Pandora escrita por Corie J


Capítulo 20
The Couple that Chose Love


Notas iniciais do capítulo

Com esse título eu já dou spoiler :)



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Eu passei a estudar com menos frequência de tantas vezes que dormia enquanto fazia as tarefas. Já havia desmaiado na aula de poções e a minha saúde estava...

Bom, eu não estava melhorando.

E eu sabia o que iria acontecer no final.

— Oi Sammy — sorri, sentando-me ao seu lado.

— Oi — disse ele, me abraçando.

Engoli em seco.

— Eu estou meio doente, Sam. É melhor não me abraçar.

— Tem a ver com o seu poder?

Meu coração bateu a mil. Lembrei-me do dia que eu estava vindo para Hogwarts.



— Você consegue guardar um segredo? Eu nem sei como é que a escola é. Na verdade, tirando os Weasley, os Potter e você, acho que não conheço mais ninguém. — confessei.

— Ah, mas você sabe como fazer alguns feitiços simples sem a varinha. Eu acho isso incrível!

— O quê? Como você sabe?

— Bom, eu acho que eu tenho que te proteger.

— Sam, isso não responde a minha pergunta. Como sabia?

— Eu apenas sei, Carter.


Parecia que aquilo havia acontecido a anos atrás. Era sério que eu só estava em Hogwarts há seis meses? Pareciam séculos! Tantas coisas aconteceram... Suspirei.

— Você não vai me contar como sabe, não é, Sam?

— Desculpa.

— Bom, sim. Tem a ver com os meus poderes.

Tossi. Estavamos sentados na biblioteca. Eu na verdade não estava estudando, mas era sábado à noite e a Sonserina deu uma festa. Foi então que eu pensei a respeito. Eu não ia melhorar. O que estava fazendo ali? Afastei a cadeira da mesa. Cambaleei um pouco, mas tomei o equilíbrio e baguncei o cabelo do pequeno, que não parecia entender nada. Enquanto andava para deixar os livros em uma prateleira qualquer, percebi que Nick estava ali em uma mesa escondida. Estava lendo um livro de capa negra. Fiquei confusa. Por que ele não foi até mim?

— Nick! — chamei. Quando cheguei ao seu lado, toquei em seu ombro. Ele pareceu se assustar e se levantou quase pulando.

— Oi... Carter! — ele sorriu. Seus olhos estavam escuros, tão escuros que eu não conseguia distinguir a íris da pupila.

— Oi — corei, pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha. — O que está lendo?

— Estou pesquisando para um trabalho extra da aula de defesa contra as artes das trevas. Pra aumentar as notas, sabe como é.

Ele parecia pouco a vontade e sua expressão me dizia que era hora de ir embora.

— Eu vou para o meu dormitório. Te vejo amanhã. — me aproximei para dar-lhe um beijo, mas ele deu um passo para trás. Aquilo me magoou, mas fiquei quieta.

Tossi mais uma vez e segui meu caminho até o salão comunal sonserino.


Assim que a porta se abriu, o som alto se alastrou pelos meus ouvidos. Apenas a luz das pontas das varinhas para iluminar a sala e um mix de músicas vindo de algum lugar que não pude localizar. Me encostei na parede. Eu tinha que aproveitar. Não sabia quanto tempo me restava ou o que eu realmente deveria estar fazendo naquela hora, mas eu pouco me importei. Fui até uma mesa onde haviam várias bebidas. Peguei a tequila.

Nunca havia bebido antes e o gosto do álcool queimou minha garganta, mas me forcei a engolir e comecei a dançar. Logo encontrei Georgie, minha companheira de quarto.

— Carter! — ela gritou para que eu escutasse apesar do barulho.

— Georgie! — gritei, meio tonta. Peguei a cerveja de uma mesa e tomei tudo de uma vez. Após isso, wiskey. Tequila. Três rodadas de alguma coisa.

Não contei mais a partir daquilo.

— UHHHHH — berrei, dançando abertamente. Eu mal conseguia enxergar. Éramos eu e os pontos coloridos das varinhas. A música alta. Eu e Georgie. Eu e Caroline. Fred estava me observando no canto. Não olhei para ele.

— Eu não tô muito legal — consegui falar, sorrindo.

— Pega amiga — Caroline riu, me entregando água.

Uiiiiiii! — joguei o copo de plástico para cima, fazendo chover água nas pessoas próximas a mim.

Ri tirando o meu casaco grande, deixando apenas a minha blusa de alcinha preta. Também joguei meus sapatos no canto. Comecei a cantar desafinado, mas nem liguei. Soltei meu cabelo.

— Quem quer jogar verdade ou consciência? — alguém gritou.

— É consequência, idiota! — outra pessoa gritou.

Quando percebi, estava em uma roda de pessoas com uma garrafa no meio. As pessoas riam enquanto um cara do sétimo ano tirava a camisa, desafiado por uma garota do sexto.

