Diamantes de Vidro escrita por Pale Moon


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Parabéns La! Eu fiz essa fanfic mega simples(eu queria que ela tivesse uma história super elaborada, mas como eu tinha que postar hoje para o seu niver, eu fiz uma simples e bobinha oneshort). Foi apenas para a data não passar em branco, mas espero que goste, fiz com carinho 3

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** LUTA DE JUSTAS: Para quem não sabe, é um esporte medieval jogado por dois cavaleiros com armaduras, montados em cavalos. Consiste numa competição marcial entre dois cavaleiros montados, armados com uma lança sem ponta. Era um esporte bastante popular na época do renascimento, esse tipo de torneio atraia até mesmo os nobres e tal.

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Qualquer dúvida, perguntem nos reviews. E desculpem os possíveis erros, afinal, é presente para a minha leitora beta, então a fic não está betada. Pode ter passado algum erro despercebido.

Enfim...Sem mais delongas, boa leitura! ♥



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Tobirama não se surpreendia com a quantidade de pessoas que se encontravam naquele coliseu. Afinal, o duelo de justas era o mais popular. A popularidade desta modalidade superava as competições de arqueiros e duelos de espadas. Mas o albino pouco se importava com tais detalhes.

Estar ali, para si, parecia patético.

Toda aquela situação, aquele torneio de cavalaria, não passava de espetáculos para o aniversário de um grande nobre, dono de várias terras. O aniversário do líder dos Uchihas. Mas aquilo pouco lhe importava, na verdade, não fazia questão de ser como o restante de sua família e envolver-se cinicamente diante daquilo tudo. Intrigas palacianas não eram de seu feitio.

O premio dos duelistas de justa eram bastante tentadores. Prêmios valiosos em ouro, além do fato de que, a cada vitória contra algum adversário, o vencedor levava a armadura e a montaria do perdedor. Mas não era por aquilo que Tobirama estava ali. Aquilo não o interessava.

O homem de cabelos platinados olhou para toda aquela gente animada. Fitou o local onde os mais nobres se encontravam, e lá estava o grande Uchiha Madara, e ao seu lado, o jovem irmão mais novo Uchiha Izuna. O albino franziu o cenho e abaixou o visor do elmo. Agora apenas os olhos castanhos de tons avermelhados poderiam ser visto. Ajustou a lança e posicionou-se para o inicio de mais uma partida de justa.

E, como esperado, o Senju saiu com a gloriosa vitória naquele duelo, derrubando o oponente com uma rápida investida de sua lança contra o peito do rival, fazendo-o cair do cavalo, enquanto tal ato levava o público ao delírio.

As pessoas realmente se divertiam com aquele tipo de esporte.

Ao longe, entre os nobres, um pequeno sorriso animado se fez nos finos lábios de Izuna. Lutas de justa eram realmente a sua paixão.

◇◇◇

Os arredores do glorioso castelo Uchiha eram iluminados por diversas tochas. Dentro do pomposo castelo, lustres eram os responsáveis por manter aquele lugar aclarado. Era uma festa da mais alta nobreza, e toda aquela cerimônia duraria, pelo o que soube, aproximadamente uma semana.

Nobres tolos. Parecem não ter nada de melhor para fazer.

- Deveria ser mais sociável, Tobirama.

O de cabelos brancos fitou o irmão mais velho que havia se aproximado de si. Tobirama estava um pouco afastado daquela gente, encostado em uma parede qualquer e apreciando uma taça de vinho. Franziu o cenho quando o mais velho chegou perto de si com toda aquela animação.

- Não gosto essa gente. – Disse pouco amigável.

- Você é tão irritadiço... – Zombou o mais velho.

Hashirama parecia animado. Por um momento, Tobirama pareceu notar a troca de olhares do irmão com o anfitrião do castelo que estava do outro lado do salão. Preferiu ignorar tal fato.

- Tsc. Então aproveite você, a festa. – Resmungou para o mais velho, dando de ombros e saindo daquele local abarrotado de achacadores.

Saiu dali com passos firmes, indo o mais longe possível daquele salão desagradável. A porta de vidro para uma varanda vazia do castelo, que estava bem mais distante do banquete, parecia bem mais tentadora para Tobirama.

Adentrou o recinto, que era pouco iluminado. Dali, ele poderia ver quase todo o reino. Poderia ver também os locais onde vários outros competidores se instalavam para as disputas dos outros dias daquele evento. Ficar ali sozinho, observando as grandes terras dos Uchihas parecia ser bem mais interessante.

- Observar a vista daqui é bem mais interessante que estar no banquete dos nobres, não é? – A voz suave veio repentina, não o suficiente para assustar o homem de cabelos brancos, mas para surpreendê-lo.

A varanda do castelo era pouco iluminada. Não havia visto mais ninguém ali.

- Desculpe. Assustei você? – Izuna riu baixinho, desencostando-se da enorme pilastra e andando para a parte onde o luzir da lua iluminava com melhor facilidade, revelando-se ao outrem.

