Aprendendo a cozinhar com... Uchiha Sasuke escrita por MeilingBriefs


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Fanfic feita para homenagear nossa parabenizada, Haruno Sakura!Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/605039/chapter/1

Uma fresta de luz solar invadia o quarto do casal que dormia tranquilamente. O cantarolar dos pássaros juntamente ao farfalhar das folhas secas agraciavam aquela manhã tão serena. Era como se todo aquele ambiente natural fosse preparado somente para ela, para comemorar aquela data tão especial.

Sakura, lentamente remexeu-se na cama acreditando que eles estavam lá com caixas de bombons, dangos, flores e presentes, exclusivamente para ela.

Um sorriso genuíno se formou em seus lábios ao ter esse pensamento.

Abriu os olhos calmamente e sentiu algo abraçar-lhe a cintura. Esticou o braço esquerdo até o criado-mudo e pegou o celular. Verificou as horas, e aí sim seus olhos aumentaram consideravelmente. Virou a cabeça devagar e se deparou com o belo rosto calmo, sereno e inexpressivo, do marido, dormindo abraçando-a.

Tentando assimilar a cena atual, Sakura o encarou por um tempo antes de suspirar e rolar os olhos.

Ele não poderia ter esquecido, não, ele não esqueceria de jeito nenhum!

Ele só acordou um pouco tarde hoje”, pensou.

Olhou novamente para o relógio e arfou, vendo que já se passava das nove da manhã. Os fios cor-de-rosa escaparam entre seus dedos quando passou a mão pelas madeixas bagunçadas. Retirou a mão do marido que estava enlaçando sua cintura com todo cuidado possível, e levantou-se devagar.

Por que ele não acordou?”, perguntou-se internamente.

Sasuke, sempre teve o sono leve como uma pena. Desde o início tem sido assim. Bastava que a kunoichi ameaçasse levantar-se da cama para que o Uchiha a segurasse mais firme, acolchetando-a na cama.

Quando Sarada era um bebê e chorava à todo momento, ele era o primeiro a acordar, sempre verificando se a pequena estava bem.

Será que ele havia mesmo esquecido?

Andou até o banheiro e fechou a porta com um tanto de força. Ela queria acordá-lo, chamar a sua atenção. Esperou alguns segundos e entreabriu a porta, olhando por uma pequena fresta, notando que o marido ainda dormia.

Bufou, e a fechou novamente.

Despiu-se e ligou o chuveiro. Após aquele banho nada relaxante, visto que seu pensamento se voltava ao significado daquele dia, vestiu sua roupa habitual e penteou os cabelos, colocando duas presilhas vermelhas em um lado da franja.

— Pense, Sakura! Pense... — Sussurrou para si mesma, olhando-se no espelho.

Franziu o cenho e analisou o próprio rosto. Estava tão alvo. Somente um ponto um pouco mais escuro marcava a linha abaixo dos olhos.

Argh. Crispou os lábios numa careta asca.

Deve ser por isso que Sasuke-Kun preferiu dormir até mais tarde.”

Tratou de passar um pó no rosto e um blush leve para dar uma aparência mais saudável. Um gloss nos lábios para retirar o ressecamento. As unhas já estavam feitas, sem problema. Um pouco de perfume e estava pronta.

Caminhou até à porta, porém, congelou ao pensar em algo.

“Eu deveria mesmo levar café na cama para ele?”

Levou o indicador à boca, pensativa.

“Não, eu não deveria. É o meu dia, não o dele!”

Nem a lentidão no banheiro, nem o baque da porta focando-se ao batente foram suficientes para despertar o marido.

Andou em direção a ele e o observou novamente. Tão calmo, despreocupado, como se não estivesse acontecendo, ou não fosse acontecer absolutamente nada. Nunca, em toda a sua vida, Sakura acreditou que chegaria a sentir-se frustrada com a calmaria e despreocupação do esposo.

Num impulso, a Uchiha segurou uma almofada verde e ameaçou tacá-la em Sasuke, mas desistiu ao ver o quão errada poderia estar. Em todas as ocasiões, Sakura sempre tentou ser otimista, sempre foi fiel a confiança que dava ao marido. Por que apenas algumas horas de sono tirariam isso dela?