— Heather para Carter!

A ruiva começou a gritar. Beijou o garoto ao seu lado e ele a olhou surpreso.

— Sabe Carter... Eu shempre quis saber algum ssss... segredo seu.

Mesmo sem bater bem da cabeça naquele momento, eu podia afirmar que estávamos todos bêbados e ninguém se lembraria daquilo no dia seguinte.

Falô — me levantei, bebendo mais uma dose de wiskey.

Abri a palma da mão e de lá saiu uma labareda que logo se transformou em fogo. Os copos ao nosso redor começaram a flutuar e depois de alguns minutos o pessoal processou que era eu fazendo aquilo. Os gritos de surpresa foram os que eu mais amei. Depois começaram a exclamar:

— A Carter é muuuito maneira, cara.

— O fogo, meu Deus.

— Eu gueria ser ela.

Eu estava andando até a pista de dança quando esbarrei com ele. Na verdade apenas via sua silhueta, mas era suficiente. Ninguém nunca se pareceria com ele.

— Carter, você está bem?

— Eu tô... tô muito ótima, falô? — o empurrei de lado.

— Carter, você está bêbada?

— E se eu tiver? Bocê não é naaaaada meu — cai em cima dele, rindo.

— Vá para o seu dormitório, Carter.

— Vá brocurar s-s-sua namurada — pus o dedo indicador no seu peito e tentei me livrar de seu abraço.

Mas James me segurou forte. Virou meu rosto até seus olhos encontrarem os meus. Fiz um biquinho e ia começar a fazer birra, até que alguém sem querer me empurrou e eu acidentalmente toquei meus lábios com os do moreno.

E eu não consegui me segurar a partir dali.

Parti para cima dele como uma desesperada. Era quase como se eu tivesse passado anos no deserto sem água e de repente achasse um oásis. Ele era meu oásis. James estava ali comigo e eu só consegui pensar naquilo enquanto o beijava. Minha boca com gosto de álcool se colava perfeitamente à sua, com gosto de menta e cookies de chocolate.

Ele pareceu não saber o que fazer, mas acabou retribuindo. Quase pulei em cima dele. Ele me empurrou contra a parede e minhas pernas logo se entrelaçaram em sua cintura. Passei a minha mão em seu tanquinho e suspirei enquanto ele beijava o meu pescoço. Não existiam cantos suficientes para tocar e eu precisava de mais, muito mais. Não passamos daquilo porque ele ainda tinha consciência. Me soltou e pude ver seus olhos transbordando desejo. Eu devia estar daquela mesma forma. Sorri e ele pigarreou. Fiz uma careta que pareceu engraçada a ele, mas para mim só significava que eu estava pouco me lixando para o que fosse acontecer amanhã.

— Agora, vá dormir.

Grunhi de insatisfação e agarrei seu braço:

— Você sempre vai me deixar por ela, não é? Mas que droga, James! Ou é ela ou eu! Decida! Decida agora!

Ele parecia confuso, como se pensasse nisso todos os dias. E meio relutante em responder. Parecia estar lutando em uma batalha dentro de si mesmo naquele momento, mas eu não estava nem aí. Empurrei-o e comecei a pisar duro (não tão firme quanto imaginava, porque eu cambaleava de vez em quando).

— Você, droga! Escolho você!

Pisquei várias vezes em sua direção.

E quando percebi, lá estava ele me beijando. Eu de pé, imóvel. E James ME escolhendo. Ele me escolheu. Ele terminaria com a namorada.

— Eu estou apaixonado por você — ele soltou e pareceu querer engolir as palavras assim que as pronunciou.

Mas eu não ligava que eu possivelmente não me lembraria daquilo amanhã. Eu não ligava para o quanto eu me sentiria triste ao terminar com Nick amanhã. Hoje. Era aquele hoje que me prendeu desde o começo da festa.

Amanhã eu podia desmaiar, sofrer quaisquer consequências que eu tivesse que sofrer, ser sequestrada ou até mesmo morrer. Mas hoje eu estava na frente dele. E ele estava olhando para mim. Hoje eu podia contar o que eu já tinha certeza há algum tempo. Hoje eu era eu mesma. Hoje eu estava viva. Hoje ele estava comigo. E nós nos escolhemos.

— Eu também estou apaixonada por você, James. — as palavras foram mais sentimentais do que eu planejava e comecei a chorar.

O abracei.

Hoje eu pude finalmente abraçá-lo.


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Notas finais do capítulo

GEEENTE só faltam uns quatro capítulos pra acabar a parte um! O que vocês acham que vai acontecer agora? A Carter vai se lembrar da noite passada? James vai terminar com a Domi? Quais segredos vocês acham que o Sammy está guardando e por que o Nick foi tão grosso com a Carter? Com essas perguntinhas finais, dou um beijão!



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