- Não me assustei. – Disse.

- Ah, claro. – Uma pitada de sarcasmo era notável, mas nada muito ofensor.

O moreno de longos cabelos negros se se encostou à mureta do outro lado. A varanda era enorme. O vento que fazia ali em cima era frio, e fazia suas madeixas negras voarem delicadamente. Tal ação da brisa combinava bastante com seu rosto. O rosto suave, sereno e pálido. Izuna era tão pálido, dono de uma tez tão leitosa, que Tobirama se perguntava se ele conhecia os dias ensolarados do verão.

- Não deveria estar ao lado de seu irmão? – A pergunta veio de forma rude. Tobirama apoiou os cotovelos no baixo muro da varanda, observando o reino lá fora. Estava ao lado de Izuna, mas um pouco mais distante.

- Sim.

Incomodado com a curta resposta, o de cabelos platinados franziu o cenho.

- E por que não está lá?

- Eu gosto daqui. – Novamente, uma resposta suave. Ele parecia sossegado.

- Hm. – Resmungou o Senju, mas dessa vez não fez questão de continuar o diálogo. Apenas terminou e saborear o vinho que ainda restava em sua taça.

Izuna parecia distraído. Olhava para o reino, para as pessoas presentes lá embaixo. Para os guerreiros que andavam por ali, carregando suas montarias e suas lanças... Era tão fascinante para si.

- As lutas de justa hoje foram fascinantes. – A voz suave quebrou o silêncio que havia se instalado. Ele continuava a mirar o reinado. – Você foi incrível. – Essa última parte foi quase um sussurro, mas Tobirama conseguiu ouvir perfeitamente.

- Eu sei. – Ríspido, como sempre. – De uma forma que você nunca vai conseguir ser.

E finalmente Izuna virou seu rosto para o outro homem ali presente, fitando-o. Ele tinha razão.

E Tobirama sabia que tinha toda a razão. O irmão mais novo de Uchiha Madara não passava de um garoto adoentado e frágil. Detestava-o. Detestava toda aquela família, detestava toda aquela gente que mandava naquelas terras, vizinhas ao seu reinado. Os Uchihas eram de uma raça mesquinha, que deveria ser eliminada. Entretanto, depois que seu irmão, Senju Hashirama, assumiu o lugar de seu pai, assim como Uchiha Madara também veio a suceder o trono de sua família, os reinos voltaram a ter paz. Não existia mais conflito algum. Mas a raiva que Tobirama sentia ainda estava viva, ali dentro de seu peito. A raiva por aquela família miserável que foi inimiga de sua família por tanto tempo. Não era possível deixar toda essa ira passar por causa de um simples acordo diplomático recente feito por seu irmão.

- De fato. – A resposta baixa quebrou os longos segundos de silêncio que havia se instalado mais uma vez. E um sorriso brando se fazia nos lábios finos de Izuna. – De uma forma que eu nunca conseguirei ser. – Ele permanecia sorrindo.

Aquele sorriso estava errado. Não era aquilo que o Senju esperava. Não era aquela reação que ele queria ver. E o que ele esperava? Raiva, talvez?

- E por que está sorrindo?! – Perguntou irritado. Havia acabado de ser o mais rude possível, e tudo o que o outro fazia era ficar calmo daquele jeito que o tirava do sério.

- Você está certo, não está? – Perguntou como quem já sabe da resposta.

- Sim, estou. – Ralhou, deixando a taça vazia em cima da mureta e desencostando-se da mesma para fitar o outro um pouco melhor.

Izuna levou a destra aos próprios lábios e riu. Como se estivesse se divertindo da reação irritada do outro.

E Tobirama irritou-se ainda mais com aquele ato. Aproximou-se em passos duros do menor, o cenho franzido e o olhar pouco amigável. Estava de frente a Izuna, e tinha que abaixar um pouco a cabeça para poder fita-lo bem nos olhos. Ele era bem menor se comparado á si.

- Não deveria brincar assim comigo, Uchiha. – Ralhou. – Olhe só para você. Não tem nenhuma característica de um guerreiro. É tão desprezível...

Izuna permanecia em silêncio. Ouvia aquelas palavras grosseiras e sustentava a troca de olhares, conseguia sustentar com suavidade os olhos coléricos de Tobirama. Como quem não era afetado por medo, não era afetado por nada. E ele não era.

- Tudo o que eu queria era acabar com essa sua família sórdida.

- E tudo o que eu queria... Era poder competir na luta de justas. – Confidenciou.

Ele sorriu. De novo. Mas aquele sorriso veio diferente, quase parecendo o ferir.

Naquele instante Tobirama notava o quão nobre ele parecia. Ele realmente tinha o coração de um guerreiro, mas sua saúde era como a de um diamante de vidro. Frágil, que poderia ser quebrada a qualquer momento. Ele era o único Uchiha que era assim. O único diferente, o único que tinha o sorriso suave daquela maneira. O único que chamava a sua atenção. O único que o irritava por deixá-lo irritado consigo mesmo.

