De repente: Para sempre escrita por Gabriella Kedma


Capítulo 7
Elena Means Light


Notas iniciais do capítulo

Desculpaaaa por atrasar. Moro no paraná e os professores estavam de greve, agora que voltaram estou cheia de provas e trabalhos. Me perdoem :c
Enfim, capítulo novinho pra vocês. Espero que gostem.



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Uma garota morena e de cabelos negros vem correndo em nossa direção. Pela sua expressão já sei que é problema.

– O que houve? - Pergunta Alaric, endireitando o corpo.

– Elena desmaiou durante a festa no lago. - As palavras saem entrecortadas, a garota respira com dificuldade. - Vocês precisam vir.

Alaric desliga o cortador de grama e começa a correr em direção à pequena floresta que separa o campus do lago.

Na minha cabeça só consigo pensar que ela estragou meu sábado. Eu iria ficar aqui sentado nessa cadeira de praia observando Alaric cortar a grama e conversando. Um programa bobo, mas melhor do que ficar em casa bebendo sozinho. Eu não deveria me preocupar com nada. Nada de trabalho. Nada de crianças estéricas. Nada de problemas. Até desliguei meu celular.

Bebo o restante do conteúdo do meu copo e corro atrás de Alaric. Embora eu prefira me virar e ir embora. Não me importo com esses adolescentes, provavelmente ela bebeu demais e acabou desmaiando - já presenciei isso várias vezes. É só esperarem ela acordar, dar um banho nela e colocá-la para dormir, quando acordar vai estar novinha em folha. Simples.

Percebendo isso, paro de correr. Não preciso ter pressa, só estou indo até lá porque estou curioso e porque Alaric ficaria furioso se eu fosse embora. E Alaric furioso não para de falar.

"- Você é egoísta. Você só se preocupa com você. Não consegue levar nada a sério?..." Besteira.

Vejo Alaric entrando em uma casinha pequena de madeira ao longe. Conheço esse campus como a palma da minha mão e sei que aquela casinha é onde o vigia fica para enxotar os adolescentes que decidem sair a noite. Já fui pego várias vezes por esses vigias. Malditos vigias.

Ele precisa empurrar e gritar para saírem de sua frente. Olhares curiosos estão por todos os lados, tentando ver o que se passa dentro da casinha. Chego me enfiando no meio da multidão, a festa inteira deve estar reunida na porta. Grito e empurro até conseguir alcançar a porta - que está fechada -, tento empurrar mas parece trancada. Chamo por Alaric e dou alguns socos leves na porta. A garota morena abre uma fresta e me analisa.

– Abra a porta, querida. Sou amigo de Alaric. - Ergo uma sobrancelha, esperando ela decidir se entro ou não.

Escuto Alaric gritar para deixar eu entrar, ela abre a porta o suficiente para eu passar e a fecha de novo.

– Não deixe mais ninguém entrar. - Ordena Alaric, que está agachado ao lado de uma garota. Ele tampa o rosto dela e só consigo ver seus cabelos castanhos esparramados no chão. Já vi eles antes... Onde? Me aproximo para ter uma visão melhor, Alaric está com o dedo pressionando seu pescoço, sentindo a pulsação.

Calma. Esta garota... eu conheço ela. Não. Não pode ser. A garota que dançava na mesa? Eu não tenho certeza, Alaric lança sombra sobre seu rosto e ela parece tão diferente da garota radiante que vi naquele dia. Mas não posso negar, essa também é incrivelmente linda. Seu rosto parece tão correto, cada detalhe combinando com o outro. É difícil acreditar que ela tenha qualquer defeito.

Reparo nas pessoas dentro da pequena casa. Além de Alaric e a morena, há uma garota alta e loira, roendo suas unhas. Outra loira está encostada na parede, sua expressão não demonstra nada. Com as mãos na cintura, sem saber o que fazer, um garoto impaciente de cabelos pretos e corpo definido caminha pela sala. Nenhuma deles parece perceber minha presença.

Alaric se levanta e pega o celular em seu bolso, deve ligar para Jo, uma médica e sua esposa. Uma garota loira se agacha ao lado de... Qual o nome que a morena disse?

– Elena, vai ficar tudo bem, prometo. - Elena. Luz.

– Precisamos levar ela para seu dormitório, não é bom para ela ficar deitada no chão. - Alaric guarda o celular novamente no bolso. - Minha esposa está a caminho para vê-la.

