No capítulo anterior:

Fiquei a pensar naquilo por um tempo. Eu preciso inverter os papéis e já sei como. Katherine Beckett, você vai se arrepender!

Pov Lanie

–PORCOS! IMUNDOS! – Eu gritava pela rua, histérica. Porquê a mim? Lanie Paris?

–Lanie! Espera! – Esposito e Ryan corriam atrás de mim, tentando me deter.

–BABACAS! DEIXEM-ME EM PAZ! – Soltava-me dos braços deles que me imploravam para que eu parasse.

Umas horas atrás

Lembram-se de que eu e Ryan estávamos escondidos de Javi? Pois, então eu vou vos contar o que me aconteceu.

Quando eu e Ryan achamos que seria seguro sair daquele banheiro, adivinhem só? O Javi estava nos esperando á porta. E eu, Lanie, na minha ingenuidade pensava que iria ser uma briga enorme. Que iriam voar socos, rolar pontapés e tudo mais. Mas não. Esses dois babacas que se chamam Ryan e Esposito, em vez de me tentarem conquistarem, não. Sabem o que esses idiotas fizeram? Convidaram-me para sair e ficaram a olhar para outras garotas, ou melhor, a AVALIA-LAS. Vocês acham bem? Num momento dizem que me adoram, que me veneram e no outro já estão sentados comentando a bunda das garotas. ANORMAIS! Saí correndo do bar e agora tenho esses dois palermas me seguindo. Não há ninguém que aguente.

–Lanie! – Chamavam-me.

–Sabem que mais? Memorizem bem este dia! O dia em que eu, Lanie Paris, juro vingança perante vocês. Vocês vão se arrepender amargamente do que me fizeram hoje! Adeus! – Bati a porta de minha casa bem na cara deles e só me lembro de me enfiar na cama e tentar dormir.

Pov Castle

Vi o Sol iluminar o meu quarto e não podia ficar mais feliz. O Sol brilhava e eu tinha um plano espectacular para trocar as voltas aquela garota insuportável. Liguei ao Ryan, o meu único amigo de confiança.

–Oi… – Disse, desanimado.

–Bom dia, amigo! Que voz essa? – Perguntei, alegre.

–Uma longa história, te conto na escola. Porque está a ligar a essa hora? Ainda são 7 horas da manhã. – Concluiu, sonolento.

–Eu preciso de um favor, Ryan. Mas tem de prometer que ninguém saberá de nada. Nem mesmo o Espo.

–Pode dizer.

Assim que lhe disse o meu plano, ele achou que Beckett assim que soubesse me iria tentar matar, mas eu tenho de arriscar. Essa pindérica não me intimida.

Pov Kate

Acordei sorridente, nada melhor do que puder chantagear Richard Castle, o maior babaca de todos os tempos e dos próximos.

–Posso saber o motivo do sorriso? – A minha mãe perguntou.

–Estou contente hoje. Não há motivo. – Suspirei, imaginando qual seria a minha próxima chantagem.

–Finalmente você e o Rick se entenderam? – O meu pai olhou de soslaio para mim com um pequeno sorriso nos lábios. A minha felicidade murchou.

–Mas porque raio toda a gente acha que eu e aquele animal vamos ficar juntos? Será que não se percebe que eu não o suporto?

A gargalhada dos meus pais fez-me suspirar e eu acabei saindo de casa, nervosa.

O meu celular começou a tocar freneticamente e eu atendi sem mesmo ver quem era.

–Oi! – Disse enervada.

–Calma, girlfriend. Já vi que estamos as duas chateadas hoje. O que aconteceu?

–Nada, Lanie. Só quando me falam daquele anormal, eu fico assim. O que se passa consigo?

–Kate, sabe o que eu acho? Nós temos que exterminar todos os garotos do mundo!

Só Lanie para me fazer rir pela manhã.

–Você está rindo, garota? Então eu depois vou lhe contar o que o Ryan e o Javi me fizeram! Eles são indecentes, eu não quero olhar para a cara deles. Mas enfim, nos vemos na escola?

–Sim, você já chegou?

–Sim, te vejo lá. Beijo, amiga.

–Beijo.

Desligou a chamada e fui o mais rápido que pude. Essa Lanie é uma anedota.

Quando cheguei o cenário logo me fez rir. Ryan de um lado e Esposito do outro. Lanie no meio, tapando os ouvidos feito uma criança e Castle rindo.

Tirei o capacete e assim que cheguei lá, Lanie me agarrou no braço e levou-nos para dentro da escola.