Suspirou derrotada, colocando a almofada em seu devido lugar. Desceu para a cozinha e começou a aprontar o café-da-manhã para a filha, que assim como o pai, dormia.

— Mantenha a calma, Sra. Uchiha. Mantenha a calma. – recitou baixinho repetidas vezes, enquanto retirava as coisas do armário a fim de aprontar a refeição matinal.

X

Ao notar que a mulher se ocupava com o desjejum, Sasuke levantou-se despreocupado e andou até o quarto da filha, que aparentemente ainda dormia. Abriu à porta com todo o cuidado do mundo para não ocasionar barulho algum, adentrou ao quarto da pequena, e fechou à porta silenciosamente.

Aproximou-se da cama da filha e ligou o abajur, pois o blackout da janela impossibilitava a luz solar adentrar.

Sentou-se na borda do colchão macio e tocou face da pequena com as costas da mão.

Sarada se enrijeceu com o toque do pai. Sasuke arqueou uma sobrancelha e seus lábios se curvaram num sorriso de canto. Balançou a cabeça negativamente e a chacoalhou.

— Sarada. — sussurrou. — Sei que está acordada. — a garota permaneceu com os olhos fechados, mesmo tendo escutado o chamado do pai. — Sua mãe está lá em baixo.

Num pulo a pequena já estava no colo do pai, abraçando-o. Sasuke sorriu. A menina olhou para os olhos do pai e arqueou uma sobrancelha.

— Papai, mamãe desconfia de algo? — Perguntou-lhe.

— De nada. Agora se apresse, ela está preparando o café. — colocou a pequena no chão e levantou-se.

— Certo.

Sarada correu para o banheiro do quarto e Sasuke deixou o local, indo para seu aposento fazer sua higiene matinal.

X

Quando estavam prontos e o cheiro de panquecas invadiu-lhe as narinas, saíram do quarto encontrando-se no corredor. Fizeram um sinal com as mãos para mostrar quem ia descer primeiro, até que Sasuke perdeu e foi primeira a descer. Chegando à cozinha, Sasuke sentou-se numa das cadeiras confortáveis da mesa. Olhou para os alimentos, hakumai¹ com tamagoyaki² e tomates, apreciou aquela bela visão matinal.

— Bom dia, Sasuke-Kun! — falou Sakura. O tom de voz incrivelmente animado. Sasuke arqueou a sobrancelha, olhando de soslaio para sua mulher, que estava de costas para si preparando algo na pia.

— Bom dia. — respondeu. Sarada chegou em seguida, sentando-se ao lado do pai. A última, e única, cadeira vazia ficou para Sakura ocupar.

A kunoichi se sentou, erguendo a mão para servir sua filha. Em seguida, serviu a si própria, uma boa porção de tomates e tamagoyaki. Sasuke permaneceu fitando cada gesto da mulher, até que deu-se conta de estar com o prato totalmente vazio.

— Sakura, e o meu café-da-manhã? — perguntou confuso. Sakura, sempre lhe servia o café. Era algo cotidiano dentro da casa dos Uchihas.

— Você também ia querer, Sasuke-Kun? — ela usou do tom mais dócil, e Sasuke pôde sentir a pontada de cinismo em sua voz.

— Sim. — respondeu. No entanto, porém Sakura apenas sorriu de canto mostrando os dentes perfeitamente alinhados.

— Que pena... — disse ela, seu rosto fingindo descrença.

Uma ova, pensou Sasuke.

— Então não terei tamagoyaki? — Sakura, com a ousadia e prepotência da qual usufruía, levantou-se delicadamente de sua cadeira, andando até a pia, onde pegou dois ovos no pote. O Uchiha olhava sua graciosa mulher, que finalmente se rendera e prepararia a refeição divina para ele. Aguardando os movimentos ensaiados de Sakura, pôde vê-la andando até si, parando ao seu lado.

— Como você quer seus ovos, Sasuke-Kun? — perguntou, esperando pela resposta que não tardou em vir.

