei espaço.

– E ainda por cima mandou Quentin vir falar comigo! - balancei a cabeça. Eu estava tão chateada com ele que as lágrimas já estavam ameaçando a sair. - E você ainda quer que eu fique bem? Que eu coma direito? - eu estava começando a ficar histérica e a falar sem parar.

– Me desculpe! - ele gritou para que eu pudesse ouvir.

Me calei arregalando os olhos e olhando para ele.

– Me desculpe, ok? Eu sei que eu deveria ter te ligado, ter vindo te ver, eu sei! - ele falou e respirou fundo olhando para o teto e colocando as mãos no quadril. - Isso está me matando! Eu não acredito que você se machucou e... Não está comendo! Você tem que parar com isso, agora! - ele olhou para mim.

Limpei as lágrimas com as costas da mão e ele balançou a cabeça. Veio até o meu lado e sentou-se. Segurou minha cabeça entre as mãos e beijou meu nariz.

– Eu... Odeio te ver assim! Eu quero ver você bem, eu não suporto te ver assim, Amy. Eu... Fiquei furioso com você porque você continua se mutilando e eu não quero isso para você. Você tem que parar com isso! - ele estava olhando no fundo dos meus olhos, segurando minha cabeça me obrigando a olhar para ele.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas.

– Eu vou te levar no médico e nós vamos ver o que podemos fazer em relação a isso, está me entendendo? - ele disse.

Assenti.

– Me desculpe, eu sei que não havia ter reagido daquele jeito, eu te amo! Eu sei que você pode não acreditar vindo de mim, eu sei o que as pessoas falam de mim, mas eu te amo. - ele disse as últimas três palavras pausadamente.

Segurei seu rosto e o beijei calando-o e depois o abracei de olhos fechados, apertando-o fortemente contra o meu corpo. Meu coração estava batendo tão forte... Eu precisava tanto dele!


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Notas finais do capítulo

E aí, vocês gostaram? Eu espero que sim!!! Deixe eu saber o que vocês acharam!! Se vocês puderem comentar, eu vou ficar muito agradecida.
Espero vocês no próximo capítulo e espero que vocês tenham tido um ótimo final de semana (que passou rápido pra caramba!!) Oh God! Amanhã começa tudo de novo!!!! Deus nos ajude!!
Bem, é isso.
Até o próximo capítulo.
Beijos e abraços.
Lê.



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