Give Me Love escrita por Lari


Capítulo 14
Saindo do Armário


Notas iniciais do capítulo

Gente, leiam as notas finais depois, please!!



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Rose não conseguia entender o vicio que ela tinha criado pela bebida, como se aquela droga suprimisse todas as suas necessidades interiores, toda a sua carência de amor, toda a sua carência de casa, do seu lar... Mas não era onde ela estava agora, a casa da família era sim reconfortante, mas o seu lar tinha nome e sobrenome, e algum parafuso a menos no cérebro.

Ela achou uma garrafa de whisky no armário, era do pai, ela acabou por beber um copo cheio escondida e depois parou, finalmente percebendo, depois de algum tempo de abstinência, o quanto aquilo era forte demais e fazia mal demais.

Ela vomitou, jogada no banheiro de casa, não sabia mais o que fazer, o que pensar, estava acabada.

–Rose? – ouviu a voz de sua mãe a chamar da sala de estar. – Está tudo bem, minha filha?

A ruiva ouviu passos, mas não se apressou em levantar, a porta estava aberta e Hermione logo a viu ali, jogada no chão e sem rumo.

–Por Merlin, querida, o que está acontecendo?

Rose se levantou e abraçou a mãe de súbito, Hermione ficou surpresa de inicio com o gesto repentino, mas logo retribuiu, acariciando os cabelos da filha de um modo protetor.

–Eu te amo, mãe – “e você é a melhor de todas, nunca vai ser uma Sangue Ruim para mim”, ela pensou, mas não falou.

–Eu também te amo, flor da minha vida – ela sussurrou. – Vai me contar o que acontece com você agora?

–Você vai querer me matar – Rose suspirou, as lagrimas nos olhos.

–Vou fazer o possível para não tentar – e em meio a tudo aquilo, ela conseguiu dar uma risada abafada e sorrir.

–Eu estou perdida, ficando com qualquer um que vejo na minha frente, pra tentar me completar. Tudo isso porque Scorpius Malfoy é um babaca e eu... Eu estava apaixonada por ele.

Hermione franziu as sobrancelhas, claramente pensando em dar um sermão à filha, porém vendo que a gravidade da situação era muito maior do que isso.

–Filha... Não me parece que essa frase deveria estar no passado, não pelo seu estado. Por que não vai e tenta concertar as coisas com ele?

–Mãe, você não entende... E eu não posso te dizer, o Malfoy disse coisas que nunca poderiam ser perdoadas.

–Tudo tem perdão, minha vida, você só precisa aprender que todas as pessoas erram e guardar mágoa só faz mal a si mesma.

Rose suspirou, segurando as lagrimas, disse:

–Mesmo que eu o perdoasse, não sei se eu conseguiria ficar com ele depois do que ele disse... Não sei se seria igual.

–Filha, nós nunca sabemos de nada quando não tentamos, se não for igual, talvez seja melhor?! Reconsidere, talvez ele tenha dito o que quer que seja num ímpeto de raiva ou nervosismo. Siga seu coração, você não deve viver assim, vazia, quando seu amor está batendo na sua porta, esperando para curar tua carência desse sentimento.

Rose sabia que Scorpius nem ao menos tentara pedir desculpas a ela, e isso também a incomodava, porque ela pensava que ele não estava nem ai, o que tornava as coisas mais difíceis ainda.

Porém ela decidiu pensar no conselho da mãe, que beijou-lhe a testa em um ato carinhoso e a abraçou novamente quando Rose assentiu.

***

Lily havia telefonado a Rose pedindo ajuda, e é claro que a garota não ia negar isso à prima, mesmo estando um bagaço, porque afinal ela sempre estava um bagaço já há algum tempo.

A ruiva foi até a casa dos Potter, em Londres, que não era muito longe da dos Weasley, na verdade. Então ela foi a pé, talvez para pensar um pouco, talvez para esvaziar a mente com a paisagem.

Alvo foi quem atendeu a campainha, ele tinha os olhos inchados e com olheiras, quando Rose entrou, ela não podia deixar de se preocupar com o primo:

–Al, o que aconteceu?

Ele deu de ombros, nitidamente não estava a fim de conversa alguma, Rose tentou insistir por um tempo, mas ele não lhe deu espaço.

–Lily está te esperando no quarto dela.

Quando Rose subiu as escadas que davam diretamente à um corredor, ela se dirigiu ao quarto da prima e teve uma surpresa: seus padrinhos e tios, Harry e Gina, estavam ali sentados na cama, de frente para ela, que estava em pé.

A mais velha já bem imaginava sobre o que era aquilo.

–Li? – Lily percebeu a presença da prima, que entrou e teve a porta fechada atrás de si logo em seguida. – Olá tio Harry, tia Gin.

Os dois cumprimentaram a sobrinha e afilhada, que encarou Lily até que ela se manifestasse.

–Bom, é o seguinte pessoal, sei que hoje é véspera de Natal e tudo o mais, só que eu preciso contar isso ou eu vou acabar explodindo.

Rose sabia para que Lily a queria ali, para lhe dar suporte e apoio caso os seus pais não o fizessem, o que ela faria sem hesitar.

–Mãe, pai... Sinto lhes dizer, mas eu estou namorando – ela começou do jeito fácil, Rose percebera.

Os Potter franziram a testa, não entendendo a gravidade da situação, Gina disse:

–Tudo bem filha, você pode namorar...

–É uma garota, o nome dela é Emma – Lily tinha os olhos fechados, claramente havia dito de uma vez antes que perdesse a coragem. – Eu sou homossexual e não quero mais viver dentro de um armário, quero saber se vocês me aceitam como eu sou, porque é isso o que mais importa pra mim.

Os pais dela ficaram em silencio por algum tempo, trocando olhares silenciosos. Quando Harry se levantou, Lily arregalou os olhos com medo, mas ele logo a abraçou forte. Rose percebeu o alivio da prima e sorriu, também aliviada e feliz.

–Minha princesa, está tudo bem, como você pode achar que não te aceitaríamos?

–Isso é completamente normal, minha pequena, eu te disse – Rose disse a ela.

–Imagino que você tenha sido o conforto que ela teve para desabafar, Rose, meus sinceros agradecimentos – Gina disse, abraçando a filha logo depois. – Amar não é um erro, filha.

O sorriso de Lily ficava cada vez mais largo, eu fiquei estupefata e surpresa pela aceitação fácil dos seus pais.

–Lily é minha melhor amiga, é minha irmã de coração e prima por sangue, eu nunca a abandonaria – ela disse.

–Vocês são os melhores pais do mundo! – Lily abraçou-os mais uma vez fortemente. – E você, a melhor prima que eu poderia querer!

Elas se abraçaram, felizes, e Rose sentiu pela primeira vez uma pontinha de felicidade novamente.

–Você precisa nos apresentar essa garota, Lily – Gina falou. – É sério, eu tenho que conhecer a namorada da minha filha!

Lily sorriu tão grandemente naquela hora e quase chegou a chorar de emoção, Rose percebera, e ouviu a prima dizer que estava ansiosa para apresentar-lhes Emma.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei se esse cap ficou muito real, porque eu sei bem que na maioria dos casos (no meu por exemplo kkk cof cof) não é nada assim quando a gente sai do armário, tem muito, mas muito preconceito envolvido, porém quis fazer com que Harry e Gina fossem mais cabeça aberta, porque é assim que eu imagino o mundo em um futuro próximo... Então, o que acharam?



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