— Do mesmo jeito que o de vocês. Mexido. — e bastou dizer isso para Sakura quebrar os ovos crus ali mesmo, em seu prato até então vazio, e mexê-los com a mão. A cena foi nojenta aos olhos do moreno, que crispou os lábios numa pequena careta.

— Do jeito que Sasuke-Kun pediu. Ovos mexidos! — ela disse, e Sasuke, por um momento, quis xingá-la de todos os possíveis palavrões.

O que mais o irritava era o tom de Sakura, que denotava o contentamento que Sasuke soube, não era real. Sarada observava tudo calada. A pequena chegou a retorcer os lábios num sorriso discreto, todavia, tratou de apagá-lo assim que percebeu a carranca do pai.

“Mamãe está com a macaca hoje”, pensou a menina, porém não ousou dizer nada.

— Que merda é essa, Sakura? Ficou louca? — Sasuke perguntou, levantando-se de supetão e erguendo o braço para os ovos “mexidos”.

Sakura, que realmente estava irritadiça, preferiu responder com o silêncio, levando o hashi ao próprio prato, e depois à boca, deliciando-se com o alimento fresco.

— Não vai dizer nada? — pressionou ele.

— Papai, deixa isso pra lá. — finalmente Sarada interveio, buscando aplacar o principio de uma possível discussão.

Sakura bufou, revirando as íris diante da insolência de sua pequena, amada e puxa-saco, filha.

Ela estava mesmo defendendo-o, quando deveria estar ao seu lado?

Sarada costumava defendê-la com unhas e dentes, mas quando Sasuke estava no meio, então a menina abandonava todos os argumentos possíveis e ficava ao lado do pai. Independente de qualquer coisa, e quando Sakura diz independente, ela quer dizer literalmente.

Porra, foi ela quem pariu a pequena num parto normal de 12 horas. As dores da contração eram terríveis, quase insuportáveis. No mínimo, Sarada tinha que estar ao seu lado sempre.

E não é que ela não estivesse. Veja bem, Sarada era a filha perfeita. Entretanto, a pequena era tão apegada ao pai que quando se tratava de pequenos desentendimentos familiares, Uchiha Sasuke sempre tinha o apoio da filha. Maldito! Conseguira persuadir sua pequena direitinho quando contava aquelas histórias de seu clã e o quão poderosa ela poderia ser ao despertar o sharingan e acabar com Boruto, seu rival. Pois é, Sarada mantinha a mesma relação com Boruto, que Sasuke e Naruto mantinham. Grande ironia do destino.

— Sakura, realmente não vai dizer nada? — Sakura foi tirada de seus pensamentos macabros, digo, devaneios, com a voz firme de seu marido.

Ousou olhá-lo bem nos olhos, sustentando aquelas duas pedras ônix que tanto amava. Sua expressão, antes rija, fora substituída pelo sorriso sarcástico.

— Não tenho nada a dizer. — ele franziu o cenho.

— Tem algo errado?

— Ah, não sei. Me diga você, Sasuke-Kun, tem algo errado hoje? — a última palavra fora pronunciada com certa ênfase.

Sakura era realmente dura na queda. Sasuke já podia imaginar o que estava deixando-a mal-humorada.

Na verdade, apostava todas as fichas que sua queria esposa, que neste exato momento lhe fuzilava com o olhar, estava apenas querendo chamar-lhe àtenção para que a parabenizasse.

Nem em sonhos faria isso! Tinha um acordo com sua pequena, e mesmo sendo tratado mal por sua mulher, permaneceria o mais indiferente possível.

— Não, Sakura. Não tem absolutamente nada de errado hoje. Por quê? Deveria? — quis sorrir de canto ao perguntar, mas teve que permanecer apático. Sakura bufou, levantando-se da cadeira e pegando os pratos. Parou exatamente com a mão no prato de Sasuke.

— Não vai comer seus ovos, amor? — irritante maldita, praguejou Sasuke.

— Hm. — grunhiu, recebendo em troca uma risadinha de Sakura, e um cutucão de Sarada.

— Não acabe com o plano, papai. — a pequena sussurrou entredentes assim que Sakura virou-se de costas.

Sasuke suspirou pesado. Não, de jeito nenhum, estragaria o plano de Sarada!

