A Depressão De Amy Cortese escrita por Letícia Matias


Capítulo 26
Capítulo 26: Quem é Heathcliff?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!!! Como vocês estão??? Espero que estejam bem!!!
Bom, aqui está mais um capítulo e eu espero que vocês gostem :)
Boa leitura!!



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Saímos da quadra e subimos dois lances de escada. A diretora a nossa frente e eu e Sean atrás dela. Quando subimos, demos de cara com a diretoria. Havia uma pequena sala com dois sofás brancos e uma porta de vidro escrito "Diretora Sophie".
Olhei para Sean que arqueou uma das sobrancelhas. Sophie abriu a porta da sua sala e Sean pegou minha mochila.
– Pode entrar, Amy. - Sophie disse segurando a porta.
Respirei fundo e entrei na sala. Havia uma poltrona de couro atrás de uma mesa de mogno com um monitor grande de computador em cima.
– Aceita alguma coisa para beber? Um café talvez?
– Não, obrigada. - respondi.
Ela se sentou na cadeira de couro e fez sinal com a mão para que eu sentasse na cadeira giratória preta ao meu lado, em frente a sua mesa. Fiz o que ela solicitou e fiquei esperando ela começar a falar.
– Então Amy, deve estar achando estranho eu te chamar aqui para conversar.
– Um pouco. - respondi e balancei a cabeça afirmativamente
Ela sorriu.
– Não é nada demais. Só... Me passaram alguns acontecimentos que aconteceram aqui na escola envolvendo você como brigas e tentativa de suicídio.
Engoli em seco.
– Eu fiquei sabendo que você não foi totalmente culpada na briga. Mas eu quero saber se você está bem. Afinal, foi muito para lidar: escola nova, país...
Franzi o cenho.
– Você pesquisou minha vida inteira?
Ela riu.
– Não, longe disso. Mas pesquisei um pouco ao seu respeito. Amy, eu só quero que saiba que não quero mais um incidente como aquele da piscina, não quero que isso aconteça novamente, entende? Você me parece ser uma ótima garota e eu entendo que você teve problemas no passado, e, se você tiver algum problema e quiser conversar, você pode me procurar. Tudo bem?
Assenti.
– Que bom. Agora, você pode ir se quiser.
Levantei-me da cadeira e virei-me para ir em direção a porta
– Ah, só mais uma coisa.
Olhei para ela.
–Você está namorando o sr Pasqualino?
Mordi o lábio inferior e dei de ombros.
–Pode-se dizer que sim, por que?
Ela sorriu e balançou a cabeça.
– Ele tem uma má reputação.
Sorri
– Eu sei. Mas, ele me aceita do jeito que eu sou, e eu faço o mesmo com ele.
Ela assentiu. Virei-me e abri a porta saindo da sala.
Uau, aquilo fora muito... Esquisito.
Sean se levantou do sofá quando eu saí. Me entregou minha mochila.
– E então, o que a cabelo de fogo queria?
– Garantir que eu não tentasse me matar na escola novamente.
Olhei para ele. Ele deu de ombros.
– Bom, eu não deixaria.
***
Entramos alguns minutos atrasados na sala de aula. Sean bateu na porta e o professor que estava falando na frente da sala, parou de falar e olhou para nós.
– Com licença sr. Fernandez, a diretora queria falar com a gente, podemos entrar?
– Sim senhores, entrem e tomem os seus lugares.
Havia dois lugares no fundo da sala. Sentei-me e Sean sentou-se do meu lado, Quentin estava á minha frente.
Algumas pessoas durante a aula, se viravam para me olhar e depois voltavam a atenção para a aula. Eu tentei não me incomodar com os olhares deles. Mas o pior olhar era o de Faye. Ela estava me encarando descaradamente, ela nem disfarçava! A primeira aula, a do sr. Fernandez, era aula de trigonometria, a segunda aula era aula de inglês e começaríamos a trabalhar um clássico da literatura inglesa e era o meu favorito: O Morro Dos Ventos Uivantes.
– Vocês terão que ler o livro e dar a opinião de vocês por escrito, contar um pouco da perspectiva de vocês. Vou querer que vocês me entreguem isso daqui a duas semanas.
Os alunos começaram a gemer e reclamar sobre o prazo.
– Gente, isso é tempo o suficiente para vocês lerem e darem a sua opinião! - O sr. Kavavagh disse. - Mas, como eu sou muito bondoso, vocês poderão fazer em duplas. Duplas, e não trios! - ele acrescentou.
