Supernova escrita por AndromedaSama


Capítulo 1
Last Kiss.


Notas iniciais do capítulo

EaeeeeeeeeeeeeeeeNão foi uma das melhores, mas adorei escrever ♥



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Quando Castiel acordou, naquela manhã preguiçosa de sábado, o rádio tocava Last Kiss do Pearl Jam.

Ele realmente gostava da música, mas no caso desta, ele não curtia muito a letra pesada e depressiva, por mais que achasse a melodia uma obra de arte. Porém, por algum motivo, ele se sentiu estranho ao escutá-la no dia de hoje, e com arrepios em sua nuca, mudou freneticamente de estação, parando em outra que tocava Bon Jovi. Satisfeito consigo mesmo, deitou de volta na cama de solteiro, pegando seu celular na cômoda ao lado.

Havia algumas mensagens não-lidas, três de Lysandre – que diziam exatamente a mesma coisa, o rapaz de certo tinha esquecido que já tinha mandado outras duas mensagens – perguntando se ele ainda ia para o aniversário de Kentin.
A última, era uma mensagem de Lynn, sua atual namorada.
Eles estavam saindo a pouco mais de dois meses, mas para Castiel parecia uma eternidade, uma eternidade de pura felicidade. Depois do episódio com Debrah e toda a sucessão de confusões que se seguiu depois disso, ele finalmente admitira a si mesmo. A pessoa a quem pertencia seu coração, era Lynn.

Lynn sempre foi sua aliada, desde o momento em que ela pôs os pés na escola. Animada, prestativa, cheia de energia. O completo oposto de seu sombrio e desonesto personagem. Alguns poderiam dizer que “os opostos se atraem” mas Castiel sinceramente não ligava para isso. Ele não amava Lynn porque ela contrariava tudo que ele falava ou dizia – por mais que ele quisesse dar uns bons tapas nela por esse motivo – ele a amava simplesmente porque Lynn era Lynn.

Lendo a mensagem da menina ele segurou um sorriso e respondeu sucintamente as mensagens.

“Castieeeeeeeeel! Não se esqueça da festa do Kentin, você prometeu que ia comigo. Venha me buscar ás 20h ♥ Amo você. Xx”

“Você não manda em mim, tábua.

Até lá. Xx”

Tomando um banho rápido e colocando uma roupa qualquer, ele foi até o supermercado mais próximo, comprando algumas coisas para fazer o almoço e comida para Dragon. Quando chegou em casa foi recebido pelo latido animado de seu amigo e brincou um pouco com ele antes de lhe dar ração e água. Deu uma varrida na casa e pôs as roupas sujas na máquina de lavar. Seguindo para a pequena cozinha, ele lavou as louças da noite anterior desanimado, enquanto pensava seriamente em adquirir o hábito de lavá-las logo antes de se deitar. Com o chão limpo, as roupas lavando, Dragon alimentado e dormindo, e as louças limpas, ele finalmente fez o seu merecido almoço, nada mais que um macarrão rápido para enganar o estômago até a festa de Kentin. Depois de jogar o prato na pia, ele recolheu as roupas molhadas e as colocou na secadora. Depois de seguir sua rotina diária de sábado, ele decidiu levar o seu cão para passear.

Voltando para casa, foi correndo tomar banho ao perceber que havia se empolgado com o cão no parque. Lavou seu cabelo e se arrumou de qualquer jeito, passando o perfume que Lynn gostava, e saiu correndo de casa, pegando sua jaqueta de couro no sofá e trancando a porta. Correu até a casa de sua namorada, que não era tão longe assim, onde olhou para seu celular que marcava exatamente 20h03.

Controlou sua respiração e tocou a campainha.

Quem atendeu foi a figura sombria e nem um pouco receptiva do pai da menina, que o odiava com todas as forças, Castiel engoliu em seco enquanto soltava um cumprimento débil.

— Olá... Cassy. – O homem disse e ele resistiu ao impulso de xingá-lo, pois sabia que ele estava apenas testando-o.