O garoto acomoda Elena em seus braços e uma pontada de inveja me atinge. Alaric sai na frente, afastando os adolescentes que ainda estão esperando. Ele vai em direção à porta carregando Elena em seu colo, seu braço esquerdo caído e balançando, sua cabeça tombada para trás. Esse garoto não sabe carregar uma mulher. Minha vontade é de arrancá-la de seus braços e levá-la até seu dormitório, mas me seguro e apenas o observo sair.




Acordo com uma dor latejante. Todo meu corpo dói. Por alguns segundos não faço ideia de onde estou, minha vista está embaçada, bolas negras dançando em minha frente. Não sei onde estou. As memórias fogem de minha cabeça.

As coisas começam a entrar em foco e reconheço a mobília do dormitório. Vejo Caroline sorrindo aliviada, e Bonnie sentada na ponta da cama, com a mão no peito, sorrindo também. Há uma moça do meu lado direito, suas roupas brancas e seu cabelo negro preso em um coque realçam seus olhos azuis como o mar. Ela sorri para mim, sua mão segurando o estetoscópio sobre meu peito.

– Como está se sentindo? - Pergunta ela com sua voz doce.

– Acho que bem. - Demoro um pouco pra responder, a situação parece estranha para mim. - Só um pouco de dor pelo corpo.

– Deixei alguns remédios para você aqui na sua cabeceira, tome-os 2 vezes ao dia até se sentir melhor. - Ela aperta minha mão e me lança um sorriso tímido. - Qualquer coisa, me liguem. - Continua ela, olhando para as meninas.

Ela deixa o quarto, me deixando sozinha com Bonnie e Caroline.

– Expliquem. - Digo, sem forças para falar.

– Acho que devemos gravar ela o tempo todo, assim ela para de perder partes da própria vida. - Bonnie e seu sarcasmo. Mais inseparáveis que Caroline e seu batom.

–Ha. - Dou uma risada curta e forçada. - Realmente acho que estão me compelindo a esquecer das coisas.

– Não seja boba! - Expressa Caroline. Ela conta tudo o que houve desde nossa conversa, e ao desenrolar da história começo a me lembrar de uma coisa ou outra. Como, por exemplo, Caroline me dizendo que tudo ficaria bem.

– Me sinto um lixo. - Minha voz sai baixa, sem força alguma. - Onde está Liam?

A ideia de ele me ver nesse estado me parece horrível. Desejo do fundo do meu coração que ele não entre por aquela porta.

– Ele precisou ir para a casa dos pais. - O alívio me invade. - Mas pediu para ligar pra ele quando acordasse.

Quero ligar para ele. Quero ouvir sua voz. Quero poder dizer que estou bem ou que vou ficar bem. Mas não vou ligar. Me sinto cansada e sei que ele vai querer ficar conversando por horas, agora eu só quero descansar. Digo isso para Bonnie e Caroline e só então percebo que Rebekah não está. Olho para a janela, já está escuro lá fora, o céu negro pontilhado por pequenas luzes.

– Tudo bem, nós já vamos dormir também, está tarde. - Respondeu Bonnie, me tirando de meus pensamentos.

Caroline vai apagar a luz enquanto Bonnie me ajeita sem necessidade. Elas vão para suas respectivas camas, a luz já apagada. Não demora para eu cair no sono.



Escuto o barulho da porta se abrindo, ainda está escuro. Olho o pequeno relógio na minha cabeceira. 3h30. A porta se abre devagar e uma figura entra de mansinho no quarto. O barulho de seu salto a entrega.

– Rebekah? Onde estava? - Mesmo tendo apenas sussurrado, percebo que minhas forças voltaram um pouco.

Rebekah se assusta, e olhando em minha direção sussurra:

– Céus, Elena! Não faça isso. Como está? - Claramente, ela tenta fugir do assunto.

– Ótima. Agora responda minha pergunta. - Digo autoritária.

Ela enrola um pouco para responder, parecendo desconfortável. Então percebo.

– Estava com Matt. - Seu silêncio afirma minhas palavras. - Bekah, não precisa ficar assim, pode me contar as coisas, não sinto mais nada pelo Matt, ele é só meu velho e bom amigo Matt.

– Obrigada, Elena. - Ela parece honesta. Ela vem até mim e aperta minha mão. - Boa noite.

– Boa noite. - Antes de Rebekah se deitar, eu já estou dormindo novamente.


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentário e ajudem a divulgar a história :D
Beijos e até semana que vem.



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