Contou-me o que tinha acontecido e não pude deixar de rir.

–Você acha piada? – Perguntou, desiludida.

–Têm que admitir que têm a sua piada, Lanie. Eles são umas crianças autênticas. Não quer dizer que eles não gostem de si, são infantis. Os homens nunca crescem. – Dei de ombros. Depois de mais um tempo a conversar, tocou para a primeira aula da manhã. Fomos juntas para aula e eu podia ver a cara de arrependimento de Ryan e Esposito.

Meredith nem tinha aparecido. Coitada…

–Bom dia, Castelinho. – Sentei-me ao seu lado e pisquei para ele.

–Bom dia. – Sorriu, serenamente e achei aquilo estranho. Ele deveria, no mínimo, estar nervoso. Afinal eu tenho o seu diário.

–Já está a fazer os preparativos para a festa? – Provoquei.

–Nem imagina… - Deu uma gargalhada suave e franzi as sobrancelhas. Algo não está bem.

Baterem à porta da sala e uma funcionária morena pediu licença para entrar.

–Bom dia, a directora pediu para chamar o senhor Richard e a senhorita Beckett para irem ao seu gabinete. – Todos os olhares caíram sobre nós. Engoli em seco e lembrei-me logo da ameaça de Meredith. Eu mato aquela desgraçada.

Levantamo-nos em silêncio e assim fomos até ao gabinete do terror: o gabinete da directora da escola, Gates.

A porta abriu-se, vagarosamente, e a figura majestosa e ao mesmo tempo assustadora, apareceu de pé e de costas para nós. Pude ouvir a respiração pesada de Castle. Aquilo até me deu vontade de rir, mas tentei evitar. Castle olhou para mim chocado e li nos seus lábios o que ele tentava dizer: “você é louca”.

–Com que então… - Gates virou-se para nós, pacificamente. – Vocês os dois tentaram assassinar a nossa empenhada aluna, Meredith?

–Ela disse o QUÊ?! – Quase gritei. Eu vou mesmo matar aquela anormal.

–Não foi nada disso. – Castle falou ao mesmo tempo do que eu.

–CALEM-SE! – Gates levantou o braço e falou com um tom de voz firme e altivo. – Eu sei perfeitamente daquilo que vocês são capazes! Vocês são uns delinquentes! Ou não se lembram daquele incidente à uns meses atrás?

Eu e Castle ouvíamos com atenção, enquanto relembrávamos do episódio que aconteceu à uns meses atrás onde eu e Castle organizamos uma revolução/motim na cantina da escola.

–Eu não quero ouvir a vossa explicação, eu quero que isto não se volte a repetir. Se eu ouvir, só MAIS uma queixa vossa, vocês vão ser castigados. Estamos entendidos?

Eu e Castle assentimos a cabeça, positivamente, como se fossemos robôs e depois saímos assim que Gates mandou.

–Esta é a única mulher que realmente me consegue aterrorizar… - Castle confessou, com os olhos arregalados enquanto íamos novamente para a sala. Revirei os olhos.

Pov Castle

Depois do raspanete que levamos da directora Gates, quase esquecia do meu plano maravilha.

Assim que tocou para o intervalo, Ryan veio ter comigo.

–Sabe o que tem de fazer, certo? – Perguntei de novo.

–Claro que sim. Pode deixar. Têm mesmo a certeza que quer fazer isto? – A sua expressão facial demonstrava medo.

–Você está com medo? – Ri.

–Claro que não, Castle! – Assegurou e depois foi ter com Espo, Lanie e Kate que estavam na mesa do bar da escola.

Pov Ryan

Confesso que tenho um mau pressentimento para quando isto acabar e digo mais: se Kate desconfiar que o Castle teve um cúmplice, eu não me vou acusar.

Fui até à mesa onde Lanie, Espo e Kate estavam como planeado.

Apesar de ser um pouco difícil, consegui distraí-los por um tempo. Pelo menos tempo o suficiente para o Castle conseguir tirar a chave da mochila de Kate.

Pov Castle

Assim que vi Ryan piscar o olho, fui a correr até à mochila de Beckett e sem dar nas vistas, consegui tirar da bolsa pequenina a chave de casa dela. Agora, só preciso de uma cópia da chave e já posso recuperar o meu diário. Ou melhor ainda: vingar-me dessa maluca a quem dão o nome de ser humano. Katherine Beckett você vai mesmo se arrepender.