— Espere um segundo Castiel! Eu vou pegar o presente do Kentin! - Ouviu o grito de Lynn de dentro da casa e teve que suportar mais alguns minutos na batalha de encarar com o pai da moça, até que a mesma saiu ofegante pela porta, empurrando seu pai rudemente para ver o rapaz, abrindo um sorriso brilhantes depois. O coração do ruivo de farmácia saltou várias vezes em seu peito e ele lutou para não deixar transbordar o sorriso bobo que o coração apaixonado dele o impelia a soltar.

Fique legal. Pose de bad boy. Você é frio, misterioso e atraente.– Pensava o rapaz.

Mas seu coração descontrolado no peito o sabotava, e muito. Lynn estava linda com seus cabelos soltos e um vestido azul simples. Seus olhos brilhavam mais que tudo.

— Vamos, Castiel? - Ela perguntou e antes que ela pudesse responder o pai dela voltou a cena.

— Não está esquecendo nada, Lynn? - Ele perguntou e a menina virou para ele.

— Eu também te amo, papai! - Ela disse e o homem conteu um sorriso. - Até mais! - Ela saiu puxando o braço do namorado, enquanto o mesmo recebia um olhar hostil do pai da garota. Ele andaram no meio da rua escura rapidamente em direção ao ponto de ônibus, enquanto seguravam as mãos um do outro forte.

— O que você comprou para o medroso? - O rapaz perguntou tentando espiar o embrulho colorido na outra mão da sua namorada.

— Castiel! - Ela ia começar a repreendê-lo, mas desistiu, suspirando. - Um boneco do jogo de guerra que ele joga com o Armin.

— Uma boneca para uma boneca. - Ele fez uma expressão satisfeita com a própria piadinha infame.

A menina ia replicar indignada, mas antes que ela pudesse fazer isso, recebera um beijo casto nos lábios que roubou sua linha de raciocínio.

— Você está linda, Lynn.

***

Chegando na festa eles foram obrigados - na opinião de Castiel - a cumprimentarem o aniversariante, que parecia feliz demais com o presente de Lynn.

— Obrigada, Lynn! - Ele agradeceu e fez um movimento ousado e abraçar a menina, sem perceber o namorado nem um pouco feliz atrás dela, enquanto aproveitava o abraço ele recebeu o olhar assassino do ruivo e a característica passada do dedão no pescoço, que fez com que Kentin se afastasse de Lynn com pressa e desse uma desculpa esfarrapada antes de sumir no meio dos convidados. A menina olhou confusa para Castiel que deu de ombros inocentemente e ofereceu a mão para ela, puxando-a para pista de dança.

E eles dançaram. Dançaram como se não houvesse amanhã, como se fossem as únicas pessoas na terra, como se tudo que importasse fosse a presença um do outro naquela sala. Beijos selvagens foram trocados, carícias ousadas escondidas pela escuridão do recinto.

E o amor que existia entre aquelas duas almas infinitamente jovens e felizes, foi compartilhado, mostrado, e sentido.

Eu a quero para sempre. Para. Todo. O. Sempre.– Era um dos pensamentos possessivos e urgentes que passavam pela cabeça de Castiel, á vários quilômetros por hora, e atingiam violentamente sua alma, embriagada pela paixão explosiva e destrutiva, que ele sentia por uma menina incrivelmente pequena e calma.

Exatamente como o gelo e o fogo.

A paz e o caos.

O espaço e o mar.

Inebriante, extasiante, intenso.

Inexplicável.

Mas perfeitamente... Aceitável.

Era o que ele sentia por Lynn.

E por mais que ele pudesse se machucar e muito em um futuro distante, ele não queria nem por um segundo, que isso parasse de crescer.

Porque ele amava Lynn mais que tudo.

***

Depois de muita dança, diversão e alguns drinks, os dois deixaram a festa. Castiel estava quase sóbrio, mas havia se descuidado com Lynn e a garota havia abusado do álcool e agora estava completamente bêbada.

— Vamos Lynn, se ajude. - Resmungou enquanto arrastava a menina que ria aos quatro ventos.

— Caxtieeeel - Ela gemeu o nome dele. - Eu tinhamooooo.

Bufando com a falta de colaboração dela, ele a sentou ali mesmo na calçada e sacou seu celular, procurando no Google o número de um táxi, se arrependendo de não ter pensado nisso antes.

Aqueles momentos.

Aqueles poucos segundos.