Izuna sentiu as mãos grandes de Tobirama segurarem seu rosto sem nenhuma delicadeza. Seus cabelos negros passavam entre os dedos do maior e seu rosto foi puxado com uma delicadeza anormal vinda do outro (por mais que não tivesse sido tão delicado assim), fazendo seus rostos se aproximarem e suas bocas se tocarem. O Uchiha por um momento ficou sem reação. Mas sentir os lábios de Tobirama pressionarem os seus foi um golpe baixo diante de sua calmaria.

Deixou-se levar ao beijo intenso que veio a seguir.

As bocas provavam uma da outra como quem saboreia um fruto do pecado. Urgentes, cálidas. O calor repentino de seus corpos contrastava com a brisa fria da varanda. Mas o beijo não cessava. Não queriam parar.

Mas Izuna parou aquele beijo. Virou seu rosto, ofegante e corado.

- P-pare... – Sussurrou.

-... Droga. – O Senju resmungou consigo mesmo. – Por que faz isso comigo, Izuna...?!

Os olhos de cor escura, tão escuros quanto o ébano, fitaram-no. Parecia assustado. Ou talvez surpreso, sem reação.

- O que está dizendo? – Murmurou, ainda com a respiração ofegante, tentando afasta-lo de si. Estava entre o corpo de Tobirama e a pequena mureta da varanda do castelo. – Você odeia minha família. Odeia o acordo de paz. Você me odeia... – Sussurrou baixíssimo.

- Eu odeio isso. – Disse, não muito irritado. Não como antes. – Por que você tem que ser assim? Toda vez que eu o vejo você faz isso. Você é calmo. Você me deixa com vontade de fazer isso... – Os lábios carnudos de Tobirama roçavam nos lábios de Izuna ao falar. Estavam próximos demais. As respirações se misturavam e o clima quente entre eles só piorava as coisas.

- Eu... – Sussurrou, mas a resposta foi interrompida por outro beijo.

Outro beijo. Estava beijando Tobirama. E pensar nisso fazia seu coração bater frenético. A sensação de ter os lábios dele nos seus, a boca dele tomando a sua era indescritível. Beijando-o... Deveria existir outra palavra para tal ato. Outra que pudesse descrever a sensação de beijar alguém daquela forma, com volúpia e sede. Com desejo e nervosismo. Pois naquele instante, a mente nublada de Izuna não conseguia descrever mais nada. Apenas sentia.

◇◇◇

- Alguém pode nos ver... – O sussurro de Izuna fez o corpo de Tobirama se arrepiar por inteiro. Ele havia sussurrado com a boca encostada em sua orelha, fazendo-o sentir o hálito quente contra seu rosto.

Tobirama estava sentado na parte onde a lua já não era mais capaz de iluminar naquela varanda. Havia trazido o menor junto consigo, e o feito sentar-se sobre seu colo, enquanto suas mãos exploravam aquele corpo da forma que podia, com tantas roupas e empecilhos. Notava que ele suspirava de desejo e arrepiava-se todo quando tocado diretamente na pele branca.

- Está tudo bem. – A voz rouca e mesclada de desejo sussurrou em resposta. Tobirama mais uma vez beijou aqueles lábios finos, mas não se demorou ali. – Agora está tudo bem... – Sussurrou novamente.

Izuna sorriu para ele e beijou-o outra vez. As mãos se escondendo entre os fios brancos e desalinhados do Senju. Não sabia exatamente há quanto tempo queria fazer aquilo. Beija-lo e sentir aquelas madeixas entre seus dedos. Estar junto com ele daquele jeito, mesmo sendo estranho.

Já Tobirama sequer pensava naquilo. Nunca admitiria para ninguém que, durante todas aquelas disputas, sempre olhava Izuna lá no alto da plateia, que observava os duelos que sempre participava. E fita-lo antes de qualquer batalha deva-lhe ânimo de continuar. Nunca quis pensar nisso, mas sempre sentiu. E sabia que sempre ia sentir aquela necessidade absurda pelo o Uchiha. E era exatamente por isso que havia decidido odiá-lo ainda mais durante todo aquele tempo.

Mas agora não havia mais necessidade disso. Agora ele era seu e estava ali, entregue para si. Entregando-se em mais um beijo repleto de desejo.

E naquele momento, Tobirama soube que aquele diamante de vidro lhe era mais valioso que qualquer outra coisa. Que qualquer outra vitória.

Fim.


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Notas finais do capítulo

É isso, foi meio(muito) sem sal essa fic. Eu estava com uma ideia maneira, mas como a fic era para fazer surpresa para a pessoa que me ajuda a elaborar as histórias, não elaborei muita coisa :v Mas eu não queria deixar passar em branco... Fiquei na dúvida entre fazer KisaIta e TobiIzu, mas acho que farei uma KisaIta depois(mais legal que essa :'3).

Espero ver a opinião de todo mundo que leu. Vai me deixar muito feliz!

Beijos e queijos ♥
Pale Moon.

(postado em 27/03/2015)