Sean falou perto do meu ouvido.
– O que você acha?
– Sobre o que? - me fiz de boba.
Virei-me para olhá-lo.
– Sobre fazermos o trabalho juntos.
Sorri.
– Você só quer a minha ajuda porque eu li o livro milhares de vezes.
– Eu também já li! - ele rebateu.
Arqueei as sobrancelhas.
– É mesmo? Quem é Heathcliff?
Ele mordeu o lábio inferior e ficou olhando para mim.
Fiquei Esperando a resposta.
– Eu sou Heathcliff!
Eu e Quentin rimos.
– Sean, esse trabalho é muito fácil. Você já deveria ter lido o livro. Ano passado pediram para lermos e você não leu, lembra? - Quentin disse.
Sean sorriu para mim.
– E aí, quer ser minha parceira de trabalho?
Fingi que estava pensando. Depois de um tempo falei:
– Tudo bem, mas, você terá que ler o livro.
Quentin começou a rir. Sean suspirou.
– Mas você já sabe a história! Por que preciso ler?
– Porque é um clássico! - falei
– Sabe o que é um clássico? - Sean disse.
– O que?
– Jogar X-Box!
Quentin riu.
– Você é um idiota, cara!
Sorri.
– E afinal, eu nem tenho o livro.
– Não seja por isso, eu empresto para você. - falei.
– Não tem escapatória. - Quentin falou. - Graças a Deus eu já li o livro e não preciso fazer dupla e nem salvar sua pele. - ele falou olhando para Sean.
Sean riu jogando a cabeça para trás.
***
Depois da aula de inglês, tivemos a terceira aula, aula de biologia. Nela tínhamos que escrever nossos conhecimentos sobre a matéria numa folha e entregar para a professora. Passou bem rápido e depois tivemos o intervalo.
Estávamos na fila com nossas bandejas, eu estava na frente, Sean atrás de mim e Quentin atrás de Sean. Eu não era de comer muito então apenas peguei um cachorro quente e um suco de laranja.
Pegamos uma mesa perto da saída do refeitório e sentamo-nos apenas nós três. Eu tinha a impressão que os amigos de Sean haviam se afastado e, eu tinha a leve suspeita de que era por minha causa.
Olhei para a bandeja de Sean quando ele se sentou.
– O que? - ele perguntou ao ver a minha cara para ele.
– Você vai comer tudo isso?
– Claro, estou com fome! E se eu fosse você, eu comeria mais do que esse cachorro quente pequenininho aí. - ele disse tirando os garfos do plastico.
– Não estou com muita fome
– Você tem que comer! Você nem come direito.
– Sean! - olhei para ele e ele suspirou.
– Tá bom, não vou falar mais nada.
Começamos a comer em silêncio, até mesmo Quentin não comia exageradamente como o Sean estava comendo. O cachorro quente estava muito bom e eu terminei de comê-lo maia rápido do que eu imaginava que comeria. Eu ainda estava com fome. Olhei para o prato de Sean. Ele estava dando garfadas uma atrás da outra de seu macarrão com carne moída e de repente, me pareceu bem apetitoso.
Esperei ele afundar o garfo no macarrão novamente e peguei o garfo sem prévio aviso de sua mão. Ele olhou para mim e eu levei o garfo até a boca.
Mastiguei.
– Está ótimo! - eu disse.
Ele pegou o garfo da minha mão.
– Sim, está ótimo. Mas é meu.
Olhei para Quentin e olhou para mim e balançou a cabeça.
– Como você é cavaleiro, meu amigo. - Quentin disse e bateu de leve nos ombros do Sean que estava tomando algumas goladaa do seu refrigerante.
Sean olhou para mim.
– Você quer comer? - ele perguntou.
– Não. - falei e sorri.
– Ora ora, mas que cena mais bizarra.
Fechei a cara quando ouvi. Eu já reconhecia a voz.
– E então Amy, fiquei sabendo que você quase morreu de overdose na festa do Alex. É uma pena que isso realmente não aconteceu.
Olhei para a cara dela. Ela havia feito algumas luzes no cabelo, cortado eles até o ombro.
Sorri.
– Por que está sorrindo pra mim, sua esquisita?
– Porque eu te acho patética. - respondi.
Ela se agachou do meu lado.
– Amor, não é porque você esta namorando com o garoto mais popular da escola que você pode falar o que quiser para mim ou para qualquer um daqui. Você não é nada. Eu posso muito bem...