Irritado e disposto a prosseguir com o plano da filha, Sasuke sabia bem o que tinha que fazer e como fazer.

“Quanto mais irritada ela estiver, melhor”, o moreno refletiu.

— Sarada! — Sasuke chamou àtenção da pequena que, de pronto, virou-se em direção ao pai, deixando de observar a mãe.

— Sim, papai. — Respondeu.

— O que acha de assistir o filme da princesa ventania? — só pronunciar o título do filme já era um confronto para Uchiha Sasuke. Todavia, faria até o impossível para manter Sakura o mais afastado possível. Era até divertido deixar sua mulher irritada.

Tsc.

Como se ela já não fosse irritante o suficiente.

— Huh... — pousou o dedinho indicador nos lábios finos e olhou para cima. — Claro, papai. Ótima idéia!

— Claro! — se vangloriou. — Não temos nada pra fazer hoje mesmo. — provocou ainda mais.

A última frase do Uchiha fez Sakura querer matá-lo, e não provocá-lo como estava fazendo.

A rosada bateu o pano de prato contra a pia e derrubou a frigideira, atraindo a atenção do esposo e da filha, que após olharem-na, a ignoraram indo para a sala assistir o filme.

Sakura ficou estática. Ele estava querendo se vingar dela. Ah, ela sabia...

Sasuke sempre fez o tipo vingador, e começar uma vingança contra a própria esposa? Falta de surra, e se possível de chicote!

Ouviu o som que vinha da sala, tal que a agoniava. Por que Diabos Sarada e Sasuke só assistiam aquela porcaria de filme? O que aquela princesa tinha demais?

A vontade da rosada era de mandá-los para o universo da tal princesa para ver se finalmente percebiam o que estavam esquecendo.

Terminando de arrumar a cozinha, ainda atônita, suspirou pesadamente e deu um sorrisinho macabro.

Ele quer jogar comigo? Ótimo, vamos ver quem é que vence!”

Não precisava de muito para que Sakura se magoasse, visto que ela é frágil emocionalmente. Mas já que Sasuke queria brincar com ela, tudo bem, ela entraria na brincadeira, mas para ganhar. E se fosse preciso incorporar a pomba-gira para acabar com essa palhaçada, então ela viraria a verdadeira mãe Lucinda.

X

Sarada, se continha para não rir e estragar o plano. Por outro lado, Sasuke parecia estar levando isso a sério. Ele sabia que a esposa poderia surtar e tentar matá-lo, ou até mesmo fazer coisas horríveis com ele, como fazer greve de sexo, ou colocá-lo para dormir no sofá. Deixá-lo passar fome e chutar os seus testículos. A idéia de ser castrado também passou pela sua cabeça, fazendo-o rosnar baixinho. Uma camada de suor frio escorrendo por sua testa.

— Papai, essa vai ser a melhor surpresa da história de Konoha! Nem o tio Madara — assim o chamava, ironicamente é claro. — É tão esperto que nem a gente! — gabou-se.

Sasuke riu com a pequena. Colocou sua mão sobre a cabeça e bagunçou os cabelos negrumes e curtos, puxando-a para mais perto de si. Não eram necessárias cerimônias para que a pequena se sentisse confortável ao lado do pai, visto que, apenas um carinho no cabelo a fez abraçá-lo para que em seguida se jogasse no colo do mais velho.

Sasuke e Sarada se concentraram naquele filme, de uma forma que se esqueceram de que Sakura estava no cômodo ao lado. Mas é claro que a rosada não deixaria nada passar despercebido. Nem ela, nem a sujeira de casa.

Como toda boa esposa, mãe e mulher, Sakura pegou no quartinho todos os produtos de limpeza e andou até a sala. Não se importou em escancarar as cortinas e janelas e entrar na frente da televisão.

— Sakura, você não é transparente. — Sasuke provocou.

Sakura, pouco se importou com o comentário inútil do marido, apenas continuou passando um pano com duas gotinhas de álcool em gel na televisão. Higiene é tudo!

— Mãe, a gente quer ver o filme. — Sarada resmungou.

Essa pirralha estava pedindo por uns tapinhas de amor! Ah se estava.

Ignorou-a.

