Silver Knight escrita por Bellye


Capítulo 7
Um problema a mais


Notas iniciais do capítulo

Yep! Tentando compensar as demoras dos capítulos anteriores xD
Vou ver se começo a fazer capítulos menores e postá-los mais rápido, o que acham? Digam para mim ouo

Boa leitura! :3



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Terminei meu banho e fui de toalha para o quarto. Faz tempo que não fazia isso, de certa forma tal atitude me deixou mais relaxada.
Já era noite e a brisa gelada agitava as cortinas. Conforme a mesma brisa gelou a minha nuca, olhei para o grande céu negro em busca de alguma estrela. Eu estava me sentindo estranhamente tão confortável aqui que não seria exagero se dissesse que poderia viver para sempre nesse lugar. Longe de tudo.
Exceto Jack e Inka. Me veio a cabeça.
Terminei de colocar as calças jeans macias e elásticas com estampa florida junto com uma blusa fina e larga. A roupa era tão confortável quanto o quarto. Phoebe preparara o traje mais cedo, mas tinha sérias dúvidas se Green não se envolvera nisso também. Aquele era, sem dúvidas, uma combinação perfeita para mim.
Avistei o meu all star embaixo da cama, mas decidi ficar com as pantufas. Sequei um pouco o cabelo com um secador que achei em uma das minhas aventuras pelas estantes do banheiro, e logo após fui em direção a varanda. Phoebe viera há uma hora informar que a janta seria posta na mesa as 19h00min. Olhei para o relógio enfeitado do criado mudo. Faltavam 10 minutos. Conclui então que um pouco da brisa da noite me ajudaria.
Apoiei os cotovelos no mármore frio do parapeito, inclinei a cabeça para o céu e fechei os olhos.
Conseguia distinguir cada som: folhas das copas de árvores chacoalhando, bater de asas pequenas e o principal: o vento.
Poderia pegar um resfriado com o meu cabelo úmido. Mas quem ligava? Era tão bom.
Pensava nas vezes em que pedira que aquele mesmo vento me tirasse dali, me levasse como se eu tivesse o peso de uma pena. Ao mesmo tempo livrar o velho peso nas costas de ser diferente.
Estava mais atenta que o normal, e por causa disso pude sentir um suspiro ao meu lado.
— É tão confortante, né? O vento...
Levei um grande susto com o intruso ao meu lado, quase nem pude falar.
O garoto estava sentado no parapeito, ao lado de mim. Uma de suas pernas balançava lentamente acima do precipício do outro lado da varanda, enquanto a outra estava dobrada e servia de apoio para o braço.
— Você deve ser Kate, certo? Peço perdão pelo que ocorreu mais cedo.
Seus olhos negros transmitiam uma leve confusão enquanto eu passava pela verdadeira confusão tentando diferenciar a sombra de seu rosto com seus olhos e cabelo, todos negros.
— Desculpe? — Arqueei levemente as sobrancelhas — Não me lembro de te conhecer.
Ele suspirou, quase chateado.
— Claro.
Willian pulou para dentro da varanda, e num gesto cavalheiro, pegou minha mão com cuidado e deu um delicado beijo nela.
— Willian Acker, prazer em conhecê-la.
Eu o observei por um longo tempo, tentando ter alguma opinião sobre ele. Decidi continuar com educação:
— O prazer é meu.
Ele balançou a cabeça, exibindo um belo sorriso.
— É alguém que mora aqui? — Quis saber.
Ele desviou o olhar e se encostou de costas no parapeito.
— Não. Moro muito longe.
Comecei a sentir o vento frio me afetando. Recuei um passo, apertando levemente o mármore. Passei por tantas coisas ruins que aprendi a desconfiar de tudo e de todos.
— O que faz aqui então?
Ele deve ter percebido o meu desconforto, pois se levantou e foi para o mais longe que pôde de mim.
— Vim me desculpar.
— Sobre o quê?
Ele suspirou novamente, passando a mão na franja meio longa. Tinha que admitir: ele era muito bonito.
