Reino de Seravilha. escrita por G V Gomes


Capítulo 6
Sem coração.


Notas iniciais do capítulo

Coloquei um pouco de ação neste...



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–Ytsu, você está atrasado. -Um garoto de dez anos entra em uma sala escura, sendo surpreendido por uma voz rigorosa e forte.

–Estava fazendo os exames com Lady Hill, depois o Lorde Ysha me pediu para ajuda-lo com.... -Ytsu, começa a explicar o motivo de seu atraso, mas é interrompido por um homem com as vestes de Lorde.

–Eu sou seu mestre, não Ysha. Eu o criei, não Ysha.- O homem avança na direção do garoto, o intimidando. -E eu não dou a mínima para o que os outros Lordes querem! -Aquele era Lorde Eiffel, conhecido por ser mais rígido que uma montanha e mais perfeccionista do que o próprio Goryn, apesar de ser da linhagem Marmak. - Você será o guerreiro mais poderoso de Seravilha, se você quiser.

–Sim, mestre.-Ytsu se humilha perante o Lorde. -Me perdoe.

–Sabe que para isso precisa provar que é digno de perdão.

–Sim, Lorde Eiffel. -Ytsu foi adotado por Eiffel, e por causa da constante pressão sobre o garoto, fez com que ele perdesse sua personalidade, sugando tudo o que ele tinha para os treinos.

–Quero que vá para a floresta e só volte quando tiver aprendido que eu sou seu mestre. -O Lorde dá um tapa rosto do menino. -Isso para que lembre do que sou capaz de fazer, se falhar comigo. -Ytsu se levanta e sai da sala, indiferente e neutro, como se aquela atitude de Eiffel fosse normal.

Enquanto ia para a floresta obedecer seu mestre, Ytsu passou na frente da Catedral Nostálgi, uma antiga catedral famosa pelo piso de mármore, que segundo a lenda a princesa Lino, perdeu seu noivo em um combate com o reino rival; tomada por uma tristeza enorme ela resolve ir para uma catedral, lá ela se pós a lustrar todo o piso da catedral enquanto rezava ao Criador. O Deus se encheu de compaixão e devolveu a vida de seu amado, o Criador jurou que todo aquele que sentisse saudade de alguém, estando a pessoa viva ou morta; se fizesse assim como Lino, ele traria a pessoa de volta, por está razão muitas pessoas do mundo vem de longe para lustrar o piso de mármore branco.

–Ytsu, o que faz aqui?

–Oscar!? Te faço a mesma pergunta.-O pequeno toco de gente responde olhando pra cima, tentado olhar Oscar nos olhos. -Não devia estar treinando com Ysha?

–Ele está muito atarefado com os preparativos do Torneio, não pode me treinar e me liberou mais cedo, pensei em passar aqui para ver os lustrosos pisos da catedral.

–Hum.... -O pequeno menino acende com a cabeça.

–Sinto saudade da minha família, queria que pudessem vir ao torneio, mas a fazenda esta enfrentando um período de seca e eles precisam fazer a colheita, o mais rápido possível. -Ytsu não sabia o que era ter uma família, foi adotado por Eiffel e desde seus quatro anos passou por duros treinos.

–É uma pena. -Mesmo não conhecendo o que era o amor familiar ele viu que Oscar parecia triste e preocupado.

–Mas e você, o que o "General sem coração" mandou você fazer? - Oscar desfaz sua cara triste e coloca uma sorriso no rosto, uma de suas qualidades, ou defeitos era não querer preocupar os outros.

–Me mandou para floresta, sabe é melhor do que ficar lá ouvindo as críticas dele. -Ytsu fez um sorriso crescer no canto de sua boca, o que não ocorria muito.

–Tem razão. -Oscar concorda e olha para a catedral. -Bem tenho que ir.Boa sorte amanhã.

–Pra você também. -Ytsu deixa Oscar para trás e continua indo para a floresta; lá ele já tinha tudo do que precisaria para treinar, passara muitos anos de sua curta vida naquele lugar treinando até os ossos doerem e suas mãos sangrarem. A criança caminha para dentro de um circulo desenhado no chão e fica ali, ouvindo o som dos animais, sentindo o vento em seu rosto. Se concentrou, meditando e criou uma árvore a sua frente, mas ela não parecia com as plantas normais, suas folha eram vermelhas e seu caule negro. -Ainda não consigo criar plantas, deve ser a clorofila. -Ele toca na árvore com a mão e como fosse feita de peças, ela desmonta em lascas.

Ytsu olha para os lados, conhecia o lugar como a palma de sua mão, foi até uma pedra e a empurrou, a ser inanimado escondia uma fenda, o menino passou sua mão para dentro dela e tirou algumas folhas e um lápis; sentou-se ali e começou a desenhar o ambiente a seu redor.

–Veja o que a escuridão nos trouxe.-A voz de um jovem de dezassete anos corta o silencio da floresta.

–O quê faz aqui sozinho, pirralho? -Logo uma outra voz surge, vindo do galho de uma árvore.

–Quem são vocês!? -Ytsu se levanta assustado, nunca os vira antes.

–Participantes de Vinhe. -Os dois dizem cheios de orgulho.

–Sou Paschoal.

–E eu Adías.

–O que fazem aqui Vinheiros.

–Tola criança, como é fácil para seu governo manipular o povo, não sabe que seu país está as portas de uma Guerra que pode se expandir por todo o globo. -Adías salta para o chão, junto de Ytsu.

–E vocês querem a guerra!? -A guerra sempre foi algo difícil de entender para Ytsu, talvez por nunca ter visto uma, ou por ser uma criança que teve seus sentimentos tirados.