Tirou o pó pelo menos três vezes do mesmo lugar. Quando virou-se, deparou com dois Uchihas apáticos.

Sarada tinha mesmo que ser mais apegada a ele?

— Terminou?

— Não benzinho. E você?

— Terminei o quê? — ele quis sorrir, mas segurou o instinto e apenas deixou uma carranca transparecer.

— Vai saber... — ser cínica não era algo que complementava a personalidade da rosada. Pelo contrário, ela só estava atuando. — Vão para a escada, eu tenho que limpar isso aqui. — mandou.

— Escada? — O moreno pensou e hesitou antes de dizer qualquer merda que fosse. — Claro, vamos Sarada. Vamos apreciar as escadas!

Sakura bufou.

Era chato, frustrante. Como assim sua família se esquecera de seu aniversário? Ela vinha avisando sobre a data faz semanas, havia até mesmo colado papeizinhos pela casa, deixando claro o presente que gostaria de ganhar, um elegante jaleco bordado com pétalas de cerejeira. E mesmo assim eles se esqueceram...

Continuou limpando. Ela esfregava os móveis com raiva, principalmente porque era obrigada a ouvir a conversa entre marido e filha.

— Querida, hoje podemos treinar, se você quiser.

— Eu vou ser forte como você?

— Claro. Sabia que dizem por aí que você é a minha cópia? — falou mais alto. Ele queria provocá-la, e sim, estava conseguindo.

— Eu concordo e gosto! — Sakura apertou o cabo de vassoura até que o mesmo se quebrasse ao meio.

Sasuke, por sua vez, conteve o riso, e passou a admirar a pequena ao seu lado, que também o encarava.

— O que foi, mamãe? — Sarada perguntou num tom inocente. Puro fingimento!

— Nada.

A Uchiha virou-se em direção a dupla dinâmica e largou à metade do cabo que estava em sua mão, no chão. Tirou o avental branco e soltou o cabelo que havia prendido para facilitar a limpeza. Bateu uma mão na outra e começou a subir as largas escadas.

— Não vai limpar a casa, Sakura? — Sasuke sabia muito bem usar o tom “inocente” para arrancar qualquer coisa da esposa.

Sakura parou no meio das escadas e virou-se em direção ao ser repugnante que a chamava.

Tomou fôlego antes de perguntar. — Quer a casa limpa, amor? Limpe-a você! Não há nenhuma deficiência em suas mãos e pernas. Peça ajuda pra Sarada, ela com certeza ficará do seu lado.

Voltou a subir os degraus. Sakura, mal passou os monólogos. A porta do quarto foi fechada com força. Sarada tremeu.

— Está dando certo. — Sasuke comentou baixinho.

— Sim! – Bateu palminhas. — Que horas devem ser?

— Hora daquela outra irritante chegar. — finalizou olhando para o relógio em sua mão.

X

Ele estava brincando com ela. É claro, era um jogo. OU talvez não.

Trocou o vestido por uma calça confortável e calçou seu par de sandálias. Aquele era definitivamente o pior aniversário de sua vida! Ah, como ela odiava ser esquecida por alguém, como odiava!

Lembrar-se dos aniversários anteriores era algo cômico. Riu sem humor e jogou-se na cama do casal. Encostou o braço na testa e fechou os olhos.

Oh céus! Por que ela sempre chorava?! Balançou a cabeça de um lado para o outro e respirou fundo.

“Talvez eles tenham enjoado de mim...”, pensou.

Apertou os olhos com força e mordeu o lábio inferior. Pegou o celular e viu as mensagens parabenizando-a pelo seu dia. Grande coisa! Do que adianta todo mundo dizer coisas bonitas, sendo que as pessoas que ela realmente ama incondicionalmente simplesmente a esqueceram?

Desligou o celular e permaneceu de olhos fechados, tentando esquecer-se desse maldito ocorrido!

X

A loira estava louca para ver a cara da amiga, que deveria estar uma fera com esses dois, e assim bateu na porta da casa dos Uchihas. Sarada pulou em seu colo assim que abriu a porta, e a abraçou, agradecendo-a por estar cooperando.

— Sarada, chame Sakura. — Sasuke pediu.