E eu estava começando a me sentir deslocada no meio de tanta gente bonita.
— Sobre o que veio se desculpar? — Insisti.
Ele parou de se mover.
— Vim me desculpar por te trazer tamanho sofrimento.
Fiquei um tempo sem reação. Do que raios ele estava falando?
— Espero que consiga sobreviver.
— Do quê exatamente? — Comecei a me irritar.
Willian abriu um mínimo sorriso.
— Não se preocupe com isso — Ele bateu levemente a ponta dos pés uma na outra. — Vou te proteger dela. Disso tudo. Como deveria ter feito antes.
Abaixei o olhar, permanecendo fixos no chão. Por quê? Proteger de quem? Por que todos me protegiam? Me achavam tão fraca assim?! Isso me irritava! Me magoava! Me corroia como ácido...Eu não precisava disso! Estava cansada de ser levada de um lado para o outro sem entender nada. Eu não ia deixar mais uma coisa me atormentar. Não ia mesmo.
Perguntei seca:
— E por quê?
A brisa fria congelou mais uma vez ao mesmo tempo em que se tornou mais forte. Meus cabelos se chocaram contra meu rosto. Joguei cada mecha para trás novamente, e quando procurei por Willian, ele tinha sumido.
Apoiei no parapeito para olhar abaixo: Nada. Restante da varanda: Nada. Quarto: Nada. Banheiro... Suspirei. Nada também.
Fechei a porta-janela e a tranquei, jogando logo por cima as cortinas finas e delicadas.
Meio atordoada, acabei por me lembrar do jantar. Fitei o relógio e demorei em associar os ponteiros.
Era 19:06
O quê?!
Saí correndo do quarto enquanto relembrava o que Phoebe dissera com seriedade:
— Senhorita, não se atrase para a janta, está bem? Green-sama pediu.
Droga.
Desci correndo o ultimo lance de escada, tropeçando nos últimos degraus.
— Ai!
Torci o meu tornozelo e acabei por parar no fim da escada. Estava ofegante e já suava um pouco. Era uma corrida e tanto do meu quarto até o pátio principal. Agora era só virar a direita para ir a sala, e a esquerda para ir a copa.
Decidi que um minuto seria bom para respirar. Não queria chegar lá morrendo.
— Atrasada.
Levantei o olhar e encontrei Green. Ela estava de braços cruzados e parecia estar brava.
— Eu... Não foi por querer.
Ela abriu um sorriso e riu.
— Pelo jeito eu sou uma ótima atriz.
— Ah! Que susto... achei que estava brava comigo!
Ela balançou a mão no ar, rindo baixo.
— Nunca irá me achar brava por coisas tão bobas.
Ainda bem, porque a arte de irritar a todos com coisas idiotas eu dominava bem.
— Você vem? Temos visitas também e estamos todos te esperando.
— Ah, é. É Leo, certo?
Ela sorriu enquanto me guiava para a copa.
— Também.
— Uh?
— Kate!
Uma voz fina e bem familiar chamou quando entrei na grande sala com uma mesa retangular posta para sete pessoas. Aspsel, Phoebe, Leo, e Inka estavam em seus lugares.
Inka?
Ela correu com tudo para me abraçar enquanto ria alto.
— Que saudaaadeee!
— Mas não nos vemos faz algumas horas! — Ri enquanto a abraçava de volta. Jamais confundiria aqueles olhos roxos com outros.
— Ficar longe de você é mais tortuoso que ficar sem os chocolates que me deve! — Ela choramingou.
Eu ri enquanto olhava ao redor.
— Como chegou aqui? — Perguntei, arqueando as sobrancelhas.
Ela abriu um sorriso de janelinha travesso.
— Fui eu.
Uma voz de trás de mim me fez dar um pulo de susto.
Virei-me rápido e dei de cara com Jack.
Meu queixo caiu. Ele apenas riu com a minha cara, me puxando para um abraço forte e murmurando em meu ouvido:
— Que alívio...


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Notas finais do capítulo

Quase fiquei o dia inteiro pra acertar essa imagem no cap. 10 x 0 pra ela.

Tem tantos leitores fantasmas por aqui... Apareçam ;~;



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