– Pode muito bem o que? - perguntei num tom ameaçador. - Eu estou me cansando de você e acho melhor você ficar longe de mim. Você teve sorte de não ter ficado com uma cicatriz enorme na sua cara. Se eu perder a paciência com você, eu vou te queimar com vontade. Agora sai daqui. - falei com o rosto a centímetros do dela.
Ela se levantou rápido e com raiva e saiu andando.
Me endireitei na cadeira e olhei para frente. Sean e Quentin estavam me olhando. Quentin estava sorrindo e Sean estava com os olhos semicerrados e com a sombra de um sorriso no canto da boca.
– O que? - perguntei.
– Eu já disse que você é minha rainha? - Quentin disse.
Sorri e revirei os olhos.
***
Tivemos mais três aulas depois do intervalo. Passou tudo muito depressa. Sean disse que iríamos para a minha casa para fazer logo o trabalho de inglês sobre o livro. Fomos embora no carro dele e demos uma carona para Quentin. A casa de Quentin era alguns quarteirões depois da escola.
No caminho indo para a minha casa, ficamos em silêncio. Eu estava com sono e com um pouco de fome.
Sean estacionou o carro em frente a calçada e desligou o carro.
Saí do carro e coloquei uma alça da mochila no ombro.
Estávamos atravessando o gramado da frente um do lado só outro quando a porta de casa se abriu e Sam saiu de lá. Sam tinha a mesma altura de Sean, tinha os cabelos castanhos e olhos da mesma cor. Ele estava vestindo uma bermuda jeans e uma regata de algodão azul escuro. Ele nos viu e disse:
– E aí, Sean, tudo bem?
– Tudo bem cara e você?
–Tudo bem. - Sam olhou pra mim. - E aí, como foi o primeiro dia de aula?
– Foi bom. - falei cruzando os braços.
Ele assentiu.
– Vão entrando. O almoço está na mesa.
– Tem alguém em casa? - perguntei.
– O Clint. Mas ele já está saindo para trabalhar. Tenho que ir.
Sam passou entre Sean e eu e saiu correndo pela calçada.
Olhei para Sean que olhou para mim. Revirei os olhos.
Abri a porta e segurei-a para Sean entrar. Ele entrou e eu a fechei. Clint apareceu na sala.
– Ah, como vai Sean? - ele perguntou ao ver Sean parado ao meu lado.
– Estou bem sr. Foster - era o sobrenome do Clint - e o senhor?
– Estou bem, saindo para trabalhar. Você veio ficar de babá?
Franzi o cenho.
– Como assim? - Sean perguntou.
Clint riu.
– Por causa da Amy. - ele apontou pra mim. - Ela precisa de babá as vezes de tanta coisa errada que ela faz.
Bufei e joguei minha mochila no sofá.
– Você não tem que ir trabalhar? Por que simplesmente não vai e nos deixa em paz?
Clint fez cara feia e foi para a cozinha. Voltou com a mala que ele levava para o trabalho. Passou do meu lado me olhando de cara feia e disse:
– Até mais.
– Até. - Sean falou.
Clint saiu fechando a porta. Me joguei no sofá.
– Esse cara é um idiota. - Sean disse e jogou a mochila no sofá também.
–Agora que você percebeu?
Sean olhou para mim
– Vamos comer. - falei me levantando.
***
Depois de almoçarmos, nós subimos para o meu quarto. Eu fechei a porta.
– Eu achei genial você hoje.
Olhei para Sean sem entender.
– Como assim?
Ele chegou perto de mim.
– Você ameaçando a Faye. - ele colocou o meu cabelo atrás da orelha.
Fiquei olhando pra ele. Eu estava encostada na porta do quarto. Girei a chave trancando a porta.
– Eu achei muito excitante.
Ri.
– Meu Deus, você é tão idiota, Sean. - falei e ele assentiu. Se curvou e me beijou.
Soltei um suspiro enquanto estava beijando ele. Sean desceu as mãos devagar por minha cintura. Eu as segurei.
– Vamos fazer o trabalho. - falei.
– Ah poxa vida! - ele reclamou tombando a cabeça para trás.
Sorri e sentei-me na cama tirando os sapatos e as meias.
– Até que o primeiro dia de aula não foi tao ruim. - falei e Sean sorriu.





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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que sim. Vocês já sabem o que fazer, né? Please please pleeeeeeease não sejam fantasminhas!!! Eu conto com o apoio e comentário de vocês.
Amo vocês e muitíssimo obrigada por continuarem acompanhando.
Beijinhos e até o próximo capítulo



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