Enquanto a pequena chamava pela mãe, Sasuke e Ino comentavam sobre o quão terrível estava à ferinha de cabelos cor-de-rosa.

— Como ela está? — Ino perguntou.

— Com raiva. — fora somente isso que Sasuke respondeu. E não precisou de mais para que Ino soubesse que aquelas duas palavras significavam o apocalipse.

X

— Mamãe? A Tia Ino está aqui e quer vê-la. — Disse Sarada, entrando no quarto dos pais.

Sarada sentiu o coração partir ao ver que a mãe estava realmente triste com eles, mas ela tinha que ser forte para não estragar a surpresa.

— Já estou descendo. — Sakura murmurou sem animo.

— Ótimo.

As duas desceram lado a lado sem trocar uma palavra. Sakura tinha os olhos fixos no chão, e Sarada mantinha a cabeça erguida, sem perder a postura de Uchiha revolucionária que era.

Ino deu um gritinho agudo quando a amiga chegou à sala. A primeira coisa que Sakura fez foi abraçar a loira.

Sasuke engoliu a seco ao presenciar a cena de afeto entre as duas amigas.

— Sakura, vamos sair um pouco? Preciso comprar algumas coisas, sabe? Não posso usar sempre o mesmo shampoo.

Ino havia sido direta. Direta até demais. Sakura a olhou esperançosa, e a loira riu perguntando se ela queria algo ou se tinha algum problema.

— Não, eu não tenho problema nenhum. — Respondeu seca.

Sasuke tossiu.

— Bom, eu não vou. Quero ficar em casa hoje. — Sakura afirmou.

— Você não tem nada pra fazer hoje, Sakura. Vá com ela. Eu cuido da Sarada. — Sasuke se pronunciou, chamando atenção da mulher, que estava em no limite.

Sakura os encarou. É claro que sua melhor amiga lembraria do seu nascimento. Não é possível que esqueceriam a data do nascimento da mulher com a maior testa nível guiness Konoha book!

— É verdade, amiga. Hoje não tem nada especial. Vamos! — Ino não hesitou em puxa-la pelo braço.

Sakura deixou-se ser puxada por sua amiga e rival, ainda que seus sentimentos estivessem abalados pelo ocorrido desde que acordara.

Antes de cruzarem o batente da porta, ela olhou para trás. Seus olhos cruzaram com os de sua família. Nitidamente os olhos de Sakura estavam tristonhos, abaladas por toda a cena que sua família fizera esquecendo-se de uma data tão importante.

Baixou os olhos antes de sair de casa, desviando-os dos de Sasuke e Sarada, que apenas se entreolharam, silenciosamente, entendendo um ao outro, esabendo o quanto haviam magoada a kunoichi.

X

Após Sakura sair de casa acompanhada de Ino, Sarada e Sasuke correram para a cozinha.

Deveriam preparar o bolo o quanto antes, o que seria terrivelmente trágico.

Sasuke, com a receita que Ino deixou com Sarada, recolheu todos os ingredientes necessários e os pôs sobre a mesa.

— Ovos — ok. — Farinha — ok. — Manteiga, óleo, morangos, leite. — ok.

O Uchiha sussurrava cada item, olhando no papel e verificando se havia pegado tudo certo.

— Papai, posso te ajudar? — perguntou a mais nova.

Sasuke pensou em negar, no entanto decidiu que quatro mãos são melhores que duas.

— Pode. — respondeu.

Como nada dá certo para Uchiha Sasuke, isso é fato, assim que tentou quebrar os ovos com toda delicadeza que lhe provém, ou seja, nenhuma, a porcaria toda se quebrou.

Suspirou, tentando buscar toda a paciência que nunca existiu.

Sasuke olhou para o lado, constatando Sarada untando a forma, e rapidamente jogou os ovos com casca e tudo, pouco se importando com toda aquela baboseira de só usar o que há dentro.

Ninguém ia sentir aquelas cascas quando a massa fosse ao forno, pensou ele, bisbilhotando Sarada de soslaio enquanto tacou o outro ovo no pote.

Assim misturou todos os ingredientes. Sasuke ficou encarregado de bater a massa.