–Todo o povo de Vinhe está furioso com Seravilha, depois de terem apoiado o movimento de independência da província de Elo; -Aquilo de fato havia enfurecido muitos países, mas o Conselho Mundial também havia apoiado a independência da província e o Reino de Seravilha não tinha opção senão acertar também. -todo o país quer a guerra com Seravilha.

–E os Lordes não poderão socorrer seu reino, já que renunciaram a guerra e abraçaram a paz. -Paschoal diz sorrindo malignamente.

–Agora ninguém poderá te salvar fedelho! -Uma névoa negra cresce ao redor de Ytsu. -Vai será você o estopim da Grande Guerra que vem! -Uma garra negra gigante avança na direção da criança.

–Mas o que!? -Ytsu salta para esquerda, desviando do golpe, mas é surpreendido por um chute no rosto dado por Adías.

–Você é o aluno de Eiffel!? Pensei que o filho da terra de Viper teria um discípulo mais forte. -Ytsu caí no chão, levanto a mão no rosto senti o golpe.

–Quer força? Então tome força! - O olho do garoto brilha e Adías sente inúmeras agulhas perfurarem o corpo.

–O que está fazendo!? -Paschoal move o braço e a escuridão toma conta de todo o lugar, Ytsu sente que o golpe que havia lançado em Adías se voltara contra ele, estava fadado a morrer nas trevas, quando um pássaro de luz invade as trevas.

–Está bem Ytsu? -Alguém estende a mão para ele, depois que seus olhos se acostumam com a luz, consegue reconhecer seu salvador.

–Oscar!? O que faz aqui!?

–Não já tivemos essa conversa? -Oscar ajuda Ytsu a se levantar com a mão esquerda, enquanto sua mão direita criava uma luz branca e pura, que o protegia das trevas.

–Eu posso com Adías, mas Paschoal me acerta quando estou lutando contra o outro. -A criança informa.

–Então deixe ele comigo. -A luz na mão de de Oscar se transforma em um tigre que dissipa a escuridão de Paschoal. -Vamos lá garoto!

Ytsu cria um canhão de fogo, e começa a atirar na direção de Adías, apesar de muito esforço, o garoto de 17 anos nascido em Vinhe consegue desviar dos golpes.

–Não tem nada mais forte?

–Sim, mas...

–Mas o quê? Você tá levando uma surra. -Oscar via que apesar de Ytsu ser um perito em golpes mágicos a distância, seu combate corpo a corpo não era eficaz, ainda mais tendo ele só dez anos.

–Ei, Oscar. Posso de perguntar uma coisa?

–O que?

–Você luta para ficar mais forte, ou fica mais forte para lutar?

–Hã!? -Oscar olha para Ytsu, o garoto desaparece se teleportando em zique-zaque até Adías, estava na frente do oponente e colocando a mão no peito dele ; assim como uma metralhadora uma rajada escura acerta Adías o lançando em uma pedra. -Por que não fez isso antes?

–Não sei, mas não tem repetição é uma tacada só. -Ytsu vê Adías se levantar com dificuldade, sangue escorria pela sua boca.

–Afinal, o que eles querem? -Oscar produzir um raio que foi capaz de queimar Paschoal no rosto.

–Eles disseram que Vinhe, quer declarar guerra a Seravilha. -Ytsu grita para seu colega.

–Guerra... -Paschoal invoca sua espada de fogo escuro e com um golpe, quebra as árvores.

–Então esse é seu verdadeiro poder!? -O garoto agita as mão e uma garra prateada. -Achei que poderia te mata sem usar isso. -Ele corre até o garoto, rasgando o chão e o golpeia no braço de raspão, quase arrancando lhe o braço direito.

–Ora seu! -Ytsu cria uma esfera na mão e a lança no peito de Adías, o fazendo recuar. -Vou acabar com você agora.

–Se disse for verdade, mata-los só ajudaria em antecipar a Guerra. -Oscar impede Ytsu de usar seu golpe definitivo.

–Mas eles vão fugir! -Ytse vê os dois nascidos em Vinhe correrem para longe.

–Ytsu, dizem que foi ensinado a viver sem seu coração, mas o que sua mente está lhe dizendo? Deve mata-lo?

–Você está certo.. -A criança sente seu braço arder. -Droga!

–O que foi!?

–Aquele maldito, acho que conseguiu quebrar meu braço. -Ytsu vê o rasgo em sua pele, aponto de poder ver seu osso. -Acho que não vou poder competir amanhã.

–Sente-se. -Oscar une as mãos, como se rezasse, um pilar de luz paira sobre sua cabeça e ele guia a luminosidade para o ferimento de Ytsu, o ferimento se cura em questão de segundos. -Pronto agora, precisa descansar; invente alguma desculpa para Eiffel....

–Obrigado.

– Ytsu, se amanhã, eu tiver que te enfrentar; irei dar 100% de mim, para te vencer. -Oscar diz sério para o garoto, estava tão cansado quanto Ytsu, até mais se for considerar que esfregou o chão da Catedral Nostálgi.

–Como se isso fosse capaz de me derrotar. –Ytsu dá um soco no ombro de Oscar e os dois saem da floresta; eles não viram o ser escondido nas sombras, com um casaco negro, ele tinha longos cabelos negros e seus olhos estavam escondidos atrás de um óculos circular, um sorriso maligno brota no rosto dele e depois sua língua bifurcada lambe seus próprios lábios.

Já estava de noite e no dia seguinte o Grande Torneio começaria, Ylizaveta retorna para o palácio, escondida sem ser notada ela entra para seu quarto e dorme....


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