Ele se virou para fazer a ligação, e antes que ela pudesse se completar, ele ouviu um grande estrondo e se virou assustado, perdendo o chão quando a cena se instalou diante de si.

Deixando o celular cair no chão, ele correu até o corpo da menina que estava jogado de qualquer jeito no asfalto, com sangue por toda parte. Ele não prestou atenção em mais nada, nem no motorista do carro que parecia histérico, nem nas pessoas que se aproximavam curiosas. Tudo que importava era saber se ela estava bem.

Mas ela não estava.

As pontas de seus dedos já estavam geladas, e seus olhos nublados e de alguma forma, ele sabia que não era porque ela estava bêbada.

— Castiel... - Ela disse em uma voz baixa, quando ele pousou sua cabeça delicadamente sobre seu colo.

— Shh, não fala nada. - Ele disse sentindo os olhos arderem e sua garganta se fechar. - Você vai ficar bem. Não se preocupe. - Parecia que ele estava tentando convencer a si mesmo. As pernas da garota estavam em uma posição muito estranhas e ela tinha um corte enorme que ia das costelas até o ombro, além de um grande corte em algum lugar da cabeça. O sangue dela escorria pelo chão e suas roupas já estavam ganhando um tom escarlate.

— Por que está chorando, Castiel? - Ela perguntou e levantou com difivuldades a mão até o rosto do rapaz. - Eu te amo tanto... Não fique triste...

— Quem disse que eu estou triste, tábua? - Sua voz falhou e ele agarrou a mão da garota. - Só tem um cisco no meu olho! - Mas ele não impediu em nenhum segundo as lágrimas que desciam constantemente.

— Você não é honesto com seus sentimentos até o... - Ele não deixou que ela terminasse a frase. Ele não queria ouvir aquela palavra. Não queria aceitá-la. Então apenas beijou a menina, sentindo seus lábios gelados como beijar a morte.

— Eu te amo, Lynn. - Ele disse quando se separou dela, e ela sorriu fraco.

E isso não era uma mentira.

Porém, até a luz deixar seus olhos verdes, Castiel não havia percebido o quanto valorizava a garota. Na verdade, ele nem ao menos havia percebido a dimensão dos seus sentimentos. Até perde-la.

E como se uma maldição tivesse sido jogada no rapaz, o rádio do carro parcialmente amassado estava tocando a todo volume, a música que ele passara o dia todo evitando.

“Oh where, oh where
Can my baby be?
The lord took her away from me
She’s gone to heaven so I got to be good
So I can see my baby when I leave this world
Oh onde, oh onde
Pode estar meu amor?
Deus a levou de mim
Ela foi para o paraíso, então tenho que ser bom
Então poderei ver meu amor quando eu deixar esse mundo”

Ela sempre esteve bem na minha frente, brilhando e aquecendo tudo como uma super-nova explodindo no universo escuro.

Mas agora, assim como aquela mesma supernova, ela desapareceu, deixando poeira de memórias para trás e um cósmico sentimento pesado no meu coração.

Ela foi realmente, a estrela da minha vida.

"When I woke up, the rain was pouring down
There were people standing all around
Something warm flowing through my eyes
but somehow I found my baby that night
I lifted her head, she looked at me and said
"Hold me darling just a little while. "
I held her close, I kissed her--our last kiss
I'd found the love that I knew I had missed
Well now she's gone, even though I hold her tight
I lost my love, my life-- that night
Quando eu acordei a chuva estava caindo
Tinham pessoas a minha volta
Alguma coisa morna escorria dos meus olhos
Mas de alguma forma encontrei meu amor naquela noite
Levantei sua cabeça, ela olhou para mim e disse
"Me segure apenas por um instante querido"
Eu a segurei perto, beijei-a-- nosso último beijo
Encontrei o amor que eu sabia que tinha perdido
Bem, agora ela se foi, mesmo eu tendo segurado-a forte
Eu perdi meu amor, minha vida-- naquela noite"


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Notas finais do capítulo

SINTAM OS FEELS QUE EU QUERIA QUE SENTISSEM

PS. Essa mudança da terceira pra primeira pessoa nos três últimos parágrafos foi intencional, me desculpe se confundi alguém e-e

Ps2. Queria deixar um puta beijo para a Beqmds que recomendou essa fanfic! Moça, você é demais, sem mais.



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