Sua mão batia a mistura, deixando o pó da farinha subir, sujando sua blusa preta.

— Maldição, essa porcaria está acabando com minha blusa nova! — Sasuke praguejou baixinho.

— Depois a mamãe lava, papai. — Sarada disse.

Se Sakura soubesse que a pequena falava assim, certamente a faria lavar suas roupas pelo resto da vida.

Terminou de bater aquela porcaria toda no tempo que mandava a receita, e despejou todo o conteúdo dentro da forma que Sarada havia untado.

— Agora é só colocar no forno. — Sarada avisou, lendo o papel e entregando-o para o pai que folheou rapidamente o conteúdo.

Assim como sua pequena disse, teria apenas que colocar aquela merda toda no forno e esperar 40 minutos.

Passando-se o tempo marcado, Sasuke retirou a forma do forno. O resultado foi, digamos, razoável.

A massa ficou bem tortinha e solada. As bordas queimaram um pouco, nada que um pouco de chantilly não resolvesse.

Trataram de enfeitar o bolo. E assim que estavam terminando, Sarada deu a brilhante ideia de pôr tomates circundando-o. Sasuke aprovou, é claro, pois não havia nada melhor que belos tomatinhos para encobrir o gosto do conteúdo.

E assim nasceu o bolo de morangos com tomates. Ou tomates com morangos. Tanto faz!

X

— Surpresa! — Disseram em uníssono. Claro, Sarada gritou empolgada, enquanto Sasuke apenas murmurou acanhado. O ex-vingador sentia seu rosto esquentar por tamanha bizarrice.

A verdade era que toda essa palhaçada, assim classificava, era invenção de sua Sarada, e só concordou por não conseguir negar algo assim quando a pequena lhe olhava com os olhos mais radiantes.

Sakura estagnou com a mão na maçaneta assim que ouviu a palavra.

Tanto Ino quanto Sakura, permaneceram paradas na porta tentando entender que merda estava acontecendo.

Ino se perguntava por que a casa estava vazia, quando Sarada, ao vir lhe pedir o favor de distrair Sakura durante todo o dia, disse ser para uma festa surpresa.

É claro, a Yamanaka imaginou uma super festa, com direito a tudo que sua amiga e rival tinha direito. Agora, olhando os únicos convidados, estes sendo Sasuke e Sarada, percebeu que foi uma plena idiota por pensar que Uchiha Sasuke, o cara mais antissocial do mundo, organizaria uma festa surpresa de verdade.

Já Sakura, apenas se perguntava por que tinha um morango em cima do seu bolo, e rodelas de tomate em volta dele.

Sasuke e Sarada, ficaram em pânico por não receberem atenção da Uchiha, nem um sorriso ou agradecimento. Absolutamente nada.

“Putz, mamãe irá nos matar”, Sarada pensou, segurando uma caixa média embrulhada para presente.

Sakura puxou Ino para dentro de casa e fechou à porta como se estivesse fugindo de algum ladrão, recostando as costas na madeira. Em momento algum deixou de observar os dois Uchihas, que olhavam-na receosos .

As sobrancelhas levemente franzidas ampliavam sua testa.

— O que está acontecendo? — Perguntou séria.

— É uma surpresa pra você, mamãe. — Sarada disse, sorridente, correndo em direção à dona dos olhos esmeraldas, e jogando confetes sobre a mesma, que permaneceu desacreditada.

Sakura realmente não tinha o que falar. Se a intenção era surpreendê-la, então certamente conseguiram em cheio!

— Feliz aniversário, Sakura. — Sasuke disse quase num sussurro. Olhou para sua mulher, que o fitava com um tique cômico na sobrancelha esquerda.

— Quê? — ela retrucou.

Porra, o que queriam que ela fizesse? Simplesmente entendesse tudo em questão de segundos? Nada disso! Ela só precisava saber o que caralhos estava acontecendo ali!

X

Sasuke desculpou-se com sua mulher. Entrar em uma greve de sexo, ou ser castrado, não estava em sua lista.

Sarada e Ino fizeram a mesma coisa. Sakura contorceu os lábios, formando um bico emburrado.

— Por que tem tomates no meu bolo? — Perguntou sem olhá-los.

Por mais que estivesse surpresa. Veja bem, surpresa mesmo, ao pé da letra, não conseguia assimilar os tomates contornando o bolo. Não que não gostasse de doces, tampouco de salgados. Mas é que, pense bem, misturar morangos com tomates não foi lá a melhor invenção do mundo.

— Porque tomates são gostosos! — Sasuke e Sarada responderam como se fosse à coisa mais óbvia, arrancando um sorriso de Ino.

Além da bela sacanagem e o teatro matinal, ainda tinham capacidade de introduzirem no bolo, que era para ser seu, tomates. Amava tomates, porém, não em bolos.

Suspirou, contando mentalmente até dez. Dez era o número necessário para engolir toda a vontade de esganar seu maridinho que a olhava cinicamente.

Maldito Uchiha, conseguia ser indiferente até nessas horas!

Sakura sentou-se no estofado da sala e cruzou braços e pernas, virando o rosto para o lado oposto. Ino colocou as mãos na cintura e pigarreou.

Ela não teve culpa, não podiam agir como se ela fosse à culpada!

— Acho que alguém me deve desculpas por me deixar passando fome até agora. — Sasuke brincou.

— Acho que alguém merece explicações por ter passado o dia todo achando que havia sido esquecida. — Sakura retrucou, ganhando um sorriso do homem que, além de ser pai de sua filha, era o homem de sua vida.

Talvez, só talvez, pudesse comer aquele bolo e fingir satisfação, porque fora as duas pessoas que mais amava no mundo quem preparou tudo para agradá-la.

Olhou para aqueles dois, que estavam de pé. Sasuke segurando o bolo, enquanto Sarada ainda permanecia com o presente na mão. Sorriu a visão divina da sua família.

Eles eram tudo para si!

— Mamãe, o papai está comendo os tomates sem antes cantar o parabéns. — Sarada denunciou o pai, pela primeira vez dedurando-o, o que fez Sakura gargalhar com a cena de um Sasuke constrangido.

X

O casal Uchiha estavam deitados na cama de casal que partilhavam.

Sakura apoiou a cabeça no ombro do marido, fechando os olhos, deixando seus lábios curvarem-se para cima num sorrido genuíno.

— Obrigada, Sasuke-Kun. — agradeceu ela. O moreno anuiu, sabendo que sua esposa sentira o mover de sua cabeça.

No cômodo, o silêncio se estabilizava, deixando a calmaria invadir o casal. Passaram por muitas coisas juntos e, ainda assim, estavam juntos, e isso era a única coisa que importava para eles.

— Mesmo que no fim tivemos que pedir pizza.

Sasuke deixou um sorriso escapar. A mulher em seu braço era realmente irritante e conseguia estragar até mesmo o clima.

— Cala a boca, Sakura. — pediu, usando os lábios para calarem sua esposa, que correspondeu ao simples roçar. Aquela noite se amaram intensamente, assim como se amariam pelo resto de suas vidas!

The End


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

¹ - Arroz
² - Omelete


É realmente gratificante estar aqui, e depois de quase 4.700 escritas em horas, saber que esse trabalho valeu a pena. Não estamos somente homenageando-a, mas sim ao seu criador. Masashi, realmente tem uma mente surpreendente. O que o amor não faz? Bem, esse tal de amor fez com que Meiling e eu perdêssemos nossas preciosas horas de sono para entregar este presente. Aprenderam a cozinhar com o mestre Uchiha e sua pequena? U-u
Sakura merece toda homenagem. Por seu caráter, por suas lágrimas, por seu suor, por sua dor, seu amor, suas lutas e guerras, pelo que ela nos passa, pelas suas conquistas. Mesmo sendo um mangá, nós a apreciamos e aprendemos muito com ela. Por mais que ela não possa nos ouvir, nos ver ou falar conosco, ela é nossa personagem exemplo, e a levaremos conosco para sempre. Happy B-Day, Sakura-Sama!



Bem, agradecemos todos que leram até aqui. Esperamos pelos comentários com grande expectativa, então, por favor, não nos deixem na mão e escrevam o que acharam! Não custa nada afinal!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo a cozinhar com... Uchiha Sasuke" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.